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Artigos-->Brasil Demografia - Fecundidade -- 08/03/2012 - 08:36 (edson pereira bueno leal) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Brasil Demografia -  Fecundidade.



Edson Pereira Bueno Leal, março de 2012 .



 



Fecundidade maior entre os pobres  2000



 



Quando se cruzam os dados de fecundidade com renda e escolaridade a realidade muda significativamente . A taxa de fecundidade das brasileiras que vivem em famílias com rendimento per capita inferior a um quarto de salário mínimo ( R$ 50) é de 5,30 filhos por mulher, cerca de 3,8 vezes maior do que as mulheres com rendimento  superior a cinco salários mínimos per capita ( R$ 1000 ) , de 1,11 filhos por mulher .



As brasileiras sem instrução ou que não completaram nem sequer a primeira série do ensino fundamental , têm em média 4,12 filhos. Entre os que completaram pelo menos o ensino médio , essa taxa cai para 1,48 .



Para piorar , os dados do Censo de 2.000 mostraram que na década de 1990 aumentou em 42%  o número de mães pobres na faixa de 15 a 19 anos .



Em outras palavras as camadas mais favorecidas que pagam mais impostos e geram mais receitas para o Estado estão tendo menos filhos e em contrapartida as camadas que pagam menos impostos e dependem de políticas públicas para sobreviver , ou seja geram mais despesa para o Estado , estão tendo filhos em índices muito elevados .



As variações no grupo sem instrução ou com menos de um ano de estudo por região são significativas . No Sudeste , as mulheres tem , em média 3,44 filhos . No Norte ,a média nestes casos , chega a 5,45.



A persistência de altos níveis de fecundidade entre as mulheres mais pobres causa sérios problemas em termos de planejamento urbano em face do déficit de vagas em creches e pré-escolas  e a nível familiar na piora das condições de vida das famílias e aumento dos indicadores de mortalidade infantil.



Esta realidade resulta na criação de um círculo vicioso da pobreza . O maior número de filhos comprime um orçamento limitado que obriga os filhos a cedo deixarem a escola para trabalhar e com isso diminuem as chances de melhorar a sua renda .



 





















































TAXAS DE FECUNDIDADE POR RENDA – 2000




Renda




Até 1/4




¼ a ½




½ a 1




1 a2




2 a3




3 a5




+ 5




Fecundid




5,30




3,28




2,43




1,84




1,43




1,31




1,11




TAXA DE FECUNDIDADE POR ESCOLARIDADE DA MULHER 2000




-1 ano




1 a3




4 a7




8 a10




11 ou +




 




 




 




4,12




3,62




2,97




2,22




1,48




 




 




 




Obs: salário mínimo per capita . Escolaridade em anos completos de estudo .



 



 



Diminuição da fecundidade da mulher  2003



 



. A queda na taxa de crescimento demográfico tem como principal causa a diminuição do número de filhos por mulher . Em 1984 a média era de 3,5 filhos , em 1990 de 2,6 e em 2000 é de 2,38 filhos  e em 2003 chegou a 2,1 filhos .



 


















































EVOLUÇÃO DA TAXA DE FECUNDIDADE NO BRASIL 1940-2000




Ano




1940




1950




1960




1970




1080




1991




2000




Taxa




6,20




6,20




6,28




5,76




4,35




2,85




2,38




Ano




2001




2002




2003




2050




 




 




 




Taxa




2,3




2,3




2,1




1,8




 




 




 




Fonte : IBGE .



Esta diminuição tem como principal causa o uso de contraceptivos, motivado pela preocupação da mulher com o trabalho e em manter o padrão da família .



. Segundo dados do relatório " A Situação da População Mundial 2001 " da ONU , no Brasil, 77% das mulheres casadas ou com união estável em idade fértil ( de 15 a 49 anos) , utilizam métodos contraceptivos . É a maior taxa das Américas do Sul e Central e semelhante a de países desenvolvidos como os EUA (76%) , Canadá ( 75%) e Suécia ( 78%) . ( F S P 12.12.2001, p. C-1) . Segundo outro dado, cerca de 40% das mulheres brasileiras fizeram cirurgia de esterelização . O Brasil fez em 40 anos o que os países europeus demoraram 150 anos em termos de redução da taxa de crescimento demográfico.



