Aquela mania nacional de se fazer "cooper" parece ter desaparecido sem que a gente disso se tenha dado conta direito. E eu já nem me lembrava mais da ótima piada, insistentemente repetida, de que depois a pessoa ficava de "cooper" feito.
E eis que hoje à tarde, ao longo de uma caminhada que eu não ousaria chamar de "cooper", tudo isso me vinha de volta às orelhas, ao passar por um bando de crianças que, eu deduzi, estaria a caminho de um córrego logo mais adiante. E eles já não viam a hora de se lançar naquela agüinha de brejo. E reclamavam. Não chegavam nunca.
Foi quando um deles sentenciou irritado: "Também, cês num qué corrê, cês só qué andá". E, para despertar o entusiasmo da galerinha, conclamou: "Vão fazê um cupinho aí, geeeente!"
Segui adiante, satisfeito com aquele reencontro. O nome do inventor daquela mania antiga ressurgia agora infantil e carinhosamente no diminutivo, definitivamente incorporado à fala da garotada.
Um dia, brasileirinha da silva, a expressão terá chegado aos nossos melhores dicionários. Pena que tão poucos falantes tenham acesso à escola, à letra impressa, aos dicionários, para saberem o que quer, o que pode essa língua.
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