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Artigos-->ISRAEL E OS PALESTINOS 1987 A 2005 -- 20/11/2012 - 11:51 (edson pereira bueno leal) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


 



ISRAEL E OS PALESTINOS  1987 A  2005



 



Edson Pereira Bueno Leal, novembro de 2011.



 



A QUESTÃO PALESTINA



 



A OLP – Organização de Libertação da Palestina foi criada originalmente lutando pelo direito á autodeterminação do povo palestino e a criação de um governo palestino independente .




“Queremos a guerra . Para nós a paz é a destruição de Israel . “ Yasser Arafat em 1970.




 



HAMAS



 



O Hamas ( Movimento de Resistência Islâmica )  foi fundado em 1987 pelo xeque Ahmed Yassin , condenado á prisão perpétua em uma penitenciária israelense , mas que acabou liberado . Seu objetivo é destruir Israel e criar um Estado islâmico em toda a Palestina . O Hamas além dos terroristas possui escolas , creches , clínicas , clubes juvenis e mesquitas . O Dawaa oferece moradia subsidiada a jovens que estudam religião em sua rede de escolas .  Foi o primeiro a usar homens bomba em 1992 .



 



 



PRIMEIRA  INTIFADA 9.12.1987



 



Os palestinos são 2,1 milhões, inclusive 700.000 árabes israelenses , que votam, mas não podem ter propriedades em Israel , para uma população israelense de 3,5 milhões.



A questão crucial desde o início da intifada é a possibilidade de haver um acordo entre israelenses e palestinos . Existem obstáculos quase intransponíveis a que este acordo possa ocorrer como por exemplo a retirada dos assentamos judeus em território palestino , o retorno dos refugiados palestinos para a região , a posse de Jerusalém pelas palestinos .



Revolta palestina teve início em 1987 na Cisjordânia e em Gaza. Em dezembro de 1988 , Arafat diz que a OLP renuncia ao terrorismo e pode reconhecer o Estado de Israel.



Ainda em 1988 foi morto na Tunísia em sua casa , Khalil Al-Wazir ( Abu Jihad) , braço direito de Arafat , em represália a um atentado contra ônibus escolar em Israel . . A OLP enfraqueceu-se militarmente  e perdeu um líder moderado. Khalil foi alvejado dentro de casa por 75 tiros , na presença da mulher e dos filhos .A operação envovleu um submarino , dois ônibus e trinta pessoas .  



Em 1990 Arafat decidiu apoiar Sadam Hussein e com isso perdeu quase US$ 150 milhões por ano em contribuições da Arábia Saudita e outros países árabes , enfraquecendo-se sensivelmente  . Mesmo assim foi convocado pelos americanos pela negociar a paz com os judeus em 1993 . O primeiro ministro de Israel Yitzhak Rabin embora detestasse Arafat acabou concordando porque " Cheguei à conclusão de que, se não aceitasse a OLP eventualmente não haveria um interlocutor palestino, pois os extremistas muçulmanos assumiriam o controle " . ( Veja , 12.12.2001, p. 54) .



Em 1992 Abbas Mussawi , líder do Hezbollah foi morto em um ataque de helicópteros no sul do Líbano .



 



ACORDOS DE OSLO



 



Em 13.09.1993, pelos acordos de Oslo  houve o reconhecimento mútuo entre a OLP e Israel , após sete meses de conversações secretas e em 13.09.93 ocorreu a  assinatura em Washington da "declaração de princípios ", um  acordo de paz entre Yitzhak Rabin e Yasser Arafat . "Vamos dar uma chance á paz " disse Rabin  que foi assassinado em 1995 e em 1996 Benjamin Netanyauh do partido  Likud assumiu o poder levando a retrocesso na relação com os palestinos.




"Estamos destinados a viver juntos no mesmo solo e na mesma terra . Nós que lutamos contra vocês palestinos , dizemos hoje , em voz alta e clara, chega de sangue e de lágrimas, chega " Ytizhak Rabin . " Digo ao povo de Israel , a decisão que tomamos junto com vocês exigiu grande e excepcional coragem . Vamos precisar de mais coragem e determinação para continuar construindo a coexistência e a paz entre nós . Isso é possível " Yasser Arafat , 1993 .



"Havia a questão  sobre se Yitzhak Rabin  e Yasser Arafat apertariam as mãos . Eu sabia que Arafat queria fazê-lo . Antes de chegar a Washington , Rabin disse que faria também &
39;se fosse necessário&
39; , mas eu sabia que ele não o desejava . Quando Rabin chegou á Casa Branca , levantei o assunto . Ele evitou aceitar qualquer compromisso e me falou de quantos jovens israelenses havia enterrado por causa de Arafat . Eu disse a Yitzhak que se ele estava realmente empenhado em obter a paz, teria que apertar a mão de Arafat para provar isso . &
39;O mundo inteiro vai estar assistindo , e é o aperto de mãos que eles esperam &
39; , eu disse . Rabin, suspirou e , com sua voz profunda de quem já viu de tudo, disse : &
39;Suponho que não se celebra a paz entre amigos &
39; . &
39;Então , você vai apertar a mão de Arafat ?&
39; perguntei . &
39;Tudo bem , tudo bem , Mas sem beijos&
39;, disse ele . A saudação tradicional árabe é um beijo na bochecha , e isso ele não queria" ( Bill Clinton , in Veja 30.06.2004, p. 81) .   




Com os acordos de 1993 a Autoridade Palestina recebeu o controle administrativo  das maiores áreas urbanas , cerca de 40% da Cisjordânia e 80% da Faixa de Gaza , um conjunto de cidades e aldeias cercados de postos de controle israelenses e colônias judaicas onde vivem  213 mil judeus . Ou seja os palestinos estão cercados pelos judeus e não podem viajar livremente entre suas cidades.



A Faixa de Gaza é um retângulo de 40 km de comprimento por 11 km de largura onde vivem 1,5 milhão de palestinos , uma das maiores densidades populacionais do planeta .



Por sua vez as colônias judaicas , como Hebron estão cercadas de palestinos . Em Hebron 400 colonos fanáticos , vivem junto ao Túmulo dos Patriarcas , cercados por 120.000 palestinos   . As colônias judaicas não serão desmontadas e permanecerão protegidas por Israel.   Os palestinos tem autonomia limitada e o poder de polícia .



 



ASSASSINATO DE RABIN 1995



 



Rabin foi assassinado em 1995 em um comício pela paz em Tel-Aviv , quando cantava a seguinte música : “Deixem que o sol penetre por entre as flores. Não olhem para trás/deixem os que se foram  E olhem com esperança/mas não através da mira das armas. Cantem uma canção ao amor. E não à guerra” .



Seu assassinato foi inspirado pelas idéias do rabino Meir Kahane ( 1932-1990) que usou de argumentos messiânicos para promover a hostilidade radical contra os árabes na Palestina . Para ele , qualquer concessão territorial atrasaria a vinda do Messias e por isso odiava os árabes e o Estado secular de Israel .



Ainda em 1995, na Ilha de Malta , dois homens em uma moto roubada mataram com um tiro na cabeça Fathi Chqaqi , da Jihad Islâmica . Outros dez agentes deram cobertura e todos fugiram .



 



ELEIÇÃO DE ARAFAT EM 1996



 



Em janeiro de 1996 Yasser Arafat , com 88,1% dos votos foi eleito presidente da Autoridade Palestina e o seu partido o Al Fatah , terá 50 dos 88 deputados no Parlamento .  Cerca de 75% dos palestinos com direito a voto participaram das eleições apesar do boicote do Hamas e de outros grupos de extrema esquerda . 



Quase 70% do orçamento da Autoridade Palestina vem de fundos enviados por países árabes e europeus .Não há nenhum controle sobre os gastos e destino de milhões de dólares . Há indícios vergonhosos de enriquecimento de autoridades , como por exemplo grandes mansões construídas , apesar de seis em cada dez palestinos viverem na pobreza .



Nos 361 km2 da Faixa de Gaza vivem 8.000 colonos judeus e 1,3 milhão de  palestinos . É a região mais densamente povoada do mundo .  A renda per capita de Israel é de US$ 10.878, da Cisjordânia 2.275 e a de Gaza , de 1.310.  Nas Colinas de Golã , conquistadas da Síria , vivem 16.000 judeus .



É difícil imaginar como chegar a acordo em uma situação como esta . Israel implantou  na Cisjordânia , 193 assentamentos em pontos estratégicos e ao redor de cidades árabes , justamente para quebrar a continuidade territorial . Os colonos judeus mudaram para estas regiões atraídos  pela vida mais confortável e pelas casas subsidiadas , metade do preço das de Jerusalém . Porém vivem em constante sobressalto e são obrigados a andar com fuzis e pistolas permanentemente   e apesar dos postos de controle e das estradas de uso exclusivo , franco atiradores sempre podem aparecer .



Em uma das grandes falhas do processo de paz , os dirigentes israelenses em nenhum momento congelaram as colônias em territórios palestinos  , que continuaram a crescer normalmente após 1993 .



Pesquisa feita em 2002 mostra que 65% dos israelenses são favoráveis a abandonar as colônias nos territórios ocupados para viabilizar a separação definitiva dos palestinos . Já o governo de Israel acha que abandonar as colônias neste momento significaria reforçar a idéia de que é possível expulsar os israelenses pela força dos atentados.



A entrega das áreas ao controle palestino era o primeiro passo para a paz, mas Arafat não conseguiu eliminar os ataques a Israel e Israel continuou a instalar colônias judaicas nas terras em que os palestinos queriam construir o seu Estado .



Israel ocupou toda a cidade de Jerusalém em 1967 e em 35% desta área instalou 170.000 judeus  e  os palestinos querem a parte oriental da cidade como capital de seu futuro Estado.



Existem  4,0 milhões de palestinos refugiados nos países da região e Arafat quer trazê-los para o futuro Estado Palestino.



Os palestinos querem a retirada total dos israelenses dos territórios ocupados em 1967, conforme a resolução 242 da ONU.    



Para o intelectual palestino Edward Said o acordo de Oslo foi uma vergonhosa capitulação por parte de Arafat que teria cometida grave erro político ao apoiar a invasão do Kuwait por Saddam Hussein e para manter-se no poder acabou assumindo uma série de compromissos desastrosos com os EUA e Israel ( Veja, 25.06.2003 , p. 14) .



Em 1996  Yahya  Ayyash , o "engenheiro" , o mais sanguinário terrorista do Hamas foi morto com uma bomba instalada em seu telefone celular . 



Em 1997 agentes colocaram veneno no ouvido de Kalid Meshal enquanto ele dormia . Os espiões israelenses foram pegos e o Mossad teve de dar-lhe um antítodo . Mesahal sobreviveu .



