Usina de Letras
Usina de Letras
84 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62275 )

Cartas ( 21334)

Contos (13267)

Cordel (10451)

Cronicas (22539)

Discursos (3239)

Ensaios - (10382)

Erótico (13574)

Frases (50665)

Humor (20039)

Infantil (5454)

Infanto Juvenil (4778)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140817)

Redação (3309)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1961)

Textos Religiosos/Sermões (6206)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Contos-->Tudo Começou.....parte 10 -- 19/12/2002 - 20:51 (Lucilene Gonçalves) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Senti que você Celso ficou meio magoado, mas mesmo assim respondeu:
- Se você aceitar, nos podemos nos casar e então adotamos o bebe.
Casar? Nunca, mesmo que isso significasse perder o pequeno Eduardo. Jamais iria trair o meu Eduardo, então Celso continuou falando:
-Calma Ana, eu explico. Não estou te fazendo uma proposta de casamento, estou te propondo um contrato. Nós nos casamos, mas só nos papeis, assim poderemos adotar, não só esse bebe, mas também todos as outras crianças que você quiser.
A proposta já não tinha mais o mesmo significado, mas ainda era muito estranha pra mim. Será que eu devia aceitar isso? A quem eu ia pedir conselhos. Então pedi a Celso que me desse um tempo pra pensar e ele aceitou.
Naquela noite, tomei um calmante pra dormir, pois me sentia muito agitada. Então logo adormeci e comecei a sonhar, bem eu acho que foi um sonho, mas às vezes, eu tenho duvidas.
Sonhei com aquela mesma senhora, que havia me visitado no Hospital. Ela chegou, sentou-se ao meu lado na cama e começou a dizer:
-Oi Ana, vejo que você está cumprindo a promessa, e isso me deixa feliz. Mas agora venho em outra missão, fui enviada pra te ajudar, pois você pediu por essa ajuda.
Você está em duvida, sobre a proposta que recebeu, mas quer muito ter o bebezinho, como seu filho. Então estou aqui trazendo um novo recado pra você, e como sempre é do Eduardo.
Ele me pediu que viesse e lhe dissesse, que você deve aceitar a proposta, pois sabe que você ainda o ama e que nada, ninguém e nem mesmo esse casamento de contrato vai separar vocês.
Que se você tivesse olhado bem no fundo dos olhos do pequeno bebezinho, você já teria tomado a decisão de se casar e adota-lo.
Nesse momento, acordei e liguei pro orfanato perguntando se tudo estava bem por lá.
Agda que era a pessoa encarregada do plantão noturno me disse que o bebe, aquele que eu queria adotar, não estava bem.
Rapidamente me levantei e liguei para Celso, pedindo que fosse pro orfanato, porque o bebezinho, o meu pequeno bebezinho, estava doente.
Rapidamente me vesti, peguei o carro e segui pro orfanato, quando cheguei corri até o bercinho e vi que o bebe, estava ardendo em febre. Desesperada, medi a temperatura e já chegava a 39 graus. Entrei em pânico, então Celso chegou e começamos a tirar a roupinha do bebe e demos um banho nele, depois o vestimos e levamos pro hospital mais próximo.
Quando chegamos, rapidamente fomos atendidos, o médico examinou o bebe e disse, que ele não estava bem, que ele deixaria o pequenino internado em observação, faria alguns exames e então nos diria o que estava errado com ele.
Senti um medo horrível. Será que novamente eu iria perder alguém que eu queria tanto? Nesse momento, me senti tão fraca, Celso notando isso, rapidamente me abraçou e disse:
- Calma Ana, eu estou aqui. E tudo vai dar certo, ele vai se recuperar e nos vamos cuidar dele.
Pela primeira vez, desde que você Eduardo tinha morrido, um homem me abraçava. Senti-me confortada, mas ao mesmo tempo muito assustada. Não me sentia bem, por estar sendo tocada por outro homem, então sorri e agradeci as palavras e o conforto que acabará de receber e disse:
-Tenho certeza disso, mas vou ficar aqui com ele. Quero cuidar dele.
Celso sorriu e disse:
-Já imaginava isso, também fico. Nós dois vamos cuidar dele.
Os exames começaram a ser feitos, o bebe continuava febril.
O médico retornou ao quarto e disse:
-Mãe, tire toda a roupinha do bebe, e coloque-o junto ao eu corpo, assim ele poderá sentir seu amor e talvez melhore. Sei que muitos não acreditam nisso, mas funciona. Depois disse que assim que tivesse os resultados dos exames voltaria pra conversar comigo e com meu marido, e saiu do quarto.
Olhei para Celso e ele não disse uma só palavra, mas nos dois começamos a tirar as roupinhas do bebe. Sentei-me em uma poltrona, e como o médico havia dito, coloquei o pequeno bebe bem juntinho do meu corpo.
Celso puxou uma cadeira e se juntou a nós. Passamos horas assim. Eu o bebe e Celso. O bebe não dormia, olhava fixamente pra mim e às vezes pro Celso. Nós dois o acarinhávamos e cantávamos uma canção de ninar, mas ele só nos olhava e nada de adormecer.
Foi quando me lembrei do sonho, e olhei bem no fundo daqueles pequenos olhinhos e pude sentir uma sensação de doçura, de fragilidade, um pedido de socorro. Então entendi a mensagem recebida e falei para Celso:
-Celso, olha bem pra essa coisinha tão doce que agora esta nos olhando. Mas olhe com os olhos do coração e veja se consegue entender o que ele diz.
Celso fez o que pedi e me respondeu:
-Parece que ele está nos pedindo socorro Ana. Apesar de ser tão pequeno e frágil, parece ser muito doce e precisa de nós.
