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| Poesias-->Estranho Reencontro -- 22/02/2003 - 19:09 (Priscila de Loureiro Coelho) |
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Como uma lança extraviada na incerteza
Transpassando habilmente o universo
Eis que sou pega de surpresa
Nas tramas misteriosas de um destino perverso...
Súbita emoção arrasadora
Desorientado-me por segundos, sem piedade
“flashs” de uma época tão boa
Explodem num momento de saudade
Espanto... Sofrimento... Ansiedade
Misto de amargor e devoção
Estranha e curiosa lealdade
A quem um dia, habitou meu coração
Dizem que quem amou, jamais esquece
Escravizando-se, independente da vontade
E os labirintos que a vida caprichosamente tece
Conduzem a uma eterna solidariedade
Vê-lo após tanto tempo, de repente
Foi um golpe inesperado e aterrador
Estanquei-me... Assustadoramente
Ao deparar-me com o nosso antigo amor
Procurei nos frágeis momentos em que nos defrontamos
Espreitar seus olhos, sempre tão expressivos
Senti o espírito agitar-me, enquanto nos falamos
E por um instante louco, éramos estranhos conhecidos...
Não pude refrear o pensamento
Que desatento perdeu-se na saudade
Você me pareceu por um momento
Igualzinho ao que era, em nossa mocidade
Tudo isso foi fruto de minha imaginação
Você, por certo nem me percebia
Mas foi tão forte essa impressão
Que sua imagem perseguiu-me por todo aquele dia
Vendo-o perdido em seu sofrimento
Em seu jeito contido... Tão peculiar
Não consegui fugir do pensamento
De querer essa dor compartilhar
O momento passou numa fração de segundo
Os anos transcorreram-se em louca velocidade
Morrendo naquele instante em que nos fitamos mudos
Contendo a custo toda nossa ansiedade...
Então... Após a tempestade
Após o impacto inesperado
Afastei-me com serenidade
E o devolvi, com carinho, ao passado!
Priscila de Loureiro Coelho
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