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Ensaios-->UMA VIDA BEM VIVIDA -- 14/02/2009 - 17:10 (Mário Ribeiro Martins) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
UMA ENTREVISTA A COELHO VAZ.

MÁRIO RIBEIRO MARTINS*

Entrevista a Geraldo Coelho Vaz para o Suplemento Literário – DIÁRIO DA MANHÃ. Matéria publicada em Goiânia, dia 09.02.2009.



1. Você nasceu na Bahia, de família humilde. Como foi sua trajetória para chegar a pastor da Igreja Batista?


Realmente nasci em Ipupiara, Bahia, no dia 07.08.1943. Trabalhava na roça capinando e fazendo cerca. Por volta de 1957, chegou à cidade, a missionária batista leta Zênia Birzniek que me estimulou a estudar. Sustentado por ela, terminei o ginásio em Bom Jesus da Lapa, na Bahia, depois de ter começado no Ginásio Bom Jesus, do saudoso Antonio Barbosa, concluindo o curso no Ginásio São Vicente de Paulo, dirigido pela Irmã Eunice Castelo Branco Bessa, tendo como secretário Zanoni Benedito Cardoso.
Em 1963, com 20 anos, segui para o Colégio Americano Batista Gilreath, do Recife, onde concluí o curso Clássico, sob a direção do Pastor Dr. José Florêncio Rodrigues, ao lado de nomes ilustres como Marcus Accioly, hoje autor de GURIATÃ (Melhoramentos, São Paulo, 1987).
Em 1966, com 23 anos, matriculei-me no Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil, na Rua Padre Inglês, 243, Boa Vista, depois de ter feito exame psicotécnico com o Dr. José Novaes Paternostro, de São Paulo, tendo concluído o curso de Bacharel em Teologia, sob a direção do Pastor Dr. David Mein e dois anos depois, o curso de Mestre em Teologia, sob a direção do Pastor Dr. Zaqueu Moreira de Oliveira.
Em 1968, com 25 anos, fui consagrado Ministro Evangélico, tornando-me Pastor da Igreja Batista de Tegipió, bairro do Recife e Professor do Seminário do Norte, na Rua Padre Inglês, 243, bem como da Universidade Federal Rural de Pernambuco, em Dois Irmãos.
Conclui também o curso de Filosofia Pura, na Universidade Católica de Pernambuco e de Sociologia, na Universidade Federal de Pernambuco, na cidade universitária do Engenho do Meio.
Em 1970, com 27 anos, casei-me em Salvador, na Bahia, no dia 19 de janeiro, com Elenaide Batista dos Santos, com quem tive duas filhas, NIVEA ZENIA DOS SANTOS MARTINS, nascida no Recife, em 04.10.1971 e NIVEA KEILA DOS SANTOS MARTINS, nascida em Anápolis, Goiás, em 13.03.1977. Desfeito este casamento em 1982, Elenaide casou-se com João Martinez e Eu(Mario) casei-me com a então cartorária Amália de Alarcão, em 1989, filha de Cecino de Alarcão e irmã de Cirinéia, Raul, Sebastião, Ana e Carmen.
Em 1973, estudei na Espanha, na Universidade Autônoma de Madrid e no Instituto de Cultura Hispânica, tendo recebido o meu diploma assinado por Alfonso de Borbon e entregue por Juan Carlos de Borbon, hoje REI DA ESPANHA.
Em 1974, retornei ao Recife e fui eleito Presidente da Ordem dos Ministros Batistas de Pernambuco.


2. O que o atraiu para transferir residência para o Estado de Goiás?

Em 1975, com 32 anos, transferi residência para o Estado de Goiás. É que minha esposa(Elenaide dos Santos Martins), sendo filha do Pastor Isaias Batista dos Santos e este, Presidente da Associação Educativa de Anápolis, ambos me estimularam a ficar mais perto da família. Vim como Co-Pastor da Primeira Igreja Batista de Anápolis e Professor das Faculdades de Filosofia e Direito de Anápolis, esta dirigida pelo Dr. Olimpio Ferreira Sobrinho, sob a direção geral do Rev. Nicomedes Augusto da Silva.
Em 1978, com 35 anos, fiz concurso de provas e títulos para o Ministério Público de Goiás, tornando-me Promotor de Justiça da Comarca de Abadiânia, depois Corumbá de Goiás e finalmente, Anápolis, de onde saí promovido a Procurador de Justiça, no dia 07.08.1997, ultimo degrau da carreira ministerial.
No dia 24.04.1998, foi publicada a minha aposentadoria, no DIARIO OFICIAL, com 55 anos.


3. Você tem pesquisado muito sobre a historiografia goiana. Qual foi o Dicionário Bibliográfico que lhe rendeu maior trabalho e por que razão?

Na verdade, os dois grandes Dicionários que publiquei- o DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO DE GOIAS, com 1230 páginas e o DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO DO TOCANTINS, com 924 páginas- me deram muito trabalho.
A razão é que eram dicionários pioneiros. Não queria publicar os verbetes incompletos ou seja, sem a cidade de nascimento das pessoas e seu dia, mês e ano de nascimento. É que há determinados autores que publicam o seu livro, trazendo exclusivamente o titulo do livro e seu nome pessoal. Nada mais. Não se sabe onde nasceu, quando nasceu, etc.
É por isso que critico o Currículo Lattes, do CNPq. Nele você encontra tudo. Menos a cidade de nascimento e a data completa de nascimento.
Mas, já havia, na época, livros que foram decisivos na pesquisa. VULTOS CATALANOS, de Coelho Vaz, de 1969. RETRATO DA ACADEMIA GOIANA DE LETRAS, de Humberto Crispim Borges, de 1977. FAMILIAS PIRENOPOLINAS, de Jarbas Jayme, de 1973. PRESIDENTES E GOVERNADORES DE GOIAS, de Joaquim Carvalho Ferreira, de 1980. COLHEITA-A VOZ DOS INÉDITOS, de Gabriel Nascente, de 1979. LETRAS CATALANAS, de Cornélio Ramos, de 1972. LUGARES E PESSOAS, do Padre Trindade, de 1948. ANTOLOGIA GOIANA, de Veiga Neto, de 1944. A POESIA EM GOIÁS, de Gilberto Mendonça Teles, de 1964 e muitos outros que a exigüidade de espaço não permite mencionar.


4. Qual o motivo de sua transferência para a capital do Tocantins?

Em virtude do casamento com a Juíza de Direito Amália de Alarcão, em 26.12.1989, que tinha sido aprovada em concurso para a Magistratura Tocantinense, transferi residência para Palmas, no Tocantins, em 1999.
Este casamento, no entanto, depois de alguns anos, terminou com o divórcio. A Dra. Amália passou a residir em Paraíso do Tocantins, casando-se com o Mauronei Bordinasi, também conhecido como “Paraná”.
Eu continuei residindo em Palmas, dedicando-me a fazer palestras sobre literatura goiana e tocantinense, alem da publicação de dicionários biobibliográficos e outros livros.


5. Faça uma crítica dos seus próprios livros.

Com a publicação dos dois grandes dicionários- de Goiás e Tocantins- terminei por me enveredar pelo caminho dos dicionários. Assim é que publiquei o mais importante deles que é o DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO DE MEMBROS DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS(Goiânia, Kelps, 2007, 1032 páginas). DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO DE MEMBROS DA ACADEMIA EVANGELICA DE LETRAS DO BRASIL(Goiânia, Kelps, 2007, 392 páginas). DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO DE MEMBROS DA ACADEMIA GOIANA DE LETRAS(Goiânia, Kelps, 2007, 540 páginas). DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO DE MEMBROS DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DE GOIÁS(Goiânia, Kelps, 2007, 718 páginas). DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO DE MEMBROS DA ACADEMIA FEMININA DE LETRAS E ARTES DE GOIÁS(Goiânia, Kelps, 2008, 368 páginas). DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO DE MEMBROS DA ACADEMIA GOIANIENSE DE LETRAS(Goiânia, Kelps, 2008, 540 páginas). Outros livros poderiam ser mencionados, como RETRATO DA ACADEMIA TOCANTINENSE DE LETRAS(Goiânia, Kelps, 2005), CORONELISMO NO ANTIGO FUNDÃO DE BROTAS(Goiânia, Kelps, 2004), GILBERTO FREYRE-O EX-PROTESTANTE(São Paulo, Imprensa Metodista, 1973), MISSIONÁRIOS AMERICANOS E ALGUMAS FIGURAS DO BRASIL EVANGELICO(Goiânia, Kelps, 2007), A CONSCIÊNCIA DA LIBERDADE E OUTROS TEMAS(Goiânia, Kelps, 2008), MANIFESTO CONTRA O ÓBVIO E OUTROS ASSUNTOS(Goiânia, Kelps, 2009).




*Mário Ribeiro Martins
é escritor e Procurador de Justiça.
(mariormartins@hotmail.com)
Site: www.mariomartins.com.br
HomePage:www.genetic.com.br/~mario
Fones:(063)32154496Celular:(063) 9977 93 11.
Caixa Postal, 90, Palmas,Tocantins,77001-970.



UMA FILOSOFIA BRASILEIRA



Mário Ribeiro Martins*



A existência de uma Historia da Filosofia Brasileira é a demonstração de que existe o pensamento filosófico nacional. O que não há é uma filosofia inteiramente original, pois as concepções filosóficas encontradas no Brasil constituíam apenas imitação das correntes filosóficas, especialmente européias.
Para justificar a frivolidade do brasileiro no domínio filosófico, Tobias Barreto(1839-1889) chegou a dizer: “O Brasil não tem cabeça filosófica”. A expressão é injusta porque “para a elaboração de grandes construções filosóficas, originais e fecundas, é indispensável o concurso do tempo”, como disse Farias Brito.
De fato, não é apenas o problema tempo, mesmo porque há nações antigas cujo pensamento filosófico é tão frívolo, tão acanhado e tão infecundo, como o pensamento filosófico nacional.
No caso brasileiro, as seguintes causas tem contribuído para a fragilidade das especulações filosóficas:
1) O estado de formação da cultura.
2) O descuido para com o estudo da Filosofia.
3) O descaso para com o ensino da Filosofia.
4) O autodidatismo dos que cuidam da Filosofia.
5) Desinteresse do publico pelos problemas especulativos.
6) Criação recente das Faculdades de Filosofia.
7) Raríssimos cursos de Filosofia Pura.

A evolução do pensamento filosófico brasileiro apresenta as seguintes fases:

A-FASE DOS PRECURSORES. O desenvolvimento cientifico europeu e as idéias que se transportaram do Velho para o Novo Mundo, especialmente da França, Inglaterra e Alemanha para o Brasil produziram os mais autênticos precursores da Filosofia nacional que podem ser assim analisados:

I- ESPIRITUALISTAS ECLÉTICOS. São seus representantes: Frei Francisco de MONT-ALVERNE(1784-1858). Autor do livro COMPÊNDIO DE FILOSOFIA, publicado após a sua morte. Eduardo FERREIRA FRANÇA(1809-1857). Escreveu INVESTIGAÇÕES DE PSICOLOGIA. Manuel Maria de MORAIS E VALE(1824-1886). Escreveu a obra COMPÊNDIO DE FILOSOFIA.
II- ESPIRITUALISTAS ONTOLOGISTAS E IDEALISTAS. Representam esta corrente: Domingos José GONÇALVES DE MAGALHÃES(1811-1882). Escreveu, entre outras obras, COMENTÁRIOS E PENSAMENTOS. Patrício MUNIZ(1820-1871). Escreveu TEORIA DA AFIRMAÇÃO PURA. Gregório LIPPARONI escreveu uma obra com titulo quilométrico- A FILOSOFIA CONFORME A MENTE DE SÃO TOMÁS DE AQUINO, EXPOSTA POR ANTONIO ROSMINI EM HARMONIA COM A CIÊNCIA E A RELIGIÃO.
III- ESCOLÁSTICOS. São seus representantes: José Afonso de MORAIS TORRES(1805-1865). Escreveu COMPÊNDIO DE FILOSOFIA RACIONAL. José SORIANO DE SOUZA(1833-1895). Escreveu LIÇÕES DE FILOSOFIA ELEMENTAR. Vicente CÂNDIDO DE SABÓIA(1835-1909). Escreveu A VIDA PSIQUICA DO HOMEM. Outros Escolásticos: Sentroul que escreveu TRATADO DE LÓGICA. Francisco M. Terlizzi que produziu BREVE CURSO DE FILOSOFIA. Cardeal Arcoverde que escreveu SINOPSE DE LÓGICA.
IV- POSITIVISTAS ORTODOXOS. Estão vinculados a esta corrente: BENJAMIM CONSTANT(1837-1891). Embora não tenha escrito nenhuma obra filosófica, fundou, no Rio de Janeiro, a SOCIEDADE POSITIVISTA. MIGUEL LEMOS(1854-1916). Escreveu PEQUENOS ENSAIOS POSITIVISTAS. R. Teixeira MENDES(1855-1927). Escreveu A UNIVERSIDADE. Sua vocação filosófica e suas idéias contribuíram para a Proclamação da Republica, precisamente por seu cunho social e político.
V- POSITIVISTAS DISSIDENTES. O mais importante representante é Luiz FERREIRA BARRETO(1840-1923). Escreveu SOLUÇÕES POSITIVISTAS DA POLITICA BRASILEIRA.
VI- MATERIALISTAS. Representam esta corrente: Domingos GUEDES CABRAL(1852-1883). Escreveu FUNÇÕES DO CÉREBRO. Foi a tese de doutoramento do autor, rejeitada pela Faculdade da Bahia e que fora publicada pelos colegas como Desagravo ao Autor. José de ARAUJO RIBEIRO(1800-1879). Escreveu O FIM DA CRIAÇÃO OU A NATUREZA INTERPRETADA PELO SENSO COMUM. Vicente de Souza(1878-1920). Escreveu CURSO DE LÓGICA.
VII- EVOLUCIONISTAS. São seus representantes: TOBIAS BARRETO(1839-1889). Escreveu ENSAIOS E ESTUDOS DE FILOSOFIA. Publicou um jornal em Alemão, o DEUTSCHER KAEMPFER, em Escada, Pernambuco, cujo único leitor era ele mesmo. SILVIO ROMERO(1851-1914). Escreveu ENSAIO DE FILOSOFIA DO DIREITO.


B-FASE CONSTRUTIVA. São poucos os nomes vinculados a esta fase da Filosofia no Brasil, destacando-se, no entanto, FARIAS BRITO(1862-1917). É considerado o primeiro e autentico filósofo do Brasil. Sua obra compreende duas partes: a) FINALIDADE DO MUNDO. b) ENSAIOS SOBRE A FILOSOFIA DO ESPIRITO. À primeira parte, pertencem as seguintes obras: 1)A FILOSOFIA COMO ATIVIDADE PERMANENTE DO ESPIRITO HUMANO. 2) A FILOSOFIA MODERNA. 3) EVOLUÇÃO E RELATIVIDADE. À segunda parte, pertencem as seguintes obras: 1) A VERDADE COMO REGRA DAS AÇÕES. 2) A BASE FISICA DO ESPIRITO. 3) O MUNDO INTERIOR.
Raimundo de FARIAS BRITO (São Benedito, Ceará, 1862) foi aluno de Tobias Barreto e embora tivesse sido Promotor Público e Professor, a sua paixão suprema foi a Filosofia.
Esta fase é chamada construtiva porque nela, de fato, foi construída a Filosofia Brasileira. Daí dizer Miguel Reale: “O que assegura a Farias Brito uma posição deveras singular na história do pensamento filosófico brasileiro é a sua perseverante preocupação de tratar os temas filosóficos como tais, sem os dissolver em considerações de ordem sociológica ou histórica”.
Farias Brito não foi um improvisador de Filosofia como, infelizmente, quase todos os demais pensadores brasileiros. Ele foi, na verdade, o primeiro filosofo nacional, não somente porque tinha um conhecimento amplo e profundo da literatura filosófica moderna, mas também porque se dedicou exclusivamente à filosofia, alem de ser filosófica a sua obra fundamental e ter se projetado no ambiente intelectual brasileiro e sul-americano, como Filósofo.
É o único nome vinculado à fase construtiva da filosofia brasileira, porque a ele se deve o estudo da filosofia em alto nível e como também o desenvolvimento orgânico e sistemático de uma doutrina pela primeira vez. Sobre o pensamento filosófico de Farias Brito, disse F. E. Tejada, conforme citação de Luis Castagnola: “A sua obra filosófica é robusta e profunda, densa e nobre, com vislumbres de grandezas desconhecidas no orbe americano, documentada e continua, o MONUMENTO MAIS ALTO da Filosofia no Brasil”.
Na evolução do pensamento filosófico nacional, Farias Brito se destaca como um dos raros pensadores puros e por isso é ele a estrela solitária da fase construtiva da Filosofia no Brasil.
Foi ele o responsável pelo inicio da Filosofia de Reação Espiritualista contra o Materialismo Positivista, o Evolucionismo de Spencer e o Monismo de Haeckel, inclusive provocando entre seus discípulos, o aparecimento da Filosofia Espiritualista e cujos representantes máximos foram católicos praticantes, entre os quais, JACKSON DE FIGUEIREDO, LEONEL FRANCA, TASSO DA SILVEIRA, TRISTÃO DE ATAÍDE, DURVAL DE MORAIS, entre outros.
De Farias Brito, disse Nestor Vitor, o maior critico do simbolismo: “Foi o nosso maior filosofo, o mais genuíno e o primeiro que o Brasil realmente teve”.