 



2000



 



A vitória do trabalhista Ehud Barak em 1999 demonstrou que a maior parte dos israelenses queriam definitivamente a paz com os seus vizinhos As negociações com os palestinos foram retomadas , sendo definido o dia 13.09.2000 para sacramentar um acordo.



Em julho de 2.000 , durante 15 dias foi realizado um encontro de cúpula  em Camp David nos EUA entre Iasser Arafat, presidente da Autoridade Nacional palestina e Ehud Barak , para tentar chegar a um acordo com relação ao destino de Jerusalém , após a ameaça de Arafat de declarar unilateralmente a constituição do Estado Palestino. Apesar dos esforços de Bill Clinton , presidente americano o encontro fracassou.



Barak fez uma proposta ousada  de criar um Estado Palestino em 90% da Cisjordânia , aceitando a capital nos bairros árabes de Jerusalém  , mas Arafat recusou. Foi a grande proposta de paz na região que infelizmente  falhou .



Os problemas que impedem um acordo são a reivindicação dos palestinos sobre a parte oriental de Jerusalém como capital de seu futuro Estado , o reconhecimento do direito de retorno de 3,6 milhões de refugiados e os assentamentos judaicos em áreas palestinas , atualmente com soberania de Israel e proteção militar . Dificilmente os judeus irão concordar com as duas primeiras , pois ameaçam a própria sobrevivência de Israel .



Os palestinos reivindicam  uma continuidade territorial  que dê viabilidade econômica a seu futuro . Caso permaneça um grande número de assentamentos judaicos em seu território o Estado Palestino ficaria inviabilizado , à exemplo dos “bantustãs” , formados na África do Sul, pequenos enclaves negros , cercados de um grande território dominado pelos brancos .



"Arafat deve compreender que não tem autorização para renunciar aos direitos palestinos sobre Jerusalém , nem para comprometer o futuro dos refugiados" - xeque Ahmad Yassim , líder espiritual da milícia Hamas . ( Veja 26.07.2000 , p. 54-55) . 



Jerusalém é uma cidade peculiar pois é cidade santa de três religiões - judaica , cristã e muçulmana . Em Jerusalém está o santuário Haram al-Sharif , onde os árabes acreditam que o profeta Maomé  ascendeu ao céu e abriga ainda as mesquitas de Al-Aksa e de Omar , sendo entretanto apenas o terceiro mais importante santuário do Islã . Na mesma rocha está o Muro das Lamentações , o que sobrou do Templo sagrado , destruído nos anos 70 pelos romanos e o local mais sagrado do judaísmo . Lá está também o Monte das Oliveiras onde Jesus foi crucificado e a Igreja do Santo Sepulcro onde ressuscitou . 



 



SEGUNDA INTIFADA  2000



 



Teve início em 28.09.2000,  após a visita do general da reserva Ariel Sharon , contrário ao processo de paz, à Esplanada das Mesquitas em Jerusalém , terceiro lugar mais sagrado para os muçulmanos o que foi considerado  uma provocação  .



No dia seguinte em pleno Ano Novo Judaico , palestinos apedrejaram judeus que rezavam diante do Muro das Lamentações . As forças israelenses , reagiram e mataram sete palestinos .



Desde então os conflitos entre judeus e palestinos ocorrem diariamente , mas o exército israelense reagiu moderadamente no início e os vizinhos Emirados Árabes , Arábia Saudita , Jordânia e  Egito não se envolveram , evitando a globalização do conflito.



Porém anos de conflito produziram uma hostilidade mútua difícil de solucionar . Como afirma o psicanalista israelense Yoram Yovell, " entre os israelenses , todos conhecem alguém que foi morto ou ferido . Alguns dos meus melhores amigos foram vítimas de ataques terroristas . No lado palestino é ainda pior . Eles sofreram muito mais baixas . Praticamente todos tiveram algum membro da família morto ou ferido pelos israelenses . Isso torna tudo muito pessoal " ( Veja , 4.8.2004, p. 11) .  




UFMG – “Doze anos após a expulsão de seus comandos armados da Jordânia , episódio sangrento que ficou conhecido entre os palestinos como o Setembro Negro, a última Quarta Feira , assinalou outro setembro histórico para a Organização de Libertação da Palestina, a OLP , e a crise do Oriente Médio . Pela manhã , em Beirute , o último contingente de combatentes da OLP deixava o Líbano” ( Isto é ,8.9.1982). Cite o objetivo da luta travada pela OLP. 




Arafat ficou em uma difícil situação . Se a ANP reprimir os grupos responsáveis pelos atentados contra Israel , por exemplo o Hamas , poderá provocar uma guerra civil palestina. Por outro lado esta repressão é uma das exigências de Israel para voltar às negociações de paz . ( F S P 25.07.2001 , p . A-10) . Fica evidente na situação atual que a Autoridade Palestina está perdendo o comando para o Hamas e a Jihad Islâmica.



Com a vitória de Ariel Sharon nas eleições de 2001 as esperanças de paz ficaram mais sombrias . Sharon um conservador linha dura dificilmente irá fazer concessões aos palestinos em termos de desmanchar assentamentos judaicos , devolver a metade árabe de Jerusalém  ou entregar mais territórios aos palestinos. Ao contrário Sharon definiu uma postura de não deixar um ataque palestino sem resposta e só negociar se os palestinos depuserem as armas .Para combater o terror Sharon adotou no início  a política de ações limitadas voltadas a atingir líderes extremistas . Com a segunda Intifada passou para uma política clara de enterrar de vez os acordos de 1993 e destruir a infra-estrutura palestina .



Israel após o início da Intifada fechou as  fronteiras , impossibilitando aos palestinos de irem trabalhar em Israel o que agravou seriamente a situação dos palestinos. Em outubro de 2000 um episódio bem demonstrou a situação de confronto total entre os dois lados. Dois israelenses erraram o caminho e foram parar no centro da cidade palestina de Ramallah . A multidão desconfiada os levou a uma delegacia . Com o boato de que seriam agentes israelenses infiltrados uma multidão invadiu a delegacia . A mulher de um dos israelenses ligou para o celular de seu marido exatamente nesta hora e um palestino atendeu a ligação e disse "Estamos matando o seu marido" . Estavam mesmo. Os dois homens morreram à base de pancadas e pisoteios. . Em represália posteriormente Israel destruiu a delegacia com mísseis . ( Veja, 18.10.2000 , p. 55-56).



Em maio de 2001 Israel passou a considerar como forças inimigas a segurança pessoal de Arafat e o Fatah , o que autoriza o exército a atacar áreas sob jurisdição palestina e prédios da organização , agravando o conflito.  




"Grande parte do Oriente Médio continua desconectada do mundo, vivendo no passado . São lugares com  ódios, nacionalismo exagerado e subdesenvolvimento econômico" . ( Shimon Peres , in Veja, 4.7.2001 , p. 11-15) .




Em 12.08.2001 o palestino Izzadine Masri de 23 anos detonou uma bomba em seu corpo com  pregos em uma pizzaria no centro de Jerusalém , às 14 horas , horário de maior movimento . Matou 16 pessoas , incluindo um turista brasileiro e feriu outras 150 ,



Em retaliação Israel ocupou prédios públicos , inclusive o Orient House , a embaixada informal da autoridade palestina e um dos símbolos do futuro Estado Palestino . ( Revista Veja, 15.08.2001 , p. 52-53) .



A Organização HRW , Human Rights Watch divulgou relatório em 2002 considerando os atentados suicidas palestinos de " crimes contra a humanidade " e " crimes de guerra " . ( F S P 1.11.02, p. A-16) .



Em 27.08.2001 Israel deu um grande passo para o crescimento da  tensão na região com o assassinato, por 2 mísseis lançados de helicópteros ,  de Abu Ali Mustafa Zibri , 64 anos , líder da Frente Popular para a Libertação da Palestina  ( F S P 28.08.2001 , p. A-10) .



Em outubro de 2001 em represália ao assassinato,  este grupo , uma dissidência de Arafat assassinou o ministro israelense Rehavam Zeevi .



O primeiro ministro Ariel Sharon após o assassinato do ministro israelense  determinou a reocupação temporária dos territórios devolvidos aos palestinos e passou a adotar uma política sistemática de hostilidade a Yasser Arafat com o objetivo de torpedear qualquer retomada do processo de negociações de paz que leve à criação do Estado Palestino Autônomo e à divisão de Jerusalém  .



Em dezembro de 2001 Israel capturou um barco carregado com 50 toneladas de armamentos provenientes do Irã e que se destinavam á Autoridade Nacional Palestina segundo o capitão do barco Omar Akkawi, preso em Israel . ( F S P 8.1.02, p. A-10) . Os serviços de segurança israelense deram provas aos americanos de que Arafat tinha conhecimento do carregamento e o aprovara pessoalmente . Este dado foi fundamental para convencer o governo americano de que Arafat não é um negociador confiável. 



Em dezembro de 2001 Arafat foi impedido por Israel de sair de Ramallhah , tornando-se um prisioneiro virtual . O confinamento foi respaldado pelos americanos sob a alegação de que Arafat perdeu o controle sobre os terroristas  e autorizou uma operação de contrabando de armas , descoberta por Israel . O confinamento o impediu de participar na Missa do Galo em Belém no dia 24 de dezembro e da missa de Natal ortodoxa no dia 6 de janeiro.



 



FARSA EM FILME 2000



 



Em 2000 , o mundo inteiro viu a imagem de um pai , agachado junto a um muro , tentando proteger o filho de 12 anos com o próprio corpo , em meio a um intenso tiroteio numa rua de Gaza . O pai grita e gesticula , num aparente apelo por clemência . Segundo depois , uma nuvem de fumaça cobre a imagem . O pai aparece em seguida debruçado sobre o filho,  aparentemente morto . Filmado por um cinegrafista palestino da TV estatal France 2 , em 30 de setembro de 2000 , a gravação foi repassada a centenas de outras emissoras . As únicas informações sobre o episódio , incluindo o relato sobre a suposta autoria israelense dos disparos , foram fornecidos pelo próprio cinegrafista .



O Egito deu o nome do menino , Mohamed al Duha , a uma rua , e homens bomba , em seus vídeos de despedida , saudaram o garoto como mártir da causa palestina



Em 2004, Phillipe Karsenty , presidente de uma Ong de vigilância midiática pró-Israel apontou “ incoerências” na filmagem , como a falta de sangue  , a qualificando de “falsa” e “encenada” , para servir à propaganda palestina e lembrou que a emissora  se recusava a divulgar a íntegra da gravação original .



Os advogados da estatal abriram processo por difamação contra Karsenty . Porém , em maio de 2008 , um tribunal de recursos parisiense o inocentou da acusação  , o que na prática validou a acusação de Karsenty , pois afirmou que suas ressalvas são “legítimas “. ( F s P , 29.05.2008 , p. A-14).



