171 usuários online |
| |
|
Poesias-->Interiores -- 03/03/2003 - 02:45 (Magno Antonio Correia de Mello) |
|
|
| |
O pesadelo continua
imerso na face escondida da lua
voltado para os olhos negros
do infinito.
O pesadelo troveja
afogado em mil copos de cerveja
disfarçado de ser humano
perdido.
O pesadelo cai do muro
abafa as mágoas no peito duro
seca os canaviais
desfaz-se por inteiro.
O pesadelo não diz a que veio
quebra a cara e o vento ao meio
repete tolices
vacila.
O pesadelo se cala
no meio dos córneos enfia uma bala
ergue os olhos para os céus
regurgita.
O pesadelo não sou eu
pois tudo em mim se perdeu
a água viva
a víscera feia.
|
|