 














































TAXAS DE FECUNDIDADE NO MUNDO EM 2000




Letônia




1,12




Brasil




2,38




Espanha




1,16




Argentina




2,62




Eslovênia




1,24




Colômbia




2,80




Cuba




1,55




Namíbia




5,30




EUA




2,04




Níger




8,00




Tailândia




2,10




 




 




Fonte IBGE .



A média mundial é de 2,8 filhos por mulher . A taxa de reposição natural é de 2,1 filhos por mulher .  O Brasil em 187 países pesquisados , tem a 69ª menor taxa de fecundidade . Porém a taxa de fecundidade das brasileiras com mais de cinco salários mínimos de renda , de 1,11 é inferior à da Letônia , mas as de renda per capita menor do que ¼ de  salário mínimo , de 5,30 é equivalente à da Namíbia  .



RJ ( 2,04), SP( 2,06) e DF( 1,96)  já tiveram em 2000 taxas de fecundidade inferiores a 2,1 filhos por mulher , abaixo portanto da taxa de reposição . A população nestes estados só ainda não  começou a diminuir em função do saldo migratório .



 























































TAXAS DE FECUNDIDADE NO Brasil em 2000




Maiores quedas 90/2000




Maiores taxas




Menores taxas




Paraíba




32,0




Amapá




3,60




Distrito Fed




1,96




Maranhão




30,8




Acre




3,43




Rio Janeiro




2,04




Bahia




30,7




Amazonas




3,40




São Paulo




2,05




Acre




30,0




Maranhão




3,21




Espírito As




2,16




Paiuí




29,6




Roraima




3,20




RS




2,17




Fonte : IBGE , in FSP 21.12.2002, p. C-1



 



Dados extraídos do censo do IBGE indicam que na década de 1990 , a população de favelas aumentou num ritmo quase 3 vezes superior à média brasileira . As maiores expansões ocorreram nas cidades de São Paulo, Belém e Rio de Janeiro . No Rio, enquanto a população cresceu a uma taxa de 0,74% ao ano , o número de habitantes de favelas aumentou a um ritmo de 2,4% ao ano .



Pesquisadores  da escola Nacional de Ciências Estatísticas do IBGE em conjunto com o Instituto Pereira Passos concluíram que a razão principal ( com peso de 35%) foi o aumento da fecundidade , seguido pela imigração ( com peso de 17%) . Há outros elementos , com influência menor , como o aumento da expectativa de vida e a chegada de pessoas empobrecidas da própria cidade . Projeção feita pela DGV indica que a população favelada brasileira irá mais que dobrar até 2013 , chegando a 13,5 milhões de pessoas , caso o ritmo de crescimento populacional nestas áreas permaneça estável .



Segundo pesquisa do Centro de Políticas Sociais da FGV , os habitantes de favelas do Rio de Janeiro , estudam em média 4,5 anos , pouco mais da metade do tempo que permanece na escola a média dos moradores da cidade . Em meados da década de 80 , técnicos do Banco Mundial realizaram programa de planejamento familiar na favela da Rocinha e os resultados foram insatisfatórios . Ao pesquisar o motivo dos fracassos da iniciativa verificaram que as mulheres declaram que tinham filhos por que com isso ganhavam "status e respeito" , na vizinhança, além de conquistar " independência dos pais" . Já os homens diziam que se sentiam " mais viris" com a paternidade .



 



 



FECUNDIDADE 2004



 



Em 2004 a taxa de fecundidade chegou a 2,1 filhos por mulher , patamar que seria atingido apenas em 2014.