C-FASE MODERNA. Esta fase da filosofia brasileira apresenta tendências diversas que refletem ainda, as correntes filosóficas dominantes na Europa. Compreende, de modo geral, os pensadores influenciados por Farias Brito ou imediatamente após a sua existência como filósofo.
É a fase da filosofia racional ou neotomista com nova roupagem e com extraordinária influência na cultura e na filosofia do Brasil, embora outras correntes filosóficas tenham também permanecido nesse período, com novas energias e representantes de extraordinário valor, que podem ser assim analisados:

I- FILOSOFIA RACIONAL. Também chamada de Filosofia
Neotomista. São seus representantes: JACKSON DE FIGUEIREDO(1891-1928). Escreveu, entre outras obras, A QUESTÃO SOCIAL NA FILOSOFIA DE FARIAS BRITO. ALCEU AMOROSO LIMA(1893-1983)(TRISTÃO DE ATAIDE). Escreveu, entre outras, O EXISTENCIALISMO E OUTROS MITOS DO NOSSO TEMPO. MAURILIO TEIXEIRA LEITE PENIDO(1895- ). Escreveu O METODO INTUITIVO DE BERGSON. ARTHUR VERSIANI VELOSO(1906- ). Publicou A FILOSOFIA E SEU ESTUDO. JOÃO CAMILO DE OLIVEIRA TORRES(1915). Escreveu A LIBERTAÇÃO DO LIBERALISMO. ORLANDO OLIVEIRA VILELA. Publicou INICIAÇÃO FILOSOFICA. LEONEL FRANCA(1893-1948). É o nome mais expressivo da Filosofia Racional ou Neotomista. A ele coube o mérito da decisiva vitória da Filosofia Tomista no Brasil. Fundou a Universidade Católica do Rio de Janeiro e se tornou o maior crítico da Filosofia Brasileira. Sua obra mais divulgada é NOÇÕES DE HISTORIA DA FILOSOFIA. Vinculados à Filosofia Racional, devem ser lembrados: Theobaldo Miranda Santos, Cândido Padin, José Castro Nery, entre outros.

II- OUTRAS CORRENTES FILOSOFICAS. Na fase moderna,
alem da poderosa força da filosofia neotomista, inclusive com
o maior numero de representantes, alguns nomes e correntes
filosóficas se destacaram completamente distanciados da
filosofia racional. São seus representantes: IVAN
LINS(1904-1975). Sua obra prima é HISTORIA DO
POSITIVISMO NO BRASIL. HERMES LIMA(1902-1978).
Escreveu o livro TOBIAS BARRETO. FRANCISCO
PONTES DE MIRANDA(1892-1979). Escreveu, entre
outras, O PROBLEMA FUNDAMENTAL DO
CONHECIMENTO. CAIO PRADO JUNIOR(1907- 1990).
Publicou DIALETICA DO CONHECIMENTO. EURIALO
CANABRAVA(1903- ). Escreveu ELEMENTOS DE
METODOLOGIA FILOSOFICA. LUIS WASHINGTON
VITA(1921- ). Escreveu COMPÊNDIO DE FILOSOFIA.
MIGUEL REALE(1910-). Publicou, entre outras,
FILOSOFIA EM SÃO PAULO e FILOSOFIA DO DIREITO.
Fundou o Instituto Brasileiro de Filosofia.

D- FASE ATUAL. Embora não seja fácil delimitar, cronologicamente, os diversos momentos da Filosofia Brasileira, a chamada fase atual do pensamento filosófico nacional se inicia a partir de 1950, ano que marca uma nova pagina na história da Filosofia no Brasil.
Em março daquele ano(1950), sob os auspícios do Instituto Brasileiro de Filosofia, realizou-se na cidade de São Paulo, o Primeiro Congresso Nacional de Filosofia, reunindo os mais conceituados nomes da Filosofia Brasileira.
Outros congressos se realizaram até que, em agosto de 1954, aconteceu também em São Paulo, o PRIMEIRO CONGRESSO INTERNACIONAL DE FILOSOFIA, cujos ANAIS representam o mais importante documentário de FILOSOFIA NO BRASIL.
Em novembro de 1962, o quarto Congresso Nacional de Filosofia foi realizado em Fortaleza, comemorando o CENTENÁRIO DE FARIAS BRITO. (Relembre-se que Raimundo Farias Brito nasceu em São Benedito, no Ceará, em 1862).
O INSTITUTO BRASILEIRO DE FILOSOFIA, por outro lado, conseguiu congregar os representantes das mais diversas correntes filosóficas.
Nesta fase atual da Filosofia Brasileira não se destacam correntes propriamente ditas, mas nomes de pensadores vinculados a diferentes tendências:
JOSÉ SALGADO MARTINS, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e autor de PREPARAÇÃO À FILOSOFIA.
ANTONIO XAVIER TELES, do Colégio Pedro II, do Rio de Janeiro, e autor de INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE FILOSOFIA.
DINO F. FONTANA, da Sociedade de Estudos Filológicos de São Paulo e autor de HISTORIA DA FILOSOFIA, PSICOLOGIA E LÓGICA.
LUIS CASTAGNOLA, da Universidade Federal do Paraná e autor de HISTORIA DA FILOSOFIA, juntamente com o italiano Umberto Padovani.
EDUARDO PRADO DE MENDONÇA, da Universidade Federal do Rio de Janeiro e autor de O MUNDO PRECISA DE FILOSOFIA.
LIVIO TEIXEIRA, da Universidade de São Paulo e autor de ENSAIO SOBRE A MORAL DE DESCARTES.
LUIS PINTO FERREIRA(ex-professor deste autor), da Universidade Federal de Pernambuco e autor de NOTAS CRITICAS SOBRE A FILOSOFIA MARXISTA-livro traduzido para o alemão e para o russo.
LAERTE RAMOS DE CARVALHO, da Universidade de São Paulo e autor de A FORMAÇÃO FILOSOFICA DE FARIAS BRITO.
PAULO DOURADO GUSMÃO, do Instituto Brasileiro de Filosofia e autor de FILOSOFIA ATUAL DA HISTÓRIA.
EMMANUEL CARNEIRO LEÃO, da Universidade Federal do Rio de Janeiro e autor de APRENDENDO A PENSAR.
ROQUE LAUSCHNER, da Universidade do Vale do Rio dos Sinos e autor de LOGICA FORMAL.
JOSÉ ANTONIO TOBIAS, da Universidade de São Paulo e autor de INICIAÇÃO À FILOSOFIA.
FRANCISCO LEME LOPES, da Universidade Católica do Rio de Janeiro e autor de INTRODUÇÃO À FILOSOFIA.
HENRIQUE VAZ, do Instituto Brasileiro de Filosofia e autor de O PENSAMENTO FILOSOFICO NO BRASIL DE HOJE.
Muitíssimos outros nomes vinculados à fase atual da Filosofia Brasileira poderiam ser mencionados, não fosse a exigüidade de espaço e não fugisse ao propósito que é apenas de dar uma visão panorâmica da Filosofia no Brasil. Há excelentes autores voltados para a filosofia, como João Álvaro Ruiz, Imideo Giuseppe Nerici, Alexandre Cabalero, Gerd A. Bornheim, A. L. Cervo, P. A. Bervian e outros.( FILOSOFIA DA CIÊNCIA, Goiânia, Editora Oriente, 1979, página 167).

OBSERVAÇÃO: Note-se que este texto foi escrito em 1979, portanto, há mais de 30 anos e não foi feita nenhuma atualização.

*Mário Ribeiro Martins
é escritor e Procurador de Justiça.
(mariormartins@hotmail.com)
Site: www.mariomartins.com.br
HomePage:www.genetic.com.br/~mario
Fones:(063)32154496Celular:(063) 9977 93 11.
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UMA SOCIOLOGIA BRASILEIRA



Mario Ribeiro Martins*


Os estudos sociológicos realizados no Brasil tem sido essencialmente teóricos. A grande preocupação durante muito tempo foi com o apuro doutrinário e a beleza literária da composição, especialmente, a partir do grande movimento critico do Recife que tomou a si a responsabilidade de discutir os temas básicos do saber e da cultura humana.

A-FASE DOS PRECURSORES. Novos rumos se abriram à cultura brasileira, em virtude das novas condições sociais surgidas na época. Isto permitiu o vagaroso esclarecimento da classe média e a ilustração da pequena burguesia.
Para o aparecimento desta nova mentalidade exerceu influencia o desenvolvimento cientifico europeu e as idéias que se transportaram do Velho para o Novo Mundo, especialmente da França, Inglaterra e Alemanha para o Brasil. Os mais autênticos precursores da Sociologia Brasileira podem ser assim analisados:

1-TOBIAS BARRETO(1839-1889). Filosofo, poeta, jurisconsulto e critico literário, o ilustre sergipano, de RIO REAL(Campos), teve uma atuação fecunda e duradoura para a formação da Sociologia Nacional. Foi famosa sua polemica com Silvio Romero a propósito da existência cientifica da Sociologia.
Publicou um jornal em Alemão “DEUTSCHER KAEMPFER”(LUTADOR ALEMÃO), em Escada, Pernambuco, cujo único leitor era ele mesmo, porque ninguém sabia alemão. Tornou-se professor da Faculdade de Direito do Recife.
Foi eleito professor honorário da Universidade de Heidelberg e do Instituto Livre de Frankfurt, na Alemanha. Discutiu a validade da Sociologia, mas no fundo o que rejeitava era a Filosofia Social Teológica, muito em voga na atmosfera intelectual da época.
Sobre ele, escreveu Mario Martins, no site www.mariomartins.com.br:

TOBIAS BARRETO(Tobias Barreto de Meneses), de Campos(Rio Real), Sergipe, 07.06.1839, escreveu, entre outros, FUNDAMENTO DO DIREITO DE PUNIR(1879), DIAS E NOITES(Poesia-Postuma-1925), POLEMICAS(Postuma-1926), FILOSOFIA E CRITICA(Postuma-1927), sem dados biográficos completos e sem qualquer outra informação ao alcance da pesquisa, via textos editados.
Filho de Pedro Barreto de Meneses e mãe não referida em sua biografia. Após os estudos primários em sua terra natal, com o professor Manuel Joaquim de Oliveira Campos, deslocou-se para outros centros, onde também estudou.
Fez os estudos primários e secundários em Estância, Sergipe, com o padre Pitangueira. Estudou latim com o padre Domingos Quirino de Sousa. Fundou em Lagarto, Sergipe, uma escola primaria. Em 1858, com 19 anos de idade, mediante concurso, passou a ensinar Latim, em Itabaiana, Sergipe.
Em 1861 seguiu para Salvador, na Bahia, com a intenção de freqüentar um seminário, mas, sem vocação firme, desistiu de imediato. Em 1862, com 23 anos, foi para o Recife, em Pernambuco, onde continuou dando aulas particulares. Em 1864, matriculou-se na Faculdade de Direito do Recife, Bacharelando-se em Ciências Jurídicas e Sociais, em 1869, com 30 anos de idade.
Em 1867, fez concurso para a vaga de Filosofia no Ginásio Pernambucano, mas não foi nomeado, por ser mestiço. Abriu um Colégio(que não deu certo), onde lecionava Latim, Francês, Retórica, Filosofia e Matemática. Formado em Direito, foi para Escada, em Pernambuco, onde ficou até 1879, exercendo a advocacia e o jornalismo.
Publicava na cidade de Escada, um jornal em alemão DEUTSCHER KAEMPFER(Lutador Alemão), enviado para o exterior, mas cujo único leitor na cidade, era ele mesmo.
Casou-se com a filha de um coronel do interior, proprietário de engenhos no município de Escada. Eleito Deputado para a Assembléia Provincial, em 1879, não conseguiu progredir na política local. Depois de dez anos em Escada, voltou definitivamente para o Recife.
Em 1882, com 43 anos de idade, fez concurso publico e se tornou Professor da Faculdade de Direito do Recife, alem de Chefe da famosa ESCOLA DO RECIFE. Tentou uma viagem à Europa para restabelecer-se fisicamente. Faltavam-lhe os recursos financeiros para isso. Em Recife abriram-se subscrições para ajudá-lo a custear-lhe as despesas.
Em 1889 estava praticamente desesperado. Uma semana antes de morrer enviou uma carta a Sílvio Romero solicitando, angustiosamente, que lhe enviasse o dinheiro das contribuições que haviam sido feitas até 19.06.1889.
Oito dias depois, em 27.06.1889, com 50 anos, faleceu, hospedado na casa de um amigo.
A obra de Tobias é de significativo valor, levando em conta que o professor sergipano não chegou a conhecer a capital do Império, o Rio de Janeiro. Foi eleito Professor Honorário da Universidade de Heidelberg e do Instituto Livre de Frankfurt, na Alemanha.
Faleceu em Recife, Pernambuco, em 27.06.1889, com 50 anos de idade.
É o patrono da Cadeira 38, da Academia Brasileira de Letras. Sua Cadeira 38, na Academia Brasileira de Letras tem como Patrono(ele mesmo, Tobias Barreto), Fundador Graça Aranha, sendo também ocupada por Santos Dumont, Celso Vieira, Mauricio de Medeiros, José Américo de Almeida e José Sarney.


2- SILVIO ROMERO. É considerado por muitos como o fundador da Sociologia Brasileira. Seu pensamento social se baseia, especialmente, na doutrina de Durkheim, Le Play, Spencer e Marx.
Para Gilberto Freyre, “Silvio Romero andou tão próximo das concepções atuais da Sociologia Cientifica que não hesitamos um instante em reconhecer nele um precursor brasileiro, embora vago e nada coerente, da concepção de Sociologia aqui esboçada, no sergipano que escrevia em 1895, referindo-se aos então triunfais Lombroso, Ferri, Von Ihering, Post e outros”.
Formado no Recife, lecionou no Colégio Pedro II e na Faculdade de Direito do Rio de Janeiro. Adotou o critério do evolucionismo, como arma poderosa de compreensão do mundo, acentuando a marcha das idéias e do pensamento ao longo da historia.
Sobre ele, escreveu Mario Martins, em seu site www.mariomartins.com.br:

SÍLVIO ROMERO(Silvio Vasconcelos da Silveira Ramos Romero), de Lagarto, Sergipe, 21.04.1851, escreveu, entre outros, ETNOLOGIA SELVAGEM(1875), CANTOS DO FIM DO SECULO(Poesia-1878), A FILOSOFIA NO BRASIL(Ensaio-1878), A LITERATURA BRASILEIRA E A CRITICA MODERNA(1880), O NATURALISMO EM LITERATURA(Ensaio-1882), ESTUDOS DE LITERATURA CONTEMPORANEA(Ensaio-1885), MINHAS CONTRADIÇÕES (Ensaio-1914), sem dados biográficos completos nos livros e sem qualquer outra informação ao alcance da pesquisa, via textos editados.
Filho de André Ramos Romero e Maria Joaquina Vasconcelos da Silveira. Após os estudos primários em sua terra natal, na Escola Mista do Professor Badu, deslocou-se para outros centros, onde também estudou.
Em 1863, com 12 anos de idade, partiu para o Rio de Janeiro, a fim de fazer os preparatórios no Ateneu Fluminense.
Em 1868, com 17 anos, regressou ao Norte e depois de passar por Lagarto, em Sergipe, matriculou-se na Faculdade de Direito do Recife, em Pernambuco.
Formou-se, ao lado de Tobias Barreto (que cursava o 4º. ano quando Sílvio se matriculou no primeiro) e junto com outros moços de então, a Escola do Recife, em que se buscava uma renovação da mentalidade brasileira.
Sílvio Romero foi, no início, positivista. Distinguiu-se, porém, dos que formavam o grupo do Rio, onde Miguel Lemos levava o COMTISMO para o terreno religioso.
Espírito mais crítico, Sílvio Romero se afastaria das idéias de Comte para se aproximar da filosofia evolucionista de Herbert Spencer, na busca de métodos objetivos de análise crítica e apreciação do texto literário.
Estava no 2º. ano de Direito quando começou a sua atuação jornalística na imprensa pernambucana, publicando a monografia 'A POESIA CONTEMPORÂNEA E A SUA INTUIÇÃO NATURALISTA'.
Desde então, manteve a colaboração, ora como ensaísta e crítico, ora como poeta, nas folhas recifenses, entre elas A CRENÇA, que ele próprio dirigia juntamente com Celso de Magalhães.
Colaborou também no jornal AMERICANO, O CORREIO DE PERNAMBUCANO, O DIÁRIO DE PERNAMBUCO, O MOVIMENTO, O JORNAL DO RECIFE, A REPÚBLICA E O LIBERAL.
Assim que se formou em Direito, em 1873, com 22 anos, foi para Sergipe e passou a exercer a PROMOTORIA PUBLICA, em Estância(naquela época os promotores não faziam concurso publico e eram nomeados a bel prazer dos governantes, que também os tirava quando queriam).
Atraído pela política, elegeu-se deputado à Assembléia provincial de Sergipe, com 23 anos, em 1874, mas renunciou, logo depois, à cadeira.
Regressou a Recife para tentar fazer-se professor de Filosofia no Colégio das Artes. Realizou-se o concurso no ano seguinte e foi classificado em primeiro lugar, mas a Congregação resolveu anular o concurso.
A seguir, defendeu tese para conquistar o grau de doutor. Nesse concurso Sílvio Romero se ergueu contra a Congregação da Faculdade de Direito do Recife, afirmando que “a metafísica estava morta” e discutindo, com grande vantagem, com professores como Tavares Belfort e Coelho Rodrigues.
Abandonou a sala da Faculdade. Foi então submetido a processo pela Congregação, atraindo para si a atenção dos intelectuais da época.
Em fins de 1875, com 24 anos, transferiu-se para o Rio de Janeiro. Foi para Parati, no Estado do Rio, como Juiz Municipal, e ali demorou-se dois anos e meio.
Em 1878, publicou o livro de versos CANTOS DO FIM DO SÉCULO, mal recebido pela crítica da corte. Depois de publicar ÚLTIMOS HARPEJOS, em 1883, abandonou as tentativas poéticas.
Já fixado no Rio de Janeiro, começou a colaborar no jornal O REPÓRTER, de Lopes Trovão. Ali publicou a sua famosa série de perfis políticos.
Em 1880, com 29 anos, prestou concurso para a cadeira de Filosofia no Colégio Pedro II, conseguindo-a com a tese 'INTERPRETAÇÃO FILOSÓFICA DOS FATOS HISTÓRICOS'. Jubilou-se como professor do Internato em 2.06.1910, com 59 anos de idade. Fez parte também do corpo docente da Faculdade Livre de Direito e da Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais do Rio de Janeiro.
No governo de Campos Sales, foi Deputado Provincial e depois foi Deputado Federal pelo Estado de Sergipe. Nesse último mandato, foi escolhido relator da Comissão dos 21 do Código Civil e defendeu, então, muitas de suas idéias filosóficas.
Na imprensa do Rio de Janeiro Sílvio Romero tornou-se literariamente poderoso. Admirador incondicional de Tobias Barreto, nunca deixou de colocá-lo acima de Castro Alves, além disso, manteve, durante algum tempo, uma certa má vontade para com a obra de Machado de Assis.
Sua crítica injusta motivou Lafayette Rodrigues Pereira a escrever a defesa de Machado de Assis, sob o título VINDICIAE.
Como polemista deve-se mencionar ainda a sua permanente luta com José Veríssimo, de quem o separavam fortes divergências de doutrina, método, temperamento, e com quem discutiu violentamente. Nesse âmbito, reuniu as suas polêmicas na obra ZEVERISSIMAÇÕES INEPTAS DA CRÍTICA (1909).
Foi um pesquisador bibliográfico sério e minucioso. Preocupou-se, sobretudo, com o levantamento sociológico em torno de autor e obra. Sua força estava nas idéias de âmbito geral e no profundo sentido de brasilidade que imprimia em tudo que escrevia.
A sua contribuição à historiografia literária brasileira é uma das mais importantes de seu tempo.
Membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, sócio correspondente da Academia das Ciências de Lisboa e de diversas outras associações literárias.
Outros trabalhos: Cantos do fim do século, poesia (1878); A filosofia no Brasil, ensaio (1878); Interpretação filosófica dos fatos históricos, tese (1880); Introdução à história da literatura brasileira (1882); O naturalismo em literatura (1882); Últimos Harpejos, poesia (1883); Estudos de literatura contemporânea (1885).
Contos populares do Brasil (1885); Estudos sobre a poesia popular do Brasil (1888); Etnografia brasileira (1888); História da literatura brasileira, 2 vols. (1888; 2ª. ed. 1902; 3ª. ed. 1943, organização e prefácio de Nélson Romero, 5 vols.); A filosofia e o ensino secundário (1889).
A história do Brasil ensinada pela biografia de seus heróis, didática (1890); Parlamentarismo e presidencialismo na República Cartas ao conselheiro Rui Barbosa (1893); Ensaios de Filosofia do Direito (1895); Machado de Assis (1897); Novos estudos de literatura contemporânea (1898); Ensaios de sociologia e literatura (1901); Martins Pena (1901); Parnaso sergipano, 2 vols.: 1500-1900 e 1899-1904 (1904); Evolução do lirismo brasileiro (1905).
Evolução da literatura brasileira (1905); Compêndio de história da literatura brasileira, em colaboração com João Ribeiro (1906); Discurso recebendo Euclides da Cunha na ABL (1907); Zeverissimações ineptas da crítica (1909); Da crítica e sua exata definição (1909); Provocações e debates (1910); Quadro sintético da evolução dos gêneros na literatura brasileira (1911).
Minhas contradições, com prefácio de Almáquio Dinis (1914); Trechos escolhidos, seleção e prefácio de Nelson Romero (Nossos clássicos, 25; 1959); Sílvio Romero: teoria, crítica e história literária, com introdução de Antônio Cândido (1978). Silvio Romero - hermeneuta do Brasil, de Alberto Luís Schneider, Editora Annablume, São Paulo, 2006.
Crítico, ensaísta, folclorista, polemista, professor e historiador da literatura brasileira.
Faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 18.07.1914, com 63 anos de idade.
Convidado a comparecer à sessão de instalação da Academia Brasileira de Letras, em 28.01.1897, fundou a Cadeira 17, escolhendo como patrono Hipólito da Costa. Recebeu o Acadêmico Euclides da Cunha.
Sua Cadeira 17 na Academia Brasileira de Letras tem como Patrono Hipólito da Costa, Fundador(ele mesmo, Silvio Romero), sendo também ocupada por Osório Duque-Estrada, Roquette Pinto, Álvaro Lins, Antonio Houaiss e Afonso Arinos de Melo Franco Filho.


3- JOAQUIM PIMENTA. Nascido em Tauá, Ceará, 1886, tornou-se professor da Faculdade de Direito do Recife e, posteriormente, da Faculdade Nacional de Direito, da Universidade do Brasil, no Rio de Janeiro.
Seguidor de Tobias Barreto e Silvio Romero, deu um colorido socializante às idéias dos mestres sergipanos. Joaquim Pimenta escreveu SOCIOLOGIA E DIREITO.


B- FASE CONSTRUTIVA. O desenvolvimento econômico e industrial começou a alcançar o Brasil logo após a Primeira Guerra Mundial. Este fato exerceu influencia sobre as condições do meio social que se tornaram mais propicias para o avanço dos estudos sociais.
Acontecimento importante que marcou a fase construtiva é a introdução do ensino de Sociologia no Brasil, o que acontece em 1925, quando é criada a PRIMEIRA CADEIRA DE SOCIOLOGIA no país, tendo como professor Carlos Delgado de Carvalho, no Colégio Pedro II, do Rio de Janeiro.
Em 1928, por inspiração de Gilberto Freyre e Carneiro Leão, foi criada a SEGUNDA CADEIRA DE SOCIOLOGIA no país na Escola Normal do Recife.
Ainda em 1928, foi criada uma outra cadeira de Sociologia na Escola Normal do Rio de Janeiro, por iniciativa de Fernando de Azevedo.
No entanto, a primeira cadeira de Sociologia, no Ensino Superior, só foi introduzida em São Paulo, em 1933, na ESCOLA LIVRE DE SOCIOLOGIA E POLITICA.
A partir daí, o ensino da Sociologia foi divulgado em todo o país, inclusive com a colaboração de sociólogos estrangeiros que por aqui estiveram, destacando-se, Gurvitch, Samuel Lowrie, Donald Pierson, Horace Davis, Radcliff-Brown, Roger Bastide, Charles Mozaré, Levi-Strauss, Herbert Baldus, entre outros que ou aqui se radicaram ou estiveram como professores visitantes. Alguns nomes nacionais estão vinculados à fase construtiva:

1-PONTES DE MIRANDA(Francisco Cavalcante). Sofreu influencia da Escola do Recife e publicou, em 1926, uma INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA GERAL, em que se inclina para a Escola Sociológica Francesa e relativismo de Einstein.
Embora Pontes de Miranda tenha se dedicado, posteriormente, só à ciência do Direito, sua contribuição para a formação da Sociologia Brasileira foi marcante, porquanto fez brilhantes pesquisas no campo da Espaciologia Social, antecedendo, inclusive, às indagações de Sorokin, cujo livro sobre o assunto- MOBILIDADE SOCIAL- só foi publicado muito posteriormente.
Sua análise da Geometria Social comparada com os conceitos emitidos pelo estudioso Von Wiese é de uma superioridade incrível.
Sobre ele, escreveu Mario Martins, em seu site www.mariomartins.com.br

PONTES DE MIRANDA(Francisco Cavalcanti Pontes de Miranda), de Maceió, Alagoas, 23.04.1892, escreveu, entre outros, A MORAL DO FUTURO(Ensaio-1913), A SABEDORIA DOS INSTINTOS(Ensaio-1921), POÈMES et CHANSONS(Poesia-1969), sem dados biográficos completos nos livros e sem qualquer outra informação ao alcance da pesquisa, via textos editados.
Filho de Joaquim Pontes de Miranda e mãe não referida em sua biografia. Após os estudos primários em sua terra natal, deslocou-se para outros centros, onde também estudou.
Em 1911, com 19 anos de idade, Bacharelou-se em Ciências Jurídicas e Sociais, pela Faculdade de Direito do Recife, em Pernambuco. Quando tinha 21 anos, em 1913, publicou o ensaio filosófico A MORAL DO FUTURO, prefaciado por José Veríssimo.
Formado em Direito, mudou-se para o Rio de Janeiro. Advogado militante, exerceu o cargo de Desembargador do Tribunal de Justiça do Distrito Federal(Rio de Janeiro) até 1939.
Em 1940, com 48 anos de idade, foi transferido para a carreira diplomática, na qualidade de Embaixador na Colômbia. Foi professor da Universidade Nacional, da Universidade do Recife e de outras.
Conferencista, no Brasil e no estrangeiro. Membro de várias instituições sociais, culturais e de classe. Desempenhou numerosas missões diplomáticas.
Sua grande obra abrange os campos da Sociologia, da Filosofia, da Matemática e, acima de tudo, do Direito. Com o livro A SABEDORIA DOS INSTINTOS, recebeu em 1921, o prêmio da Academia Brasileira de Letras. Em 1925, a Academia voltou a premiá-lo com a sua láurea de erudição, pelo livro INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA GERAL.
Sua obra mais importante é o célebre TRATADO DE DIREITO PRIVADO, em 60 volumes, concluído em 1970.
Outros trabalhos: A moral do futuro, ensaio (1913); A sabedoria dos instintos, ensaio (1921); Obras literárias: prosa e poesia (1960); Poèmes et Chansons, poesia (1969); Sistema de ciência positiva do Direito, 4 vols. (1922); Introdução à política científica (1924); Introdução à sociologia geral (1925); Os novos direitos do homem (s.d.); Comentários à Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil, 2 vols. (1934); Comentários à Constituição de 10 de novembro de 1937, 3 vols; Comentários à Constituição de 1946, 6 vols.; Comentários à Constituição de 1967, 6 vols.; Comentários ao Código de Processo Civil, 16 vols.; Tratado das ações, 7 vols.; Dez anos de pareceres, 10 vols. (1975-77); Tratado de Direito Privado, 60 vols. (1970-73).
Advogado, jurista, professor, diplomata e ensaísta.
Faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 22.12.1979, com 87 anos de idade.
Sexto ocupante da Cadeira 7, eleito em 8.03.1979, na sucessão de Hermes Lima e recebido pelo Acadêmico Miguel Reale em 15.05.1979. Sua Cadeira 7, na Academia Brasileira de Letras tem como Patrono Castro Alves, Fundador Valentim Magalhães, sendo também ocupada por Euclides da Cunha, Afrânio Peixoto, Afonso Pena Junior, Hermes Lima, Pontes de Miranda, Dinah Silveira de Queiroz, Sergio Correa da Costa e Nelson Pereira dos Santos.
Pouco analisado na ENCICLOPÉDIA DE LITERATURA BRASILEIRA, de Afrânio Coutinho e J. Galante, edição do MEC, 1990, com revisão de Graça Coutinho e Rita Moutinho, em 2001.
Apesar de sua importância e de ter sido Embaixador do Brasil, na Colômbia(1940), não é estudado no DICIONÁRIO HISTÓRICO-BIOGRÁFICO BRASILEIRO(2001, 5 volumes, 6.211 páginas), da Fundação Getúlio Vargas.


2. OLIVEIRA VIANA(Francisco José). Interessou-se pela Sociologia Aplicada. Escreveu várias obras eruditas, como: POPULAÇÕES MERIDIONAIS DO BRASIL, RAÇA E ASSIMILAÇÃO, EVOLUÇÃO DO POVO BRASILEIRO.
Sua metodologia e análise são cientificas e objetivas, combatendo sempre o evolucionismo linear de Spencer, muito em voga na sua época, para dar ênfase a uma evolução oriunda de varias causas. Não era partidário da igualdade das raças e por isso foi acusado de defender uma teoria racista da historia.
Tanto ao redor de Oliveira Viana quanto de Pontes de Miranda, com suas idéias renovadoras, formou-se um núcleo de estudiosos, destacando-se Djacir Menezes, Mario Lins, José Virgilio Rocha, Hirosê Pimpão, Ari de Sá Cavalcanti e muitos outros. Oliveira Viana tornou-se pioneiro no campo dos estudos sociais, relacionados, principalmente, com a Historia do Brasil.
Sobre ele, escreveu Mario Martins, no seu site www.mariomartins.com.br