 



2001



 



AJUDA EXTERNA



 



Israel embora receba ajuda dos judeus do exterior , obtém maior volume de recursos dos EUA  que subsidiam o Estado , desde 1979  com cerca de US$ 3  bilhões por ano além de um acordo militar que permite a Israel se utilizar de US$ 1,8 bilhão por ano. O país tinha em 1988 uma dívida de US$ 23 bilhões , sendo de viabilidade econômica duvidosa.



O Egito é subsidiado pelos EUA em US$ 2 bilhões por ano para manter o seu apoio a Israel.



Bibliografia: Goldberg, David e Rayner, John . Os Judeus e o Judaísmo. Xenon.



 


































































































Países islâmicos - Indicadores econômicos e sociais  2000



 



 



 



 




 




Paquis




Egito




Turquia




Irã




Sudão




Afeg.




Iraque




Aráb S




Populaçã




145




69




67




71




32




23




24




21




Liberdad




6,5




6,5




4,5




6,6




7




7




7




7




IDH




135




119




85




97




143




-




126




75




Imprensa




Parcial




Não há




Parcial




Não há




Não há




Não há




Não há




Não há




Internet




0,85%




0,65%




3%




0,5%




0,03%




-




-




1,4%




Homens




40




33




7




16




30




48




34




16




Mulheres




69




56




23




30




53




78




54




33




Índice de Liberdade 1- mais livre 7 - menos livre ; IDH - Índice de Desenvolvimento Humano em ranking com 174 países ; Homens e Mulheres analfabetos.



Dados da ONU in Veja, 17.10.2001 , p. 70-71  .



 



POSSIBILIDADE DE NOVA GUERRA



 



A possibilidade de ocorrer uma nova guerra no Oriente Médio é improvável . O Egito e a Jordânia fizeram a paz com Israel e tem boas relações com os Estados Unidos . Na Síria o novo presidente Bashar Assad ainda não tem o mesmo controle político que seu pai . Israel segundo analistas militares embora inferior quantitativamente , é muito superior qualitativamente graças à sua aviação e a alta tecnologia de seus tanques O único país mais perigoso na região é o Iraque , mas não é vizinho de Israel e está sob monitoramento dos países ocidentais . O .fato da União Soviética não existir mais é outro importante fator impeditivo da guerra .  



 
























































































































PODERIO MILITAR NO ORIENTE MÉDIO  2000/2001




País




Soldado




Reserv




Total




Tanq




Veic.




Artilha




Aviões




Egito




450.000




254.000




704.000




2750




3400




3550




481




Israel




186.500




445.000




631.500




3930




8040




1348




628




Jordan




94.200




60.000




154.200




900




1500




 




100




Líbano




51.400




 




51.400




280




1235




 




 




Auto P




34.000




 




34.000




 




45




 




 




Síria




380.000




132.500




512.500




3700




5000




2600




520




Turq




633.000




398.000




1031000




4200




5460




4350




485




Árab S




171.500




20.000




191.500




750




5300




404




355




Iraque




432.500




650.000




1082500




2000




2000




210




215




Irã




520.000




350.000




870.000




1500




1240




2700




205




Fonte The Middle East Military Ballance 2000-2001 , in F S P 5.8.2001,p.A-17



 



2002



 



Em 31 de janeiro , Sharon   em declaração feita ao diário israelense "Maariv"  afirmou : " No Líbano foi acertado que Arafat não deveria ser eliminado . Para falar a verdade , estou arrependido de não o ter eliminado " . Em 1982  Sharon era Ministro da Defesa e comandou a invasão do Líbano.



Em 21 de janeiro de 2002 tanques israelenses ocuparam totalmente a cidade de Tulkarem na Cisjordânia , sendo a primeira reocupação total de uma cidade desde o início da nova Intifada .



Em março de 2002 Israel com mais de cem tanques ocupou as ruas de Ramallhah e campos de refugiados palestinos na Cisjordânia e na Faixa de Gaza , na maior operação militar na região desde 1967 .



No dia 13 de março o Conselho de Segurança da ONU aprovou uma resolução , proposta pelos EUA que fala, pela primeira vez, na existência de um Estado Palestino , lado a lado com Israel . O texto pede o " fim imediato de todos os atos de violência , incluindo todos os atos de terror , provocação, incitamento e destruição " e pede a israelenses e palestinos cooperação mútua para a retomada das negociações políticas . ( F S P 14.03.2001 , p. A-17) . No dia seguinte o governo americano pediu a desocupação imediata de Israel das áreas ocupadas sob controle da ANP.



Porém os atentados suicidas continuaram e em 29.03.2002 Israel invadiu o quartel general do presidente da ANP Iasser Arafat , isolando-o dentro do complexo. Os americanos continuaram pressionando Israel para cessar a ofensiva , mas o presidente Bush já deixava claro sua perda de confiança em Arafat afirmando : " A situação dele [Arafat] , hoje, é fruto de seus próprios atos . Ele deixou passar as oportunidades , traindo as esperanças do povo que deveria liderar . ( F S P 5.4.2002, p. A-19) . Durante 38 dias os israelenses mantiveram cerco à Igreja da Natividade em Belém onde se refugiaram palestinos procurados por Israel  depois transferidos para o Chipre. 



 



 



PLANO SAUDITA 2002



 



Na Cúpula Árabe em Beirute foi apresentado um ambicioso plano de pacificação pela Arábia Saudita . Foi endossado por todos os líderes da região , inclusive o Iraque e a Síria e oferece a paz definitiva  e o reconhecimento formal do Estado judaico pelos 22 países da Liga Árabe . Em contrapartida , Israel deve se retirar de todos os territórios ocupados na Guerra dos Seis Dias , em 1967 – Jerusalém Oriental, Cisjodância , Gaza , colinas de Gola , na Síria , e as fazendas de Cheeba no Líbano – a aceitar um Estado Palestino em Gaza e Cisjordânia , com Jerusalém como capital . O plano pede ainda o reconhecimento do direito de  retorno dos palestinos expulsos de suas terras após a criação de Israel, em 1948 , mas abre a possibilidade de um acordo sugerindo que parte dos 4 milhões de refugiados seja indenizada em vez de voltar .



O plano ao estipular a retirada  às fronteiras de 1967 coloca Israel em uma posição muito perigosa e a volta dos refugiados seria inviável para Israel . 



Em 24.06.2002 reforçando esta posição Bush afirmou que apoiava a criação de um Estado palestino provisório em 18 meses , desde que haja " uma nova e diferente liderança palestina ... Eu peço ao povo palestino que eleja novos líderes que não estejam comprometidos com o terrorismo ... Um Estado palestino nunca será criado por meio do terrorismo ...Hoje, as autoridades palestinas estão encorajando o terrorismo , não o combatendo . Pelo plano americano os palestinos devem criar instituições democráticas, fortalecer o Legislativo e o Judiciário , reformar os órgãos de segurança e trabalhar com conjunto com Israel para combater o terrorismo . Em 3 anos seria constituído um Estado permanente , sendo que Israel deveria se retirar para as posições anteriores ao início da Intifada em setembro de 2000 . ( F S P 25.06.2002 , p. A-16) .



O plano está fadado ao insucesso . Os EUA não deram um ultimato a Israel para parar de atacar os palestinos . Se eleições forem realizadas , radicais palestinos podem ser eleitos  e aí , como resultado de um processo democrático  o radicalismo será legitimado . A única oposição organizada  a Arafat é a dos movimentos islâmicos que querem um regime teocrático semelhante ao Irã e destruir o Estado de Israel, portanto trata-se de uma questão virtualmente insolúvel.   



Os americanos perderam a confiança em Arafat pela recusa , sem maiores explicações , do plano israelense americano de dividir a Palestina mais ou menos nas linhas de 1967 , feito em julho de 2000 e por Arafat ter apostada na Intifada como arma para dobrar os israelenses o que fracassou pois a Intifada resultou justamente na eleição de Ariel Sharon que não quer saber de acordo de paz .



No campo de refugiados de Jenin , 103 km ao norte de Jerusalém  houve forte resistência palestina e mais de 200 palestinos foram mortos. O campo foi arrasado  . A operação "Muro Protetor"  foi desencadeada por Israel para erradicar a infra-estrutura do terror. Porém o que os israelenses fizeram em 15 dias foi erradicar a infra-estrutura palestina devastando estradas , escolas , redes de eletricidade de água e comunicações e o aeroporto de Gaza . Todos os edifícios públicos da autoridade palestina foram totalmente destruídos . A administração palestina tinha conseguido prestar à população serviços básicos como saúde e educação e era altamente eficiente . Cerca de 12 cidades e dezenas de vilarejos foram ocupados e parcialmente destruídos e as consequência advirão sobre toda a população palestina.



Em 19 de setembro de 2002 novo atentado suicida em Tel Aviv matou 5 israelenses e feriu mais de 50 . Em resposta Israel decidiu isolar novamente Arafat em seu quartel general  e destruiu a maior parte dos prédios do complexo presidencial palestino , cavando uma trincheira ao redor do local . ( F S P 21.09.2002 , p. A-15) .



A estratégia terrorista de atentados suicidas revelou-se altamente eficiente . Na primeira intifada a relação entre mortos palestinos e israelenses era de 25 para um . Na segunda intifada a relação passou de três para um .



Para James Zogby , presidente do Instituto Árabe-Americano - principal organização pró-árabe dos EUA , a saída é a desobediência civil, com milhares de manifestantes marchando pacificamente em Jerusalém , pedindo a criação de um Estado , ou tentando furar , sem armas , bloqueios do exército de Israel , na mesma linha de Ghandi e Martin Luther King . ( F S P 6.2.2002, p. A-13) .



À medida em que o tempo está passando as possibilidades de acomodação são cada vez mais difíceis . Nas escolas palestinos , o ódio aos judeus é ensinado tão metodicamente que choca até mesmo as gerações mais velhas . Muitos jovens palestinos idolatram os homens bomba . Do lado israelense para os adolescentes todo árabe é terrorista . 



Porém, para algumas lideranças palestinas já se chegou á conclusão da ineficácia da estratégia de tentar dobrar Israel através de atentados terroristas . Cerca de 700.000 palestinos permanecem sob toque de recolher na Cisjordânia. As cidades estão destruídas , o desemprego e a miséria crescem  e Israel não fez nenhuma concessão. 



 



AJUDA AOS HOMENS BOMBA



 



O Iraque em 2002 aumentou a ajuda concedida às famílias de homens bomba de US$ 15.000 para US$ 25.000 . A entrega do dinheiro que antes era feita discretamente por enviados de Bagdá , passou a ser efetuada com pompa e fanfarras em cerimônias públicas.



