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Ensaios-->Atropelamento de animais silvestres. -- 28/10/2006 - 14:42 (Giovanni Salera Júnior) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
ATROPELAMENTO DE ANIMAIS SILVESTRES

No Estado do Tocantins, assim como na maioria dos Estados brasileiros não existem pesquisas sobre o número de animais mortos em atropelamentos nas rodovias estaduais e federais. Mas apesar disso sabe-se que nos últimos anos a modernização e criação de novas estradas, o crescimento no número de veículos e o aumento da velocidade dos mesmos têm contribuído para um aumento dos índices de mortalidade de animais silvestres ao longo das rodovias.
Com o objetivo de estimar esses impactos, Fiscais Ambientais do NATURATINS (Instituto Natureza do Tocantins) realizaram um levantamento em algumas rodovias do sul do Estado do Tocantins, onde listaram as principais espécies vítimas de atropelamentos.
Esse trabalho foi realizado em trechos das rodovias em carros e motos a uma velocidade de aproximadamente 50 km/h. Os animais encontrados, quando possível foram identificados no local. Todos os espécimes encontrados foram removidos para fora da rodovia evitando que outros animais necrófagos (que se alimentam de carne em decomposição) fossem também atropelados.
Esse trabalho identificou que os mamíferos são o principal grupo afetado, seguido pelas aves, répteis e anfíbios. O alto índice de mamíferos encontrados corrobora com outros estudos realizados tanto no Brasil, quanto em outros países.
As principais espécies registradas foram: tamanduá-bandeira, tamanduá-mirim, cachorro-do-mato, quati, tatu-galinha, jaguatirica, gato-do-mato, lobo-guará, paca, cutia, preá, urubu, carcará, gavião, anu-preto, lagarto iguana, jabuti, jibóia, cascavel e inúmeras aves e sapos de pequeno porte.
Dentre todos esses animais, os mais abundantemente encontrados foram os tamanduás. Isso se deve a alguns de seus aspectos bem particulares. Eles possuem hábitos noturnos (saem à noite em busca de alimento e de parceiros para o acasalamento), são animais lentos e possuem uma estratégia de defesa bem peculiar. Quando são ameaçados por algum predador, eles põem-se de pé e abrem os braços apresentando as enormes garras que intimidam e afugentam os agressores. Mas infelizmente essa estratégia de defesa que funciona muito bem contra seus inimigos naturais, se torna a principal causa da grande mortalidade desses animais nas rodovias do Tocantins e de diversos outros Estados brasileiros.
Quando eles estão atravessando alguma rodovia à noite e são ofuscados pela luz intensa do farol dos veículos, eles param no meio da pista e posicionam em pé com os braços abertos, em sua típica estratégia de defesa. Mas não sabem eles que suas garras afiadas nada podem fazer contra um adversário tão implacável e tão mortal como um carro ou caminhão.
Nesse levantamento foram identificadas mais de 40 espécies diferentes de animais, mas que esses números podem ser ainda maiores, tendo em conta que esse trabalho foi realizado em apenas um período do ano (julho a setembro de 2005), e que a identificação de muitos animais de pequeno porte é extremamente difícil, pois o calor que nessa época do ano alcança as maiores temperaturas, desidrata e resseca rapidamente os animais. Ressalta-se ainda que o grande fluxo de veículos, principalmente nas rodovias federais acaba pisoteando intensamente as carcaças, dificultando ainda mais esse trabalho.
Vale lembrar que durante a implantação e pavimentação da grande maioria das rodovias do Tocantins e do Brasil, não se levava em conta à avaliação de diversos impactos ambientais, dentre os quais o atropelamento de animais silvestres, mas que atualmente os órgãos ambientais têm exigido que inúmeras medidas sejam tomadas para a minimização de tais impactos. Dentre tais medidas têm-se a colocação de cercas protetoras, especialmente, em locais de grande circulação de animais; construção de passagens subterrâneas para a fauna terrestre e colocação de redes acima das rodovias para a passagem de fauna arborícola (macacos, micos, quatis etc).
Levando-se em conta que as rodovias avaliadas são muito antigas e que nelas não existem tais medidas implantadas, para a redução dos atropelamentos os Fiscais do NATURATINS concluem que a limpeza constante das margens das rodovias e a manutenção contínua da sinalização (placas e faixas) devem ser priorizadas. Mas relembram que essas ações que são de responsabilidade dos órgãos públicos não terão o efeito desejado se não forem associadas a um amplo trabalho de conscientização dos condutores de veículos para que esses obedeçam às regras de trânsito, principalmente, no que diz respeito à observação dos limites de velocidade, manutenção e revisão periódica dos veículos. Nessa meta, todos sem exceção devem estar envolvidos.

Gurupi – TO, Outubro de 2006.

Giovanni Salera Júnior é Mestre em Ciências do Ambiente e Especialista em Direito Ambiental.
E-mail: salerajunior@yahoo.com.br
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