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Cordel-->Sou cabra da peste -- 18/06/2001 - 18:02 (Daniel Fiúza Pequeno) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Sou cabra da peste


Autor: Daniel Fiúza.
17/06/200


Sou um bom cabra da peste
Um dia deixei meu ceará
Arretado no nordeste
De peixeira e cassuá
Parti da minha terrinha
Onde eu comia farinha
E rapadura com jabá.

Eu Sou um homem normal
Nunca falei besteira
Trago dum lado um punhal
E do outro uma peixeira
Eu não gosto de brigar
Muito menos de apanhar
Mas não fujo na carreira.

Vim pra São Paulo viver
Vendi minha bacorinha
Tentando sobreviver
Por lá trabalho eu não tinha
Vim Começar coisa nova
Botei minha vida a prova
Só pra frente se caminha.

Aqui fiquei abestado
Com tanta gente na rua
Um povo sério e apressado
Come carne quente e crua
Não via sorriso no rosto
Aquilo dava desgosto
Via a cidade feia nua.

Era prédio pra todo lado
Quase que não se vê o céu
É tudo cinza e apagado
Fiquei triste, andei ao leu!
Sai procurando trabalho
Para quebrar o meu galho
Eu só comia pastel.

Um dia tomei cachaça
E fui passear na cidade
Eu vi uma mulher na praça
E fui matar a vontade
Eu estava numa secura
Mas quando vi a criatura
Não era mulher de verdade.

Foi nesse dia que briguei
E acabei passando fome
Quando eu cheguei e olhei
Aquela mulher era homem
Aquilo me deixou louco
O que eu falar é pouco
Daquilo que não se come.

Fique meio atrapalhado
Dei porrada pra valer
Eu era novo insensato
E tinha muito a aprender
Não sabia qu’era normal
Dois homens formar casal
Não conseguia entender.

Nesse dia quase fui preso
Veio policia e coisa e tal
Com muita sorte sai ileso
E o baitola passou mal
Ele não registrou queixa
Falou pra policia: - deixa
E tudo voltou ao normal.

Trabalhar vendendo livro
Foi difícil de fazer
Mas para isso não sirvo
Outra coisa fui vender
Quando criei coragem
Pra vender embalagem
E deu pra sobreviver.

Como eu sentia saudade
Da boa comida e do mar
Aquilo é que era cidade
Só pensava em voltar
Aos pouco me acostumei
Confesso que depois gostei
Das mulheres do lugar.

Conheci uma paulista
De olhos verde e sincera
Gamei, num perdi de vista!
A mulher mais pura e bela
Um amor tão verdadeiro
Foi o único e o primeiro
Até hoje estou com ela.

Daí foi um amor louco
Muito carinho e emoção
Gritava ficava rouco
Pergunte ao meu coração
Eu só queria ficar junto
Passou a ser meu assunto
Meu grande amor e paixão.

Casei e sou bem feliz
Os filhos são paulistano’
O menor chama William
O mais velho Fabiano
Eles já estão criados
São lindos e educados
Por isso que eu me ufano.

Tô aqui há muitos anos
De casado vinte e dois
Penso faço meus planos
Voltar pra terra depois
Um filho já ta formado
Com o outro encaminhado
Fiz o feijão com arroz.

Gosto muito do nordeste
Como buchada de bode
Angu, rabada do agreste!
Peixada e pimenta pode
Carne seca e jerimum
Caranguejo guaiamum
Qualquer comida que rode.

Sucos de manga e murici
Cajá, Cajuína e cajuada!
Pitomba, Graviola e oiti!
Macaxeira com rabada
A ciriguela, e avoante!
Água de coco é importante
E a gostosa panelada.

Vivo bem na paulicéia
Mas não esqueço o ceará
Se não mudar de idéia
Um dia vou voltar pra lá
Se a mulher quiser ir
Eu de pronto vou partir
E nunca mais vou voltar

Vendo tudo e vou embora
Depois de ganhar dinheiro
Monto uma barraca na praia
Vendo coco o dia inteiro
Fico por lá trabalhando
Olho as meninas passando,
Avaliando o traseiro.










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