Desde o início da atual Intifada o Iraque já gastou US$ 20 milhões em pagamentos aos mortos e feridos no conflito. Um palestino morto em confronto com os israelenses recebe sua família US$ 10.000 . Ferimentos graves rendem US$ 1.000 e feridas leves US$ 500. A Autoridade Palestina costuma dar US$ 2.000 à família dos mortos , e outras organizações árabes também fazem donativos . Mas nenhuma delas quer vincular a ajuda aos atentados terroristas .



Porém Israel em retaliação a esta ajuda do Iraque passou a demolir as casas dos envolvidos em atentados , confiscar seus bens e a deportar seus familiares para a Faixa de Gaza . Desta forma diminui o eventual atrativo que a ajuda poderia representar . ( Veja, 24.07.2002 , p. 40-41) .



O serviço secreto de Israel executa o trabalho de eliminação de terroristas com precisão quase cirúrgica . Os autores do massacre de atletas israelenses , nas Olimpíadas de Munique em 1972 , forma mortos um a um e raros inocentes saíram feridos . O braço direito de Yasser Arafat foi morto em sua casa e a mulher e filhos saíram ilesos . Em julho de 2002 foi assassinado Salah Shehadeh , líder militar do Hamas , que encabeçava a lista dos terroristas mais procurados por Israel foi morto em sua casa , com uma bomba de 1 tonelada , lançada por um caça F-16  que destruiu a casa de 3 andares , matando também sua mulher , uma filha de 14 anos e um guarda costas  e onze pessoas em prédios vizinhos.  ( Veja, 31.07.2002 , p. 43-44) .



Em represália a este atentado , o Hamas executou  em 31 de julho um atentado na Universidade Hebraica de Jerusalém . Com 23.000 estudantes , distribuídos em 3 campi  era um dos poucos lugares onde judeus e árabes israelenses desfrutavam convivência pacífica . A universidade conta ainda com 1.500 estudantes estrangeiros.  Uma bomba detonada no restaurante universitário matou sete pessoas ( cinco americanos , um argentino  e um francês ) e feriu mais de oitenta . ( Veja, 7.8.2002, p. 54-55) . 



 



GRUPOS TERRORISTAS ANTI-ISRAEL



 



Os grupos terroristas não querem apenas conquistar território para os palestinos , mas destruir o Estado de Israel e formar um Estado islâmico . Para estes grupos um acordo de paz é possibilidade impensável .



Desde setembro de 2000 , mais de 500 israelenses morreram em setenta atentados suicidas . Os israelenses não conseguiram estabelecer um padrão que permita identificar terroristas em potencial . Todos são muçulmanos , a maioria solteiros , mas a idade varia bastante  e muitos não tem histórico de militância. Mohamed al-Ghoul , de 22 anos que explodiu em um ônibus de estudantes em Jerusalém fazia mestrado em islamismo em uma universidade da Cisjordânia , não era um religioso fanático , mas deixou um bilhete para sua família dizendo que "é maravilhoso matar enquanto se morre" .  Em junho de 2002 , 55  dos mais  importantes intelectuais palestinos divulgaram manifesto pedindo o fim do terrorismo , considerado como prejudicial á causa nacional palestina . ( Veja, 26.06.2002 , p. 54) . 



O psicanalista israelense Yoram Yovell a partir de entrevistas com homens bomba que não explodiram ou mudaram de idéia no último momento tenta entender as razões de atos tão radicais e a explicação resume-se ao fato de que de um lado muitos são marginalizados em sua própria sociedade: uma jovem que é mãe solteira  ou um rapaz que é tão pobre que não é capaz de bancar um casamento . São homens e mulheres que não vêem chances para si mesmos . Não no sentido de morrer de fome , mas de estudar em boas escolas, de ter um emprego , de morar em uma boa casa . Outra motivação é a vingança . Muitas vezes , perderam no conflito um grande número de parentes e amigos . Para vingar o sangue dos seus , esses homens-bomba resolvem matar tantos israelenses quanto puderem .



Essas pessoas querem conquistar o respeito de sua gente e acham que o martírio é um caminho  e aí vem alguém e começa a falar de como será melhor no outro mundo , de como eles podem ganhar respeito , aceitação e amor dos seus fazendo o martírio . E, cada vez que a mídia mostra um ataque suicida , aumenta o número de pessoas dispostas a se explodirem . ( Veja, 4.8.2004, p. 14) . 



 



JIHAD ISLÂMICA



 



Seu líder é Ramadan Shallah , ex-professor da Universidade do Estado da Flórida . Recebe financiamento do Irã . É a mais independente das facções.



 



BRIGADA AL AQSA



 



Liderada por Marwan Barghouti . Surgiu recentemente depois do fracasso das negociações de paz e é a maior responsável pelos ataques atuais .



 



HIZBOLLAH



 



Líder xeque Hassan Nasrallah , grupo fundamentalista xiita do Líbano , financiado pela Síria e com vínculos com o Irã , criado para combater a ocupação israelense no sul do país e que decidiu apoiar os palestinos. O filho de Nasrallah morreu em 1997 durante confronto com Israel no sul do Líbano . 



O Hisbollah administra vários conselhos municipais e participa das áreas sociais , educacionais e de saúde e é o maior partido político do Líbano .



O xeque defende " a existência de um só país , que vá do mar Mediterrâneo até o rio Jordão , e que inclua muçulmanos , cristãos e judeus . Que seja um Estado democrático , em que a maioria da população possa escolher o tipo de  governo que desejar , seja ele religioso ou secular, mas democrático... Não há um só palestino que aceite um acordo que não inclua o direito de retorno à sua própria terra , ou que abra mão da cidade de Jerusalém .  ( F S P 22.06.2003, p. A-16) .



 



FATAH CONSELHO REVOLUCIONÁRIO



 



Foi criado por Abu Nidal em 1974 , após romper com Yasser Arafat . Uma pequena organização que nunca teve mais do que 500 membros provavelmente , realizou mais de 100 atentados com 900 mortes . Abu Nidal foi o terrorista mais temido nos anos 70 e 80 , morreu em Bagdá , aos 65 anos em agosto de 2002 . Entre os inúmeros ataques realizados um deles explodiu no ar um avião da TWA que ia de Tel-Aviv para Atenas , matando 88 pessoas . ( Veja, 28.08.2002, p. 42-43) . 



 



MURO DE ISRAEL 2003



 



Para tentar impedir a entrada de terroristas o governo de Israel iniciou a construção de uma cerca de 680 km de extensão , correndo paralela à chamada Linha Verde ,  fronteiras de Israel anteriores à guerra de 1967 , reconhecidas internacionalmente . A obra terá o custo de US$ 2 milhões por quilometro . Em duas áreas críticas , coladas a uma rodovia que passa ao lado das cidades palestinas fronteiriças de Tulkarem e Qalqilya , será construído um muro  feito com premoldados de concreto com 8 metros de altura para impedir a ação de franco-atiradores . Nas demais áreas serão erigidas  cercas eletrificadas  com 3 metros , sensores de movimento , trincheiras e torres de observação. O Muro de Israel terá função oposta ao Muro de Berlim . Este foi construído com a função de impedir os alemães orientais de fugirem do país e em Israel servirá para dificultar a entrada de palestinos.



Israel tinha relutado em construir o muro pois poderia dar a entender que  estaria aceitando as fronteiras de 1967 , mas as razões de segurança se revelaram mais imperiosas . Pela Faixa de Gaza , que é cercada por cercas , nenhum palestino suicida entrou . A cerca irá agravar ainda mais a crise econômica nos territórios ocupados , pois isolará ainda mais os palestinos.



Em julho de 2003 foi completada a primeira parte do muro de 150 km . Até dezembro de 2003 mais 150 km estarão prontos. Com o muro Israel está estabelecendo unilateralmente as fronteiras de um futuro Estado palestino . O muro em certas regiões avança em até 30 km dentro de áreas palestinas para incorporar assentamentos judaicos. Qalqilya por exemplo , com 60.000 habitantes  ficará totalmente isolada e os habitantes terão portões para entrar e sair  .



 . Por outro lado , autoridades israelenses estimam que até 60 mil palestinos ficarão do lado israelense , ou seja isoladas do restante das áreas palestinas. 



A idéia do muro passou a ter adeptos em Israel inclusive entre intelectuais como o historiador Benny Morris  , que afirma : " A melhor solução para ambos são dois Estados . Em um deles , existe uma sociedade que quer enviar seus filhos para se explodirem nas cidades do vizinho . Não temos outra saída a não ser impedir isso . Se terroristas cruzassem a fronteira do Paraguai com o Brasil para se explodir em São Paulo , vocês também ergueriam uma cerca de segurança ... Sou pessimista quanto à paz com os palestinos . A maior parte deles quer destruir Israel . Sou a favor de um acordo  final, no qual seja criado um Estado Palestino em quase toda a Faixa de Gaza e a Cisjordânia . Eles que fiquem do lado deles , que cuidem da vida deles  E nós faremos o mesmo " .. As colônias judaicas nos territórios palestinos " devem ser removidas da Cisjordânia e de Gaza . As que ficam muito perto da fronteira devem ser anexadas em troca de concessões de terras aos palestinos em outras  áreas " . ( F S P 22.02.2004 , p. A-15) ,  



Por decisão da Assembléia Geral da ONU em dezembro de 2003 , com voto contra de EUA e Israel e abstenção da União Européia , a Corte Internacional de Justiça, constituída de 15 juizes , entre os quais o brasileiro Francisco Rezek , sediada em Haia , divulgou  parecer  sob a legalidade da barreira em julho de 2004 e  declarou que o muro viola as leis internacionais e exortou a ONU a tomar medidas para interromper a construção . ( F S P 10.07.2004, p. A-8) .



Logo em seguida a Assembléia Geral da Onu aprovou , por 150 a 6 resolução que exige que Israel destrua o muro . ( F S P 21.07.2004 , A-9) . Evidentemente Israel não vai atender á decisão da ONU . Segundo Benjamin Netanyahu , ministro das Finanças de Israel " Nenhuma lei internacional pode orientar um país a não defender seus cidadãos de assassinos terroristas . "  



A Suprema Corte de Israel julgando  recurso de palestinos decidiu em 2004 que um trecho de 40 km do muro , perto de Jerusalém terá que ser modificado para não prejudicar a vida de 35 mil palestinos . A decisão  embora não conteste o muro em si, abre precedente para modificação de traçado em outras regiões. 



 



A ESTRADA DUPLA NA CISJORDÂNIA



 



Israel começou em 2007 a construir uma estrada através da Cisjordânia , ao leste de Jerusalém , com dois pares de pistas , separadas por um muro de concreto que imita as pedras de Jerusalém em um esforço de embelezamento . A estrada será utilizada tanto por palestinos como por israelenses , mas em pistas separadas . O lado israelense conta com  muitas saída e o palestino com poucas . Por meio dela os palestinos poderão viajar de Ramallah no norte até Belém ao sul de Jerusalém , mas sem terem permissão de entrar em Jerusalém ou em Maale Adumin . O tráfego do lado palestino será contínuo por meio de túneis e pontes sem cruzamentos que permitem o uso de estradas de acesso .



