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Artigos-->AGRICULTURA NO COMBATE AO AQUECIMENTO GLOBAL -- 13/03/2012 - 08:19 (edson pereira bueno leal) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


AGRICULTURA NO COMBATE AO AQUECIMENTO GLOBAL



 



Edson Pereira Bueno Leal, março de 2012 .



 



A agricultura pode ser um grande aliado para evitar o aquecimento global . E uma forma realista e prática para combater a mudança climática é optar por cultivar as variedades de plantas que refletem mais a luz solar . A idéia é defendida por pesquisadores da Universidade de Bristol , no Reino Unido , na revista científica “ Current Biology” .



O novo estudo afirma que a adoção de plantas mais reflexivas não prejudicaria a produção de alimentos no mundo . A escolha poderia se dar entre as variedades da mesma planta , levando em conta o albedo de cada uma, e não a troca de uma espécie por outra . ( F s P , 16.01.2009 , p. A-15) .



 



AGRICULTURA



 



O planeta é formado por 15 bilhões de hectares , mas só 12% deles servem para o cultivo . As demais correspondem a cidades, pastos , desertos , zonas montanhosas e geleiras . Nas últimas 3 décadas , o total de terras atingidas por secas severas dobrou por causa do aquecimento global . Na China todos os anos uma área equivalente à de Sergipe se transforma em deserto .



A Europa , os países do sul e do leste da Ásia já usam todo o seu estoque de terras agrícolas . O norte da África e Ásia Ocidental são desertos impróprios para a lavoura . Só a América Latina e a África Subsaariana ainda tem potencial de expansão agrícola , mas as novas fronteiras agrícolas significam avanços sobre florestas e outros eco-sistemas intocados.



O Brasil tem imenso potencial de expansão representado pelo cerrado , embora sejam necessários cuidados ambientais para não ocorrer a sua descaracterização.



Com relação à agricultura ainda o país apresenta uma grande concentração de queimadas em duas regiões principais .  Uma faixa em forma de arco que se estende do Piauí Maranhão até o Acre e o Estado de São Paulo . Em São Paulo as queimadas estão associadas ao cultivo da cana , estando esta prática em extinção devido á proibição legal . Na Amazônia brasileira as queimadas concentram-se na periferia da região , nas frentes pioneiras de colonização . As queimadas comprometem a qualidade dos solos , destruindo elementos orgânicos indispensáveis e agravam o nível de poluição atmosférica , além da ameaça à fauna local.



A expansão da agropecuária foi responsável segundo relatório “ Indicadores de Desenvolvimento Sustentável do IBGE “ pelo crescimento de 99% do número de queimadas entre 1998 e 2003 e o aumento de 43% no território desmatado na Amazônia entre 1992 e 2002 . ( F S P 5.11.2004, p. A-16) .



Todavia o Brasil é um dos países que possui a mais rígida das leis em termos de preservação de áreas . O Código Florestal, regras ambientais e territórios indígenas cobrem aproximadamente 71% do território nacional . Pelo Código Florestal cerca de 80% da vegetação nativa da Amazônia , 35% no cerrado e 20% no restante do país devem ser preservados . A esse total somam-se as áreas de proteção permanente criadas para proteger margens de rios, encostas e topos de montanhas e as reservas indígenas e florestais. Segundo estimativa da Confederação Nacional de Agricultura , cerca de 42 milhões de hectares , 16% do território ocupado pela agropecuária, teriam que deixar de produzir para atender a legislação . Nos EUA o produtor rural não é obrigado a reservar parte da propriedade para a preservação ambiental , isso cabe ao governo , via criação de parques nacionais . O Brasil é o único país do mundo que imputa ao dono da terra a obrigação e o custo de não produzir em parte dela . ( Exame, 17.06.2009, p. 32-34).



