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Artigos-->Revisionismo esquerdista a serviço da desinformação -- 18/10/2012 - 17:05 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Preâmbulo



Leia, abaixo, meu comentário sobre o assunto.



Félix Maier



 



A guerra biológica no Araguaia



Autor(a): Paulo Fonteles Filho





http://www.limacoelho.jor.br/vitrine/ler.php?id=5755  



 







A modalidade de guerra biológica é conhecida pela humanidade desde a Antiguidade e consiste no uso de microorganismos ou de toxinas letais para matar ou incapacitar adversários. Considerada uma das mais temidas armas de guerra, a biológica têm efeitos devastadores e desconhecidos para a maioria dos médicos na atualidade.



Nos termos no Brasil há registros dessa guerra suja no conflito contra o Paraguai (1865-1870).



Em um conjunto de documentos do Museu Mitre, na Argentina, indicam uma inconveniente carta de Duque de Caxias, patrono do Exército brasileiro, endereçada a Dom Pedro II. Nesse documento, o militar tupiniquim sugere que cadáveres infectados por cólera tivessem sido propositadamente lançados no rio Paraná com intuito de infectar os inimigos paraguaios.



A possibilidade destes acontecimentos na vida militar brasileira do Século XIX tem gerado muitas polêmicas entre historiadores e militares. Um dos maiores críticos da atuação brasileira na Guerra do Paraguai, o historiador José Chiavenato, afirma, ainda, que o Conde d´Eu, tido pelo Exército como herói militar nacional, costumava libertar paraguaios adoentados para que infectassem compatriotas no retorno as tropas guaranis.



Passados mais de cem anos o Exército brasileiro vai aos tempos de Duque de Caxias e de Conde d´Eu e volta a praticar, pela segunda vez em sua história os artifícios letais de guerra biológica. Agora, o inimigo, não são os paraguaios de Solano Lopez, mas os brasileiros que se insurgiram nos anos 70, nas matas do Pará, contra a ditadura terrorista dos generais.



E quem vai nos contar essa história é o ex-mateiro Anísio.



Anísio até hoje vive no Jatobá, uma das muitas currutelas dos sertões do Araguaia.





Em 1973, diante das pressões da repressão política passa a integrar, como rastejador, as várias patrulhas que promoveram a maior caçada militar que se têm notícia na história do Brasil contemporâneo.



Ao longo de mais de dois anos de pesquisas na região conflagrada da Guerrilha do Araguaia, sempre buscando informações que desvendem o paradeiro dos desaparecidos políticos, bem como os acontecimentos daquela epopéia resistente vamos nos deparando com informações que nos dão a nítida visão da brutal atuação das tropas oficiais de então.



Desde 1980, com a passagem da primeira caravana de familiares na região é que se sabe que camponeses, sob ameaças de torturas e assassinatos, teriam envenenado guerrilheiros que os procuravam para colher informações e, também, aplacar a fome.



Esse relato de envenenamentos fora dado pela primeira vez pelo advogado da caravana, Paulo Fonteles, numa exposição aos caravaneiros em Marabá. O advogado e o Bispo Dom Alano Penna fizeram longa abordagem sobre o clima político na região e as táticas da ditadura militar naquela região, então área de segurança nacional.

Mas nunca ficou claro, nos anos que se seguiram, como é que fora utilizado veneno no arsenal das muitas armas utilizadas no Araguaia pelo regime dos generais.



E Anísio vai nos esclarecer.



Diz o ex-mateiro que apartir de 1973, em todas as bases militares do Araguaia houve farta distribuição do inseticida “Aldrin” e a orientação do comando das operações militares de que os camponeses deveriam, naturalmente que sob fortes pressões e ameaças, envenenar a comida dos insurgentes do Araguaia. Sabe-se que centenas de lavradores, depois de torturados, levaram o inseticida para as suas casas.



A intoxicação pelo “Aldrin” é sobre o Sistema Nervoso Central e é caracterizada por forte cefaléia, mal-estar geral, vertigens, visão borrada, náuseas e vômitos, dentre outros. Um inseticida absolutamente mortal se ingerido ou com o simples contato com a pele humana.



Foi assim com Elmo Correa, o “Fogoió”, morto por envenenamento.