O objetivo da estrada , planejada no governo do premiê Ariel Sharon é permitir a Israel a construção de mais assentamentos ao redor de Jerusalém Ocidental , separando a cidade da Cisjordânia, mas permitindo aos palestinos viajarem de norte para o sul, através de terras controladas pelos israelenses .



A construção indica claramente que os israelenses pretendem ampliar sua presença  em Jerusalém Oriental e é parte do plano de Sharon de dois Estados em um ( F S P , 13.08.2007 , p. A-9) . Israel tem 500 barreiras militares instaladas na Cisjordânia e para ir de uma cidade à outra quase sempre é preciso passar por uma dessas  barreiras , com muitos episódios de humilhação .



 



2003



 



Entrevista concedida por Iasser Arafat no início de 2003 assinala a disposição do líder palestino de continuar a Intifada : " A Intifada vai continuar até a aceitação de nosso Estado palestino independente com Jerusalém como capital . Estamos defendendo os lugares sagrados cristãos e muçulmanos  e vamos prosseguir nossa caminhada para alcançar nossos objetivos contra a ocupação . Isso de forma pacífica . " Arafat defende uma intervenção internacional : " precisamos realmente é de uma intervenção internacional , de uma presença internacional permanente . Por que há forças da ONU no sul do Líbano  e no Sinai  mas não aqui ?Por que não ? " . ( F S P 5.1.2003, p. A-13) . 



Contrastando com esta opinião , Mahmoud Abbas , o número dois da ANP , depois nomeado premiê por Arafat ,  afirmou "A Intifada é um erro e deve ser suspensa . Deveríamos rever os erros que cometemos " . ( F S P 28.11.2002, p. A-13) .



O Exército de Israel em 2003 continuou uma operação seletiva de "caça" aos militantes do Hamas , com ataques direcionados destinados a matar dirigentes da organização . Em 9.3.2003 matou Ibrahim Al Maqadma e mais três companheiros com um míssil disparado de helicópteros contra o carro em que viajavam na faixa de Gaza . ( F S P 10.03.2003, p. A-11) . Ou seja Israel também passou a adotar práticas terroristas com uma estratégia de assassinatos seletivos.



Porém esta estratégia terrorista levou a reservistas iniciarem protestos  para não servir nos territórios ocupados . Posteriormente 600 militares da ativa do Exército  lançaram um manifesto criticando duramente os abusos contra a população civil . Outro grupo de 27 pilotos e ex-pilotos da Força Aérea assinaram carta onde deixaram claro que não iriam acatar ordens de realizar bombardeios " ilegais e imorais " que pusessem em risco a vida de civis palestinos , entre eles o brigadeiro da reserva Yifyah Spector , o piloto  mais condecorado de Israel .



 



Novo Plano de Paz  2003



 



No final de abril de 2003 o presidente americano George W Bush divulgou um novo plano de paz  incluindo a criação de um Estado Palestino até 2005. Terminada a Segunda Guerra do Golfo o presidente americano resolveu agir decisivamente para diminuir o conflito e obteve apoio para isso dos líderes do Egito , da Jordânia e da Arábia Saudita . 



O plano apresentado é composto de 3 fases :



1 Fase - Imediata - A ANP deve emitir declaração inequívoca reiterando o direito de Israel existir em segurança e pedindo um cessar fofo imediato e incondicional . Fazer esforços " visíveis" para prender terroristas , desmantelar sua infra-estrutura e para de incitar a violência contra Israel . Colocar todas as forças de segurança sobre o controle do ministro do Interior e promover eleições livres , abertas e justas .



Por sua vez Israel deve também emitir uma declaração inequívoca  de seu compromisso com a criação de um Estado palestino soberano  e pedir o fim imediato da violência  contra palestinos . Suspender a construção de assentamentos judaicos e desmantelar os assentamentos construídos desde março de 2001 , parar de demolir casas de militantes palestinos e retirar-se progressivamente das zonas autônomas palestinas . Libertar presos palestinos



2 Fase -  junho a dezembro de 2003 - Israel age para garantir o máximo de "contiguidade territorial" para  os palestinos . A Constituição palestina é ratificada .  Uma conferência internacional inicia o processo de criação do Estado palestino , com fronteiras provisórias e mediadores ( EUA , EU, ONU e Rússia )  promovem o reconhecimento internacional e o ingresso na Onu do novo Estado palestino.



3 Fase - 2004 a 2005 - Uma segunda conferência internacional decide sobre o status permanente do Estado palestino , a ser declarado em 2005 , resolvendo questões como as suas fronteiras , o status de Jerusalém , a volta ou não dos refugiados palestinos, a existência ou não dos assentamentos judaicos e a paz entre Israel e outros estados árabes .  ( F S P 1.5.2003, p. A-15 ) . 



Os palestinos aceitaram o plano e o gabinete do premiê israelense Ariel Sharon aprovou em 25.05.2003, condicionalmente o novo plano , pela primeira vez na história Israel se comprometendo  com a criação de um Estado palestino . ( F S P 26.05.2002, p. A-10) . A principal pré-condição israelense é que os palestinos combatam o terrorismo antes de qualquer ação de Israel e isto significa desmantelar os grupos terroristas e prender seus líderes  .



Está é a principal dificuldade dos palestinos, pois uma ofensiva armada contra estes grupos daria início a uma guerra civil , enquanto Israel terá que enfrentar os colonos judeus que prometem resistir armados à ordem de retirada dos assentamentos ilegais .



Ariel Sharon deixou esta necessidade clara em entrevista : " Trata-se de prender os chefes que ordenam os assassinatos , interrogá-los e puni-los . A seguir é preciso proibir as organizações extremistas . Por fim, é necessário confiscar-lhes as armas  e remetê-las a um terceiro país , por exemplo os EUA , para garantir que sejam despachadas para longe do território da Autoridade Palestina  e destruídas . Além disso , quero o fim completo  dos atentados e a suspensão das incitações à violência . Mesmo que, quanto a este último ponto, seja necessário algum tempo, já que a solução passa por uma reforma das escolas e por uma sensibilização quanto á educação para a paz ." .



Quanto à capacidade da autoridade palestina de controlar a violência , Sharon assinalou " O sr. Está brincando ! A Autoridade Palestina  dispõe de 60.000 mil homens divididos entre 12 serviços de segurança diferentes . Infelizmente 60% destas forças continuam sob o controle de Arafat , quando deveriam estar sob o comando de um responsável único, o chefe de governo Mahmoud Abbas . A primeira reforma que Mahmoud  seria atacar o monopólio de Arafat sobre os serviços de segurança ... Segundo nossas estimativas , Arafat dispõe de US$ 2 bilhões , espalhados pelo mundo , mais do que o necessário para as reformas . " ( F S P 17.08.2003 , p. A-25) .



Em 4 de junho de 2003 , em encontro histórico , realizado no porto de Ácaba na Jordânia , com a presença do presidente americano George W. Bush , Ariel Sharon e Abu Mazen comprometeram-se a cumprir suas obrigações da primeira etapa do plano de paz , os palestinos combatendo o terrorismo e Israel desmantelando assentamentos construídos ilegalmente , à revelia do governo, nos territórios palestinos. ( F S P 5.6.2003, p. A-13) .



Em 09.06.2003 tropas de Israel começaram a remover pontos de colonização judaica ilegais na Cisjordãnia , destruindo trailers vazios e uma torre de água . Para a comunidade internacional todas as 145 colônias judaicas estabelecidas na Cisjordânia e na Faixa de Gaza  , onde vivem 220 mil pessoas , são ilegais e devem ser removidas . Para Israel , as colônias ilegais, estabelecidas sem permissão oficial ,  são apenas 60 . ( F S P 10.06.2003, p. A-13) .  



Porém em  8.6.2003 quatro soldados israelenses foram mortos na faixa de Gaza por um ataque coordenado do Hamas , Jihad Islâmica e Brigada dos Mártires de Alqsa. Em retaliação , e, 10.06 , Israel tentou matar Abdel Aziz Rantissi , um dos principais líderes do Hamas , disparando mísseis contra seu carro , mas sem sucesso. ( F S P. 11.06.2003 , p. A-12 ) .



Em 11.06.2003 um terrorista suicida do Hamas detonou explosivos presos ao seu corpo  em um ônibus no centro de Jerusalém , matando 16 pessoas e ferindo quase cem e em represália Israel lançou ataques com mísseis em Gaza, matando dez palestinos . ( F S P 12.06.2003, p. A-14) .



Em 27.06.2003 Israel e os palestinos chegaram a um acordo para permitir a retirada do Exército israelense do norte da faixa de Gaza e de Belém na Cisjordânia , e os grupos terroristas palestinos Hamas e Jihad Islâmica anunciaram a decisão de interromper por três meses seus ataques contra isaraelenses . ( F S P 28.06.2003 , p. A-14) .



 



TERCEIRA VIA PALESTINA 2003



 



Em 2003 começou a difundir-se entre alguns palestinos a idéia de uma terceira via , a das forças democráticas contra a autocracia de Arafat . A luta não seria apenas em prol da libertação da palestina  e do fim da ocupação israelense , mas também pela construção de uma Palestina democrática , que seja transparente , com leis legítimas e um governo competente . O médico Mustafa Barghouti é o principal líder na Cisjordânia da Iniciativa Nacional Palestina , grupo que defende a realização de eleições imediatas e mais transparência na administração palestina , além da fundação de um Estado soberano . ( F S P , 12.01.2003, p.A-14) .



Pesquisa realizada pela universidade palestina Bir Zeit mostrou que 71% da população era favorável ao fim dos ataques contra os judeus ..



Em 19.08.2003 um terrorista suicida se explodiu em um ônibus cheio de judeus religiosos e crianças  em Jerusalém, matando 18 pessoas e ferindo mais de cem . O ataque foi reivindicado pelo Hamas e pela Jihad Islâmica .  ( F S P 20.08.2003 , p. A-15) .



Em 21 de agosto de 2003 Israel em represália  matou com um ataque de míssil Ismail Abu Chadad , um dos líderes moderados do  Hamas . Em consequência os grupos terroristas palestinos declararam o fim da trégua anunciada em 29 de junho . ( F S P 22.08.2003, p. A-10 ) . 



Em 28 de agosto de 2003 a ANP anunciou o bloqueio de 39 contas bancárias de nove instituições  de caridade islâmicas  vinculadas ao grupo terrorista Hamas para investigar se elas arrecadavam dinheiro para ações de extremistas . Foi a medida mais dura até o momento tomada pelos palestinos contra grupos terroristas . ( F S P 29.08.2003, p. A-12) .



