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Artigos-->BAGAÇO DE CANA E ENERGIA ELÉTRICA -- 14/02/2013 - 15:35 (edson pereira bueno leal) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


 



 



BAGAÇO DE CANA E ENERGIA ELÉTRICA



 



Edson Pereira Bueno Leal, fevereiro de 2013.



 



Cresceu no Brasil a geração de energia elétrica a partir do bagaço de cana, aproveitando a grande expansão da produção de álcool. O Oeste Paulista tem um potencial de 40.000 megawatts.



Produziram-se caldeiras de alta pressão, que custam mais de R$ 30 milhões, mas que são mais eficientes na queima do bagaço. Estão sendo desenvolvidas técnicas também para aproveitar a palha da cana que tem quantidade de energia igual ao do bagaço. Com isso, surge uma nova indústria que já responde por 3% da matriz energética do Brasil e que pode chegar a 15%%, o equivalente ao consumo de um país como a Holanda. (Estudo Exame Energia, 24.09.2008, p. 11).



Existe um custo para ligar as usinas à rede elétrica, mas os custos de transmissão são certamente menores do que os de usinas na Amazônia.



Segundo a Única – União da Indústria de Cana-de-Açúcar, as usinas devem produzir um excedente de 1.500 MW na safra 2008/2009, 50% maior ao gerado na safra 2007/2008 de 1.000 MW. Outros 3.000 MW a serem gerados deverão servir para consumo próprio das usinas. O total será produzido por 30 a 40 usinas no país, 70% delas em São Paulo, com previsão de faturamento de R$ 900 milhões. (F S P, 7.2.2008, p. B-9).



A previsão é de 3.300 MW na safra 2010/2011; 11.500 MW na safra 2015/2016 e 14.400 MW na safra 2020/2021. Com isso a participação do bagaço na matriz elétrica brasileira pode aumentar respectivamente para 6%, e 15%%. 



A Renuka é a maior geradora de energia elétrica obtida de biomassa no país.  Só na usina de Promissão são necessárias quase 2 milhões de toneladas de bagaço por ano para alimentar uma caldeira de alta pressão . A empresa fechou um contrato com a fabricante de papel International Paper, de US$ 250 milhões, para fornecer energia para suas fábricas nos próximos 12 anos. A Renuka é a única do país a ter uma caldeira com pressão de 90 bar, a mais alta em operação no setor em 2008. Quanto mais elevada à pressão, mais megawatts são obtidos. A imensa maioria das usinas trabalha com equipamentos antigos, de apenas 22 bar, e um terço do rendimento do modelo adotado pela empresa.



 



Com 18 usinas em operação e outras três em construção, a Cosan tem capacidade instalada de 120 megawatts, provenientes de apenas três unidades.



A Cosan em 2012 estará produzindo 1.300 megawatts de energia elétrica a partir do bagaço de cana e se tornará uma das dez maiores fornecedoras de energia do Brasil. (F S P, 24.06.2008, p. B-14).



A Cosan poderia colocar três vezes mais energia para ser leiloada, mas segundo Pedro Mizutani, vice-presidente do grupo “O preço inicial não é atraente para todas as usinas. Como os investimentos são altos e há multas a serem pagas em caso de não cumprimento da entrega, muita gente preferiu não se arriscar”. A Cosan estima que a venda de energia possa representar de 15% a 20% de seu faturamento total e vir a fazer parte de seu negócio principal.



Das 405 usinas brasileiras, apenas 48 vendem energia a distribuidoras e outras empresas. Elas fornecem o equivalente a apenas 3% da energia elétrica consumida no país. De acordo com a Única, a margem média de lucro obtida pelos usineiros com a geração de energia é de 15%%, enquanto açúcar e o álcool estão dando neste momento prejuízo à maioria das empresas em razão da queda nas cotações.



Se todas as usinas utilizassem caldeiras de alta pressão, com investimento de R$ 16 bilhões, seria possível alcançar uma capacidade de 14.800 megawatts.