Afirma Anísio: “O Fogoió foi morto por “Aldrin”, isso foi na barraca do castanheiro Raimundão, na Pimenteira (...)”.



Anísio nos indica que o “Aldrin” era uma “massa branca, dissolvida em água”. E quem ministrava o veneno era um tal de “Dr. Piau” que, para o Anísio, “parecia um monstrão”.



Relata-nos o ex-mateiro que o “Fogoió” era amigo de “Raimundão” e que sempre o combatente visitava o castanheiro. Tinha confiança no amigo e que o Elmo Correa já havia ajudado-lhe muitas vezes.



O fato é que outros mateiros, os mais afinados com a repressão, sabiam disso e denunciaram o castanheiro o que fez com que o “Raimundão” fosse severamente torturado na Base de Xambioá. Ou ele envenenava o guerrilheiro ou pagaria com a própria vida se poupasse o combatente do veneno repressivo.



Diante do dilema, o castanheiro aplicou o veneno com seringa em um ovo entregue ao Elmo.



Sabe-se que o insurgente caiu morto uns 2 km da casa do castanheiro e teve a cabeça cortada à facão e seus restos enterrados ali mesmo.



O Elmo, antes de cair morto, estava fazendo um preparado de ervas que nos indica que os guerrilheiros já sabiam da aplicação de veneno, através de torturados camponeses, pelas forças armadas.



Anísio encerra o relato afirmando que o guerrilheiro caiu por cima da lata de óleo de soja que fervia as ervas do mato, e que, enfim, não teve tempo de ingerir e que poderia ter salvado-lhe a vida.



Qual a diferença dos corpos infectados por cólera lançados no rio Paraná na Guerra do Paraguai e a morte do guerrilheiro “Fogoió”?





João Amazonas (Presidente do PCdoB, falecido em 2002)



O fim do sigilo eterno sob os documentos oficiais e a Comissão da Verdade irá esclarecer tenebrosos momentos da vida brasileira no sentido de vacinar nossa consciência nacional para a construção do futuro que queremos.





FONTE: www.vermelho.org.br/coluna.php?id_coluna_texto=4131&id_coluna=94



Paulo Fonteles



Paulo Fonteles Filho é pesquisador da Guerrilha do Araguaia

Nasci nos cárceres da repressão política brasileira e os brutamontes diziam que "Filho desta raça não deve nascer". Sou filho de um ventre rebelde, rubro. Sou comunista desde tenra idade e vou levando na lapela a rosa vermelha da esperança.

Contato:
paulofontelesfilho@gmail.com

Blog do autor: http://paulofontelesfilho.blogspot.com





O Site Lima Coelho já publicou de Paulo Fonteles Filho



Minhas meninas (13.04.2011)

www.limacoelho.jor.br/vitrine/ler.php?id=5113

Nas trilhas da Guerrilha do Araguaia (crônicas) (26.04, 2011)

SINVALDO, O CAMPESINO

MEMÓRIAS DO ARAGUAIA: SOB MORDAÇA

MEMÓRIAS DO ARAGUIA: SOLIDARIEDADE

MEMÓRIAS SOBRE O ARAGUIA: “ADVOGADO-DO-MATO"

SOBRE LOBOS E MENINOS

CARTA PARA DIVA SANTANA

AS LADAINHAS DOS MARTÍRIOS


www.limacoelho.jor.br/vitrine/ler.php?id=5193

Comandante negro das matas (14.06.2011)

www.limacoelho.jor.br/vitrine/ler.php?id=5554





Autor(a): Paulo Fonteles Filho



 



   Comentário



   Félix Maier



   O autor do texto acima, filho de Paulo Fonteles, ex-deputado e advogado de posseiros no Sul do Pará, assassinado em 1987, já começa com o título errado: se realmente foi utilizado o Aldrin no Araguaia, o correto seria chamar isso de "guerra química", não "biológica". Quem entende de guerra biológica  - ou melhor, de terrorismo biológico são alguns petistas, que deliberadamente propagaram a praga da vassoura-de-bruxa no sul da Bahia -  cfr. em http://veja.abril.com.br/210606/p_060.html.



