A uma mulher inexistente
Cultiva sonhos que não têm onde,
Deitada ao longo d’uma cama imensa.
Como um anjo, mistérios esconde.
Essa escultura é a minha Andressa.
Paira no espaço, a espreitar o etéreo,
Lustra desejos em sua cabeça.
Não desaparece o seu rosto sério,
Serena e virgem, minha cruz, Andressa.
Forja emblemas em olhos divinais,
Só espero que meu eu se aqueça
Nesses dentes, espelhos de cristais
Em que flutua o sorriso de Andressa.
Vou-me embora, pois já sou louco,
Mas eu quero que nunca se esqueça,
Mesmo que eu diga isso muito pouco,
Amo você, minha flor, Andressa.
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