DEMOGRAFIA NO MUNDO

Edson Pereira Bueno Leal, março de 2012 , atualizado em novembro  de 2012.

A população mundial demorou milhares de anos para atingir o primeiro bilhão de pessoas em 1804 e em apenas 200 anos já chegou aos 6 bilhões . Em  apenas 12 anos aumentou em mais 1 bilhão de pessoas , chegando a  7 bilhões.

Fonte : Divisão de população da ONU .

A explosão demográfica no mundo pobre foi tão sensacional porque as taxas de nascimento básicas nesses países foram em geral muito mais altas que as dos períodos históricos correspondentes nos países “desenvolvidos”, e porque a enorme taxa de mortalidade, que antes continha a população, caiu como uma pedra a partir da década de 1940 – quatro ou cinco vezes mais rápido que a queda correspondente na Europa do século XIX. Pois, enquanto na Europa essa queda teve que esperar a melhoria gradual dos padrões de vida e ambientais, a tecnologia moderna varreu o mundo dos países pobres como um furacão na Era de Ouro, sob a forma de remédios modernos e da revolução dos transportes. A partir da década de 1940, a inovação médica e farmacêutica pela primeira vez estava em condições de salvar vidas em escala maciça (por exemplo, com DDT e antibióticos), o que antes nunca pudera fazer, a não ser talvez no caso da varíola. Assim, enquanto as taxas de natalidade permaneciam altas, ou mesmo cresciam em tempos de prosperidade, as taxas de mortalidade despencavam – no México, caíram em mais da metade nos 25 anos após 1944 – e a população disparava para cima, embora nem a economia, nem as instituições houvessem necessariamente mudado muito. (Eric Hobsbawm. Era dos extremos. Tradução)

A partir da análise do texto, é possível afirmar que o autor se refere à “Era de Ouro” como um período marcado, entre outras características, pelo desenvolvimento tecnológico nos países ricos, que contribuíram, de certa forma, para melhorar as condições de vida em regiões pobres.

Apenas no século XX a população quadruplicou . Porém as projeções de Malthus não se concretizaram . Entre 1950 e 1998 a produção per capita de grãos subiu de 247 para 312 quilos , com aumento de apenas 16% na área cultivada . Especialistas estimam que seja possível atualmente alimentar 8 bilhões de pessoas na Terra , e que a Terra possa suportar sem grandes problemas até 10 bilhões de pessoas . .

Então por que há milhões de pessoas passando fome e subnutridas ? A questão é que a renda é mal distribuída e os países ricos concentram 80% da riqueza mundial . