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Ensaios-->Terno cinza e Fé em Deus -- 03/04/2010 - 14:13 (Fabrício Sousa Costa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Estudo comparado entre os contos Terno cinza e Fé em Deus

Este estudo comprado analisa a convergência de um dos pontos comuns aos dois: análise do comportamento dos protagonistas.
Percebe-se que, em ambos os contos, os personagens vivenciando uuma crise existencial. No primeiro, seu Chico, homem solitário abandonado pela família, se demonstra bastante introspectivo quanto à vida.

Esse é um momento mesclado de desilusões e solidão que o leva a buscar um rumo em sua vida. Todas essas reflexões possuem um único objetivo: remoer o passado a fim de mudar o presente. A mudança do presente observando a análise do passado se apresenta oniricamente ao protagonista Chico.
Já no texto Fé em Deus, a senhora de setenta anos de idade também experimenta seu convívio com sua crise existencial. A conseqüência disso é praticamente a mesma da vivenciada por seu Chico, reflexão sobre seus anos de vida. No momento da divagação, a protagonista está profundamente ligada à seu pensamento sozinha. A solidão marca o revés da narrativa, uma vez que proporciona um mergulho profundo em sua vida.

Em ambos os textos, o motor que impulsiona a ação introspectiva dos personagens é a solidão. Ela se figura como um agente ativo para o desenrrolar da história. Seria a mediadora entre eu´s dos personagens e seus supereus. No primeiro conto, seu Chico x seu Chico; no segundo conto, a senhora x a senhora.
Segundo análise existencialista sartriana, a solidão é a responsável pela abstração. E a abstração leva o ser à mudança. Despertar a consciência do ser para assumir as conseqüências de seus atos.

Tanto no primeiro texto quanto no segundo, a solidão foi o motivo pelo qual os protagonistas se fecharam para compreender as conseqüências de hoje por meio da reflexão dos atos do passado.
A inquietação, oriunda da meditação, foi fundamental para a formação do comportamento de ambos os protagonistas dos contos. A inquietação é o segundo estágio. Pode-se associa-la à insegurança ou até mesmo ao início do desespero. No primeiro conto, seu Chico se mostra uma figura relachada consigo mesmo. O terno é sujo, mal cheiroso, exala uma aparência negativa.

Tudo isso contribuiu para que seu Chico se sentisse cada vez mais isolado, pois percebia o desprezo que depositavam a ele. Não queria voltar no ônibus em um horário de pico para evitar contato com as pessoas. Ficava incomodado com o trejeito mais frequente da copeira, associando-o como implicância com seu estado fétido. Fica evidenciado no texto que ele se preocupava com seu estado ou se preocupava com os olhares das pessoas, pois em um momento do texto pensa em lava-lo ou juntar dinheiro para comprar outro.


Há um interesse de sua parte de mudar aquela situação que lhe incomodava. Nota-se que essa é uma relação adversa á sua vontade, uma vez que busca alternativas para mudar a situação de seu estado.
No segundo conto, a senhora também demonstra inquietação com o estado no qual se encontra. Ela tenta portar-se indiferentemente ao ocorrido no primeiro momento. Todavia escancara interiormente sua inquietação diante àquela situação. Infere-se que a ação da senhora está mais compkicada, visto que se situa no campo da fé. A conforntação com tais valores se queda diretamente ligada ao campo da metafísica. Há uma grande pressão sobre seu ser. Como se se não devesse conforntar com o Ser superior.


Percebe-se que a figura do padre é simbólica em relação ao ponto de seu problema, uma vez que ele representaa uma instituição com a qual a senhora está descontente. Portanto a figura imediata, que encontra prar descarregar a raiva, é o padre.


O momento de raiva expresso pela senhora deixa exposto o ar de angústia contraído pela protagonista. Essa inquietação, segundo entendimento extraído do texto, advem do segundo estágio. O primeiro, como no primeiro conto, estaria ligado à reflexão. O segundo estágio seria o aprofundamento da reflexão resultando a intranqüilidade, gerando também a insegurança. Embora narre sua presença na igreja, como participante de uma celebração eucarística, acompanhada de outros fiéis, o texto é claro em relação à solidão interior da senhora. Entretanto fica evidenciado que ela se desliga do alvoroço da celebração, do mundo material, para se ligar ao mais íntimo lugar de seu ser.