A Brenco pretende investir R$ 2,3 bilhões em dez usinas de etanol, que terão potência instalada de 600 megawatts. Outra empresa financiada com capital estrangeiro, a Cerona, está construindo duas usinas em Mato Grosso do Sul que além do bagaço de cana, vão queimar eucalipto para gerar energia. (Exame, 16.07.2008, p. 44-46).



Uma das limitações à ampliação da geração de energia por bagaço é o alto custo das linhas de transmissão. Cada quilômetro de conexão custa R$ 480.000,00 e há usinas que estão a 100 quilômetros das linhas de transmissão.



As usinas de açúcar e álcool da região centro-sul fecharam em 14 de agosto de 2008 a venda de 548 MW médios de energia a serem oferecidos no mercado brasileiro em 2009 e 2010. É o maior volume de energia do bagaço de cana já negociado no país. Cada usina vendeu energia por 15 anos.



Considerado um marco para o setor de energia, o primeiro leilão de energia de biomassa para reserva, teve a participação de 44 usinas, mas apenas 31 unidades ofertaram a produção de energia. Segundo a CEE – Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, o valor médio por megawatt/hora foi de R$ 58,84, um deságio de 3,54% em relação ao preço inicial de R$ 61. Para efeito de comparação, a energia vendida pelo consórcio da usina de Jirau foi de R$ 71.40.



Esse é o valor da energia que o consumidor pagará na conta de luz como encargo. O usineiro receberá, além desse valor, um adicional que será obtido a partir da venda da energia no mercado á vista. A Câmara é que será a vendedora da energia produzida, e não o usineiro, que recebe por ofertar a energia ao sistema elétrico. Com isso, a estimativa da CEEE é que o valor final recebido pelos usineiros pode variar de R$ 148,69 (considerado o preço mais baixo negociado no leilão), a R$ 156,76 (valor mais alto que o usineiro receberá no primeiro leilão).



O governo esperava comprar 2.000 MW, mas apenas 548 MW foram contratadas. O preço oferecido foi de 157 reais o megawatt-hora, quando as usinas esperavam pelo menos 170 reais. ( Exame , 27.08.2008, p. 20 ) .



O leilão agregou ao sistema elétrico da região centro-sul, uma capacidade instalada de 2.379 MW, embora a energia assegurada tenha ficado em apenas 548 MW médios. Como se estima que metade da energia firme fosse vendida no leilão, a outra metade poderá ser negociada pelos usineiros no mercado livre, com a venda direto para as empresas consumidoras. A Brenco vendeu 108 MW do total. (F S P, 15.08.2008, p. B-17).



 



Segundo Maurício Tolmasquim, presidente da Empresa de Pesquisa Energética, o governo foi até o limite das negociações com os usineiros e não quer que a população pague pelos investimentos na melhoria das usinas. “Estamos levando redes de transmissão e estações coletoras até as usinas, criamos uma via rápida para licenças ambientais e possibilitamos o fornecimento escalonado. Porém se tivermos de pagar muito caro, as vantagens desse tipo de energia não compensarão.” Para ele, o governo espera um aumento gradativo na oferta” Como o contrato é de 15 anos, a venda de energia acaba sendo um hedge [proteção] contra as oscilações no preço internacional dos combustíveis.” (f s P, 12.08.2008, p. B-10).



A Rhodia Energy decidiu em dezembro de 2008, cancelar o investimento de US$ 125 milhões na produção de energia a partir do bagaço de cana em um projeto em Mato Grosso do Sul devido á crise econômica. (Veja, 24.12.2008, p.44).



