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Contos-->As mulheres do Donizete. -- 10/12/2002 - 17:19 (Jose Angelo Cardoso) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Donizete Araujo, mais conhecido com o apelido de valete, teve na vida uma grande paixão, mais do que isto, um verdadeiro vicio. - A mulher dos outros, esposa ou filha, indiferente à cor ou à origem. Cada conquista representava um caso especial e despertava nele um entusiasmo diferente. Nascido e criado na região de Guaira-SP. Lá onde tudo em se plantando dar. Soja, milho, feijão, horta, canavial etc... Tinha um, quem sabe, o espirito responsável inconstante de um fazendeiro trabalhador. Sabia lidar com a gente do campo, com os trabalhadores rurais, e as mulheres que penetrava-lhes o coração, deslundava-lhes a alma. Donizete dizia, sou do tempo em que era líndo o serviço do campo : trabalho e festa com gritos de alegria, o peao era amigo do patrão, não faltava serviço, e não faltava gente no serviço, nem comida nas casas. Não se pensava em horário de trabalho, e os lideres do campo só terminavam quando o sol já ia baixo, a duas braças da terra. Donizete ( Valete ) , casara-se com uma excelente moça, tolerante para com aquele temperamento de homem atirado, divertido, petulante. Sorria faceira quando o marido, falava piada maldosa., observava como bom entendedor. O nome dela era Cecilia, nas festas em casa ou nos bailes, enquanto ele não se cansava de dançar, com todas as mulheres e, mocas bonita que houvesse, Cecilia não o perdia de vista, risonha, confidenciava às amigas : - Donizete está se divertindo. Certa ocasião, numa roda de conversa, ouviu o marido argumentando : - Depois que a gente casa, parece que fica trancado a liberdade, tenho saudades dos bailes, dos bares, das praias, das mulheres... Cecilia, maliciosamente, aparteou : - Eu sei daquelas que tu bem gostavas ! - Isso é outro assunto ! - resmugou ele. Um belo dia , Donizete decidiu arrendar suas terras e ir com a mulher e os filhos " gozar as delícias da capital e dos capitais...". E mudou, vestido com roupas claras, sapatos bem lustrados, chapéu de abas largas, cigarro no canto da boca, passava horas nas praças, bares e encontros. Entusiasmado, confessava aos parentes e amigos : - Só me arrependo do tempo que perdi trabalhando... Pôs-se a gastar largamente em diversões as mais variadas. Certa vez fez uma viagem para Cancun , voltou impressionadíssimo : - Vi centenas de metros de mulheres nuas !... - Donizete, você está abusando !. Advertiu-o um dos cunhados. -E se a Cecilia souber ?... - Minha mulher me conhece bem. Nunca foi dada a cenas de ciúmes ! Cecilia é a mãe de meus filhos, é a minha mulher... Sabe que um homem, para ser macho, divertir-se, amar, necessita da mulher dos outros... Conversa sem fundamento. Desconhecia Donizete que, ultimamente, ela se queixava ao irmão : - Se ele gastasse só a reputação ou o dinheiro, eu não diria nada, mas anda consumindo a saúde, e é isso que me preocupa. Certa noite, Donizete sofreu uma complicação circulatória. teve um AVC. E do homem atirado, atrevido, petulante, restou por muito tempo um paralítico esgotado, manhoso como uma criança. No inicio de sua enfermidade, levava horas sem proferir palavra. Depois, pouco a pouco, com língua arratada, começou a contar suas façanhas, a lembrar certos dias, a recordar-se dos momentos que passara com outras mulheres. Foi assim que Cecilia inteirou-se da coleção de mulheres dos outros e de seu marido.. Depois de cada caso, ele chorava, chorava de saudade das mulheres dos outros. Cecilia, movida por profunda piedade, indagou . - Queres que eu chame uma dessas tuas amigas para conversar contigo ? Contudo a doença progredia e Donizete, magro, já quase sem enxergar, não reclamava mais a falta de visitas. Contentava-se em apalpar, de leve , as empregadas. Certa vez, por engano, chegou a apalpar a própria nora. Cecilia religiosa como só ela, entendeu ser necessário pedir a um padre que o encaminhasse à salvação eterna. Com o intuito de auxiliar o doente a cumprir o dever da confissão, o padre começou a argui-lo seguindo a tabela dos mandamentos. Ao ouvir a pergunta :: - cobiçou a mulher do proximo ? Donizete suspirou e, com voz quase sumida, respondeu : - Todas... padre. Naquela noite Donizete ,foi a óbito. -José Angelo Cardoso.- Poeta, contista, artista plástico-. Presidente-fundador da Academia Guairense de Letras.
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