Percebe-se que o texto não discute se a ela a solidão é negativa, mas deixa em evidência que a silidão foi o caminho pelo qual ela caminhou para encontrar a si mesma.
Seu Chico, a fim de fugir daaquela angústia, e sem visualizar outra possibilidade, recorre a cartomancia. Infere-se que o misticismo religioso segue sendo o suporte do aleijado de suas certezas. Em um momento de quase desespero, seu Chico busca um refrgério para a alma.


Além de refrigério, a crença na mística é uma forma de se alto-afirmar – como se a pessoa fosse amiga de outra poderosa, com um ar de que se tem a quem recorrer.
Abstrai-se, de concreto, bem adjacente ao texto, que se Chico foi sugestionado pela pitonísia. Embora não tenha acontecido o que foi previsto, o protagonista correria o sério risco de criar todo o ambiente propício ao acontecimento. Ou, quem sabe, reproduzir imaginariamente todo o desfeche do sinistro envolvendo ele e uma pessoa que caracterizasse, mesmo que psicologicamente, seu filho. O fato é que, desde o princípio, seu Chico depositou uma confiança inabalável às revelações de dona Júlia.
No outro texto, analisa-se um grande grau de sugestão: a sugestão religiosa convencional. Segundo o texto, a senhora foi crente fiel, durante décadas, à igreja. O grau de fidelidade beira ao teocentrismo medieval. Essa relação não é nada mais que uma reprodução geral da realidade religiosa na ótica do religioso à qual o povo se submete. A igreja domina o intelecto do ser humano de uma intensidade tão forte que qualquer questionamento que fuja à doutrina romana se constitui em um afronta a Deus. Com isso, o crente perde toda sua capacidade crítica em realação ao mundo que o cerca. Dessa maneira, a protagonista, após algumas décadas de vida, experimenta o confronto natural de quem guardou a vida inteira os questionamentos mais diversos.


O guardar desses questionamentos proporciona um acúmulo de retenção da capacidade crítica, inerente a todo ser humano. Ao retê-la, o ser deixa internalizada em um lugar para mais tarde voltar a remoê-la. Como dizia Renato Russo em uma de duas músicas: “metir para si mesmo é sempre a maior mentira”.
O efeito da sugestão proporcionou, no texto, um momento de revolta na personagem-protagonista. A idéia de que se tira do texto é a que a senhora manifestou sua raiva por sentir-se manipulada ideologicamente pela igreja. Anos de controle. Anos cerceando a liberdade. Ditando regras, padrões, idéias.


O personagem seu Chico consegue dialogar com alguém para se encontrar em seu vazio. A loira é sua interlocultura. É ela quem proporciona um breve equilíbrio a ele. Percebe-se que seu Chico não conseguiu se reerguer com a ajuda de si mesmo, necessitou da ajuda de outra pessoa.


A ajuda lhe devolveu o equilíbrio tão importante para que o protagonista encontrasse a realidade. Ademais de demosntrar dependência, o fato de seu Chico não conseguir se encontrar sozinho segeriu indiretamente que o grau de sentimento existente em seu ser foi mais forte que o grau da recionalidade que ele poderia ter. o ser humano tem a capacidade de controlar o sentimento, para ceder mais força à análise fria da vida.
A personagem do segundo conto age diferentemente de sue Chico. A protagonista não necessita do auxílio de ninguém para se encontrar, ou para aprofundar sua introspecção. Ela já demonstra um grau de letramento maior, conseqüentemente, viaja facilmente por seus pensamentos. Em cada parada para reflexão, a senhora contrasta a fé com momentos históricos vivenciados por ela. É por meio de seu conteúdo cultural que ela consegue abstrair uma idéia por meio do confronto de várias. O nível alcançado por ela foi o da consciência, uma vez que demonstrou um rompimento no final da narrativa. Esse rompimento marcou, também, um novo comportamento conquistado por ela.


A senhora, após o momento profundo de introspecção, ressurge como vencedora do duelo existencial. Sai fortalecida da batalha. Passa por um “longo” processo de conflito e sai com um nível alto de consciência. Não queria apenas questionar a causadora de sua opressão existencial, gostaria de buscar um entendimento para exercer a fé conscientemente. Desejou fugir da mitologia religiosa imposta freqüentemente pela sociedade e pela igreja.


A personagem não perde a fé em Deus, ao contrário, consolida-a em sua vida, pois passa a compreender, não apenas a fé, mas o mundo e seu funcionamento. No primeiro momento, ela entre em crise por confrontar as imposições religiosas à realidade vivenciada. A partir do momento em que ele conseguiu fazer isso, passou a adquirir uma outra fé: a fé em Deus, o Deus do mundo real.
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