Com a crise houve queda de mais de 50% na tarifa no mercado livre desde setembro de 2008. Os contratos de um ano que giravam em torno de R$ 190 o MWh, estavam sendo negociados em fevereiro de 2009 a R$ 90. Segundo Nivaldo castro, professor da UFRJ, “quem não participou do último leilão de biomassa está chorando de arrependimento”. Altamente dependentes de empréstimos para capital de giro e no meio de uma séria crise de liquidez, as usinas encontraram na geração de energia uma fonte de entrada de recursos líquida e certa. “São contratos de 15 anos, indexados, que estão sendo usados como garantia de empréstimo. Ninguém imaginava que a geração traria uma externalidade positiva tão importante”. (F S P, 16.02.2009, p. B-2).



A Cetrel anunciou em 14 de dezembro de 2009 parceria com a dinamarquesa Novozymes para produção de energia, a partir da cana-de-açúcar. A Novozymes é a maior fabricante de enzimas industriais do mundo. A intenção é usar a biotecnologia da empresa dinamarquesa para produzir biogás  que deverá gerar energia elétrica , com o uso do bagaço com 50% de melhor aproveitamento.( F S P , 15.12.2009 , p. B-2) .



Das 70 centrais eólicas contratadas nos leilões, 55 estão no Nordeste e só 12 projetos de biomassa foram selecionados. O preço médio da biomassa ficou em R$ 144,20 por MWH. A biomassa está ficando para trás. Das 434 usinas de cana instaladas no Brasil, apenas 100 exportam energia elétrica para o sistema. Os usineiros se recusam a reduzir as margens em biomassa. (F S P, 4.9.2010, p. B-6).



A indústria canavieira desperdiçou na safra de 2010, 32 milhões de toneladas de palhas, viável para uso na cogeração de energia elétrica. Em São Paulo, apenas 30% do bagaço virou energia elétrica e as sobras poderiam gerar mais 3,8 mil MW. (F S P, 29.04.2011, p. B-12).



O IPT testa produzir gás a partir da queima de bagaço, submetido à alta temperatura e baixo teor de oxigênio, para a produção de um óleo com alta capacidade energética que pode ser convertido em gás para alimentar uma turbina e gerar energia elétrica ou passar por um novo processo químico denominado catálise e transformado em etanol ou em outros produtos. (F S P, 4.10.2011, p. B-5).



Após forte crescimento entre 2006 e 2008, a venda de energia de biomassa despencou a partir de 2009. Em 2012, seria possível ofertar 5.000 MW médios com o bagaço de cana, segundo a EPE, mas apenas 26% do total (1300 MW médios), foram entregues ao sistema. A perda deve ser maior no futuro. Em 2021, o país terá potencial para gerar 10 mil MW médios com o bagaço de cana, mas serão vendidos só 2.000 MW, ou 20% do total.



Considerando também a palha de cana como biomassa, o potencial de geração sobe para 15 mil MW médios, segundo a Única e o aproveitamento cai para 13%.



Os desembolsos do BNDES para projetos de cogeração caíram 18% em 2012, em relação a 2011, quando já haviam caído 41%. O preço “pouco atrativo” nos leilões, “esfriou” o interesse dos empresários.



No leilão de dezembro de 2012, o último realizado, 10 dos 12 projetos contratados eram de energia eólica, que ofereceram preço médio de R$ 87,94 por Mwh, imbatível para a biomassa. No último leilão em que a biomassa foi vencedora, em 2011, o valor médio foi de R$ 103, o Mwh. (F S P, 26.01.2013, p. B-4).



 



TURBINA FLEX



 



A norte-americana General Eletric e a Petrobrás lançaram em 19 de janeiro de 2010, em Juiz de Fora, a primeira turbina do mundo movida a etanol para a produção de energia elétrica em escala comercial. Resultado de três anos de pesquisa conjunta da GE e Petrobrás, a turbina, modelo GE LM6000-PC Flex Fuel – tem capacidade para gerar 43,5 megawatts que pode funcionar a gás e com etanol. Turbinas do mesmo modelo a diesel, também poderão ser adaptadas para etanol. (F S P, 19.01.2010, p. B-7).



 



  


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