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Ensaios-->QUEM É MARIA THEREZA CAVALHEIRO? -- 22/10/2005 - 12:01 (Filemon Francisco Martins) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

QUEM É MARIA THEREZA CAVALHEIRO?


Filemon F. Martins


Maria Thereza Cavalheiro nasceu em São Paulo em 25/01/1929, passou parte da infância em Itapetininga-SP, onde fez seus primeiros estudos, tendo sido aluna do saudoso e consagrado poeta-general Mário Barreto França, quando este ainda era tenente naquela cidade paulista.
Na capital paulista, diplomou-se em Direito em 1972, pela Universidade Mackenzie, tornando-se Advogada, com registro na OAB/SP, e como Jornalista, no Ministério do Trabalho. É Tradutora, Conferencista, Ecologista e Escritora, que é sua verdadeira paixão.
Publicou, entre outros, “ANTOLOGIA BRASILEIRA DA ÁRVORE” (Bartira-1960, com duas edições ao ano), “POEMA DA CIDADE AZUL”(Sinfonia de Brasília, Cupolo,1963), “NOVA ANTOLOGIA BRASILEIRA DA ÁRVORE”(prosa e verso), (Iracema, em co-edição com a Secretaria de Cultura, Esportes e Turismo do Estado de São Paulo, 1974), “COLOMBINA E SUA POESIA ROMÂNTICA E ERÓTICA” (Biografia e seleção de poemas, 1987), “ESTRELAS E VAGA-LUMES” (Trovas, 1988), “SEGREDOS DO BOM TROVAR” (Como fazer trova-Antologia, 1989) “RELÂMPAGOS” (poemetos, 1990), “ENCONTROS E DESENCONTROS”(poesias, 1ª edição- 1992, 2ª edição-1995), “CABEÇA DE MULHER” (Contos, 1998).
Seu primeiro livro “ANTOLOGIA BRASILEIRA DA ÁRVORE”, foi publicado em 1960 com prefácio de Francisco Patti e apresentação de Guilherme de Almeida, o “Príncipe dos Poetas Brasileiros”. Quase todos os seus livros encontram-se esgotados, restando apenas alguns exemplares com a autora dos dois últimos livros editados.
Além de exercitar com maestria a poesia clássica, o verso livre, a crônica e o conto, Maria Thereza Cavalheiro, sobrinha-neta de Colombina, mostrou-se apaixonada pela Trova, tornando-se exímia trovadora, premiada internacionalmente. São incontáveis seus prêmios. Colabora em jornais e revistas, divulgando trovadores e poetas que não têm vez nem voz, através de suas colunas literárias pelo Brasil afora.
Escrever ou falar sobre a obra poética de Maria Thereza é tarefa das mais agradáveis, porque sua poesia fala ao coração, é espontânea, inspirada e de uma simplicidade própria dos grandes artistas da palavra. Melhor ainda é lê-la. Numa entrevista bem alentada ao jornal “FRONTE CULTURAL” de Chapecó, Santa Catarina, ela confessa: “Apesar de toda a violência que assola o mundo neste início de século, ainda acredito no ser humano, e principalmente em Deus. Acho que é semeando que colhemos, embora nem sempre possamos colher na mesma seara. Mas, a quem planta uma árvore hoje, não faltará o fruto de amanhã.”Mais adiante, afirma: “No entanto, nem sempre sou uma “artista” da palavra, às vezes sou uma “operária”. E isto porque na vida profissional utiliza-se da palavra como pesquisadora, tradutora (especialmente do francês) e redatora.
E continua: “Aos seis anos, já gostava de poesia, graças a minha mãe que me fazia decorar algumas quadras populares. Assim que aprendi a ler e escrever, passei a copiar poesias e trovas em álbuns, que conservo até hoje. Escrever, para mim, tornou-se uma necessidade premente. Acho, aliás, que todos que escrevem, fazem-no por necessidade íntima de transmitir alguma coisa, de não guardar para si aquilo que em seu interior está para eclodir”.