 



FECUNDIDADE 2006



 



Segundo a PDNS , a taxa de fecundidade em 2006 foi de 1,8 filho por mulher , que segundo estimativa oficial feita pelo IBGE em 2004 , somente seria alcançada em 2043. A queda ocorreu até mesmo entre mulheres de menor escolaridade e até no setor rural , onde a média de filhos por mulher caiu de 3,5 para 2 no período .



Considerando o nível de escolaridade , a taxa de fecundidade tem forte correlação com o número de anos de estudo : nenhum 4,7; de 1 a 3 anos – 2,8; 4 anos – 2,8 ; de 5 a 8 anos – 2,1 ; de 9 a 11 anos 1,6 ; 12 anos ou mais 1. ( F S P, 21.07.2008, p. C-3) .



Segundo o Pnad a taxa de fecundidade em 2006 das mulheres mais ricas ficou em 1,4 filhos e das mais pobres em 3,7 filhos . Apesar de ser elevada esta diferença está caindo pois já foi de 3,9 nascimentos em 1992 e em 2006 caiu para 2,6  . Com a continuidade da queda da taxa de fecundidade , o país começará a perder população entre 2035 e 2040 .( F S P , 15.09.2007, p. B-18) .



 



 



FECUNDIDADE 2007



 



A taxa de fecundidade em 2007 chegou a 1,95 filho por mulher , ficando pela primeira vez na história , abaixo do nível de reposição populacional que é de dois filhos por mulher . Em 1960 ela era de 6,3 filhos por mulher , em 1980 de 4,4 e em 2000 de 2,3 . ( F S P , 19.09.2009 , p. C-8) .



 



FECUNDIDADE 2007  15 a 19 anos



 



 



O Brasil voltou a registrar taxas de fecundidade na faixa etária dos 15 a 19 anos inferiores aos patamares dos anos 1980 .Em 2007, segundo o IBGE, a proporção de filhos nascidos de mães nessa idade chegou a 6,4% , uma queda em relação ao percentual de 2.000 ( 7,9%), e um retorno às taxas verificadas em 1980 ( 6,5%) . A maioria das mães nesta faixa ( 56%), tinha mais de 18 anos .



Embora os dados não sejam tão precisos como os do censo já é possível dizer que a tendência de aumento verificada na década de 1990 foi revertida e isso se deve ao maior uso de anticoncepcionais , ao aumento da escolaridade das mulheres e às campanhas de conscientização .



Na maioria dos casos a gravidez contribui para desestruturar a vida de uma jovem ao retirá-la da escola e dificultar o trabalho . Mas em alguns casos menos freqüentes ela pode ser a saída de uma situação mais vulnerável , seja por que passa a ter outro status na família , seja porque consegue sair de casa onde era maltratada pelos pais , para morar com um companheiro , nos casos em que isso é possível . ( F S P , 5.12.2008, p. C-3) .



Segundo dados da Síntese dos Indicadores Sociais cresce o número de domicílios unipessoais entre 1997 e 2007 , de 11,2% para 13,5% e de casais sem filhos , de 19,2% para 22,1% entre os idosos . Os casais sem filhos em que ambos trabalham é realidade cada vez maior na família brasileira e em 2007 , 3,4% do total de domicílios , o equivalente a 1,94 milhão de casais se enquadra neste perfil, contra menos de 1 milhão em 1997 . O aumento está relacionado nem sempre à escolha de não ter filhos, mas ao retardamento da maternidade em razão da atividade profissional .( F S P , 25.09.2009, p. C-6)



 



FECUNDIDADE 2010.



 



A taxa de fecundidade no Brasil chegou a 1,86 filho por mulher, abaixo da reposição populacional que é de 2,1 filhos . Em 2.000 estava em 2,38 e em 1960, 6,3.



A queda da fecundidade aconteceu em todas as regiões  e Estados . Cerca de 19 unidades estão abaixo do nível de reposição, contra 3 em 2.000.  No Acre a taxa caiu de 9,9 em 2.000 para 2,8 em 2010 . Com o aumento da expectativa de vida a população deverá crescer ainda até 2.040 . ( F S P , 17.11.2011 , p. C-1 ) .



 



 



  


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