OLIVEIRA VIANA(Francisco José de Oliveira Viana), de Rio Seco de Saquarema, Estado do Rio, 20.06.1883, escreveu, entre outros, POPULAÇÕES MERIDIONAIS DO BRASIL(Ensaio-1920), PEQUENOS ESTUDOS DE PSICOLOGIA SOCIAL(1921), O IDEALISMO NA EVOLUÇÃO POLITICA DO IMPERIO(1923), O IDEALISMO DA CONSTITUIÇÃO(1924), PROBLEMAS DE POLITICA OBJETIVA(Ensaio-1930), INSTITUIÇÕES POLITICAS BRASILEIRAS (Ensaio-1949), sem dados biográficos completos nos livros e sem qualquer outra informação ao alcance da pesquisa, via textos editados.
Filho de Francisco José de Oliveira Viana e Balbina Rosa de Azeredo Viana. Após os estudos primários em sua terra natal, deslocou-se para outros centros, onde também estudou.
Cursou o colégio Carlos Alberto, em Niterói e o Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, em 1900, com 17 anos. Bacharelou-se pela Faculdade de Direito de Niterói, em 1906, com 23 anos de idade. Exerceu a advocacia durante muito tempo, bem como o jornalismo.
Em 1916, com 33 anos, tornou-se Professor de Direito Penal da Faculdade de Direito de Niterói. Foi diretor do Instituto do Fomento do Estado do Rio de Janeiro, em 1926, com 43 anos. Membro do Conselho Consultivo do Estado. Consultor jurídico do Ministério do Trabalho.
Membro da Comissão incumbida de elaborar o ante-projeto da Constituição (Comissão do Itamaraty) em 1932. Membro da Comissão Revisora das Leis do Ministério da Justiça e Negócios Interiores.
A partir de 1940, com 57 anos de idade, tornou-se Ministro do Tribunal de Contas da União. Residiu sempre em Niterói e nunca se casou.
Seu primeiro livro POPULAÇÕES MERIDIONAIS DO BRASIL, publicado em 1920, quando tinha 37 anos, causou grande impacto pela nova visão de encarar os problemas sociológicos do país.
Publicou também PEQUENOS ESTUDOS DE PSICOLOGIA SOCIAL (1921) e EVOLUÇÃO DO POVO BRASILEIRO (1923). Uma de suas obras, RAÇA E ASSIMILAÇÃO (1932), representava uma visão tradicional dos problemas da raça, e deu margem a grandes polêmicas.
Oliveira Viana reformulou em trabalhos posteriores esta visão e o livro não foi mais reeditado. Dois outros livros de Oliveira Viana vieram provar, em segundas edições, o prestígio do mestre: O OCASO DO IMPÉRIO (1925) e O IDEALISMO NA CONSTITUIÇÃO (1927).
Consultor Jurídico do Ministério do Trabalho, foi responsável pela elaboração da nova legislação do trabalho. PROBLEMAS DE DIREITO CORPORATIVO (1938) é a defesa do projeto de organização da Justiça do Trabalho, que mereceu da Câmara dos Deputados vigorosa crítica do deputado Waldemar Ferreira.
Oliveira Viana saiu em defesa do projeto e no livro mostra as características dessa nova concepção de direito. PROBLEMAS DE DIREITO SINDICAL (1943) é também a defesa da nova organização sindical do país.
Depois do ingresso na Academia publicou mais três livros fundamentais, entre os quais INSTITUIÇÕES POLÍTICAS BRASILEIRAS, em dois volumes, obra considerada, até hoje, um dos trabalhos mais sérios, no Brasil, no campo desses estudos.
Deixou outros livros publicados postumamente. Membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e dos seus congêneres do Pará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Ceará.
Membro da Academia Fluminense de Letras, da Société des Américanistes, de Paris, do Instituto Internacional de Antropologia. Membro da Academia de História de Portugal, da Academia Dominicana de História e da Sociedade de Antropologia e Etnologia do Porto.
Outros trabalhos: Populações meridionais do Brasil (1920); Pequenos estudos de psicologia social (1921); O idealismo na evolução política do Império e da República (1922); Evolução do povo brasileiro (1923); O ocaso do Império (1925); O idealismo na Constituição (1927); Problemas de política objetiva (1930); Raça e assimilação (1932); Formation ethnique du Brésil coloniel (1932); Problemas do Direito corporativo (1938); As novas diretrizes da política social (1939); Problemas de Direito Sindical (1943); Instituições políticas brasileiras, 2 vols. (1949); Direito do Trabalho e Democracia Social (1951); Problemas de organização e Problemas de Direção (1952).
Obras póstumas: Introdução à história social da economia pré-capitalista no Brasil (1958); História Social da Economia Capitalista no Brasil - 2 volumes (1988); Ensaios Inéditos (1991). Sociólogo e jurista.
Faleceu em Niterói, RJ, em 28.03.1951, com 68 anos de idade.
Segundo ocupante da Cadeira 8, eleito em 27.05.1937, na sucessão de Alberto de Oliveira e recebido pelo Acadêmico Afonso Taunay em 20.07.1940. Sua Cadeira 8, na Academia Brasileira de Letras tem como Patrono Cláudio Manoel da Costa, Fundador Alberto de Oliveira, sendo também ocupada por Oliveira Viana, Austregésilo de Athayde, Antonio Calado e Antonio Olinto.
Não é referido no DICIONARIO BIOBIBLIOGRAFICO DE ESCRITORES CARIOCAS(1965), de J. S. Ribeiro Filho.
Pouco analisado na ENCICLOPÉDIA DE LITERATURA BRASILEIRA, de Afrânio Coutinho e J. Galante, edição do MEC, 1990, com revisão de Graça Coutinho e Rita Moutinho, em 2001.
Com sua importância, é grandemente estudado no DICIONÁRIO HISTÓRICO-BIOGRÁFICO BRASILEIRO(2001, 5 volumes, 6.211 páginas), da Fundação Getúlio Vargas.


C- FASE MODERNA. Embora só recentemente as ciências sociais tenham sido cultivadas nas letras pátrias, já em 1917, Gilberto Freyre deixou o Recife para estudar Ciências Sociais nos Estados Unidos e mais precisamente na Universidade de Baylor, conforme suas próprias informações: “Com esse sonho Tolstoianamente evangélico é que pensei nos Estados Unidos para onde segui e integrei-me na mesma Universidade para estudar Ciências Sociais e Literatura”(Mario Ribeiro Martins, GILBERTO FREYRE- O EX-PROTESTANTE, São Paulo, Imprensa Metodista, 1973, p. 59).
Profundas transformações sociais marcaram o mundo, com repercussões extraordinariamente grandes no Brasil, quando os estudos sociais passaram a provocar vivamente as novas inteligências.
Vários focos de irradiação do saber sociológico se formaram no território nacional, especialmente, em Pernambuco, São Paulo e Rio de Janeiro.
No Recife, foi criado o Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais, sob a orientação de Gilberto Freyre. Em São Paulo, foi fundada a Sociedade Brasileira de Sociologia, sob a orientação de Fernando de Azevedo.
A fase moderna da Sociologia Brasileira é caracterizada por varias tendências que, embora de difícil agrupamento, podem ser assim destacadas:

1. A SOCIOLOGIA TEÓRICA. É uma orientação cientifica e objetiva que une a especulação teórica à atividade pratica da reforma social. Inclina-se para uma interpretação sistemática e histórica dos fenômenos sociais. No Brasil, dois nomes, especialmente, estão vinculados à teoricidade sociológica.

1.1.DJACIR MENEZES(D. Lima M). Abordou com amplitude de conhecimentos os mais diversos temas e escreveu varias obras, destacando-se PRINCIPIOS DE SOCIOLOGIA. Escreveu artigos e livros em Alemão e como sociólogo cearense(Maranguape, 1907) que era, deixou O OUTRO NORDESTE, onde mostra excelentes qualidades de pesquisador social. Foi Reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

1.2. MARIO LINS. Membro da Academia Americana de Ciências Políticas e Sociais de Filadélfia, escreveu vários livros de caráter sociológico, destacando-se THE FUTURE OF SOCIOLOGY AS A SCIENCE. Preocupou-se também com a Sociologia Jurídica e escreveu outros livros publicados nos Estados Unidos, México, Argentina e Bolívia, entre os quais, A TRANSFORMAÇÃO DA LÓGICA CONCEITUAL DA SOCIOLOGIA.

2. A SOCIOLOGIA TEÓRICA ESPIRITUALISTA. No Brasil, dois nomes estão vinculados a essa tendência espiritual, opondo-se à inclinação neo-positivista que é a característica básica e geral da Sociologia Brasileira.

2. 1. TRISTÃO DE ATAÍDE(Alceu Amoroso Lima). De Petrópolis, 1893, Rio de Janeiro, 1983. Deu muita ênfase à Sociologia Cristã, preocupando-se com a existência de Deus, imortalidade, encarnação, etc. Entre suas obras, destacam-se PREPARAÇÃO À SOCIOLOGIA e O PROBLEMA DA BURGUESIA. Conforme ele, a sociologia é uma ciência espiritual e espiritualista e tem base finalista e integral.
Sobre ele, escreveu Mario Martins em seu site www.mariomartins.com.br

ALCEU AMOROSO LIMA(Tristão de Ataíde), de Petrópolis, Estado do Rio, 11.12.1893, escreveu, entre outros, REDENÇÃO(Poesia-1918), AFONSO ARINOS(Biografia-1922), ESTUDOS(1927), O ESPIRITO E O MUNDO(1936), CONTRIBUIÇÃO À HISTORIA DO MODERNISMO(1939), TRÊS ENSAIOS SOBRE MACHADO DE ASSIS(1941), ESTETICA LITERARIA(1945), INTRODUÇÃO À LITERATURA BRASILEIRA(1956), AS REPERCUSSÕES DO CATOLICISMO(1932), PREPARAÇÃO À SOCIOLOGIA(1931), MEMORIAS IMPROVISADAS(1973), sem dados biográficos completos nos livros e sem qualquer outra informação ao alcance da pesquisa, via textos editados.
Filho de Manuel José Amoroso Lima e de Camila da Silva Amoroso Lima. Após os estudos primários em sua terra natal, com o Professor João Kopke, da Escola Nova ou Neutralidade, deslocou-se para outros centros, onde também estudou. Cursou o secundário no Colégio Dom Pedro II que então se chamava GINASIO NACIONAL, formando-se em 1908, com 15 anos de idade.
Em 1913, com 20 anos, Bacharelou-se em Ciências Jurídicas e Sociais, na Faculdade de Direito do Rio de Janeiro. Logo em seguida, viajou para Paris na França e estudou na Sorbonne e College de France.
De volta ao Brasil, trabalhou como Advogado no escritório de Souza Bandeira.
Em 1918, assumiu a Direção Jurídica da Fabrica de Tecidos Cometa, de propriedade de seu pai.
Em 1919, passou a escrever sob o pseudônimo de TRISTÃO DE ATAIDE, com a coluna BIBLIOGRAFIA no novo órgão da imprensa chamado O JORNAL, de Renato Lopes. Converteu-se ao Catolicismo em 1928, fazendo sua confissão diante do Padre Leonel Franca, depois de ter se correspondido com Jackson de Figueiredo que fundara o CENTRO DOM VITAL.
Em 1932, com 39 anos, tornou-se Professor de Sociologia e Doutrina Social da Igreja, no Instituto Católico de Estudos Superiores, ligado ao Centro Dom Vital.
Ainda em 1932, foi reprovado no concurso para a Cadeira de Economia Política e Introdução ao Direito, na Faculdade de Direito do Rio de Janeiro, onde tinha se formado.
Fez campanha contra Anísio Teixeira que terminou demitido da Secretaria de Educação do Distrito Federal(Rio de Janeiro), em dezembro de 1935.
Em 1937, tornou-se Reitor da Universidade do Distrito Federal. Em 1938, passou a lecionar Sociologia, na Faculdade de Serviço Social. Em 1941, sem concurso, foi nomeado Catedrático de Literatura Brasileira, da recém-criada Faculdade Nacional de Filosofia, da Universidade do Brasil, bem como Professor de Literatura Brasileira da recém-criada Universidade Católica do Rio de Janeiro.
Em 1944, fundou, junto com outros, a Editora Agir, tornando-se seu Diretor. Por ela, publicou quase todos os seus livros. Em 1945, deixou a Presidência da Associação Católica Brasileira(ACB) por ter brigado com o novo Cardeal-Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Jaime de Barros Câmara.
Em 1947, chamado por Orlando Dantas, passou a trabalhar no jornal DIARIO DE NOTICIAS, com a coluna LETRAS UNIVERSAIS, que era transcrita para os jornais FOLHA DA MANHÃ(São Paulo), O DIARIO(Belo Horizonte), A TRIBUNA(Recife), CORREIO DO POVO(Porto Alegre), DIARIO ILUSTRADO(Lisboa).
Em 1949, foi para Paris, lecionando na Sorbonne sobre A CIVILIZAÇÃO BRASILEIRA. Em 1950, foi para os Estados Unidos, tornando-se Diretor do Departamento de Cultura da União Pan-Americana.
Em 1953, retornou ao Brasil, como jornalista do DIARIO DE NOTICIAS, professor e Diretor do Centro Dom Vital.
Em 1958, foi para a Universidade de Nova Iorque lecionar CIVILIZAÇÃO BRASILEIRA. Em 1959, através de Odilo Costa Filho, tornou-se colaborador do JORNAL DO BRASIL e da FOLHA DE SÃO PAULO.
Em 1966, foi nomeado pelo Papa Paulo VI, membro da Comissão de Justiça e Paz, com sede em Roma e tornou-se membro da Academia de Ciências Morais e Políticas, de Paris. Em 1969, com 76 anos, deixou o Conselho Federal de Educação e o Cargo de Diretor da Editora Agir que exercia há 26 anos.
Outros trabalhos: Redenção, 1918; Afonso Arinos, 1922; em Estudos reuniu, em cinco séries, trabalhos datados do período 1927-1933; O espírito e o mundo, 1936; Contribuição à história do modernismo, 1939; Três ensaios sobre Machado de Assis, 1941; Poesia brasileira contemporânea, 1941; Estética literária, 1945; O crítico literário, 1945; Primeiros estudos, 1948.
Introdução à literatura brasileira, 1956; Quadro sintético da literatura brasileira, 1956; Olavo Bilac (antologia),1957; Estudos literários, org.Afrânio Coutinho,1966; Teoria, crítica e história, org. G.M. Teles, 1980; Meio século de presença literária, 1969.
Religião: Tentativa de itinerário, 1929; Adeus à disponibilidade, 1929; De Pio II a Pio XI, 1929; Freud, 1929; As repercussões do catolicismo, 1932; Contra-revolução espiritual, 1933; Pela ação católica, 1935; Elementos de ação católica,1938-1947; Dois grandes bispos, 1943-1944; A igreja e o Novo Mundo, 1943; Mensagem de Roma, 1950;
Meditação sobre o mundo interior, 1954; A vida sobrenatural e mundo moderno, 1956; São Francisco de Assis, 1983; Tudo é mistério, 1983.
Problemas sociais: Preparação à sociologia, 1931; Problema da burguesia, 1932; Pela reforma social, 1933; Da tribuna e da imprensa, 1935; No limiar da idade nova,1935; Meditação sobre o mundo moderno, 1942; Mitos de nosso tempo, 1943; O existencialismo, 1951; O problema do trabalho,1946.
Direito e política: Introdução à economia moderna, 1930; Introdução ao direito moderno, 1933; Política, 1932; Indicações Políticas, 1936.
Pedagogia, psicologia, memórias: Debates pedagógicos, 1931; Idade, sexo e tempo, 1938; Humanismo pedagógico, 1944; Voz de Minas, 1945; Manhãs de São Lourenço, 1950; Europa de hoje, 1951; A realidade americana, 1954; Revolução, reação ou reforma,1964; Memórias improvisadas, 1973; Diálogos, org. Dantas Mota, 1983; Memorando dos 90, org. F. Assis Barbosa, 1984; Vários prefácios e colaboração em diversos periódicos.
Sua ultima entrevista foi concedida à FOLHA DE SÃO PAULO, em maio de 1982.
Foi casado com Maria Teresa Faria, com quem teve sete filhos. Faleceu em Petrópolis, Rio de Janeiro, a 14.08.1983, com 90 anos de idade.
Quarto ocupante da Cadeira 40, eleito em 29.08.1935, na sucessão de Miguel Couto e recebido em 14.12.1935, pelo Acadêmico Fernando Magalhães. Recebeu os Acadêmicos Afonso Pena Júnior, Viana Moog, Gilberto Amado, Augusto Meyer, Dom Marcos Barbosa e José Américo de Almeida.
Sua Cadeira 40, na Academia Brasileira de Letras tem como Patrono Visconde do Rio Branco, Fundador Eduardo Prado, sendo também ocupada por Afonso Arinos, Miguel Couto, Alceu Amoroso Lima e Evaristo de Moraes Filho.
Muito bem analisado na ENCICLOPÉDIA DE LITERATURA BRASILEIRA, de Afrânio Coutinho e J. Galante, edição do MEC, 1990, com revisão de Graça Coutinho e Rita Moutinho, em 2001.
Muito bem referido no DICIONARIO BIOBIBLIOGRAFICO DE ESCRITORES CARIOCAS(1965), de J. S. Ribeiro Filho.
Não é estudado na antologia A POESIA FLUMINENSE NO SÉCULO XX(1998), de Assis Brasil.
Com sua importância, é grandemente estudado no DICIONÁRIO HISTÓRICO-BIOGRÁFICO BRASILEIRO(2001, 5 volumes, 6.211 páginas), da Fundação Getúlio Vargas.


2.2. BRUEZZI DA SILVA. Sacerdote. Neo-tomista. Professor das Faculdades de São Bento. Escreveu INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA, em que divulga com maestria o pensamento sociológico de Durkheim. Opõe-se à expressão Sociologia Católica por entender a distinção entre Ciência Sociológica e Apologética.

3. SOCIOLOGIA APLICADA. Aproveitando as bases da Sociologia Teórica, vários sociólogos nacionais se dedicaram à sociologia aplicada, não porque tenham fugido da pesquisa teórica, mas em virtude de sua própria personalidade. Entre os nomes vinculados à construção da Sociologia Aplicada, destacam-se:

3.1. DELGADO DE CARVALHO(Carlos Miguel). Brasileiro, nascido em Paris, em 1884 e falecido no Rio, em 1980. Professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Escreveu SOCIOLOGIA APLICADA e HISTORIA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO, bem como GEOGRAFIA DO BRASIL. Dividiu a Sociologia Moderna, em Sociologia Geral, Especial e Aplicada. Esta, por sua vez, tendo como finalidade, o estudo dos processos sociais e a correção dos desajustamentos, tais como, guerra, miséria, pauperismo e crime.

3.2. EMILIO WILLEMS. Profundo conhecedor da colonização germânica, escreveu ASSIMILAÇÃO E POPULAÇÕES MARGINAIS DO BRASIL, onde elucida alguns pontos em favor da Sociologia Aplicada. Publicou, juntamente com Herbert Baldus, o DICIONARIO DE ETNOLOGIA E SOCIOLOGIA que constitui uma coletânea técnica dos principais temas relativos às duas áreas do saber humano.

