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Cordel-->O SULISTA E A NORDESTINA - Homenagem a Fernanda Guimarães -- 12/10/2003 - 20:47 (J. B. Xavier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O SULISTA E A NORDESTINA
J.B.Xavier

Pois olha, tchê, me respeite,
Porque eu por aqui ando,
Em busca de alegrias,
E um sujeito do sul
Raramente trova fiado,
Especialmente quando
Ele trova acompanhado.

Sendo eu de cá dos pampas
Nunca iria imaginar
Que uma china lá do norte
Fizesse lacrimejar
Esses olhos tão vividos
Da poeira do estradão
Somente por poetar.

Eu vinha solito e triste,
Montado em baios de versos,
Cavalgando pelas trilhas,
E por caminhos diversos,
Cantando à lua e aos ventos
Dormindo pelos relentos
E conquistando universos

Enganando o desengano
Cruzei vales e trigais,
Cantei muitos madrigais
Voei nas patas airosas,
Do baio e do Minuano,
E encarei mano a mano
Poemas, versos e prosas.

Dancei bailes de alegria
Já beijei à luz do dia
China mais feia que o demo!
Já fiz muita churrascada,
Já dei uma de bacana
E mesmo lá na Bahia
Eu já rodei a baiana!

Já encarei bochincho feio
E até já quase me enleio
Nessa história de casório.
Mas dessa escapei barato
E nessa ninguém me logra.
Prefiro lutar com demo,
A ter um dia uma sogra!

Eu já carneei muita vaca,
E já finquei muita estaca,
Na fazenda do patrão.
Nem mesmo o arame farpado
Ou esse fogo de chão
Mataram em mim os versos
Que vertem do coração.

Já lacei muitos novilhos
Devo ter uns vinte filhos
Espalhados pelos pampas.
No entanto, devo dizer,
Que é pra ninguém duvidar,
Os versos que me prostraram
Vieram do Ceará!

E chegaram quietinhos...
E ao chegarem de mansinho,
Foram logo desafiando
A esse sulista guapo,
E propondo parceria,
A quem compõe poesia
Até mesmo em guardanapo!

Era uma tal de Nandinha,
Apelido, certamente,
Que pra parecer mais quente
Chamava-se Guimarães.
E foi assim, que uma noite,
Na tela do monitor
Conheci a cearense
Especialista em amor!

Eu não gosto de frescura,
Ou elogios formatados,
Mas a candura, confesso
Daquela rima dengosa
Deixou-me vagando a esmo,
E disse então pra mim mesmo:
“Essa vai ficar famosa!”

Vai daí que respondi
Como que querendo nada,
E um poema enviei
À poetisa ousada!
Qual não foi minha surpresa
Ao ver minha poesia
Voltar muito melhorada!

Então pensei que a guria
Estava levando a sério
E que desafiaria
Aqui, o baita gaudério.
Pensei: “Eu venço a parada,
Pois se perder pra danada
Eu prefiro o cemitério!

Mandei bala nessa ousada
E encharquei de poesia
Essa guria do norte.
Já se viu me desafiar?
Que nisso ela nunca pense,
Pois perder pra cearense
Pra mim é igual à morte!

Pois tu sabes, índio véio,
Nem mesmo num monastério
De monge beneditino
Evitaria o Destino
Essa coisa nunca vista
Da beleza dos poemas
Dessa poetisa nortista!

Baita macho de verdade
Como é todo bom gaúcho
Não pode se dar ao luxo
De mentir pra todo mundo!
Aos versos dessa guria
Meus versos se misturaram:

Nasceu nossa parceria!

* * *






































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