Era um botão de rosa
Desabrochou
Virou rosa.
Tinha cor vermelho sangue
E o frescor da primavera,
Seu orvalho sedutor
E seu néctar adocicado
Maravilhava as manhãs.
Embevecia os colibris
Suas pétalas aveludadas
Um encanto a mais
Entre tantos encantos.
Pingava sensualidade
Seu despertar matinal
Tinha uma beleza rara
Ofuscando qualquer visão,
Aos olhares de cobiça.
Seu aroma sedutor
Exalado com paixão
Era fragrância exuberante
Que tonteava as pessoas
Numa magia de sonhos.
Ao fim de uma certa tarde
A rosa perdeu a cor
Suas pétalas e sua beleza
Perdeu o poder de encanto,
E sua fragrância poderosa
Não despertava mais amor.
Só restaram seus espinhos
Secos e pontiagudos
Numa ingratidão da beleza
Afastando qualquer ternura.
E aquela rosa tão bela
Que foi rainha e mulher
Ninguém mais se lembra dela.