Em 1 de setembro helicópteros israelenses disparam mísseis contra um carro que transportava terroristas do Hamas , matando Khader al Husari , um dos líderes do Izz el-Deem al Qasam , braço armado do Hamas .( F S P 2.9.2003,p. A-12) .



Em 5 de setembro de 2003 Israel matou mais um membro do Hamas , Mohammad Ali Hanbali , comandante militar do norte da Cisjordânia  . Ele havia se escondido em um prédio de sete andaras , em Nablus . Os soldados simplesmente ordenaram ás 28 famílias moradoras do prédio que o abandonassem rapidamente , sem retirar seus pertences e o implodiram  . ( F S P 6.9.03 , p. A-13) .



 



"Remoção de Arafat"  2003



 



Em 11 de  setembro o gabinete de Israel aprovou a  "remoção" do obstáculo que Iasser Arafat representaria ao processo de paz , mas adiou a operação pelos riscos que a envolvem , a reação dos EUA e a resistência de Arafat , confinado em seu QG em Ramallah há 21 meses . ( F S P 12.09.2003, p. A-9) .



"Livrar-se de Arafat não remove nenhum dos impasses da região , como o terrorismo , os assentamentos judaicos , Jerusalém e as condições de criação de um Estado palestino . [Se Israel expulsá-lo ou matá-lo} , haverá entre os palestinos uma profunda reação de hostilidade  a Israel , já que estará sendo atingido o seu símbolo nacional personificado " . ( Henry Siegman , diretor de pesquisas sobre Oriente Médio do Council of Foreign Relations ),  in FSP 14.12.2003, p. A-22) . 



Na semana seguinte o vice-primeiro ministro israelense Ehud Olmert admitiu que o assassinato de Arafat era uma das opções em estudo . Com a declaração Israel se equiparou aos grupos terroristas palestinos que praticam assassinatos a seu bel prazer . ( Veja, 24.09.2003, p. 96) .



Na mesma linha ,  em janeiro de 2004 o vice ministro de defesa israelense Zeev Boim disse que o fundador do grupo terrorista Hamas , o xeque Ahmed Yassim está "marcado para morrer " . ( F S P 17.01.2004, p. A-7) .



 



Renúncia de Abu Mazen



 



O premiê Mahmnoud Abas , mais conhecido como Abu Mazen renunciou a seu cargo no início de setembro de 2003 pelo insucesso em controlar as forças de segurança palestinas para reprimir os grupos terroristas .



Em seu lugar Arafat nomeou Ahmed Korei . Israelenses e americanos continuam descartando Arafat como interlocutor e exigindo o desmantelamento dos grupos terroristas .



 



Ataque na Síria  2003



 



Após 30 anos , caças israelenses bombardearam em 5.10.2003 uma suposta base de treinamentos de grupos terroristas palestinos na Síria ,em Ain Saeb . O último ataque tinha ocorrido em 1973 , na Guerra do Yom Kippur .  O pretexto do ataque foi a retaliação a um atentado terrorista pelo grupo palestino Jihad islâmico , contra um restaurante em Haifa , no norte de Israel, que matou 19 pessoas.



Em 7.10.2003 Ariel Sharon afirmou : " Israel não vai deixar de proteger os seus cidadãos , e atacaremos os nossos inimigos onde quer que eles estejam , de todas as maneiras . " Rannan Gissin , assessor de Sharon foi mais específico : " Os sírios tem a opção de desmantelar as organizações terroristas no país . Caso contrário , sofrerão as consequências de tê-los operando a partir de Damasco " . ( F S P 8.10.2003, p. A-10) .



 



Plano de Paz Alternativo  2003



 



Em 1 de dezembro de 2003, com o apoio de Jimmy Carter e Bill Clinton foi lançado na Suiça o Acordo de Genebra , um plano de paz alternativo  de caráter simbólico , elaborado por moderados palestinos e esquerdistas israelenses .



O plano prevê : 1. Criação de um Estado Palestino, reconhecido por Israel ; 2 . reconhecimento de Israel pelos palestinos e desarmamento dos radicais ; 3. Jerusalém seria a capital dos dois estados . Os bairros árabes ficariam com a  Palestina e os judeus com Israel  ; 4. Israel retornaria às fronteiras antes da guerra de 1967 . Alguns assentamentos  seriam desmanchados , mas 75% dos colonos continuariam dentro de território palestino , sob proteção de Israel ; 5. Para manter os assentamentos, Israel daria em troca áreas do deserto de Negev ; 6. Os palestinos renunciariam à reivindicação de retorno dos 3,6 milhões de refugiados ; 7. Israel cederia a soberania sobre o Monte do templo  ou a Esplanada das Mesquitas , mas manteria o Muro das Lamentações.



Cerca de 58 líderes mundiais , a maior parte ex-presidentes e ex-premiês assinaram comunicado apoiando o plano de paz.   OP plano foi negociado em sigilom durante dois anos na Suiça e teve como principais articuladores representantes de setores moderados dos dois lados . Yossi Beilim , ministro da Justiça no último governo trabalhista de Israel e Yasser Abed Rabbo , ex-porta-voz da Autoridade Palestina . O governo da Jordânia deu apoio técnico ao trabalho. 



 



Retomada dos conflitos



 



Em 25 de dezembro de 2003 , um terrorista palestino se explodiu em um ponto de ônibus , perto de Tel-Aviv, matando três israelenses e helicópteros de Israel atacaram um veículo em Gaza, matando cinco pessoas , entre elas , Meqbel Hmaid , líder da ala armada e  um dos principais membros  do grupo Jihad Islâmico. Os atentados assinalam o fim de dois meses de relativa calmaria. ( F S P 26.12.2003, p. A-8) .



 



O PLANO DE SHARON  2004



 



Em fevereiro de 2004 , Ariel Sharon , afirmando que não há interlocutor palestino confiável , lançou um plano unilateral para separar israelenses e palestinos , no qual  pretende remover a  totalidade dos assentamentos judaicos na faixa de Gaza . Há 21 assentamentos na região, com 8.000 judeus em meio a 1,4 milhão de palestinos.  Os israelenses  controlam 33% do território, Sharon propõe a remoção dos 21 assentamentos e recuar o Exército para posições na beira da faixa  .  Na Cisjordânia há mais de 120 assentamentos com mais de 230 mil colonos judeus e Israel propõe manter pelo menos cinco blocos de assentamentos ( Ariel - 18.000 ; Givat Zeev 10.000 ; Maale Adumum - 30 mil ; Gush Etzion - 30 mil e Encrave Hebron e Kiryat Arba com 4500 colonos . Nestes blocos vivem 92 mil israelenses e os demais ficariam sujeitas a negociações futuras .  ( F S P 15.04.2004 , p. A-11) .



Inteligentemente Sharon decidiu por sua própria iniciativa fazer concessões onde tem pouco a perder e desta forma jogar o problema para a ANP e os demais movimentos terroristas islâmicos.  Gaza não tem a mesma importância religiosa , política e estratégica que tem a Cisjordânia , esmo assim para os colonos, os partidos religiosos e mesmo membros do Likud , a iniciativa de Sharon foi considerada uma traição imperdoável.



Outra possibilidade em estudo é a transferência de áreas árabes-israelenses aos palestinos , em troca da permanência de assentamentos na Cisjordânia. . Existem cerca de 1,3 milhão de árabes israelenses , a maior parte vivendo na região da Galiléia  ao norte , cerca de 20% da população do país. Esta população tem direitos e voto e podem trabalhar normalmente , mas reclamam de discriminação .



Em setembro de 2004 , o gabinete de segurança de Israel aprovou um orçamento de  US$ 550 milhões , para compensar os cerca de 8.000 judeus que devem ser removidos da Faixa de Gaza  e de partes da Cisjordânia . Cada família deve receber um valor entre US$ 200 mil e US$ 500.000 , dependendo do tamanho de suas casas e do tempo em que está vivendo nos assentamentos .( F S P 15.09.2004, p. A-12) .



O Plano de Sharon , além da retirada de Gaza , a retirada de parte da Cisjordânia e a anexação de parte da mesma , a encampação de Jerusalém , redesenhando definitivamente as fronteiras de Israel e deixando os palestinos por conta própria nos territórios restantes de seu país independente .



Sharon chegou à conclusão , após anos de conflitos de que não era conveniente manter uma grande população palestino sob controle direto , com elevados gastos financeiros e militares , além do desgaste político . A única solução , face à impossibilidade de chegar a um acordo com os palestinos, foi para ele , idealizar seu próprio plano, definir as novas fronteiras de Israel  e dar um Estado aos palestinos .



 



 



ASSASSINATO DE AHMED YASSIM   2004



 



Em 22 de março de 2004 Israel conseguiu assassinar o xeque Ahmed Yassim, líder do Hamas . O assassinato de Yassim representa mais um passo na escalada interminável de violência e certamente irá resultar em ações de represália imprevisíveis .



Yassim foi atingido por três mísseis disparados por helicópteros quando deixava em sua cadeira de todas uma mesquita em Gaza onde tinha acabado de fazer suas orações matinais.



Yassim apesar de ser o mentor da generalização de atentados suicidas que desde 2.000 mataram mais de 300 civis em ônibus e restaurantes de Israel era o único com  autoridade suficiente para impor decisões políticas à organização  que corre o risco de ser comandada por líderes menores , ainda mais radicais .



Em 24 de março Israel prendeu um menino palestino com 14 anos , Hussam Abdo com explosivos presos a seu corpo em um posto de controle perto de Nablus na Cisjordãnia.



 



APOIO AMERICANO AO PLANO SHARON



 



Ariel Sharon em visita aos EUA obteve um inesperado apoio a seu plano de retirada unilateral da Faixa de Gaza . Bush concorda com a retirada unilateral e com o não retorno dos 4 milhões de refugiados palestinos a Israel 



Segundo Sharon " O que eu podia fazer ? Destruir a Autoridade Nacional Palestina ? Não. Israel não pode arcar com as responsabilidades pelas vidas de 3,5 milhões de palestinos . Assinar um acordo de paz ? Não . O terrorismo recomeçaria . Deixar as coisas como estavam ? Não. Acompanhei tudo em Israel , desde a Guerra da Independência [1948-1949] , e é minha responsabilidade lidar com a questão agora . Discuti comigo mesmo e desenvolvi uma nova iniciativa ... Tive de tomar a perigosa decisão de transferir alguns de nossos colonos . Em Israel a direita não gosta de me ver agindo assim . E a esquerda não teria como fazê-lo . Mas não é  possível esperar para sempre . " 



Com o apoio americano , Israel transfere o problema de negociar para os palestinos , cujo destino foi arrebatado por terroristas fanáticos , cujo objetivo jurado é destruir Israel . Sharon deverá remover unilateralmente 7.000 israelenses até o final de 2005  e o movimento dos colonos judaicos está furioso . ( F S P 17.04.2004 , p. A-13) . 