3.3.CARNEIRO LEÃO(Múcio). Do Recife, 1898, Rio de Janeiro, 1969. Entre suas obras, destacam-se: FUNDAMENTOS DA SOCIOLOGIA e SOCIEDADE RURAL. Aquela, muito bem recebida por sociólogos estrangeiros. Esta, o elevou à honrosa posição e critico da Revista Norte-Americana RURAL SOCIOLOGY, órgão oficial da Rural Society. Vinculado ao Nordeste do Brasil, realizou sérios estudos sobre aquela área do pais e seus problemas.
Sobre ele, escreveu Mario Martins em seu site www.mariomartins.com.br

MÚCIO LEÃO(Mucio Carneiro Leão), de Recife, Pernambuco, 17.02.1898, escreveu, entre outros, ENSAIOS CONTEMPORÂNEOS(1923), TESOURO RECÔNDITO(Poesia-1926), A PROMESSA INUTIL E OUTROS CONTOS(1928), NO FIM DO CAMINHO(Romance-1930), OS PAISES INEXISTENTES(Poesia-1941), EMOÇÃO E HARMONIA(Ensaio-1952), OBRAS DE JOÃO RIBEIRO(Ensaio-1959), sem dados biográficos completos nos livros e sem qualquer outra informação ao alcance da pesquisa, via textos editados.
Filho de Laurindo Leão e Maria Felicíssima Carneiro Leão. Após os estudos primários em sua terra natal, deslocou-se para outros centros, onde também estudou.
Fez os estudos secundários em Recife, no Instituto Ginasial Pernambucano, de Cândido Duarte. Em 1919, com 21 anos de idade, Bacharelou-se em Ciências Jurídicas e Sociais, na Faculdade de Direito do Recife, tendo sido aluno de seu pai que era Professor de Filosofia do Direito.
Em 1920, transferiu-se para o Rio de Janeiro, tornando-se redator do CORREIO DA MANHÃ. Neste jornal, publicou seus primeiros artigos de apreciações críticas. Em 1923 deixou o CORREIO DA MANHÃ, transferindo-se para o JORNAL DO BRASIL. Na coluna de crítica do CORREIO DA MANHÃ foi substituído por Humberto de Campos a quem ele, por sua vez, haveria de substituir em 1931.
Em 1934, com 36 anos, por morte de João Ribeiro, substituiu-o na coluna de crítica do JORNAL DO BRASIL. Em 1941 fundou, com Cassiano Ricardo e Ribeiro Couto, o matutino A MANHÃ, onde criou o suplemento literário AUTORES E LIVROS, que dirigiu desde então, e que se transformou numa vasta história da literatura brasileira (11 volumes de 1941 a 1950).
Exerceu os seguintes cargos públicos ou comissões: Oficial de gabinete do Ministro da Fazenda (1925). Fiscal geral das Loterias (1926). Agente fiscal do Imposto de Consumo (1926). Presidente da Comissão do Teatro do Ministério da Educação (1939). Professor do curso de Jornalismo da Faculdade de Filosofia da Universidade do Brasil.
Na Academia Brasileira de Letras, foi segundo-secretário (1936). Primeiro- secretário (1937, 1938). Secretário-geral (1942, 1943, 1946 e 1948) e presidente (1944). Organizou inúmeras publicações, notadamente a obra crítica de João Ribeiro.
Em 1960, proferiu uma série de três conferências no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, sob o título O PENSAMENTO DE JOÃO RIBEIRO.
Outros trabalhos: Ensaios contemporâneos, crítica (1923); Tesouro recôndito, poesias (1926); A promessa inútil e outros contos (1928); No fim do caminho, romance (1930); Prêmio de pureza, contos (1931); Castigada, romance (1934); Meio século de literatura, ensaio (publicado na Revista da Academia Brasileira de Letras, vol. 61, 1941); Os países inexistentes, poesias (1941); Poesias (1949); Emoção e harmonia, ensaios (1952).
O romance de Machado de Assis, conferência, publicada no vol. Curso de romance, editado pela Academia (1952): Salvador de Mendonça, ensaio bibliográfico (1952); Capistrano de Abreu e a cultura nacional, conferência (publicada na Revista da Academia, vol. 221, 1953); A poesia brasileira na época colonial, conferência, publicada no vol. Curso de poesia, editado pela Academia (1954); João Ribeiro, ensaio biobibliográfico (1954); José de Alencar, ensaio biobibliográfico (1955).
O contista Machado de Assis, conferência, publicada no vol. Curso de conto, editado pela Academia (1958). Além da organização, prefácio e notas da obra crítica de João Ribeiro, Múcio Leão organizou as Poesias completas de Raimundo Correia (1948); o Diário de minha viagem para Filadélfia, de Hipólito da Costa (1955); Dispersos (poesia e prosa), de Adelino Fontoura (1955); Autores e Livros, direção e redação, 11 vols. (1914 a 1950).
Jornalista, poeta, contista, crítico, romancista, ensaísta e orador. Faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 12.08.1969, com 71 anos de idade.
Quarto ocupante da Cadeira 20, eleito em 19.09.1935, na sucessão de Humberto de Campos e recebido pelo Acadêmico Pereira da Silva em 16.11.1935.
Sua Cadeira 20, na Academia Brasileira de Letras tem como Patrono Joaquim Manoel de Macedo, Fundador Salvador de Mendonça, sendo também ocupada por Emilio de Menezes, Humberto de Campos, Múcio Leão, Aurélio de Lyra Tavares e Murilo Melo Filho.
Foi Presidente da Academia Brasileira de Letras em 1944.
Pouco analisado na ENCICLOPÉDIA DE LITERATURA BRASILEIRA, de Afrânio Coutinho e J. Galante, edição do MEC, 1990, com revisão de Graça Coutinho e Rita Moutinho, em 2001.
Apesar de sua importância, não é estudado no DICIONÁRIO HISTÓRICO-BIOGRÁFICO BRASILEIRO(2001, 5 volumes, 6.211 páginas), da Fundação Getúlio Vargas.


3.4. ARTUR RAMOS(Artur de Araújo Pereira Ramos). De Manguaba, Alagoas, 1903, Paris, 1949). Sua Sociologia tem uma base psicológica. Formado em Medicina, na Bahia. Fez pesquisas de valor inestimável. Escreveu, entre outros, INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA SOCIAL, O NEGRO BRASILEIRO. O FOLCLORE NEGRO DO BRASIL.

3.5. GUERREIRO RAMOS(Alberto). De Santo Amaro, Bahia, 1915, Los Angeles, 1983. Preocupado com os problemas da Sociologia Aplicada, fundamenta a Sociologia dentro de bases objetivas, acentuando que ela é um produto industrial, um fenômeno histórico, produto do desenvolvimento da sociedade. Primeiro sociólogo brasileiro a realizar uma pesquisa nacional sobre padrão de vida, envolvendo 100 cidades e 30 municipios. Cassado em 1964, quando era Deputado Federal, mudou-se para os Estados Unidos. Escreveu, entre outros, CARTILHA BRASILEIRA DE APRENDIZ DE SOCIÓLOGO, A CRISE DO PODER NO BRASIL, INTRODUÇÃO CRITICA À SOCIOLOGIA BRASILEIRA.

3.6. JOSUÉ DE CASTRO(Josué Apolônio de Castro). De Recife, 1908, Paris, 1973. Debateu os problemas sociais e nesta linha escreveu quase todos os seus livros. Formou-se em Medicina e Filosofia, pela Universidade do Brasil, no Rio de Janeiro. Deputado Federal em 1962. Embaixador Brasileiro junto à ONU, em Genebra, na Suíça. Professor da Universidade de Paris, na França. Sua GEOPOLITICA DA FOME foi premiada nos Estados Unidos com o PREMIO ROOSEVELT. Publicou vários trabalhos, entre os quais, FISIOLOGIA DO TABU, CONDIÇÕES DE VIDA DAS CLASSES OPERÁRIAS NO RECIFE, ALIMENTAÇÃO NOS TRÓPICOS. Com o advento da Revolução de 1964, deixou o país, estabelecendo-se em Paris, onde faleceu.

3. 7. NELSON WERNECK SODRÉ. Do Rio de Janeiro, 1911, Rio de Janeiro, 1999. Militar e historiador brasileiro. Alem do enfoque sociológico, destacou-se no campo da literatura. Tornou-se pensador de envergadura nacional, tendo escrito, entre outras, FORMAÇÃO DA SOCIEDADE BRASILEIRA, SINTESE DO DESENVOLVIMENTO LITERÁRIO NO BRASIL, O QUE SE DEVE LER PARA CONHECER O BRASIL.

4. A SOCIOLOGIA DIALÉTICA. Com a influencia decisiva do pensamento econômico, efetivou-se o desenvolvimento da Sociologia Dialética. Entre os vários nomes da Sociologia Brasileira que se vincularam a este ramo da sociologia, destacam-se:

4. 1. CAIO PRADO JUNIOR. De São Paulo, 1907, São Paulo, 1990. Cientista social e economista consagrado é o mais autentico representante da Sociologia Dialética. Em 1935, esteve preso. Em 1937, exilou-se. Em 1947, foi eleito Deputado Estadual por São Paulo, mas foi cassado em 1948. Fundou a Editora Brasiliense e a Revista Brasiliense. Em 1970, teve os direitos políticos cassados pela Revolução de 64. Escreveu EVOLUÇÃO POLITICA DO BRASIL, DIALÉTICA DO CONHECIMENTO, HISTÓRIA E DESENVOLVIMENTO.

4.2.PINTO FERREIRA(Luiz). De Recife, 1918. Foi professor do autor destas notas, no curso de Sociologia da Universidade Federal de Pernambuco, em 1972. Sociólogo e ensaísta brasileiro.
Seu pensamento dialético é expresso pelas mais de cem obras já publicadas, em quase todas as áreas do saber e nas mais diversas línguas, daí o elogio de Pitirim Sorokin: “Reconheço a coerência lógica de sua teoria, seu refinado pensamento e sua excelente erudição no campo da matéria e das ciencias sociais”.
Entre suas obras, destacam-se SOCIOLOGIA, CURSO DE DIREITO CONSTITUCIONAL, CÓDIGO ELEITORAL COMENTADO. Membro da Academia Pernambucana de Letras. Diretor Proprietário da Faculdade de Direito, via Sociedade Pernambucana de Cultura e Ensino(SOPECE), na Avenida João de Barros, 561, Recife, Pernambuco. Premio Silvio Romero da Academia Brasileira de Letras.

LUIZ PINTO FERREIRA, nasceu no dia 07.10.1918, em Recife, Pernambuco. Curso Primário - Colégio Nóbrega, nos anos de 1927 e 1928, Recife. Curso Secundário - Liceu Pernambucano, no ano de 1929, também no Recife. Colégio Aldridge, no Rio de Janeiro, DF, nos anos de 1930 e 1931. Colégio Marista, nos anos de 1931 e 1933, Recife.
Curso Superior - Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais, diplomado pela Faculdade de Direito do Recife, atualmente Universidade Federal de Pernambuco.
Livre-docente de Teoria Geral do Estado pela Faculdade de Direito da Universidade do Recife, hoje Universidade Federal de Pernambuco, em 1944. Doutor em Ciências Jurídicas e Sociais, em 1944 e 1950.
Pinto Ferreira foi fundador do MDB e seu presidente em Pernambuco, ex-senador da República na década de 70, embora seu nome não conste do DICIONÁRIO HISTÓRICO-BIOGRÁFICO BRASILEIRO(2001, 5 volumes, 6.211 páginas), da Fundação Getúlio Vargas.
Em 1975, foi eleito por unanimidade para a Academia Pernambucana de Letras, por indicação da própria Academia, e é, também, membro da Academia Pernambucana de Letras Jurídicas, da Academia Pernambucana de Ciências, da Academia Nacional de Direito (Rio de Janeiro) e da Academia Brasileira de Letras Jurídicas (ABLJ), além de diversas outras associações estrangeiras, quais sejam:
Sociedade Brasileira de Sociologia, Instituto de Filosofia, Sociedade de Semântica Geral (Chicago), Academia Americana de Ciência Política e Social (Filadélfia), Associação de Filosofia e Ciência (Detroit) Instituto Peruano de Sociologia (Lima), Instituto Libero Americano de Direito Constitucional (México) e Associação Internacional de Filosofia Social e de Direito, bem como ainda da Academia Brasileira de Letras Jurídicas e da Academia Internacional de Jurisprudência e Direito Comparado.
É também autor de obras clássicas adotadas por universidades de toda América Latina, nos campos do Direito Público e Privado, mormente no primeiro, onde se destaca como um dos maiores nomes da bibliografia jurídica nacional.
Professor Emérito da Faculdade de Direito do Recife através do ato nº 01/99 em 02 de junho de 1999, por ter contribuído amplamente para a consolidação da área do Direito na Universidade, através de suas atividades docentes e administrativas, além de extensa publicação de artigos especializados e edição de diversos livros na sua área de conhecimento.
Recebeu o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade de Coimbra-Portugal, em julho de 1999. Em 07.10.2005, completou 87 anos de vida.


5. A SOCIOLOGIA TEÓRICO-APLICADA. É quando o pensamento teórico se funde e se abraça com o cultivo harmônico da pratica, numa integração sóbria e comedida, que a cultura de um povo resplandece em sua plenitude. Vários são os nomes, no Brasil, que conseguiram unir teoria e pratica, num só espírito, para cristaliza os estudos sociológicos. Destacam-se, entre eles, no entanto:

5.1. GILBERTO FREYRE(Gilberto de Melo Freyre). De Recife, Pernambuco, 1900, Recife, 1987). Representa uma das contribuições mais profundas da Sociologia Brasileira. Conseguiu unir o real ao agradável, um verdadeiro doublé de sociólogo e esteta.
Nascido no Recife, em 1900, estudou a partir dos 17 anos na Universidade de Baylor. Nos Estados Unidos defendeu sua tese de Mestrado com o titulo SOCIAL LIFE IN BRAZIL IN THE MIDDLE OF THE 19TH CENTURY.
Posteriormente foi transformada em CASA GRANDE & SENZALA, obra traduzida em vários idiomas. Escreveu muitas outras obras de inestimável valor, tendo se preocupado ultimamente, com a aclimatação e colonização lusitana nas zonas tropicais.
Sobre ele, escreveu Mario Martins, em seu site www.mariomartins.com.br

