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Poesias-->8. NATIMORTOS -- 28/02/2003 - 06:43 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Um dia, voltarei p’ra nova vida,

Com base nas promessas do Senhor,

Porque, para crescer, essa é a saída,

Pois tudo já começa com amor,

E o trato que se faz mantém a lida,

Esteja a nossa causa em recompor

O que se fez de mal contra as pessoas

Ou simplesmente p’ra aprender, às boas.



Ali embutida existe certa idéia

De que o amor preside aos nascimentos.

Há de lembrar o amigo da odisséia

De alguns que vêm em grandes sofrimentos,

Porque, para ser filho de Medéia,

A vida tem início em desalentos.

Projetos há de lindas aventuras

Que alcançam logo simples sepulturas.



Diariamente, muitos natimortos

Vêm demonstrar que a vida é um perigo,

Mas, qual seria a causa dos abortos,

Fico a pensar, às vezes, cá comigo.

É como a tempestade junto aos portos,

Pois, no mar alto, é bem maior castigo.

Então, vou arriscar voltar de novo,

Mas confortado, se abalar o povo.



Ao ver, no mundo, tanta gente junta,

Os que não vingam querem simplesmente

Dar co’a resposta da maior pergunta,

Que é demonstrar que o encarne já não mente,

Porquanto o mal nem tisna nem besunta

A alma, quando ódio não mais sente,

Por compreender que o encarnar é lei,

Para quem quer mais ajudar a grei.



Assim, em tudo existe um tal concerto,

Já que tentar é válido na vida,

Mas, p’ra evitar sofrer tremendo aperto,

É bom vir co’a lição bem aprendida,

Pois não se aceita nesse galho enxerto,

Quando se tem a vida apetecida:

O bom soldado aprende, na batalha,

Que perde a vida, se o comando falha.



Eu vou chorar, caso meu filho aborte:

É um sentimento nobre, nesse caso.

É que se espera a vida e vem a morte,

Nas vagas penumbrosas de um acaso.

Mas quem mantém a fé preserva a sorte:

É como o oleiro diante doutro vaso.

Lição antiga dessas Escrituras,

Que vêem nos fados suas urdiduras.



Peço perdão, se estou triste e soturno.

É que investi na vida, sem sucesso.

Eu já falei do Sol, mesmo noturno,

A refletir na Lua, e meu regresso

Não tem brilho nenhum, já que me enfurno

Em vil lamentação, em que me impeço

De transmitir com força esta inquietude,

Que, flácida, me prende, como grude.



Mas dei o meu recado, pelo menos,

Que a tentativa é válida — já disse.

Se os resultados não são tão amenos,

Se tudo se repete na mesmice,

Estou a te esperar os bons acenos,

Porque ser campeão não é ser vice:

Se existe compreensão para os meus versos,

Será, talvez, por serem mui perversos.



É hora de rogar ao Pai a bênção,

Pois deu para o leitor espairecer.

As vibrações no etéreo se condensam,

Para que alguma rima dê prazer.

É hora em que os amigos já não pensam:

Apenas sentem forte o seu poder

De organizar a prece agradecida,

Tenha ou não sucesso a nova vida.



Senhor, fazei com que eu não tenha medo

De requerer de novo vir ao mundo.

Levai-me a perceber se é muito cedo,

Pois meu orgulho é tão voraz, profundo,

Que quero aqui cantar, com voz de aedo,

E só repito a rima em que me afundo.

Que a minha persistência vos agrade

E vos exalte o dom da caridade!



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