Não importa o tema ou gênero, Maria Thereza Cavalheiro traz sempre uma mensagem de esperança, paz, amor, confiança, esbanjando capacidade, sabedoria e síntese, característica fundamental da trova. É impossível não se emocionar com estes versos: “Têm as mães uma ternura/ que ninguém mais tem por nós;/ sabem sorrir na amargura/ e nunca nos deixam sós...” “Não haveria fronteira/ neste mundo se a amizade/ fosse a união verdadeira/ entre toda a humanidade.”
Com esta trova obteve o 1º lugar no IV Concurso de Trovas de Tambaú/SP: “Por mais que intimide o mundo/ e a vida acarrete o medo,/ sempre se guarda no fundo/ uma esperança em segredo...” São tantas trovas escritas com magistral inspiração, que é impossível não transcrever algumas: “Esconde o pranto depressa/ e finge que estás contente,/ que aos outros não interessa/ saber as mágoas da gente.” “Com tanta agressão e guerra,/ neste Milênio, é preciso/ que Jesus retorne à terra/ e nos traga a paz e o riso!” Por fim, esta trova-pérola: “Quem faz o bem tem a paga,/ quem é bom nunca está só;/ o tempo jamais apaga/ o que fica além do pó.”
Se alguém, por qualquer motivo, não conhecia a grande poetisa paulista, estava em débito com um dos nomes mais representativos da Literatura Brasileira. Com o poema “AMIGO... QUEM É AMIGO?” conquistou o 1º lugar no II Concurso de Poesia, promovido pela 116ª Subsecção de Jabaquara, OAB/SP. “Amigo não é o que nos salva do incêndio, mas o que não deixa a casa pegar fogo...Amigo é a presença que conforta. A mão que sustenta. O olhar que acalma. A voz que tranqüiliza. Amigo é aquele que sempre busca um modo de ser útil. É o que não nos deixa sozinhos em qualquer circunstância. Amigo, em resumo, é quem nos ajuda a viver”.
Em “ADVERTÊNCIA” ela diz: “Procura não ter nada supérfluo, nem roupas, nem louças, nem móveis, nem inúteis contatos – ditos amigos: as coisas são garras que nos prendem os pés; tais amigos, os que nos tolhem as mãos; pretendem sempre saber o que fazemos, compramos, ganhamos, queremos. Toma cuidado com a intimidade. Que ela seja apenas tua. Lembra-te de que são poucos os que se regozijam com a alegria que tens: se não os reconheces de pronto na multidão imensa, guarda-te para ti mesmo”.
Incansável, seu trabalho é uma constante busca de imagens harmoniosas, que permeiam suas poesias e trovas. Sua poesia “PRECE DO ESCRITOR” é fantástica, especialmente para aqueles que cultivam o ofício de escrever: “Permiti, Senhor, que a rosa do idealismo não pereça, jamais, em minhas mãos; iluminai-me, Senhor, para que minha palavra seja, agora e sempre, a Vossa Lei; fazei, Senhor, com que eu tenha coragem para enfrentar a derrota, e humildade para aceitar a vitória, pois uma e outra são da própria vida”.
Em 1969, fundou a Seção Municipal de São Paulo da União Brasileira de Trovadores – UBT, da qual foi presidente até 1976. Como ecologista, recebeu honrarias, como a Medalha “Comemorativa da Campanha de Educação Florestal”, concedida em 1956 pelo SERVIÇO FLORESTAL DO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA.
Verbete de inúmeras obras, entre outras: DICIONÁRIO LITERÁRIO BRASILEIRO, de Raimundo Menezes; DICIONÁRIO DE MULHERES, de Hilda Agnes Hübner Flores; ENCICLOPÉDIA DE LITERATURA BRASILEIRA, de Afrânio Coutinho e J. Galante de Sousa, edição do MEC, 1990, com revisão de Graça Coutinho e Rita Moutinho Botelho, edição revista e atualizada, em 2001; DICIONÁRIO CRÍTICO DE ESCRITORAS BRASILEIRAS, de Nelly Novaes Coelho.



Obs.: Um agradecimento especial à Escritora Amaryllis Schloenbach, amiga e prima de Maria Thereza, pelas informações fornecidas, sem as quais seria impossível escrever este texto.

filemon.martins@uol.com.br
www.filemonmartins.com.br



 

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