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Ensaios-->Coco babaçu. -- 14/12/2007 - 21:09 (Giovanni Salera Júnior) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
COCO BABAÇU

Os “babaçuais” ou “mata dos cocais” são formações florestais características da porção norte do Brasil que ocupam enormes extensões de terras onde há a presença de diversas palmeiras: macaúba (Acrocomia sclerocarpa), bacaba (Oenocarpus ssp.), babaçu (Orbignia martiana), tucum (Bactris setosa) etc.
Vale destacar que de todas essas palmeiras, o babaçu, também conhecido como boi vegetal, é a que apresenta maior importância ecológica, social e política como produto extrativo, pois a sua extração envolve uma infinidade de famílias nos Estados do Tocantins, Maranhão, Pará e Piauí.
O babaçu pode gerar, além do biodiesel, uma miscelânea de produtos, tais como: metanol, carvão vegetal, grafite, alcatrão, combustível de fornos e caldeiras, rações, aglomerados para construção civil, aglomerados para fabricação de móveis, entre outros. Suas folhas servem de matéria-prima para a fabricação de utilitários: cestas de vários tamanhos e funções, abanos, peneiras, esteiras, cercas, janelas, portas, armadilhas, gaiolas etc. O caule da palmeira serve na armação e cobertura de casas e abrigos.
As possibilidades de uso do babaçu são enormes, mas o seu principal produto extrativo, que possui alto valor mercantil e industrial, são as amêndoas contidas em seus frutos. As amêndoas, de 3 a 5 em cada fruto, são extraídas manualmente em um sistema caseiro tradicional, repassado de geração a geração. O óleo retirado das amêndoas do babaçu é usado na alimentação, na fabricação de margarina, sabonetes e também pode ser empregado no funcionamento de motores. De modo geral, a extração das amêndoas é praticada pelas mulheres, donas de casa e suas filhas, conhecidas como quebradeiras de coco, que contribuem significativamente no sustento de seus lares.
Ressalta-se também que a importância social do extrativismo do coco babaçu é ainda maior porque a sua exploração acontece no período de entressafra das principais culturas regionais, favorecendo a manutenção dessas famílias e contribuindo para conter o êxodo rural.
Apesar de tantas e variadas utilidades, por sua ocorrência não controlada do ponto de vista econômico e agrícola, o babaçu continua a ser tratado como um recurso marginal, permanecendo apenas como parte integrante dos sistemas tradicionais e de subsistência dessa região.
Na tentativa de vencer esses obstáculos foi criado o “Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu” (MIQCB), que integra as quebradeiras de coco babaçu desses quatro Estados brasileiros.
Esse Movimento está sediado na capital do Maranhão, São Luís, e conta com seis regionais espalhadas nessa região, sendo três no Maranhão, uma na Baixada Maranhense (município de Viana), outra no Médio Mearim (em Pedreiras) e ainda outra no Sul (em Imperatriz); uma regional no Tocantins (região do Bico do Papagaio); outra no Sudeste do Pará (município de São Domingos do Araguaia); e ainda outra no Piauí (município de Esperantina).
Desde sua criação, o MIQCB tem mobilizado os diversos segmentos sociais e inúmeras instituições governamentais com o objetivo de conquistar melhores condições de vida e de trabalho, trazendo desenvolvimento sustentável para a região.
Acreditamos que esse grupo tradicional, reconhecido como uma minoria étnica, precisa ser mais valorizado e reconhecido por todos nós, pois com baixo investimento e com o emprego de tecnologia nacional e comercialmente já disponível é possível transformar esse recurso em energia a partir da produção de biodiesel e com isso agregar valor a um produto agroextrativista, beneficiando assim as quebradeiras de coco, suas famílias, a região dos babaçuais e nosso país como um todo.

Publicado no Jornal Mesa de Bar News, edição n. 246, p. 04, de 01/02/2008. Gurupi – Estado do Tocantins.

Giovanni Salera Júnior é Mestre em Ciências do Ambiente e Especialista em Direito Ambiental.
E-mail: salerajunior@yahoo.com.br
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