GILBERTO FREYRE(GILBERTO DE MELLO FREYRE), de Recife, Pernambuco, 15.03.1900, escreveu, entre outros, “INTERPRETAÇÃO DO BRASIL”(1945), sem dados biográficos completos e sem qualquer outra informação ao alcance da pesquisa, via texto publicado.
Vinculado ao Tocantins, por ter escrito sobre o norte de Goiás, hoje Tocantins, ao focalizar o INDÍGENA NA FORMAÇÃO BRASILEIRA, como capítulo de seu livro “SOCIAL LIFE IN BRAZIL IN THE MIDDLE OF THE 19th CENTURY”(1922)ou a A VIDA SOCIAL NO BRASIL NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO 19 ou ainda CASA GRANDE & SENZALA. Também escreveu sobre a região norte goiana em seu livro “BRASIS, BRASIL, BRASÍLIA”.
Filho de Alfredo Freyre e Francisca de Melo Freyre. Depois dos estudos primários e secundários, no Colégio Americano Batista Gilreath, de que seu pai era o Diretor, seguiu para os Estados Unidos, em 1918, após ter recebido a passagem do velho missionário norte-americano L. L. Johnson, que vendeu o seu piano, para ajudá-lo na viagem à América do Norte.
Passou, como seminarista, pelo Seminário Teológico Batista de Fort Worth, no Texas e foi para a Universidade Batista de Baylor, onde, como EVANGÉLICO PROTESTANTE, tornou-se membro da SEVENTH & JAMES BAPTIST CHURCH(Igreja Batista da Rua Setenta, com Rua James) e um de seus pregadores.
O fato é que o futuro Mestre de Apipucos, conscientemente, fez parte de uma burguesia(se é que a PRIMEIRA IGREJA BATISTA DO RECIFE o era). W. C. Taylor escreveu “eu o ajudei a ir aos Estados Unidos para estudar e o velho missionário L. L. Johnson vendeu o seu piano para ajuda-lo na viagem à América do Norte”.
Sua participação na vida dos Batistas Pernambucanos, na Primeira Igreja Batista do Recife, foi tal que chegou a apresentar relatórios e pareceres à Convenção dos Batistas, no dia 01.04.1918, conforme disse o historiador A.N.Mesquita- “Gilberto Freyre leu outro bem elaborado parecer sobre Missões Estrangeiras”(Mesquita, BAPTISTAS EM PERNAMBUCO, p. 182).
A dedicação de Gilberto Freyre à pregação do Evangelho não foi somente durante meses no Recife, mas também nos Estados Unidos, conforme carta de W. C. Taylor que disse, referindo-se ao jovem Gilberto- “naquele tempo(1917), ele era o mais amado PREGADOR BATISTA em Pernambuco e continuou assim, enquanto foi membro da SEVENTH AND JAMES, como Dr. Melton(o pastor da igreja na época) me contou”(Taylor, BRAZILIAN BAPTIST DOCTRINE, p. 57).
Gilberto Freyre chegou a dizer: 'Fui tolstoiano -lia muito Tolstoi-à minha maneira que era a de um menino provinciano do Brasil que lia, além do grande russo, os Evangelhos, chegando a pensar em ser missionário”.
Sobre isto, escreveu José Lins do Rego, citado por Diogo de Melo Menezes, secretário de Gilberto (Menezes, Freyre, p. 64). Sobre o Seminário, disse Gilberto, “visitei hoje e tive boa palestra com o Professor de Missões, Knighe. Eu o quisera ver no Brasil como Missionário” (Carta de um seminarista, A MENSAGEM, p.5, Recife, outubro de 1919).
Foi aluno de A. J. Armstrong e fez o curso de Bacharel em Ciências Políticas. Na Universidade de Columbia, defendeu sua tese de MESTRADO, em 1922, com o título “SOCIAL LIFE IN BRAZIL IN THE MIDDLE OF THE 19th CENTURY”(A VIDA SOCIAL NO BRASIL EM MEADOS DO SÉCULO XIX”. Este livro se transformaria, em 1933, na obra “CASA GRANDE & SENZALA”, hoje traduzida em mais de 100 idiomas.
Depois de ter estudado na Universidade de Oxford, na Inglaterra, retornou ao Recife, em 1923, como Diretor do jornal “A PROVÍNCIA”. Como oposição à Semana de Arte Moderna, organizou, em 1926, o Primeiro Congresso Brasileiro de Regionalismo.
Em 1928, foi professor de Sociologia, da Escola Normal de Pernambuco. Com o exílio do Governador Estácio Coimbra, com ele seguiu para a Europa, também fugindo das perseguições de Getulio Vargas. Fez estudos em Portugal, na África e depois foi para a Universidade de Stanford, na Califórnia, como Professor-Visitante.
Após 7 anos, em 1935, retornou ao Brasil, tornando-se professor da Faculdade de Direito do Recife. Em 1936, foi para o Rio de Janeiro, como professor da Universidade do Distrito Federal. Entre 1938 e 1945, foi professor de Sociologia da Escravidão, na Universidade de Colúmbia, nos Estados Unidos e na Universidade de Sorbonne, na França.
Em 1941, com 41 anos de idade, casou-se com Magdalena Guedes Pereira, com quem teve 2 filhos, Fernando Freyre e Sônia Freyre. Em 1946 foi eleito Deputado Federal por Pernambuco e criou o Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais, inaugurado em 21.07.1949, como órgão do Ministério da Educação e Cultura do Governo Federal, tendo sido seu Presidente ao longo do tempo.
Em 1950, foi considerado pela UNESCO, em Paris, na França, um dos “oito maiores especialistas do mundo em Ciências Humanas”. Cognominado “MESTRE DE APIPUCOS”, por residir num CASARÃO, numa das colinas do bairro de Apipucos, no Recife. Fez de lá o seu Quartel-General para escrever seus livros e artigos. Para não prejudicar os projetos do Instituto Joaquim Nabuco, ligado ao Governo Federal, apoiou a Revolução de 1964.
Recebeu o título de “DOUTOR HONORIS CAUSA”, de diversas universidades do mundo. Faleceu no Recife, no dia 18.07.1987, com 87 anos de idade.
É mencionado em centenas de livros, entre os quais, “BREVE HISTÓRIA DO TOCANTINS”, de Otávio Barros da Silva. Encontra-se na ESTANTE DO ESCRITOR TOCANTINENSE, da Biblioteca Pública do Espaço Cultural de Palmas. Biografado no DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO DO TOCANTINS, de Mário Ribeiro Martins, MASTER, Rio de Janeiro, 2001.
Seu filho, Fernando Freyre é hoje(2003), o Presidente do Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais, localizado num dos bairros do Recife(Bairro de Apipucos) e sua filha Sônia Freire é Presidente da Fundação Gilberto Freyre, criada pelo próprio Gilberto em 1987 e localizada na sua famosa CASA DE APIPUCOS.
Quanto a Gilberto Freyre, foi também homenageado em 1992, pela Escola de Samba Mangueira que escolheu o sociólogo como tema de seu Samba-Enredo. Sua obra CASA GRANDE & SENZALA foi reeditada em 2004, pela Global Editora, com apresentação do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Seu livro SOBRADOS E MUCAMBOS foi também reeditado pela Global Editora, com apresentação do sociólogo Roberto DaMatta. Sua obra ORDEM E PROGRESSO foi, igualmente, reeditada em 2004 pela Global Editora.
Sobre ele, já foram escritos centenas de livros, entre os quais, GILBERTO FREYRE- O EX-PROTESTANTE, de Mário Ribeiro Martins, Imprensa Metodista, São Paulo, 1973.
Concernente a esse livro, disse o próprio Gilberto Freyre, in FOLHA DE SÃO PAULO, 29.03.1981: “ Um simpático Dr. Mário Ribeiro Martins publicou há pouco um opúsculo – GILBERTO FREYRE, O EX-PROTESTANTE- recordando meus contatos de adolescente- quase menino de 17 anos- com o evangelismo. Contatos e tendências de que me orgulho. Duraram ano e meio. Mas ano e meio que me enriqueceram a vida e o conhecimento da natureza humana, no sentido de relações dos homens com Deus e com o Cristo, que é um sentido de que ainda hoje guardo comigo parte nada insignificante. Pena que não me tenha ouvido outras vezes. Eu lhe teria contado coisas mais de interesse para o seu estudo. Aliás, anteriormente, num jornal do Recife-JORNAL DO COMMERCIO- este simpático e bem intencionado cronista de coisas evangélicas no Brasil já vinha recordando meus contatos de adolescente- o que também fizera no DIÁRIO DE PERNAMBUCO- com o evangelismo, quando quase menino de 17 anos”.
Sobre Gilberto, escreveu excelente matéria o jornalista Rogério Borges, para o jornal O POPULAR, Goiânia, 28.03.2004, sob o título 'QUEDA-DE-BRAÇO COM A USP'. Quanto a Gilberto, é também verbete do DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO REGIONAL DO BRASIL, de Mário Ribeiro Martins, via INTERNET, dentro de ENSAIO, no site www.usinadeletras.com.br
GILBERTO FREYRE NETO(Gilberto de Mello Freyre Neto), de Recife, Pernambuco, 09.08.1973. Filho de Fernando Alfredo Guedes Pereira de Mello Freyre(1943-2005) e de Maria Cristina Suassuna de Mello Freyre. Após os estudos primários em sua terra natal, no Colégio Salesiano Sagrado Coração, deslocou-se para outros centros, onde também estudou.
Entre 1992/1993 cursou Artilharia de Campanha, no Centro de Preparação de Oficiais da Reserva do Recife. Em 1995, fez a Escola de Artilharia de Costa e Antiaérea, na Vila Militar, do Rio de Janeiro.
Formou-se em Administração e Informática, na Universidade Federal de Pernambuco, em 2000. Especializou-se em Tecnologia da Informática, na UFPE, do Recife, em 2002.
Em Paris, França, fez especialização em Formação Técnica e Pedagógica, em julho de 2002. Neto de Gilberto Freyre e de Madalena Freyre(outrora Magdalena Guedes Pereira).
Seu pai, Fernando Freyre(1943-2005), além de ser filho caçula de Gilberto Freyre, foi também Presidente do Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais, durante muito tempo, especialmente logo após a morte do pai em 18.07.1987.
Este Instituto tinha sido fundado por Gilberto, quando ainda Deputado Federal, em 21.07.1949, como órgão do Ministério da Educação e Cultura, do Governo Federal. Em 1950, seu avo Gilberto, foi considerado pela UNESCO em Paris, na França, como um dos “oito maiores especialistas do mundo em Ciências Humanas”.
Sobre ele(Gilberto Freyre), já foram escritos centenas de livros, entre os quais, GILBERTO FREYRE- O EX-PROTESTANTE, de Mário Ribeiro Martins, Imprensa Metodista, São Paulo, 1973. Concernente a esse livro, disse o próprio Gilberto Freyre, in FOLHA DE SÃO PAULO, 29.03.1981: “ Um simpático Dr. Mário Ribeiro Martins publicou há pouco um opúsculo – GILBERTO FREYRE, O EX-PROTESTANTE- recordando meus contatos de adolescente- quase menino de 17 anos- com o evangelismo. Contatos e tendências de que me orgulho. Duraram ano e meio. Mas ano e meio que me enriqueceram a vida e o conhecimento da natureza humana, no sentido de relações dos homens com Deus e com o Cristo, que é um sentido de que ainda hoje guardo comigo parte nada insignificante. Pena que não me tenha ouvido outras vezes. Eu lhe teria contado coisas mais de interesse para o seu estudo”. Quanto a Gilberto Freyre Neto, com o passar do tempo tornou-se Superintendente da Fundação Gilberto Freyre.
Esta Fundação tinha sido fundada em 11.03.1987, por Gilberto Freyre, antes de morrer(morreu em 18.07.1987), juntamente com os seus familiares, entre os quais, Madalena Freyre(esposa e primeira presidente) e os dois filhos Sônia Maria Freyre Pimentel(mais velha) e Fernando Freyre(mais novo).
A Fundação está hoje localizada na Vivenda Santo Antonio de Apipucos, Rua Dois Irmãos, 320, Apipucos, Recife, Pernambuco, 52071-440. Esta mansão também já foi chamada de “SOLAR DE APIPUCOS”. Atualmente(2005), a Fundação tem como Presidente Fernando Freyre e como Vice-Presidente Sônia Freyre.
Em 2004, já com 31 anos de idade, Gilberto Freyre Neto fez curso de Gestão Cultural, em Paris, na França. Sobre seu bisavô, Alfredo Freyre, pai de Gilberto, leia-se “QUEM FOI ALFREDO FREYRE?”, neste endereço: www.usinadeletras.com.br/exibelotextoautor.php?user=mariorm.
Apesar de sua importância, Gilberto Freyre Neto não é mencionado na ENCICLOPÉDIA DE LITERATURA BRASILEIRA, de Afrânio Coutinho e J. Galante, edição do MEC, 1990, com revisão de Graça Coutinho e Rita Moutinho, em 2001 ou DICIONÁRIO HISTÓRICO-BIOGRÁFICO BRASILEIRO(2001), da Fundação Getúlio Vargas e nem é estudado, em nenhuma das enciclopédias nacionais, Delta, Barsa, Larousse, Mirador, Abril, Koogan/Houaiss, Larousse Cultural, etc.
É verbete do DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO REGIONAL DO BRASIL, de Mário Ribeiro Martins, via INTERNET, dentro de ENSAIO, no site www.usinadeletras.com.br/exibelotextoautor.php?user=mariorm.
ALFREDO FREYRE(Alfredo Alves da Silva Freyre Júnior), de Água Preta, Pernambuco, 1875, traduziu, entre outros, NOVO MANUAL NORMAL-1918(com Aline Muirhead). Traduziu, posteriormente, A IGREJA DO NOVO TESTAMENTO, publicado pela Tipografia do C.A.B(Colégio Americano Batista), em 1919.
Filho de Alfredo Alves da Silva Freyre e Maria Raymunda da Rocha Wanderley. Casou-se, em 1895, com 20 anos de idade, com Francisca de Melo Freyre(falecida em agosto de 1943), com quem teve vários filhos, entre os quais, são mais conhecidos Ulysses de Mello Freyre e Gilberto Freyre(Gilberto de Melo Freyre).
Após os estudos iniciais em sua terra natal, mudou-se para o Recife, em cuja Faculdade de Direito, Bacharelou-se em Ciências Jurídicas e Sociais, tornando-se Advogado. O pai de Alfredo Freyre, de descendência espanhola, foi comissário de açúcar no Recife e dono dos Engenhos Trombetas e Mascatinho, mas quando morreu, como tinha muitos filhos, em virtude de três casamentos, quase nada sobrou para o filho Alfredo Freyre que teve de trabalhar, inicialmente como Professor, Advogado e depois como Juiz para sustentar a família.
Juntamente com os missionários norte-americanos, fundou, em 1905, o Colégio Americano Batista Gilreath, na hoje Rua Dom Bosco, Boa Vista, Recife, do qual foi professor e Diretor. Foi professor de Latim de seu filho Gilberto Freyre, no dito Colégio.
Com o passar do tempo, tornou-se Juiz Municipal, Juiz de Direito e Juiz Substituto Federal no Recife. Na Faculdade de Direito, tornou-se Catedrático de Economia Política.
Mas, há aspectos da vida do Dr. Alfredo Freyre, pouco mencionados ou propositadamente esquecidos. Articulistas e historiadores têm o hábito de referir-se ao Dr. Alfredo Freyre, apenas com a expressão: “O PAI DE GILBERTO FREYRE”. Há um pouco de esquecimento à pessoa insigne do Juiz Pernambucano, talvez pela expressividade do filho.
Todos os relatórios da época enviados à JUNTA DE RICHMOND, nos Estados Unidos, mencionavam seu nome. No relatório de 27.11.1908, quando o Colégio do Parque Amorim tinha apenas 3(três) anos de idade, está escrito: “Dr. Alfredo Freyre, nosso mais sábio professor de Português e Francês”(H.H.Muirhead, “Annual Report of the Boys`Academy of the Pernambuco Mission”, in ANNUAL OF THE SOUTHERN BAPTIST CONVENTION, 1909. Nasville, Tenn: Marshall & Bruce Company, 1909, p.94.
Referindo-se a uma verba que viera da Missão Norte-Americana, para a compra da última parte da propriedade do Colégio, escreveu H. H. Muirhead: “A Missão inteira, inclusive Dr. Alfredo Freyre, nosso esplêndido professor nativo, riu e gritou, cantou hinos e se abraçou, de tal modo que os vizinhos pensaram que nós estivéssemos prontos para o asilo”(H. H. Muirhead, “Seventy-first Annual Report of the Foreign Mission Board- Pernambuco Field”. ANNUAL OF THE SOUTHERN BAPTIST CONVENTION, 1916, p. 163).
Sobre a situação religiosa do Dr. Alfredo Freyre, há o seguinte depoimento de H. H. Muirhead: “Dr. Alfredo Freyre tem sido sempre liberal em seus pontos de vista religiosos e é agora um crente professo, embora não batizado ainda”(H. H. Muirhead, “Seventy-third Annual Report of the Foreign Mission Board-North Brazil Mission”. ANNUAL OF THE SOUTHERN BAPTIST CONVENTION, 1918, p. 217).
W. C. Taylor, no seu relatório de 1921, solicitou a atenção da JUNTA DE RICHMOND, para a importância do Dr. Alfredo Freyre, escrevendo: “É justo também que este reconhecimento seja dado como dívida dos batistas do Sul dos Estados Unidos e batistas brasileiros ao Dr. Alfredo Freyre. Ele tem ensinado a cerca de 40(quarenta) missionários norte-americanos, colocando-os em contato com a vida brasileira. É sua capacidade que tem guiado, incólume, nossas instituições. Tem sido pregador constante da mensagem do cristianismo contra a corrente do materialismo. Tem influenciado poderosamente nossos estudantes para o bem. A compreensão que ele tem do seu próprio povo tem resistido a movimentos imorais na vida estudantil”.
“É sua devoção ao ensino”-continua W. C. Taylor- “sem qualquer preocupação de lucro e honra, que tem tão ricamente dotado nossa escola com a dádiva de seu GÊNIO E O CHARME DE SUA PERSONALIDADE” (W. C. Taylor, “Seventy-seventh Annual Report of the Foreign Mission Board-North Brazil Mission”. ANNUAL OF THE SOUTHERN BAPTIST CONVENTION, 1922, p. 222).
O Dr. Alfredo Freyre traduziu, juntamente com D. Aline Muirhead, o chamado NOVO MANUAL NORMAL que foi adotado pelas Igrejas Batistas do Brasil, nos idos de 1918. Traduziu, posteriormente, o livro intitulado A IGREJA DO NOVO TESTAMENTO, publicado pela Tipografia do C.A.B(Colégio Americano Batista), em 1919.
Coube ainda ao Dr. Alfredo Freyre fazer a apresentação da BREVE HISTÓRIA DOS BATISTAS, traduzida pela classe de História do Seminário Batista do Norte do Brasil, dirigida pelo Prof. H. H. Muirhead, e publicada em 1918, no Recife, pela Tipografia de A MENSAGEM.
De sua apresentação, destacam-se as frases: “Não é a nosso ver, a simples história de uma seita religiosa através dos tempos e dos paises. É muito mais. É a historia da democracia. É o registro de um grande esforço pela Liberdade Religiosa. Vêde e contemplai esse povo forte guardando a sua pureza de princípios e sempre fiel ao Novo Testamento”.(Henrique C. Vedder, BREVE HISTÓRIA DOS BAPTISTAS. Traduzida pela classe de História do Seminário. Recife: Typographia d`A Mensagem, 1918, p. 2).
Dr. Alfredo Freyre, conforme Carlos Barbosa, foi professor de quase todas as disciplinas no Colégio Americano Gilreath, tendo sido contratado para Português e Francês. Lecionou, contudo, Direito Comercial, Economia Política, Literatura, Língua Latina, etc. Permaneceu nesta instituição de 1907 até 1934.(Carlos Barbosa, “Colégio Americano Baptista”, CORREIO DOUTRINAL, 22.01.1926, p.6).
W. C. Taylor, referindo-se à importância e simpatia do Dr. Alfredo Freyre, escreveu: “Crente declarado, grande amigo do Evangelho, que no tempo das perseguições teve, como Juiz, de ser respeitado. Colocou-se a frente dos nossos cultos, com maravilhosa paciência e habilidade, comprando, inclusive, para nós todas as nossas grandes propriedades no Recife. Foi nosso Advogado em cada momento, constante defensor do Evangelho de mil maneiras, professor de mais de 60 missionários.(W.C. Taylor, A BRIEF SURVEY OF THE HISTORY BRAZILIAN BAPTIST DOCTRINE. Rio de Janeiro, 1955. p.35).
A contribuição do Dr. Alfredo Freyre foi de tal modo significativa que, em 1915, mesmo sem ser batizado na Igreja Evangélica, foi eleito Professor do Seminário do Norte(hoje Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil) para ensinar Latim Eclesiástico, Filosofia da Religão Cristã e Leitura Expressiva da Bíblia(A . N. Mesquita, HISTORIA DOS BAPTISTAS EM PERNAMBUCO. Recife: Typographia do C. A.. B, 1930, p. 186.
A integração do Dr. Alfredo Freyre foi tanta que W. C. Taylor escreveu: “Estamos no principio de uma classe nocturna, no MANUAL NORMAL(para a Escola Dominical Baptista), que vai continuar duas semanas. Temos uns 50 matriculados. Eu, o dr. Muirhead e o Dr. Alfredo Freyre ensinamos esta semana”(Noticiário, O JORNAL BAPTISTA, 27.03.1919, p.8).
Além de professor do Colégio Americano Batista e seu Diretor, ocupou vários outros cargos, um deles mencionado por Carlos Barbosa: “Ainda este mês(janeiro de 1925), o Dr. Alfredo Freyre foi nomeado ‘registrar’(secretário). Foi também Diretor do Departamento de Línguas do Colégio e Diretor do Departamento de Filosofia, do Seminário do Norte” (Carlos Barbosa, “Colégio Americano Baptista”, CORREIO DOUTRINAL, 22.01.1926, p.8).
Entre 1918 e 1919, Dr. Alfredo Freyre foi professor de Leitura Expressiva da Bíblia, na Escola de Trabalhadoras Cristãs(hoje Seminário de Educadoras Cristãs, na Rua Padre Inglês). Sobre esta Escola está escrito: “A Missão autorizou o Dr. Alfredo Freyre a comprar a propriedade da escola. Ele conseguiu empréstimo de um amigo, em termos generosos”(Mildred Cox Mein, CASA FORMOSA. Recife: Editora Santa Cruz, 1966, p. 26).
A convicção religiosa do Dr. Alfredo Freyre foi expressa na apresentação de suas disciplinas no Seminário do Norte, em 1918. Sobre a INTERPRETAÇÃO VOCAL E LITERÁRIA DA BIBLIA disse: “Não há parte do culto público mais importante do que a leitura da Palavra de Deus”. Sobre o LATIM ECLESIÁSTICO, escreveu: “A vulgata de Jerônimo tem um interesse especial para o pregador brasileiro, pois é a base das traduções usadas nesta terra e a única Bíblia de muitos”. Referindo-se à PHILOSOPHIA DA RELIGIÃO CHRISTÃ, acentuou: “Os pastores hão de encontrar todas as formas de philosophia e por isso devem ser instruídos no movimento philosophico atravez dos séculos”(PROSPECTO ANNUAL DO SEMINARIO BAPTISTA DO NORTE DO BRAZIL, 1918, p.20).
Dr. Alfredo Freyre permaneceu como professor do Seminário até 1919, quando saiu por pressão dos batistas radicais que acusavam os missionários norte-americanos de terem colocado no Seminário, um professor “incrédulo”. Permaneceu, no entanto, como Professor do Colégio Americano Batista até 1934, quando tinha quase 60(sessenta anos).
Em 1942, já com 67 anos de idade, chegou a ser preso no Recife, junto com o filho Gilberto Freyre, por pura perseguição politica.(Diogo de Melo Menezes, GILBERTO FREYRE. Rio de Janeiro: CEB, 1944. p.293).
Quanto ao filho Gilberto Freyre, leia-se QUEM FOI GILBERTO FREYRE? no seguinte endereço:
www.usinadeletras.com.br/exibelotextoautor.php?user=mariorm
Entre as fontes pesquisadas para se escrever sobre a vida do Dr. Alfredo Freyre, destacam-se:
1)Martins, Mário Ribeiro. GILBERTO FREYRE, O EX-PROTESTANTE. São Paulo: Imprensa Metodista, 1973.
2)Meneses, Diogo de Melo. GILBERTO FREYRE. Rio de Janeiro: CEB, 1944.
3)Mesquita, A.. N. HISTORIA DOS BAPTISTAS EM PERNAMBUCO. Recife: Typographia do C. A. B., 1930.
4)Taylor, W. C. A BRIEF SURVEY OF THE HISTORY BRAZILIAN BAPTIST DOCTRINE. Rio de Janeiro, 1955.
5)Crabtree, A.. R. BAPTISTS IN BRAZIL. Rio de Janeiro: Baptist Publishing House, 1953.
6)Freyre, Gilberto. “DEPOIMENTO DE UM EX-MENINO PREGADOR”, in DIÁRIO DE PERNAMBUCO. Recife, 31 de dezembro de 1972.
7)A MENSAGEM. Recife: Jornal dos Baptistas do Norte do Brasil, 1918.
8)ANNUAL OF THE SOUTHERN BAPTIST CONVENTION. Nashville, Tenn: Marshall & Bruce Company, 1909.
9)LIVRO DE ACTAS DA PRIMEIRA IGREJA BAPTISTA DO RECIFE, 1915-1920.
10)Mathews, David. CARTA DA SEVENTH & JAMES BAPTIST CHURCH. Waco, Texas, 05.01.1973.


