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Ensaios-->O MST e a guerra irregular moderna -- 15/10/2007 - 16:21 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Guerra Irregular Moderna

Manobra Estratégica no Sul

MST x ?

Nelson Düring

Enquanto as atenções estão voltadas para a Terra Indígena Raposa Serra do Sol, no extremo norte, pelo desdobramento político-militar deste conflito, outro evento avança de forma silenciosa no extremo sul do Brasil.

Desde o início de Setembro o MST realiza a movimentação de três colunas que partiram de diferentes pontos do estado do Rio Grande do Sul. O que pode ser mais um lance na estratégia de capitalização de mídia pelo movimento irregular, apresenta interessantes nuances.

Primeira Nuance – A intervenção federal na área de Segurança Pública do Estado do Rio Grande do Sul conduzida pelo Ministro da Justiça Tarso Genro. A intervenção foi aceita pelo casal Crusius (Governadora Yeda e marido) como um petit “Coup d´Etat”.

Segunda Nuance – Em 03 de Abril de 2007, assumia como novo secretário de Segurança Pública do Estado do Rio Grande do Sul, o Delegado da Polícia Federal José Francisco Mallmann. Delegado federal com mais de 30 anos de carreira e ocupava o posto de Superintendente Regional da Polícia Federal no Rio Grande do Sul. Substituíu o Dep. Federal Enio Bacci, do PDT/RS, que atraia grande apoio popular por comandar uma postura mais rígida dos órgãos de segurança pública no enfrentamento à criminalidade. Após a formação de uma falsa crise com o anterior secretário, a governadora tucana Yeda Crusius aceitou a intervenção federal na segurança Pública do Estado do Rio Grande do Sul. A colocação do Delegado Federal Mallmann, como Secretário da Segurança e a federalização de várias ações pontuais na área de Segurança Pública para capitalização de mídia pela Polícia Federal. Objetivo apoiado pelo Diretor-Geral da Polícia Federal Luiz Fernando Corrêa.

Terceira Nuance – A tentativa de desestruturação e subordinação a atividades menores pela Brigada Militar, comandada pelo nova direção da Segurança Pública do Estado.

Quarta Nuance - Surge o MST com seu movimento de três colunas, que se deslocam pelo Estado. NA região considerada berço do MST, a ação soa como mais um movimento de mídia, de pressão contra o governo e o tradicional confronto com os ruralistas, orquestradas pelo movimento irregular.

O alerta surge por um dos principais autores, o documento final do 3º Congresso do Partido dos Trabalhadores:

”Os movimentos sociais se beneficiam das políticas públicas e dos canais de participação popular, quando abertos pelos governos integrados por petistas. Ao mesmo tempo, a lógica dos movimentos sociais é autônoma em relação aos governos e muitas de suas reivindicações se chocam com definições de governo provocando conflitos institucionais entre Movimentos e Governos e conflitos políticos entre petistas atuantes nos Movimentos e nos Governos.” (PT CONCEPÇÃO E FUNCIONAMENTO – pág.5)

As marchas aparecem ao público como um esforço de fortalecimento de imagem e domínio da máquina do Partido sobre a burocracia do MST, como mencionou o jornalista Carlos Wagner (Vitória dos sem-terra sobre os sem-terra).

A realidade tem uma nuance mais cinza e nebulosa e levado as áreas de inteligência federal a um ataque de nervos. O que pareceu ser um grande golpe sobre o casal Crusius, voltou-se contra o Ministro Tarso Genro e o Palácio do Planalto. O Ministro não escondeu sua preocupação em evento de assinatura do memorando com 11 prefeituras da região de Grande Porto Alegre, realizado no Sábado, 06 Outubro, na sede da PF, em Porto Alegre.

Mais as seguidas reuniões dos órgçaos federais: Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF) e do Comando Militar do Sul (CMS) expõem a preocupação do Palácio do Planalto.

A primeira medida foi tentar devolver a Segurança Pública do Estado do Rio Grande do Sul ao Casal Crusius, que tem feito ouvidos de mercador. O ouvidor-geral da Secretaria de Segurança RS, Adão Paiani, viajou a Brasília, em 29 de Setembro, para falar com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Para a imprensa foi apresentado como a solicitação de garantias de que a fazenda Coqueiros não será alvo do Incra para fins de reforma agrária. Na realidade foi a a de lembrar a responsabilidade do governo federal.

A outra foi de repor no comando das ações Coronel BM Paulo Roberto Mendes, que estava envolvido em ácida discussão com os clubes de futebol sobre pagamentos de segurança em dias de jogo, no Comando das Operações, ao menos para a Mídia, embora a última palavra fique com o Palácio do Planalto.

O que será a nona invasão da Fazenda Coqueiros, desde 2004, insere-se em um cenário muita mais amplo, do que a mera questão da Reforma Agrária
O que está sendo jogado no Rio Grande do Sul é mais uma peça do xadrez de poder entre Hugo Chávez e Luiz Inácio. A precipitação do Ministro Tarso Genro em federalizar a área de segurança do estado foi o movimento que faltava para ser montada a maior bomba do governo petista.

Um ano atrás no Palácio Guaíra, em 22 Abril de 2006, pelo próprio Chávez, em um evento da Via Campesina na presença do Governador José Requião (Chávez quer unir sem-terra da AL).

Suas forças agindo na cooptação do MST e da já alinhada Via Campesina aos dogmas bolivarianos, viram a oportunidade de colocar em xeque o controle dos movimentos irregulares, sociais na terminologia da esquerda, pelo Governo Luiz Inácio e a máquina do PT.

O acerto pelo domínio dos movimentos irregulares tem custado caro aos brasileiros, no primeiro semestre a invasão da hidrelétrica de Tucuruí, pôs em risco o sistema interligado de distribuição de energia elétrica.

O avanço em amplos segmentos do área militar têm sido bloqueados, porém sempre há o risco de um novo 30 de Março.

Agora o custo deste movimento de colunas que já dura 45 dias e provavelmente pode entrar Novembro adentro tem exaurido os cofres do governo estadual.

Fontes ligadas a PRF mencionam que a Brigada Militar tem mobilizado1.000 homens diariamente, para acompanhamento das colunas e manutenção de forças de reserva. Todo o apoio logístico à PRF, já que as colunas andam preferencialmente em rodovias federais tem sido fornecido pela Brigada Militar. Há uma grande quantidade de veículos discretos, dos órgãos de segurança, acompanhando as movimentações relacionadas às colunas.

A própria PRF tem mostrado um comportamento incomum no acompanhamento das colunas com apresentação de armamento pesado como a foto exclusiva de Defesa@Net.

Comandante Militar do Sul, Gen Elito Siqueira, prepara suas tropas para o Exercício Combinado Operação Charrua, que ocorrerá em Novembro nos três estados do Sul, em especial no Rio Grande do Sul. A expectativa do Comando do Exército e do próprio Ministério da Defesa (MD), é que o jogo tenha acabado antes da Operação Charrua. E talvez relembre que era bem mais fácil liderar as forças de 18 países como Force Commander da MINUSTAH que o presente momento.

A agenda do movimento irregular é a criação de um “Território Livre”, anexando as áreas da Fazenda Coqueiros – “num mar de pequenas propriedades, unificando sob a bandeira do MST todas as terras situadas entre as duas principais rodovias da região, a BR-386 e a RS-324”.

A área livre, certamente bolivariana, no extremo sul do Brasil causa preocupação além fronteiras. As chancelarias da Argentina e o Uruguai já indicaram reservadamente ao Governo Brasileiro os receios.



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