   Em seu livro MATA! - O Major Curió e as guerrilhas do Araguaia (1), Leonencio Nossa faz uma permanente comparação da violência dos militares na campanha contra Canudos com a Guerrilha do Araguaia - com louvores a Lampião: “O Exército tinha distribuído Aldrin nas cabanas de castanheiros. No Araguaia, não foi respeitada a lei de Lampião, que não envenenava riachos por onde passavam inimigos” (op. cit. pg. 193).



   O Aldrin era um inseticida utilizado no Brasil nos anos 1960 e 70 como agrotóxico, além do DDT e BHC, entre outros, que foram proibidos no Brasil a partir de 1985, por decreto federal. Se houve morte de guerrilheiro do PCdoB por ingestão ou contágio de Aldrin, isso foi um caso isolado, não uma prática do Exército, como sugere o articulista vermelho. Além do mais, era um produto de fácil alcance por qualquer um, seja posseiro, guerrilheiro ou combatente militar, e qualquer pessoa desses grupos poderia ter sido contaminada devido à manipulação indevida do produto.



   Quanto a Leonencio Nossa afirmar que o Exército envenenou riachos, uma crueldade que nem o querido Lampião fez, é delírio puro. Se algum rio foi contaminado por agrotóxico, isso ocorreu devido à sua utilização na lavoura, não que foi lançado diretamente no rio pelos militares. Afinal, estes também dependiam dos rios para sua sobrevivência na selva.



   O que todo combatente militar de selva sabe é que algumas tribos indígenas, como os Saterê-Maués, utilizam o cipó timbó, que é venenoso, para pescar peixe. O uso do timbó na água age no sistema nervoso cerebral do peixe, que perde o equilíbrio e fica boiando na água, facilitando a captura pelos índios. O rio Maués, por exemplo, é um rio morto, não tem vida, devido a essa sistemática prática indígena - um verdadeiro desastre natural, que lembra o antigo uso de dinamite para pesca.



   A revisão histórica é benéfica, desde que os críticos se atenham a critérios científicos tão ou até mais rigorosos do que aqueles que nortearam a história original.



É comum entre esquerdistas realizar o revisionismo da História, de modo que ela fique igual à sua cara, a cara da mentira. O "historiador" José Chiavenato, com seu livro Genocídio americano: a guerra do Paraguai, não tem credibilidade nenhuma em seu revisionismo rasteiro sobre a Guerra do Paraguai, em que tenta classificar Caxias e o Conde D&
39;Eu como combatentes monstruosos, e que o Brasil estaria a serviço do império britânico, para massacrar o país "mais progressista" da América do Sul.
“Historiadores militares de gabarito assinalaram, nessa obra de Chiavenato, mais de 30 erros históricos comprovados e outras tantas distorções da verdade comprovando o relativismo e o absolutismo com que o autor manipulou a história” (PEDROSA: 2008, 69). (2)



O Brasil, no início de Guerra do Paraguai, era um "império desarmado". “A proposta liberal de Adam Smith em A Riqueza das Nações, em moda durante a segunda metade do século XIX, induzira no Brasil um certo descuido com o exército profissional, embora o famoso pensador sempre propugnasse por uma força militar organizada para fundamentar e garantir o progresso e a segurança da nação” (PEDROSA, 2004: 209 - capítulo “Império Desarmado”). (3)



   A Guerra do Paraguai só tem uma história: o Brasil, com 15.000 homens armados, teve que se defender da agressão de Solano López, à frente de um exército de 64.000 homens, que aprisionou um navio brasileiro (em que viajava o Presidente da Província de Mato Grosso), invadiu Mato Grosso, ocupando parte desse território por três anos, violou o território da Argentina e chegou a conquistar Uruguaiana.



   Todo país tem o direito natural de se defender contra a agressão estrangeira. Foi o que o Brasil fez e ponto final.



 



   Notas:



   (1) NOSSA, Leonencio. MATA! O Major Curió e as Guerrilhas no Araguaia. Companhia das Letras, São Paulo, 2012.



(2) PEDROSA, J. F. Maya. O Revisionismo Histórico Brasileiro - Uma proposta para discussão. Bibliex, Rio, 2008.




(3) PEDROSA, J. F. Maya. A Catástrofe de Erros - Razões e Emoções na Guerra contra o Paraguai. Bibliex, Rio, 2004.



 



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