O plano de Sharon acabou posteriormente sendo apoiado também pela União Européia , Rússia e ONU , pela maioria dos israelenses , pela oposição trabalhista e por parte da população palestina , mas foi rejeitado pelo Likud em referendo realizado internamente em maio de 2004 . ( F S P 3.5.2004, p. A-8) .



Em 6.6.2004 , o gabinete israelense aprovou o plano , porém adiou por pelo menos 9 meses  qualquer votação sobre o desmantelamento de 21 assentamentos judaicos na faixa de Gaza e 4 na Cisjordânia que estavam previstos para ocorrer até o final de 2005 . (F S P 7.6.2004, p. A-10) . 



Em 26.10.2004 , o Knesset ( Parlamento de Israel ) aprovou , em decisão histórica o plano de Sharon de remover os 21 assentamentos judaicos da Faixa de Gaza e outras quatro colônias isoladas da Cisjordânia . Com 67 votos a favor e 45 contra e sete abstenções pela primeira vez , desde a criação do Estado de Israel em 1948 , o Parlamento aceita se desfazer de uma região reivindicada como parte do território.



Cerca de 8.000 colonos deverão sair de Gaza e algumas centenas da Cisjordânia . ( F S P , 27.10.2004 , p. A-12) .



Porém , os colonos não sairão com as mãos abanando . Segundo programa de compensação aprovado pelo gabinete do premiê israelense , cada uma das famílias receberá em média US$ 330.000 . Se o colono se retirar antecipadamente , poderá receber um terço a mais do que o valor previsto . O gabinete também aprovou penas , incluindo prisão , para os colonos que resistirem violentamente a ordens de retirada , inclusive crianças e adolescentes entre 12 e 18 anos.



Segundo o general Yoram Yair , será complicado remover estes colonos . “Teremos que remover os nossos próprios cidadãos , os colonos, de suas casas e vilas que eles construíram nos últimos 38 anos . É algo difícil . Precisamos entender que os assentamentos não são uma coisa que surgiu há algumas semanas ou meses . Já estamos na terceira geração nascida nesses lugares , que construíram suas vidas , seus futuros e fizeram florescer essas áreas desertas . “ Para ele não há risco de guerra civil , ma a saída será problemática . ( F S P 4.6.2005 , Especial p. A-4)



 



ASSASSINATO DE RANTISE  2004



 



Menos de um mês após ter matado o xeque Ahmed Yassim , Israel por intermédio de um ataque aéreo , por intermédio de dois mísseis disparados por um helicóptero  que atingiram o carro onde viajava , assassinou o sucessor  de Yassim , Abdel Aziz Rantizi  em 17.04.2004. ( F S P 18.04.2004, p. A-21) .



Em 26.09.2004 Izz Eldine Subhi Sheik Khalil um dos principais líderes do braço militar do Hamas fora dos territórios palestinos , foi morto por uma bomba colocada em seu carro em Damasco na Síria .



Foi a primeira operação bem sucedida de Israel contra um líder de um grupo terrorista palestino na Síria e ocorreu em retaliação ao duplo atentado reivindicado pelo grupo em agosto  em Beer Sheva que resultou na morte de 16 pessoas.  ( F S P 27.09.2004 , p. A-9)



Em 15 de julho de 2005 depois de uma série de ataques terroristas contra alvos israelenses , forças de segurança palestinas trocaram tiros contra militantes do Hamas , na faixa de Gaza, deixando dois mortos e 25 feridos , no primeiro confronto entre as duas forças , indicando uma mudança de posição da Autoridade Palestina  e os grupos palestinos . ( F S P 16.07.2005 , p. A-13) .



 



Efeitos econômicos da Segunda Intifada



 



A Intifada ao contrário de trazer um Estado independente aos palestinos , aprofundou a ocupação  e neste sentido é um fracasso, porém o preço que Israel está pagando para manter a ocupação é mais alto do que nunca e neste sentido ela é um sucesso . 



De 28 de setembro de 2000 a 28 de setembro de 2003 , morreram aproximadamente 3.500 pessoas , cerca de 2.600 palestinos e 900 israelenses .



A guerra civil também está causando sérios prejuízos a Israel . Quase trinta hotéis de classe internacional fecharam suas portas em 2001 .O índice de ocupação dos hotéis não chega a 10% . A receita com turismo caiu US$ 2,2 bilhões em um ano , deixando 12% dos israelenses desempregados .



No primeiro semestre de 2002 o número de turistas caiu 40% em relação ao mesmo período de 2001, provocando perdas de US$ 5 bilhões em 2002 . O PIB de Israel caiu 0,5% em 2001 a a inflação chegou a 7% em 2002. O desemprego, na casa dos 10% é um dos índices mais altos na história do país . 



Israel gasta 11% do PIB com defesa , quase três vezes o gasto americano .



Antes da Intifada , cerca de 125 mil palestinos da Faixa de Gaza trabalhavam em Israel . Depois o número caiu para 25.000.  Nos próprios territórios palestinos mais 60.000 pessoas ficaram sem trabalhar . O índice de desemprego segundo o Banco Mundial em Gaza chega a 50% . A cobrança de impostos cessou. ( Veja, 10.04.2002 , p. 46-49) .



A autoridade palestina já gastou mais de US$ 3 bilhões  com a Intifada . Somente na destruição de prédios comerciais e casas foram perdidos US$ 400 milhões .



 



MORTE DE ARAFAT  2004



 



Yasser Arafat morreu em 11.11.2004 . Sua morte pode ressuscitar o processo de paz no Oriente Médio , pois o processo foi interrompido em 2002 com a alegação de intransigência de Arafat  .



Porém Arafat era um símbolo de alguém que dedicou toda a sua vida para a causa palestina , vivendo em condições modestas e que morreu nesta função . Portanto resta saber se a população mais radical irá aceitar pacificamente a substituição deste símbolo por outra pessoa sem o mesmo carisma e mais moderada que aceite negociar com Israel .



 



ELEIÇÃO DE MAHMOUD ABBAS  2005



 



Logo após a  morte de Arafat os palestinos marcaram eleições , realizaram o processo eleitoral e em janeiro de 2005 foi eleito presidente da Autoridade Palestina Mahmoud Abbas . É um feito inédito pois Abbas tornou-se o único líder do mundo árabe escolhido democraticamente em uma eleição livre , direta e com  observadores internacionais .



Cerca de 755 mil pessoas votaram em um universo de 1,8 milhão . Para o xeque Hassan Yousef , do Hamas , que pregou o boicote , o grande vencedor das eleições foi o Hamas que pregou o boicote . Para ele , Mazen “ não tem legitimidade para tomar várias decisões que afetam diretamente a vida dos palestinos , que lidam com a ocupação . “ ( F S P 11.01.2005 , p. A-9) .



Abbas , um nacionalista pragmático reconhece que os palestinos não tem como vencer militarmente Israel e terá plenas condições de negociar a paz . Sua eleição  indica que os palestinos estão cansados da Intifada e querem a paz . A oposição aos radicais ganhou força , havendo chance concreta de um diálogo com Israel .



Resta saber se os radicais irão deixar que isto aconteça . 



Habbas montou um governo inusitado para a região . Os ministros foram escolhidos com base no mérito e na qualificação profissional . Cada um deles é especialista na área em que vai atuar e quase a metade possui doutorado.



 



CESSAR FOGO  2005



 



Em cúpula histórica , realizada no balneário de Sharm el-Sheik , no  Egito , o premiê de Israel , Ariel Sharon e o presidente da ANP Mahmoud Abbas , anunciaram  em 8.2.2005 ,  um cessar fogo . Os palestinos irão cessar toda a violência contra Israel . Israel fará a mesma coisa , além de suspender os assassinatos seletivos de líderes terroristas . Nas áreas sob controle  palestino os israelenses vão agir junto com os palestinos se quiserem prender algum terrorista .



O panorama político mudou completamente , abrindo uma possibilidade concreta de alcançar a paz . Ariel Sharon um conservador nacionalista , que antes não concordava em ceder um milímetro para os palestinos tornou-se defensor de retiradas . A morte de Arafat abriu caminho para Abbas um pragmático que se declara abertamente contra os ataques a Israel .



Israel vai soltar 500 palestinos imediatamente e 400 mais tarde .Há 7.000 palestinos presos em Israel .  Comissões conjuntas irão definir o critério de libertação dos prisioneiros e para a retirada gradual de Israel das cidades palestinas da Cisjordânia . Israel vai transferir o controle da segurança de cinco cidades palestinas para a ANP . Egito e Jordânia vão recolocar embaixadores em Israel , que haviam sido retirados em 2000 .



Porém Abbas não negociou com os radicais as decisões que tomou e eles não foram desarmados . Portanto não há garantias de que o Hamas  , o Jihad Islâmico irão cessar seus ataques  , que caso continuem poderão inviabilizar o cessar fogo .



Do lado de Israel por sua vez , o país  está à beira de uma guerra civil , com a enorme resistência dos grupos extremistas judaicos que se opõem à retirada dos assentamentos da Faixa de Gaza , que antigos aliados de Sharon , passaram a considera-lo um traidor.



“Eu passei toda a minha vida defendendo os judeus . Agora, tenho que me defender dos judeus “ . Ariel Sharon .



Em 17 de março os grupos terroristas concordaram em suspender seus ataques contra Israel até o fim de 2005 , em troca da interrupção de todas as formas de agressão por parte de Israel e da libertação dos prisioneiros políticos . Desde o acordo , apenas o Jihad Islâmico tinha praticado um atentado contra uma boate de Tel Aviv.



Em 20 de fevereiro de 2005 o gabinete do premiê Ariel Sharon aprovou o plano de retirada de todos os assentamentos judaicos da faixa de Gaze e de quatro isolados na Cisjordânia. Cerca de 8.000 colonos judeus da faixa de Gaza serão removidos , parte será transferida para Israel e parte para colônias judaicas na  Cisjordânia . Em 21 de fevereiro , cumprindo o prometido no acordo , foram soltos  500 prisioneiros palestinos . 



Em 16 de março de 2005  Israel devolveu à Autoridade Palestina ao controle de Jericó , com 25 mil habitantes , a primeira das cinco a serem desocupadas ( Tulkarem, Ramallah , Qalqilya e Belém ) .



 



Convite ao Hamas



 



No início de julho de 2005 , o presidente palestino Mahmoud Abbas , convidou o  grupo terrorista Hamas para integrar seu gabinete e ajudar a ANP na supervisão da reocupação “pacífica e sem incidentes “ da faixa de Gaza . Israel imediatamente deu declarações considerando inaceitável esta oferta ao Hamas . Posteriormente o Hamas recusou a participação . ( F S P 2.7.2005 , p. A-16)  .