Meu Deus, ali estava à resposta a minha duvida, então eu disse:
-Celso. Ainda está de pé a proposta de casamento?
Celso admirado olhou me olhou e disse que sim. Que se eu aceitasse seria como ele havia proposto, um contrato, nada mais que isso.
Então eu respondi:
-Assim que o pequeno Eduardo, por que é esse o nome que eu quero dar a ele, se recuperar. Quero que você cuide dos documentos necessários para o casamento.
Nesse momento, uma brisa passou pela janela, tocando o meu rosto. Senti sua presença Eduardo e sei que você de alguma forma aprovava minha decisão.
Passamos a noite no Hospital, e pela manhã os resultados dos exames chegaram. Nada havia de errado com o pequeno Eduardo, o médico disse que deveria ter sido uma alguma virose sem importância, mas que agora ele já estava bem e podíamos leva-lo pra casa.
Tudo ficou bem e os dias iam passando calmamente. No orfanato tudo caminhava tranqüilamente, Celso já havia dado entrada nos papeis do casamento e a data esta próxima. Então ele me chamou e disse:
-Ana. O casamento está próximo, por isso te trouxe o contrato, para que você leia e se aceitar assine. Pois quero registra-lo em cartório, quero que seja tudo legal.
Nesse momento peguei o documento e comecei a ler e dizia o seguinte:
-Hoje diante de duas testemunhas, eu Celso Freitas de Albuquerque, me comprometo com Ana Lúcia Meneses Lins. A assumir um casamento que deverá ser e existir somente nesse contrato, respeitando assim, nossa vontade e decisão. A partir de agora, nos seremos casados legalmente, mas não fisicamente. Pois essa é à vontade da senhora aqui citada.
Nesse momento olhei para Celso, calada continuei a leitura. Eram palavras com termos legais, tudo muito bem descriminado, pois Celso sempre fora brilhante como advogado e confesso que nesse caso, estava se superando.
Após terminar a leitura, disse:
-Tudo bem, parece que mais uma vez você conseguiu me ajudar, obrigado. Quando vamos assinar o contrato?
Celso agradeceu o elogio e disse que deveríamos fazer isso agora mesmo, então chamamos duas funcionárias do orfanato para serem as testemunhas e assinamos o contrato.
Os dias foram passando.Eu nem imaginava a surpresa que me esperava. Mas estava meio desconfiada, pois Celso me pediu para não ir ao orfanato por dois dias, e esses eram os dois dias que antecediam o casamento. Achei meio estranho, mas concordei.
Na manhã do casamento estava em casa, quando meus pais chegaram, trazendo uma grande caixa com um bilhete que dizia o seguinte:
-Por favor, Ana! Use esse vestido, isso vai me deixar muito feliz. Celso.
Curiosa abria a caixa e tive uma surpresa. Era um vestido todo azul, mas de um tom azul como o do céu. Pensei um pouco e resolvi, não me custaria fazer esse agrado para Celso, afinal ele estava sendo muito amigo e companheiro.
Então pedi a meus pais que esperassem. Subi e nesse momento lembrei-me de uma coisa. Teria que tirar a aliança do dedo, pois era a nossa aliança e agora, mesmo sendo apenas um contrato eu teria que aceitar isso. Então tirei a aliança e coloquei no cordão junto com o símbolo do nosso amor, pois essa aliança era o nosso elo. Arrumei-me pro casamento, e fui junto com meus pais para o orfanato. Lá chegando, não podia acreditar no que via.
Todas as crianças do orfanato estavam vestidas com roupas brancas, as meninas tinham tiaras de flores em seus cabelos e os garotos uma rosa nas mãos. Tudo estava enfeitado, no centro do gramado um lindo altar montado, muitas pessoas amigas estavam lá.
Então Celso veio ao meu encontro, trazia nas mãos, uma coroa de flores do campo e carinhosamente colocou em minha cabeça. Uma das meninas me trouxe um buquê de flores silvestres.
Todos nos olhavam, então Celso me pegou pela mão, e começamos a caminhar para o altar. A cerimônia transcorreu normalmente e após assinarmos o livro de casamento, Celso pegou minha mão e disse:
-Ana receba esse anel, para que assim possa existir um elo entre nós.
Era um anel de brilhantes, Celso sabia que não seria fácil para mim, usar uma nova aliança.
Nesse momento todos aplaudiram e as crianças vieram ao nosso encontro e começaram a nos puxar, dançar e cantar. Foi nesse momento que eu percebi o que acontecia.
Então olhei e comecei a procurar você Eduardo, e pela primeira vez desde a sua morte eu pude vê-lo. Você estava lá com sua mãe, como no meu sonho. De repente tentei caminhar em sua direção, mas como no sonho, as crianças me impediam. Então resolvi que não iria chorar, apenas acenar e te dizer o que tinha vontade que você ouvisse. Então pedi licença a todos e comecei a falar:
-Queria que, por favor, vocês me dessem um minuto de atenção!
Nesse momento, todos pararam e me olharam, então eu comecei a falar:
-Estou muito feliz por todos terem vindo aqui hoje, em especial pessoas que sei que me amam e que eu também amo. E quero que saibam que apesar de tudo que aconteceu aqui hoje, eu continuo sendo a mesma Ana. Que nada ou ninguém jamais vai conseguir me afastar de vocês!
Todos aplaudiram, mas somente eu sabia pra quem tinha sido o recado. Mas você meu amor entendeu e docemente sorriu e me deu adeus, e caminhando junto com sua mãe foi desaparecendo.
...........................
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui