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Artigos-->DROGAS: VÍTIMAS ANÔNIMAS E FAMOSAS -- 10/03/2013 - 05:07 (edson pereira bueno leal) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


 



DROGAS:  VÍTIMAS ANÔNIMAS E FAMOSAS.



 



Edson Pereira Bueno Leal, março de 2013.



 



CELEBRIDADES E A COCAÍNA



 



O mundo das celebridades no Brasil, ou fora é permissivo em relação ás drogas. Seu consumo é considerado “recreativo” ou, nos casos mais estúpidos “inspirador”.



Os casos de problemas com o vício da cocaína são inúmeros. Elis Regina morreu em 1982, aos 36 anos por overdose de cocaína.



Em dezembro de 2006 morreu de overdose de cocaína o ex-marido da atriz Susana Vieira da Silva, Marcelo Silva, com apenas 38 anos de idade. Marcelo morreu ao lado de sua nova namorada, Fernanda Cunha após passar uma noite cheirando cocaína sem cessar e sofrendo delírios e alucinações, imaginando estar sendo seguido por um homem e passou a noite tentando encontrá-lo.   (Veja, 17.12.2008, p. 132-137).



Em seis de março de 2012 o cantor Alexandre Magno Abrão, o Chorão, com 42 anos de idade, vocalista do Charlie Brown Junior, foi encontrado morto em seu apartamento em São Paulo.



Em meio a latas e garrafas espalhadas e móveis quebrados, mas sem sinais de arrombamento das portas, a polícia encontrou no local porções de pó branco que certamente são de cocaína.



Sua ex-mulher a estilista Graziela Gonçalves, deu um depoimento emocionado em seu velório: “Estávamos afastados em razão do que estava acontecendo com ele. Na verdade, eu estava tentando trazer ele de volta. Acho que toda mulher sabe que uma separação às vezes nada mais é do que uma artimanha, uma arma e infelizmente eu perdi. Eu tentei tudo o que vocês podem imaginar. E infelizmente existe essa praga mundial que é essa droga, que acaba com tudo (...)”. (F S P, 8.3.2013, p. C-1). 



 



 



FILHO ACORRENTADO 1



 



Em janeiro de 2008 foi descoberto o caso de uma mãe que acorrentou o filho de 15 anos, em Araraquara, para evitar que ele consumisse drogas e fosse morto por traficantes. Como o filho se envolveu em brigas, chegando a ser espancado, a mãe acabou descobrindo que ele era usuário de crack e tinha dívidas com traficantes.



O jovem é o segundo de quatro filhos. Não conheceu o pai, que morreu quando ele tinha três meses. A renda familiar é de R$ 570,00 mensais.



A mãe em ato de desespero e amor acorrentou o filho para evitar que ele saísse. Descoberto o caso o jovem foi encaminhado para uma clínica de recuperação de dependentes químicos da região. (F S P, 5.1.2008, p. C-4).



 



FILHO ACORRENTADO 2



 



Em outubro de 2008 um aposentado, ex-pedreiro, de 73 anos decidiu acorrentar a filha de 13 anos, usuária de crack, por 24 horas dentro de casa em Ribeirão Preto SP, para evitar que ela voltasse a consumir crack.



Ele a manteve presa por dois dias. Como a garota estava mais calma resolveu soltá-la. No mesmo dia, a filha saiu para a rua e voltou de madrugada. No dia seguinte saiu novamente à tarde e não voltou para casa à noite. Caçula de sete filhos, quieta, assídua na escola, mudou nos últimos dois meses, conta o pai, tempo em que começou a usar crack. “Ela era até gordinha, sabe? A droga acabou com ela. A gargantinha está tão fina, parece um caninho. E ela não quer saber mais de ir para a escola.”



Em agosto de 2008, envolveu-se em uma ocorrência policial. Ficou por um dia no Núcleo de Atendimento Integrado. Voltou para casa e passou a fechar-se no quarto ou no banheiro fumando crack. Passou a sumir também de noite até o episódio da corrente. (F S P, 1.11.2008, p. C-5).



 



FILHO ACORRENTADO 3.



 



“Em pleno dia das Mães, em 2010, recebi a pior notícia da minha vida. Meu filho, Nevyson, havia sido assassinado a tiros. Ele tinha 20 anos e usava crack fazia um ano. Roubava dentro e fora de casa para manter o vício. Certa vez, por causa do crack, passou quatro dias sem comer nem dormir. Cheguei a acorrentá-lo ao pé da cama para impedir que ele se drogasse. O problema é que, onde eu moro, ladrãozinho ‘noiado’ não tem vez. Um grupo de extermínio o matou. No dia em que não consegui mantê-lo acorrentado, disse que lavava minhas mãos. Foi à última vez que o vi”. T.M.S., 47 anos, faxineira, Recife. (Veja, 22.06.2011, p. 98).



 



HOMICÍDIO 1



 



Em 25 de outubro de 2009 o pai do músico B.K.M., 26 anos, chamou a polícia logo após saber que o filho havia matado a amiga B.C.C. L, 18 anos, dentro de casa no Flamengo, no Rio de Janeiro na tarde do dia 24. O pai contou que o filho matou a menina e “apagou”. Ele asfixiou a amiga que tentava ajudá-lo a deixar as drogas durante um surto causado pela droga. “Ele só percebeu o que tinha feito quando acordou e foi chamar por ela. Bruno está arrasado porque tirou a vida da pessoa que tanto amava”.



Assim que percebeu o que aconteceu, o filho ligou para o pai “Fumei crack, você não vai mais querer ser meu pai. Fiz uma besteira, matei uma garota.” O filho é viciado em crack há seis anos. Foi internado quatro vezes nos últimos cinco anos, mas depois de liberado, voltava a beber com amigos, o que puxava a droga. Havia um ano e meio, tratava-se de síndrome do pânico.  A mãe abandonou o filho quando ele tinha apenas um ano. O pai e a avó o criaram.  (F s P, 26.10.2009, p. C-3).



A mãe da estudante, C. afirmou esperar que a justiça fosse feita “Porque quem fez isso de forma tão torpe e absurda, pode repetir o ato inúmeras vezes... A falta que ela faz nunca será preenchida. Sempre estava com um sorriso no rosto, meiga, disposta a ajudar. E tudo se acaba em um crime bestial, cometido por alguém que a conhecia, a quem tentou ajudar e que sabia de todo o seu caráter”. (F s P, 28.10.2009, p. C-6).



 



CASOS EM CLÍNICAS



 



“        Comecei a fumar maconha aos 14 anos. Daí veio à bebida, a cocaína e, com 21, o crack. Foi quando assinei minha sentença. Estou aqui há três meses e seis dias. É a minha sexta internação. As outras foram em comunidades evangélicas. Nesses lugares, eu não conseguia nem parar para pensar na vida. Era só trabalhar para não pensar na droga. Agora tenho tempo para pensar, ler. Já li vários livros. O último que li foi ‘Marley e Eu’. Senti saudades de meus cachorros – eu tinha um canil de shaunazer e lhsa apso. Aqui, o que sinto mais falta é dos meus cachorros. Depois, sinto falta da Internet. Dos amigos... Eu só tinha uma amiga, estava isolada por causa da droga. Depois de quatro meses [de internação] espero cuidar bem dos meus cachorros e arrumar um emprego. A expectativa de sair daqui me angustia. Aqui dentro, é mais fácil passar a vontade [de se drogar]. O lugar onde moro fica a 100 m de uma boca de fumo, Cheguei ao fundo do poço e fui ainda mais embaixo, eu não quero mais essa vida. Quando sair da clínica, vou continuar com acompanhamento psicológico. No começo vou morar na casa de meus pais. Minha família é estruturada, eles podem me ajudar. Também aprendi uma coisa: a pedir ajuda”. D.R.S. 25, ex-proprietária de canil.



“Estou aqui há duas semanas. Essa é a minha quarta internação. A primeira foi em 2.000, Por causa da maconha. As demais foram em 2003 e 2006, por causa do crack. Na última vez fui expulso de outra clínica por tentativa de fuga e por ameaça de violência contra os funcionários. Quando cheguei nessa clínica, achei que não ficaria. A primeira semana foi mais complicada, não queria saber de internação. Agora estou mais relax. Nas outras internações, a prioridade era me manter afastado da droga. Aqui, eles focam também no tratamento espiritual. Acho que vai dar certo. É primeira vez que sou internado por livre vontade. Não tinha muitas opções. Sozinho não conseguiria para com o crack. Minha expectativa é, daqui a quatro meses, sair ‘limpo’, terminar a minha monografia [para conclusão do curso de jornalismo] e gravar o meu CD. Sou rapper, tenho uma banda. Os maiores desafios quando sair serão ficar longe da droga e principalmente, reconquistar a confiança de minha família” M.V. estudante de jornalismo e rapper. (F S P, 20.04.2008, p. C-13).



 



HISTÓRIAS DE VIDA DA CLASSE MÉDIA



 



“A ficha caiu quando sofri um acidente de carro. Estava virada, sem dormir fazia quatro dias. Peguei o carro para ir comprar crack, mas não andei nem 100 metros e sofri um apagão. Dormi ao volante. Fiquei cinquenta dias com os dois braços enfaixados e o rosto cheio de feridas por casa dos estilhaços dos vidros. Já havia sido internada algumas vezes, mas sempre soube que voltaria à droga. Fazia meus pais pagar minhas dívidas dizendo que, do contrário, seria morta pelos traficantes. Em troca, eu ficava um tempo na clínica de recuperação. De uma delas, fugi pulando o portão. Com o acidente, percebi que tinha de me livrar daquilo. Agora estudo, luto para recuperar a guarda de meus filhos e quero montar um grupo de apoio só para mulheres dependentes. Elas precisam perder o medo de procurar ajuda.” M, 31 anos, estudante de psicologia em São Paulo, livre do crack há três anos.