 



DESMATAMENTO



 



Desmatamento - o mundo está perdendo 6 milhões de hectares de floresta virgem por ano ;só 12% das 292 bacias hidrográficas estudadas não estão afetadas por represas ; até 52% das espécies de aves estão ameaçadas de extinção ; 20% é a demanda excedente de recursos , frente à capacidade do planeta em renová-los ; a exploração excessiva fez com que peixes grandes do Atlântico Norte  perdessem 66% de sua população nos últimos 50 anos ; só 0,5% dos mares do mundo estão sob alguma forma de proteção ; 35% dos manguezais foram derrubados nos últimos 20 anos ; os corais , bercários de biodiversidade nos oceanos , passaram de uma cobertura de 50% para apenas 10% no Caribe nas últimas três décadas ; caiu a abundância de espécimes de 40% entre 1970 e 2000. As espécies que habitam rios , lagos e regiões pantanosas sofreram queda de 50% . ( F S P 21.03.2006 , p. A-14) .



Para o climatologista americano Patrick Michaels , da Universidade Virgínia nos Estados Unidos , um dos céticos do aquecimento global , a verdadeira razão [ da preservação das florestas] , é o valor intrínseco da floresta. Os números mostram que o desmatamento não é o grande culpado do aquecimento global se comparado com a queima de combustíveis fósseis . Tentar justificar a preservação com o argumento do aquecimento global é uma mentira . Acredito que a preservação das áreas silvestres é uma decisão social e econômica que as pessoas nos países em desenvolvimento precisam tomar .” ( Veja, 11.06.2008 , p. 14).



Segundo estudo realizado por 3 pesquisadores da Universidade Federal do Paraná, publicado na edição de junho do periódico “Biological Conservation” , a floresta desmatada consegue se recuperar em um prazo de 100 a 300 anos . Porém, a recomposição de toda a bio-diversidade da floresta pode demorar entre 40 e 160 gerações ( 1.000 a 4.000 anos) . ( F S P , 18.06.2008 , p. A-18 ) .



Segundo José Carlos de Almeida Azevedo , “ as plantas retiram da atmosfera por ano, bilhões de toneladas de carbono , e um bom laboratório – a Embrapa , por exemplo – com um mínimo daqueles US% 50 bilhões [ já gastos em pesquisas sobre o aquecimento global] , pode desenvolver plantas que absorvem mais carbono . Elas farão o ar mais limpo e produzirão mais alimentos . “ ( F S P , 1.7.2008 , p. A-3) .



Segundo uma compilação de estudos sobre a Amazônia , feita pelo Banco Mundial , só o desmatamento já consumiu 17% da região e caso seja ultrapassada a marca de 20%, o aquecimento global se encarregará de destruir o que sobrou .



Mesmo que não seja ultrapassado o limite de 20% , esta pode se reduzir a 56% castigada por incêndios e aquecimento global até 2025.



A região sofrerá aumento dos eventos climáticos extremos , diminuição do volume dos rios e conversão da mata em vegetação típica de savana .



O noroeste da Amazônia é a região menos afetada . A precipitação ficará mais intensa no período de chuvas , mas não no período de seca. Em 2025, a mata desta região deve ter encolhido 11%.



O leste da Amazônia começará a sentir os impactos já em 2025 , quando até 74% da mata atual nesta área poderá ter sido destruída . Aumento do período de secas provoca desertificação intensa.



O sul da Amazônia concentrará os piores efeitos a longo prazo . Aumento do período de seca leva à savanização ; a área de cerrado nesta região cresce 30% , avançando sobre a mata amazônica .



Nas regiões Sul e Sudeste do Brasil , a redução da floresta provocará o aumento das temperaturas. O clima será mais seco no Nordeste , que terá expansão da caatinga . No Sul , chuvas fortes serão mais freqüentes . ( F S P , 29.01.2010 , p. A-17) .



 



DIMINUIÇÃO DA PERDA DE FLORESTAS



 



Entre 2000 e 2010 a perda de florestas  no mundo caiu 19% , graças a reduções expressivas no desmatamento no Brasil e na Indonésia  e a esforços maciços de reflorestamento na China , segundo dados da FAO. É a primeira vez que se registra uma queda de cobertura vegetal desde 1946, quando a FAO começou a produzir a Avaliação Global de Recursos Florestais , publicado a cada cinco anos .



