Quando verifico que a dor vai ser imensa, finjo que não sou eu e então invento mil e um esquemas para superar-me...e até consigo, claro, com demasiado esforço!É melhor assim, afinal somos todos mortais, 'cádaveres adiados que procriam', por que fazer mais do que as nossas forças permitem?Eu desde Sexta que tenho interiorizado a minha derrota existencial no que concerne ao meu padrão de vida, sei, que fui vencida, mais que não seja pelo modelo , mesmo que obsoleto, do que deve ser !
Uma nova etapa, preparo-me para ela, enquanto canalizo as forças, não penso no meu Amor...sublimo o sofrimento e aguardo que o dia seguinte seja melhor!Claro que passo por momentos de grande pesar: a pele que se enruga, o Bilhete de Identidade que cresce, a família que nos acompanha no cinzento dos cabelos...e à noite, quando ninguém me vê eu finjo que não sou eu, finjo a criança que existe em mim e grito loucuras que só naqueles momentos mágicos acontecem...eu sou das águas, do divino, uso o corpo para comunicar, ainda que por vezes mal, sou humana, claro!Mas a alma, essa baila e festeja o amanhecer...
Elvira:) |