 



A RETIRADA DA FAIXA DE GAZA  2005



 



A retirada da Faixa de Gaza é estratégica para Israel . Ao sair de um território que representa apenas 2% da palestina histórica , Israel se desvincula de 20% dos palestinos .  Deixa de ter altíssimos gastos com segurança para garantir a vida de apenas 9.000 colonos , em 21 colônias entre 1,3 milhão de palestinos , em um território sem importância histórica ou estratégica para Israel . 



Embora os colonos não tenham aceitado a saída por considerarem a terra uma promessa divina , para 60% da população de Israel a saída é correta . Já na Cisjordânia a situação é diferente pois 250.000 judeu vivem entre 2,3 milhões de palestinos .



Para os palestinos a saída dos judeus permitirá o livre trânsito pelas cidades da região e o fim do risco de confronto com os soldados judeus   A Autoridade Palestina terá o desafio de melhorar o padrão de vida desta população, onde dois terços estão abaixo da linha de pobreza e metade não tem emprego , situação que irá piorar pela perda dos empregos junto aos israelenses  .  Os palestinos serão donos de seu destino em um território diminuto e pobre .



A retirada ocorreu em agosto de 2005  e o governo israelense preparou forte aparato militar .esperando grande resistência por parte de grupos ortodoxos, o que acabou não ocorrendo . Em alguns assentamentos os soldados foram hostilizados . “ Faça meia volta e tire seus homens daqui . Aqui vocês não vão entrar . Vocês não são o exército do povo . Vocês são o exército da ditadura . Vocês não representam Israel , representam o mandato de Tito , que destruiu o templo de Jerusalém , e agora querem destruir as comunidades judaicas . Foi com estas palavras que o comandante militar israelense Hagai Iechezkel foi recebido no portão dos assentamentos de Gadid e Gan or, na  Faixa de Gaza . ( F S P , 16.08.2005 , p. A-13) .



Houve reações mais violentos  como um confronto de mais de dez horas em uma sinagoga da colônia de Kfar Darom , mas os manifestantes foram retirados á força com pelo menos 58 feridos . ( F S P 19.08.2005 , p. A-15) .



Em 22 de agosto o governo israelense anunciou ter concluído com  sucesso a retirada de Gaza , colocando fim a 38 anos de ocupação . Cerca de 8.500 colonos foram  removidos , as casas dos 20 assentamentos serão destruídas e em outubro a região será entregue para o controle dos palestinos . 



O processo foi  mais tranquilo que o que se esperava e acabou duas semanas antes do previsto inicialmente . 



Em 23 de agosto Israel completou a retirada das quatro colônias dos 120 existentes na Cisjordânia . No total a operação durou 9 dias e não houve feridos graves ao contrário das previsões de um processo longo e violento .



Na maioria dos assentamentos , líderes dos colonos e rabinos fizeram acordos de não agressão com as forças de desocupação . Ao todo foram retirados 15 mil judeus, entre eles 6.000 manifestantes que foram para os assentamentos protestar . A força de desocupação tinha 15 mil soldados e a operação teve um custo de US$ 2 bilhões . ( F S P 24.08.2005 , p. A-17  ) .



Israel já havia devolvido a península do Sinai para o Egito em 1982 , mas as saída de terras conquistadas em campo de batalha de forma unilateral sem assinar um acordo de paz  isto nunca havia ocorrido . Esta foi a principal crítica em relação á retirada . Que Israel estava cedendo uma posição importante sem negociar nada em troca e que Gaza se tornaria um foco pior ainda de radicalismo , o que acabou se confirmando .



 



HAMAS SUSPENSÃO DOS ATAQUES  2005



 



Em 25 de setembro de 2005 , o grupo Hamas anunciou a suspensão dos ataques com foguetes contra Israel . A decisão ocorreu depois de uma  intensificação das ações militares contra o grupo e também pela pressão da Autoridade Nacional Palestino e do Egito .



Horas antes do anúncio Israel tinha matado Mohammed al Sheik Khalil , um dos mais importantes comandantes do grupo Jihad  Islâmico , além de prender mais de 200 suspeitos de atuação em organizações radicais . ( F S P 26.09.2005 , p. A-12) .



 



OS PALESTINOS E A INTIFADA



 



Segundo o palestino Bassem Eid , 47 anos responsável pelo Grupo Palestino de Monitoramento dos Direitos Humanos  o ocupação israelense virou desculpa para os erros dos próprios palestinos .



Segundo ele  “ nos últimos cinco anos , mais de 350 palestinos foram assassinados por razões políticas pelos próprios palestinos . Esse número equivale a 10% dos civis mortos pelas tropas israelenses nesse período . Essa guerra interna nos territórios ocupados já tem até nome – é a ‘intrafada’ , em oposição á intifada , a revolta contra a ocupação . A matança promovida por grupos armados , contra integrantes de facções rivais , debaixo do nariz das forças palestinas , responde pela maioria das mortes . A violência sob a chancela oficial também é alarmante . Há casos de pessoas que ficaram três anos detidas sem acusação formal . Tivemos palestinos mortos na prisão e outros ameaçados, torturados e perseguidos  como se fossem bandidos . São pessoas acusadas de colaborar com os israelenses , mas o único crime da maioria dessas vítimas foi divergir da Autoridade Palestina .



A intifada “ se alguma coisa mudou , foi para pior . Por incrível que pareça , os palestinos tinham mais segurança . As tropas israelenses impediam que os grupos armados agissem livremente . Depois da retirada , os terroristas do Hamas impuseram a lei do terror aos moradores de Gaza . Além disso , passaram a lançar mísseis contra as tropas israelenses do outro lado da fronteira . Estas respondem com tiros e acabam atingindo civis  É a estratégia do Hamas : mostrar aos palestinos que os israelenses não saíram de Gaza . Para ele , ela foi “ um desastre , a pior coisa que poderia ter nos acontecido . Não conseguimos nada e ainda perdemos o pouco que havíamos conquistado no passado . Tudo por culpa de Arafat , que governava de acordo com seus interesses pessoais e não com os do povo palestino . Ele comandava pessoalmente os grupos armados que alimentavam a intifada ... “ Entre outros erros “ o pior de todos foi a roubalheira que ele patrocinou . Arafat tomou posse como presidente da Autoridade Palestina em 1996 , mas já era corrupto desde que assumiu a liderança da Organização para a Libertação da Palestina . ...Desde 1996 estima-se que mais de 60% da ajuda financeira internacional aos palestinos  tenha sido desviada . Quem percorre hoje os territórios administrados pela Autoridade Palestina percebe que em dez anos a miséria continua igual . 



 “Abu Mazen não tem força política para nada . O sucesso ou o fracasso de seu governo está nas mãos do primeiro ministro de Israel , Ariel Sharon . Restam-lhe duas opções : ou aceita as exigências israelenses para assinar a paz, ou os palestinos continuarão a brigar entre si . Para fechar um acordo com Sharon ,ele terá de desarmar o Hamas e a Jihad Islâmica , entre outros grupos terroristas . Se tomar esta iniciativa , ele correrá o risco de cair . Como nenhum palestino quer perder o emprego , muito menos Abu Mazen , as coisas devem continuar como estão . “



Para ele é mais importante o desenvolvimento econômico dos palestinos do que  a criação de um Estado independente . “Pergunte a qualquer palestino que passa três horas por dia nos postos de controle israelenses qual é seu maior sonho , e ele vai responder : liberdade de movimento para poder trabalhar em Israel . Isso mostra que o que nós , palestinos , precisamos , é de uma economia robusta , para termos acesso a uma vida mais digna . “ ( Veja , 30.11.2005 , p. 13-17) . 



 



HAMAS SUSPENSÃO DOS ATAQUES



 



Em 25 de setembro de 2005 , o grupo Hamas anunciou a suspensão dos ataques com foguetes contra Israel . A decisão ocorreu depois de uma  intensificação das ações militares contra o grupo e também pela pressão da Autoridade Nacional Palestino e do Egito .



Horas antes do anúncio Israel tinha matado Mohammed al Sheik Khalil , um dos mais importantes comandantes do grupo Jihad  Islâmico ., além de prender mais de 200 suspeitos de atuação em organizações radicais . ( F S P 26.09.2005 , p. A-12) .



 



 



PRISÃO DE HASSAN YOUSEF   2005



 



Em 2005 os israelenses prenderam Hassan Yousef um dos sete fundadores do Hamas . Posteriormente se soube que a prisão foi possível pelo fato do filho mais velho  de Yousef, Mosab Hassan Yousef , criado para ser líder extremista , traiu o pai , colaborou com o inimigo , denunciou os companheiros e converteu-se ao cristianismo e tornou-se agente duplo do Shin Bet , o serviço secreto de Israel . ( Veja, 19.05.2010, p. 80-82) .



Na avaliação de Mosab, seu pai, por ser da ala política do Hamas , não pode ser considerado um terrorista .



 



A ABERTURA DAS FRONTEIRAS DE GAZA  2005



 



No final de outubro de 2005 , Israel por pressão americana , permitiu que os palestinos passassem a controlar um posto de fronteira entre Gaza e o Egito . É o mais próximo que chegaram de um Estado soberano e mais uma vez por concessão de Israel .



Em 25 de novembro de 2005 , o presidente da Autoridade Palestina Mahmoud Abbas, cortou uma fita que abriu a passagem entre a Faixa de Gaza e o Egito , marcado o fato de ser a primeira fronteira entregue à administração de seu futuro Estado . Os palestinos passaram a operação de controle de passaportes a agentes da União Européia , por meio de um acordo internacional . Porém , os serviços de inteligência de Israel continuarão a controlar a passagem de pedestres por meio de câmeras . ( F S P 26.11.2005 , p. A-27) . 



 



O NOVO PARTIDO DE SHARON



 



No final de outubro de 2005 Ariel Sharon , primeiro ministro de Israel desde 2001 surpreendeu aliados e adversários ao anunciar que estava deixando o Likud , partido conservador que tinha ajudado a fundar há três décadas e que estava criando um novo partido o Kadima ( avante , em hebraico ) , para disputar as eleições para o Parlamento em março de 2006 , tendo como plataforma eleitoral a paz com os palestinos .



 



A DOENÇA DE SHARON



 



Sharon estava com a vitória praticamente certa nas eleições de março de 2006 , mas um derrame cerebral ocorrido no início de janeiro de 2006 o levou para o leito de uma UTI , do qual não saiu mais . Segundo o filósofo israelense Yaron Ezrahi,  apesar de seu passado truculento , Sharon “ nos últimos dois anos agiu como estadista , coisa que não havia feito ao longo de toda a sua carreira “ .( Veja, 11.01.2006 , p. 61) .



  


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