No mundo inteiro , entre 2000 e 2010 , 13 milhões de hectares de florestas foram perdidos , ante 16 milhões entre 1990 e 2.000 .No Brasil , o desmate caiu de 2,9 milhões de hectares na década passada para 2,6 milhões nesta década . Na Indonésia , a queda proporcional no desmatamento foi ainda mais expressiva : de 1,6 milhão de hectares para 500 mil devido à redemocratização do país . ( F S P , 26.03.2010 , p. A-17) .



VENTOS DERRUBANDO FLORESTAS



 



Em três dias de janeiro de 2005, meio bilhão de árvores podem ter sido mortas por tempestades enfileiradas que varreram a Amazônia de sudoeste a nordeste , em uma área estimada em 9.000 km2 , equivalente a quase uma Jamaica .



O desastre pode ser uma amostra incômoda do que o aquecimento global trará para a floresta . , pois numa Terra mais quente , eventos deste tipo podem ficar mais comuns .O estudo foi feito pelo Inpa e pela UNESP . ( F S P , 13.07.2010 , p. A-14) .   



 



ÓXIDO NITROSO



 



O óxido nitroso ( N2O) , produzido principalmente pela agricultura e pelas queimadas , segundo conclusão de três pesquisadores da Noaa ( Agência Espacial de Oceanos e Atmosfera  dos EUA), já ultrapassou os clorofluocarbonos como principal agente de destruição do ozônio.



Em 2050 , esse gás sozinho deve representar 30% do potencial de destruição da camada de Ozônio . Esse gás é estável na atmosfera e pode durar centenas de anos o que aumenta seu potencial negativo . ( F S P ,28.08.2009 , p. A-18) .



 



AQUECIMENTO E REDUÇÃO DE SAFRAS



 



Cientistas das universidades Stanford e Columbia , nos EUA, analisaram o impacto das mudanças climáticas nas quatro culturas que representam 75% das calorias consumidas pelos seres humanos : arroz, trigo, milho e soja , com dados de temperatura e chuva entre 1980 e 2008 , além de informações sobre colheitas em todo o mundo e concluíram que o aquecimento global está fazendo com que a produção aumente menos do que o que aconteceria normalmente .



A produção de trigo foi 5,5% menor, a de milho 3,8% . Já as lavouras de soja e arroz não tiveram alterações . Embora a redução ainda possa ser considerada modesta , ela já serve de alerta . ( F s P , 6.5.2011, p. C-9) .



 



 



1UNICAMP 2012 ALIMENTOS E MEIO AMBIENTE



 



O mundo chegou a sete bilhões de pessoas em 2011. Nossa espécie já ocupa tanto espaço, com plantações, cidades, estradas, poluição e lixo que, para alguns cientistas, entramos em um novo período geológico, o Antropoceno. As atividades humanas já seriam a força mais relevante para moldar a superfície da Terra. Alimentar e dar conforto a toda essa gente pode exaurir os recursos naturais.



(Adaptado “O planeta dos humanos”. Revista Época, Especial População, 06/jun/2011, p. 87.)



a) Aponte duas explicações para a maior disponibilidade de alimentos nas décadas recentes, situação nunca antes existente na história humana.



b) Considerando a sustentabilidade ambiental, quais seriam os principais desafios para alimentar e dar conforto a todos os seres humanos?



 



RESPOSTA ESPERADA DA UNICAMP 1



 



a) São fatores que ampliaram a disponibilidade de alimentos nas décadas recentes, o uso de tecnologia e técnicas agrícolas elevando consideravelmente a produtividade : o desenvolvimento da indústria de alimentos , e  da logística de transporte e armazenamento, a incorporação de novas áreas agricultáveis  produtivas; além da economia de mercado robustecida pela urbanização  crescente no mundo ( maior demanda, exigindo maior oferta).



b) Considerando a sustentabilidade ambiental, são desafios : aumentar a produtividade agrícola minimizando impactos negativos no meio ambiente; utilizar fontes de energia renováveis e menos poluentes; diminuir  os padrões de consumo para poupar recursos naturais ; tornar equânime a distribuição de alimentos ; aumentar a disponibilidade de terras agricultáveis  sem prejudicar o meio ambiente; prover moradia e saneamento básico, minimizando impactos negativos no meio ambiente ; diminuir o desperdício de alimentos  e recursos naturais .



 



  


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