5. 2. FERNANDO DE AZEVEDO. Foi fundador da Sociedade Brasileira de Sociologia. Sua doutrina sociológica está fundamentada na Escola Sociológica Francesa, especialmente em Durkheim.
Como sociólogo de erudição cientifica, verdadeiramente invulgar, exerceu influencia direta e indiretamente sobre muitos estudiosos, como Florestan Fernandes, Oracy Nogueira, Lourival Gomes Machado. Entre suas obras, destacam-se PRINCIPIOS DE SOCIOLOGIA, CULTURA BRASILEIRA, etc.
Sobre ele, escreveu Mario Martins, em seu site www.mariomartins.com.br

FERNANDO DE AZEVEDO, de São Gonçalo do Sapucaí, Minas Gerais, 02.04.1894, escreveu, entre outros, DA EDUCAÇÃO FÍSICA(1920), ANTINOUS(Ensaio-1920), NO TEMPO DE PETRÔNIO(1922), JARDINS DE SALUSTIO(Ensaio-1924), PRINCIPIOS DE SOCIOLOGIA(1935), A CULTURA BRASILEIRA(1943), CANAVIAIS E ENGENHOS NA VIDA POLITICA DO BRASIL(1948), UM TREM CORRE PARA O OESTE(1950), HISTORIA DA MINHA VIDA(Memórias-1971), sem dados biográficos completos nos livros e sem qualquer outra informação ao alcance da pesquisa, via textos editados.
Filho de Francisco Eugênio de Azevedo e de Sara Lemos Almeida de Azevedo. Após os estudos primários em sua terra natal, deslocou-se para outros centros, onde também estudou.
Cursou o ginasial no Colégio Anchieta, em Nova Friburgo. Durante cinco anos, com os jesuítas, fez cursos especiais de letras clássicas, língua e literatura grega e latina, de poética e retórica. Concluiu Ciências Jurídicas e Sociais na Faculdade de Direito de São Paulo, em 1916, com 22 anos de idade.
Com 20 anos, em 1914, já era Professor substituto de latim e psicologia no Ginásio do Estado em Belo Horizonte. Em 1920, já era Professor de latim e literatura na Escola Normal de São Paulo. Em 1933, tornou-se Diretor Geral de Instrução, em São Paulo. Foi também Professor de sociologia educacional no Instituto de Educação da Universidade de São Paulo.
Catedrático do Departamento de Sociologia e Antropologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo. Professor emérito da USP. Foi Diretor geral da Instrução Pública do Distrito Federal (1926-30).
Redator e crítico literário de O Estado de São Paulo (1923-26), jornal em que organizou e dirigiu, em 1926, dois inquéritos um sobre a arquitetura colonial, e outro sobre Educação Pública em São Paulo, abordando os problemas fundamentais do ensino de todos os graus e tipos, e iniciando uma campanha por uma nova política de educação e pela criação de universidades no Brasil.
No Distrito Federal (1926-30), projetou, defendeu e realizou uma reforma de ensino das mais radicais que se empreenderam no país. Traçou e executou um largo plano de construções escolares, entre as quais as dos edifícios na rua Mariz e Barros, destinados à antiga Escola Normal, hoje Instituto de Educação.
Diretor Geral da Instrução Pública do Estado de São Paulo, em 1933, com 39 anos. Membro da Comissão organizadora da Universidade de São Paulo (1934).
Diretor da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de São Paulo, entre 1941 e 1942, com 48 anos. Membro do Conselho Universitário por mais de doze anos, desde a fundação da Universidade de São Paulo. Secretário da Educação e Saúde do Estado de São Paulo (1947). Diretor do Centro Regional de Pesquisas Educacionais, que ele instalou e organizou (1956-61). Secretário de Educação e Cultura no governo do prefeito Prestes Maia (1961).
Em 1933, quando Diretor Geral da Instrução Pública do Estado de São Paulo, promoveu reformas, consubstanciadas no Código de Educação. Fundou em 1931, e dirigiu por mais de 15 anos, na Companhia Editora Nacional, a Biblioteca Pedagógica Brasileira (B.P.B.), de que faziam parte a série Iniciação Científica e a coleção Brasiliana.
Foi o redator e o primeiro signatário do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova (A reconstrução educacional no Brasil), em 1932, em que se lançaram as bases e diretrizes de uma nova política de educação. Foi presidente da Associação Brasileira de Educação em 1938 e eleito presidente da VIII Conferência Mundial de Educação que deveria realizar-se no Rio de Janeiro.
Eleito no Congresso Mundial de Zurich (1950) vice-presidente da International Sociological Association (1950-53), assumiu com os outros dois vice-presidentes, Morris Ginsberg, da Inglaterra, e Georges Davy, da França, a direção dessa associação internacional por morte de seu presidente, Louis Wirth, da Universidade de Chicago.
Membro correspondente da Comissão Internacional para uma História do Desenvolvimento Científico e Cultural da humanidade (publicação da Unesco). Um dos fundadores da Sociedade Brasileira de Sociologia, de que foi presidente, desde sua fundação (1935) até 1960.
Foi presidente da Associação Brasileira de Escritores (seção de São Paulo). Durante anos escreveu para O ESTADO DE SÃO PAULO. Detentor de muitos prêmios, entre os quais, Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras (1943). Cruz de Oficial de Legião de Honra, da França (1947). Prêmio de Educação Visconde de Porto Seguro, conferido pela Fundação Visconde de Porto Seguro, de São Paulo (1964). Prêmio Moinho Santista (1971) em Ciências Sociais.
Outros trabalhos: Da educação física, seguido de Antinous Estudo de cultura atlética e A evolução do esporte no Brasil (1920); No tempo de Petrônio (1923); Ensaios (1924); Jardins de Salústio (1924); Páginas latinas, ensaios (1927); Máscaras e retratos Estudos críticos e literários sobre escritores e poetas do Brasil (1929).
A reconstrução educacional no Brasil (1932); A educação na encruzilhada. Problemas e discussões. Inquérito para O Estado de S. Paulo (1926); Novos caminhos e novos fins. A nova política da educação no Brasil (1935); A educação e seus problemas, 2 vols. (1937); Princípios de sociologia, 8a ed. (1958); Sociologia educacional, 5a ed. (1958); Canaviais e engenhos na vida política do Brasil.Ensaio sociológico sobre o elemento político na civilização do açúcar (1948).
Um trem corre para o oeste. Estudo sobre a Noroeste do Brasil e seu papel no sistema de viação nacional, 2a ed. (1958); A cultura brasileira, 3 vols. (1943); Na batalha do humanismo. Aspirações, problemas e perspectivas. 2a ed. (1958); A educação entre dois mundos Problemas, perspectivas e orientações (1958); Figuras do meu convívio, ensaios (1961); A cidade e o campo na civilização industrial e Outros ensaios (1962); História da minha vida, memórias (1971).
Pertenceu à Academia Paulista de Letras. Professor, educador, crítico. Ensaísta e sociólogo. Memorialista, Pesquisador.
Faleceu em São Paulo, SP, em 18.09.1974, com 80 anos de idade.
Terceiro ocupante da Cadeira 14, eleito em 10.08.1967, na sucessão de Antonio Carneiro Leão e recebido pelo Acadêmico Cassiano Ricardo em 24.09.1968.
Sua Cadeira 14 na Academia tem como Patrono Franklin Tavora, Fundador Clovis Bevilaqua, sendo também ocupada por Antonio Carneiro Leão, Fernando de Azevedo e Miguel Reale.
Pouco analisado na ENCICLOPÉDIA DE LITERATURA BRASILEIRA, de Afrânio Coutinho e J. Galante, edição do MEC, 1990, com revisão de Graça Coutinho e Rita Moutinho, em 2001.
Apesar de sua importância, não é estudado no DICIONÁRIO HISTÓRICO-BIOGRÁFICO BRASILEIRO(2001, 5 volumes, 6.211 páginas), da Fundação Getúlio Vargas.

6. FASE ATUAL. Tem sido marcante o interesse revelado no debate dos temas sociais no Brasil, não só em termos de pesquisa, mas também no campo do ensino universitário. Daí a nova geração de estudiosos da Sociologia, o aparecimento dos cursos de ciências sociais, dos institutos de pesquisa, de obras didáticas, dicionários, revistas e ensaios, anunciando os primeiros momentos da emancipação da Sociologia Brasileira. Em virtude do extraordinário numero de pessoas vinculadas aos estudos sociológicos, preferiu-se, nesta fase atual, fazer um estudo, considerando a Sociologia de cada Estado, o que, certamente, apresentará falhas, mas serão corrigidas gradativamente.

6. 1. SOCIOLOGIA EM PERNAMBUCO. O pensamento sociológico pernambucano tem se desenvolvido através de uma diversidade de formas. Três são os Institutos voltados para a Sociologia e Pesquisa:
INSTITUTO JOAQUIM NABUCO DE PESQUISAS SOCIAIS fundado por Gilberto Freyre e a que está vinculado o sociólogo Mauro Mota, autor de PAISAGEM DAS SECAS e membro da Academia Brasileira de Letras, Cadeira 26.
INSTITUTO DE CIENCIAS SOCIAIS E POLITICAS fundado pelo sociólogo Gláucio Veiga, autor de A CRISE DA CLASSE MEDIA NA AMERICA LATINA.
INSTITUTO DE SOCIOLOGIA E PESQUISA SOCIAL fundado por Luiz Pinto Ferreira, autor de MANUAL DE SOCIOLOGIA, ex-professor do autor destas notas.
Outras contribuições tem sido dadas através de Boletins, Revistas, mas especialmente pelas Universidades locais, por seus Institutos e Departamentos de Ciências Sociais, a que estão vinculados ilustres sociólogos, tais como:
Lourival Vilanova, Luiz Delgado, Pessoa de Morais, Osita Morais, João Ferreira Filho, Abdias Cabral de Moura, Vamireh Chacon, Nelson Saldanha, Palhares Reis, Cláudio Souto, Solange Souto, Costa Porto, Silvio Loreto, Fernando Mota, José Rafael de Menezes.
Na nova geração de sociólogos, destacam-se: Selma Pelerin, Lia Parente, Heraldo Souto Maior, Roberto Martins, Sebastião Vilanova, Alberto da Cunha Melo, Luiz Gonzaga, Mauro G. P. Koury e muitos outros.