“Ainda hoje tenho pesadelos nos quais estou fumando crack. Acordo assustado e com raiva de mim mesmo. Não quero passar por aquilo de novo. Na fase pior, gastava todo o meu salário com a droga. Eu, que sempre ganhei tudo do bem e do melhor de meus país, cheguei a roubar as coisas de casa para fumar crack. Quando meu pai disse que não me queria mais em casa, decidi pedir ajuda. Fiquei mais de um ano numa clínica de recuperação. Nesse tempo, percebi que o meu maior vício não eram as drogas, e sim só pensar em mim. Para me livrar do crack, tive de virar outra pessoa. Hoje penso que o meu crescimento pessoal só é relevante se eu ajudar os outros a crescer. Consegui assim, voltar para a casa dos meus pais, para o meu trabalho e estou namorando firme. Aos poucos, reponho os aparelhos eletrônicos que tirei de casa”. (F B N A, representante comercial no Recife, 29 anos e livre do crack desde 2006).



“O conjunto de som e DVD do meu carro valia 7.000 reais. Um dia, troquei-o por 300 reais de crack. Como minha família é de classe média alta, não precisei fazer dívidas quando me enterrei nessa droga, mas roubei CDs, filmadora, todos os eletrônicos de casa. Quando você está louco de crack, não se importa com nada disso. O que importava era sair correndo para comprar pedra. Até essa época, eu nunca tinha visto meu pai chorar. Uma noite , quando cheguei transtornado em casa , ele me chamou num canto e desabou no choro. Perguntava ‘ O que eu preciso fazer para você parar com isso? ‘. Foi ali que eu decidi parar de usar crack. Tive de romper com todos os amigos que me levavam à droga e passei quase um ano inteiro indo á faculdade e voltando para casa sem olhar para os lados. Hoje, eu e meu pai, que também é dentista, trabalhamos juntos no mesmo consultório”. C. dentista em São Paulo, 25 anos, livre da droga há três.



“Meu sonho sempre foi trabalhar na empresa de meu pai, uma metalúrgica no interior de São Paulo, que ele fundou há quarenta anos. Mas, quando cursava a faculdade de administração, comecei a cheirar muita cocaína. Ao conhecer o crack, foi amor à primeira vista. Quando minha família começou a controlar o meu dinheiro, evitando que eu comprasse mais cocaína, decidi partir para o crack. No início, tinha medo de ficar como os mendigos que aparecem na televisão. Misturava crack com maconha, pensando que assim o cigarro ficaria mais fraco. Um mês depois, já estava na droga pura. Como meu pai tinha crédito na cidade , e todos me conheciam , conseguia dinheiro com facilidade. Quando perdi o crédito, me bateu um desespero e aceitei ser internado. Desde então, venho tentando largar a droga, mas com recaídas. A última foi há seis meses. Independentemente de quantos tombos a droga me deu, preciso me levantar e tentar de novo”.  T P C, administrador de empresas, longe do crack há seis meses. (Veja, 19.11.2008, p. 114-117).



“Meu filho tinha 14 anos quando começou a usar crack. O poder da droga de viciar é imediato. Ele chegou a ficar mais de um ano internado. Mas entrava em casa e já ia direto para o morro comprar crack. Ele pegava roupa, televisão e, quando não tinha mais nada , até alimentos, talher, prato... Um dia conheceu uma menina e teve um filho com ela. Veio àquela ilusão de que um filho seria um estímulo para ele mudar de vida. Não resolveu. Há três anos não moto mais com meu filho. Eu mudei, e ele acabou com a casa toda. Tirou até os fios que passavam dentro da parede e vendeu para comprar crack. Ainda encontro com ele quase diariamente. Não tenho coragem de deixá-lo passar fome. Eu dou comida, dinheiro – que ele deve usar para comprar drogas. Ainda acredito na recuperação dele. Enquanto existe vida, existe esperança”. E. , produtora de eventos, 52 anos, Belo Horizonte. (Veja, 22.06.2011, p. 95).



“Eu pensava que crack era coisa só de periferia. Até que aconteceu na minha casa. Meu mundo desabou quando descobri que Kátia, minha filha mais velha, fumava crack. Eu não entendi por que. Ela havia estudado em colégio particular, fazia faculdade, tinha carro... Miguel meu marido, chegou a tirá-la de dentro da casa do traficante para interná-la. Aquilo me consumia tanto que não percebi que Vinicius, meu filho mais novo, também estava no crack. Um dia ele me procurou chorando, depois de passar dois dias na rua, para dizer que não aguentava mais e queria ser internado. Hoje os dois estão limpos”. R T., 61 anos, aposentada, São Paulo. (Veja, 22.06.2011, p. 100).

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