ATENÇÃO: Sobre o sociólogo Mauro Mota, escreveu Mario Martins, em seu site www.mariomartins.com.br

MAURO MOTA(Mauro Ramos da Mota e Albuquerque), de Recife, Pernambuco, 16.08.1911, escreveu, entre outros, ELEGIAS(Poesia-1952), PROVINCIA E ACADEMIA(Ensaio-1954), O CAJUEIRO NORDESTINO(Ensaio-1956), A TECELÃ(Poesia-1956), O GALO E O CATAVENTO(Poesia-1962), O NAVEGANTE GILBERTO AMADO (Ensaio-1970), PERNAMBUCANCIA(Poesia-1980), ANTOLOGIA EM VERSO E PROSA(1982), BARÃO DE CHOCOLATE E COMPANHIA(Ensaio-1983), sem dados biograficos completos nos livros e sem qualquer outra informação ao alcance da pesquisa, via textos editados.
Filho de José Feliciano da Mota e Albuquerque e de Aline Ramos da Mota e Albuquerque. Após os estudos primários em sua terra natal, deslocou-se para outros centros, onde também estudou.
Passou parte da infância, em Nazaré da Mata, Pernambuco, tendo estudado na Escola Dom Vieira.
Em 1924, com 13 anos, foi para o Recife, viver com os avós. Matriculou-se no Ginásio do Recife que tinha como Diretor o Padre Félix Barreto. Transferiu-se para o Colégio Salesiano, publicando seus primeiros poemas no jornal O COLEGIAL.

Em 1928, com 17 anos, junto com Álvaro Lins e outros, retornou ao Ginásio do Recife, onde fez o curso preparatório. Passou a atuar no jornalismo, ao lado de José Condé e João Condé. Divulgou suas poesias no jornal A PILHERIA e na REVISTA DO RECIFE.
Em 1933, matriculou-se na Faculdade de Direito do Recife, Bacharelando-se em Ciências Jurídicas e Sociais, em 1937, com 26 anos de idade. Formado, tornou-se Secretario e Redator-Chefe do DIARIO DA MANHÃ. Professor de História do Ginásio do Recife e em várias escolas particulares.
Catedrático de Geografia do Brasil, por concurso público, do Instituto de Educação de Pernambuco. Desde os anos universitários colaborava na imprensa. Foi secretário, redator-chefe e diretor do DIÁRIO DE PERNAMBUCO, a partir de 1941, quando tinha 30 anos.
Colaborador literário do CORREIO DA MANHÃ, do DIÁRIO DE NOTÍCIAS e do JORNAL DE LETRAS do Rio de Janeiro. De 1956 a 1971, quando já tinha 60 anos de idade, foi Diretor Executivo do Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais.
Diretor do Arquivo Público de Pernambuco, de 1973 até 1983, quando já tinha 72 anos.
Membro do Seminário de Tropicologia da Universidade Federal de Pernambuco e da Fundação Joaquim Nabuco. Foi membro do Conselho Federal de Cultura de Pernambuco e do Conselho Federal de Cultura.
Publicou ELEGIAS, em 1952, com 41 anos, onde se encontra o 'BOLETIM SENTIMENTAL DA GUERRA DO RECIFE', um dos seus poemas mais conhecidos.
Recebeu o Prêmio Olavo Bilac da Academia Brasileira de Letras e o Prêmio da Academia Pernambucana de Letras por suas ELEGIAS (1952), o Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, e o Prêmio PEN Clube do Brasil, pelo livro de poesias ITINERÁRIO (1975).
Outros trabalhos: Elegias (1952); A tecelã (1956); Os epitáfios (1959); O galo e o catavento (1962); Canto ao meio (1964); Antologia poética (1968); Itinerário (1975); Pernambucânia ou cantos da comarca e da memória (1979); Pernambucânia dois (1980); Antologia em verso e prosa (1982).
Ensaio, Crônicas: O cajueiro nordestino (1954); Província e academia (1954); Itinerário da escola (1956); Paisagem das secas (1958); Capitão de fandango (1960); Geografia literária (1961); Terra e gente (1963); História em rótulos de cigarros (1965); Quem foi Delmiro Gouveia? (1967); O criador de passarinhos (1968); O pátio vermelho, crônica de uma pensão de estudantes (1968).
Votos e ex-votos, aspectos da vida social do Nordeste (1968); Os bichos na fala da gente (1969); Pernambuco sim, em colaboração com Gilberto Freyre e Roberto Cavalcanti (1972); Modas e modos (1977); A estrela de pedra e outros ensaios nordestinos (1981); Barão de chocolate e companhia (1983).
Escreveu prefácios a vários livros e colaborações em obras coletivas, como a enciclopédia Mirador Internacional, e textos seus foram inseridos em antologias nacionais e estrangeiras. Tem registros sonoros em disco (Boletim sentimental da guerra do Recife e Mauro Mota em prosa e verso) e em gravação para o Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro e de Pernambuco.
Jornalista, professor, poeta, cronista, ensaísta e memorialista. Faleceu no Recife, em 22.11.1984, com 73 anos de idade.
Sexto ocupante da Cadeira 26, eleito em 8.01.1970, na sucessão de Gilberto Amado e recebido pelo Acadêmico Adonias Filho em 27.08.1970.
Sua Cadeira 26, na Academia Brasileira de Letras tem como Patrono Laurindo Rabelo, Fundador Guimarães Passos, sendo também ocupada por Paulo Barreto(João do Rio), Constancio Alves, Ribeiro Couto, Gilberto Amado, Mauro Mota e Marcos Vilaça.
Muito bem estudado no DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO DE POETAS PERNAMBUCANOS(1993), de Lamartine Morais.
Pouco analisado na ENCICLOPÉDIA DE LITERATURA BRASILEIRA, de Afrânio Coutinho e J. Galante, edição do MEC, 1990, com revisão de Graça Coutinho e Rita Moutinho, em 2001.
Apesar de sua importância, não é mencionado no DICIONÁRIO HISTÓRICO-BIOGRÁFICO BRASILEIRO(2001, 5 volumes, 6.211 páginas), da Fundação Getúlio Vargas.


6. 2. SOCIOLOGIA EM SÃO PAULO. No ensino superior, a Sociologia conseguiu enquadrar-se em São Paulo, através do Currículo da Escola Livre de Sociologia e Política.
Por inspiração de Fernando Azevedo, foi fundada a Sociedade Brasileira de Sociologia que realizou, em 1954, em São Paulo, o PRIMEIRO CONGRESSO BRASILEIRO DE SOCIOLOGIA.
Vários estrangeiros estiveram vinculados à Escola Livre de Sociologia e Política, entre os quais, Roger Bastide e Donald Pierson, autores, respectivamente, de ARTE E SOCIEDADE e TEORIA E PESQUISA EM SOCIOLOGIA.
A Sociologia tem recebido, em São Paulo, excelentes contribuições, de difícil levantamento, através de Boletins, Revistas, Jornais, Livros, especialmente, através das Universidades, com seus Institutos e Departamentos de Sociologia e mais ainda, as dezenas de teses de Mestrado e Doutorado na área das Ciências Sociais.
Entre os diversos nomes pertencentes a esta nova geração de Sociólogos, destacam-se:
Florestan Fernandes, Octávio Ianni, Fernando Henrique Cardoso, Juarez Lopes, Eva Lakatos, Celso de Castro, Luiz Pereira, Oracy Nogueira, Marialice Foracchi e muitos outros.
Sem se falar, no entanto, em nomes que deram status à Sociologia Paulista, tais como: Emilio Willems, Herbert Baldus, Sergio Milliet, Romano Barreto, etc. E ainda: Manoel Berlinck, Iara Saffiori, Vera Ferrante, Delorenzo Neto, Aparecida Gouveia, Maria Helena Antuniassi, etc.

6. 3. SOCIOLOGIA NO RIO DE JANEIRO. Uma das contribuições para a Sociologia no Rio de Janeiro, foi dada pelo Instituto de Ciências Sociais, da antiga Universidade do Brasil, através de Vitor Nunes Leal.
Outra contribuição procedeu do Instituto de Sociologia Aplicada, da Universidade Católica, através de Fernando Bastos D’Avila. Destacou-se também o Centro Latino-Americano de Pesquisa em Ciências Sociais, através de Costa Pinto e Diegues Junior.
Entre os vários nomes vinculados a esta jovem geração de sociólogos, devem ser relembrados: Paulo Dourado Gusmão, Amaral Fontoura, Celso Furtado, Antonio Xavier Teles, Irene Melo Carvalho, Hermógenes de Andrade e muitos outros.
Sem se falar em nomes como de Theobaldo Miranda Santos, Anísio Teixeira, Francisco Lopes, Armando Marinho, Arnaldo Niskier, Carlos Menezes, Celso Duvivier, Francisco Brasil, Diegues Junior, Arthur Rios, etc.

6. 4. SOCIOLOGIA NO RIO GRANDE DO SUL. Há ilustres sociólogos e vários nomes vinculados à Sociologia naquele Estado, especialmente, através dos Institutos e Departamentos de Sociologia das diversas Universidades.
Estes são, entre outros, os nomes relacionados com a Sociologia no Rio Grande do Sul: Pedro Beltrão, Darci Azambuja, Laudelino de Medeiros.
Há, no entanto, uma geração de jovens sociólogos que só agora começa a aparecer no cenário nacional, através de seus livros, artigos e outras publicações, tais como: Amado Cervo, Pedro Bervian, Roque Lauschner, Norma Chalout, Ana Bianchi dos Reis, Gildo Daros, Zander Navarro, Francisco Felice, Mario Riedl, etc.

6. 5. SOCIOLOGIA NA BAHIA. Vários são os nomes vinculados à Sociologia na terra de Rui Barbosa. São nomes nacionalmente conhecidos, como o de Tales de Azevedo que inaugurou uma nova era nos estudos da realidade brasileira.
Modernamente, há uma geração de novos sociólogos, entre os quais, são por demais conhecidos os mestres Antonio Machado Neto, Zahidé Machado Neto.
A Sociologia na Bahia tem se desenvolvido, especialmente, através dos Institutos e Departamentos de Ciências Sociais e Sociologia das varias Universidades e Faculdades isoladas existentes não somente na Capital do Estado, mas também no interior.

6. 6. SOCIOLOGIA EM MINAS GERAIS. Extraordinária contribuição para a Sociologia Mineira foi dada pela Sociedade Brasileira de Sociologia, secção de Minas Gerais e a que se vincularam ilustres nomes.
Modernamente, as Universidades e Faculdades isoladas não somente na Capital, mas também no interior, são fontes do desenvolvimento da Sociologia, através dos Institutos e Departamentos que possuem sociólogos de méritos que despontam no cenário nacional.
Vale ressaltar, em Minas Gerais, a figura de Orlando de Carvalho, vinculado à Sociologia Política e Jurídica, especialista em problemas de municipalismo e doutrina do Estado.
Há uma geração jovem de sociólogos, tais como, Marcos Inácio de Araújo e José Murilo de Carvalho.

6. 7. SOCIOLOGIA NO PARANÁ. A Sociologia paranaense tem recebido a contribuição de ilustres sociólogos, quase todos eles vinculados aos Institutos e Departamentos das diversas Universidades e Faculdades isoladas não somente da Capital, mas também do interior, alem de Centros de Pesquisa e Sociologia existentes no Estado.
Especialmente em Curitiba, o numero de publicações, livros, revistas, artigos, no campo da Sociologia Aplicada ou Teórica, é realmente animador, mostrando a maturidade já alcançada pela Sociologia Paranaense.
Nome por demais conhecido, entre outros, é o do Prof. Euclides de Mesquita, a quem se deve a maior responsabilidade pela realização do PRIMEIRO CONGRESSO DE SOCIOLOGIA DO PARANÁ.

6. 8. SOCIOLOGIA NA PARAIBA. Em termos de estudos sociológicos gerais e de repercussão nacional, a Paraíba tem dados ilustres nomes.
Concretiza-se a Sociologia Paraibana através de ilustres sociólogos vinculados aos Institutos e Departamentos das Universidades e Faculdades isoladas, especialmente em João Pessoa e Campina Grande.
No entanto, o nome mais conhecido na Sociologia Paraibana é o do Professor Flóscolo da Nóbrega, autor da nacionalmente conhecida INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA, obra em que os temas propedêuticos são estudados com muita lucidez pelo autor.
Há uma geração de sociólogos jovens, tais como, entre outros, Luiz Gonzaga Melo, vinculado à Universidade Regional do Nordeste.

6. 9. SOCIOLOGIA NO PARÁ. A Sociologia Paraense tem recebido a contribuição de ilustres nomes, especialmente professores estrangeiros e de outros Estados da Federação que para lá se deslocam.
Através dos Institutos e Departamentos das Universidades e Faculdades Isoladas, a Sociologia do Pará está aos poucos alcançando a maturidade.
Os professores de Sociologia e Sociólogos passaram a usar material próprio, daí a existência de livros e textos outros publicados na própria região.
Nome dos mais expressivos, no entanto, é o do Professor Orlando Bitar, regente da Cadeira de Sociologia e um dos grandes constitucionalistas do país.

6.10. SOCIOLOGIA NO CEARÁ. Os estudos sociológicos no Ceará tem recebido a contribuição de ilustres sociólogos, muitos deles vinculados aos Institutos e Departamentos das Universidades e Faculdades isoladas.
Especialmente em Fortaleza, o numero de publicações, livros, artigos na área da Sociologia Aplicada ou Teórica é realmente animador, mostrando a maturidade alcançada pela Sociologia cearense.
Nome dos mais expressivos é o de Djacir Menezes, internacionalmente conhecido. Desponta, no entanto, no Ceará, uma geração de jovens sociólogos, tais como, Raimundo Frota de Sá Nogueira, Paulo Bonavides, Álvaro Melo Filho e outros.

6. 11. SOCIOLOGIA EM GOIÁS. Ilustres sociólogos, cientistas sociais e pesquisadores tem dado a sua contribuição para a formação da Sociologia em Goiás.
Quase todos estão vinculados aos Institutos e Departamentos das Universidades e Faculdades isoladas, alem de Centros de Pesquisa e Sociologia existentes no Estado.
Especialmente em Goiânia e Anápolis, o numero de publicações, livros, artigos, revistas na área de Sociologia Aplicada ou Teórica, é realmente grande e mostra como a Sociologia goiana está alcançando a sua plena maturidade.
Há uma geração jovem de sociólogos, pesquisadores e cientistas sociais, já despontados no cenário nacional.
Entre os vários nomes, destacam-se Jerônimo Geraldo de Queiroz, Xavier Enciso, Maria Luiza Centeno, Padre Pereira, Servito de Menezes, Maria Alice, Pedro Wilson Guimarães, Heldo Mulatinho, Solange Rassi, Lauro de Vasconcelos, Oliveira Leite Gonçalves, Alexandrina Passos Santos, Elia Oliveira Chaves, Dina Maria Mioto, Elias Chadud, Maria Rosa Veiga, Mario Ribeiro Martins, autor de SOCIOLOGIA DA COMUNIDADE, ESBOÇO DE SOCIOLOGIA, FILOSOFIA DA CIENCIA, etc.
Mencione-se também a Sociedade Goiana de Sociologia, sob a orientação do Professor Francisco Rabelo. Na área dos Estudos Sociais, destacam-se Bernardo Elis, Ilma Isac Borges, Nelci Silvério de Oliveira e os ex-alunos deste autor, Juscelino Polonial e Rivalino Antonio.

6. 12. SOCIOLOGIA NO DISTRITO FEDERAL. Em termos de estudos sociológicos gerais e de repercussão nacional, Brasília tem dado ilustres nomes.
Muitos destes nomes, anteriormente vinculados a Universidades pertencentes a outros Estados da Federação e que emigraram para a Capital Federal, no sentido de lá oferecer a sua colaboração. É o caso de Vamireh Chacon que foi professor deste autor na Universidade Federal de Pernambuco e, posteriormente, tornou-se professor da Universidade Nacional de Brasília(UNB).
Concretiza-se a Sociologia Brasiliense através das realizações dos Institutos e Departamentos das Universidades e Faculdades isoladas.
Há uma geração de jovens sociólogos, destacando-se, os seguintes, entre tantos outros, Mauricio Vinhas de Queiroz, Bárbara Freitas, Gentil Martins Dias, Fernando Correia Dias, Gabriela Toscano, Sergio Peixoto, Regina Lucia Morel, Maria do Carmo Lacerda, Nadya Castro, Irlys Alencar, Firmo Barreira, Tereza Cristina do Amaral, etc.(SOCIOLOGIA GERAL & ESPECIAL, Anápolis, Walt Disney, 1982, p. 321).

OBSERVAÇÃO: Note-se que este texto foi escrito em 1979, publicado em 1982, portanto, há mais de 30 anos e não foi feita nenhuma atualização.

*Mário Ribeiro Martins
é escritor e Procurador de Justiça.
(mariormartins@hotmail.com)
Site: www.mariomartins.com.br
HomePage:www.genetic.com.br/~mario
Fones:(063)32154496Celular:(063) 9977 93 11.
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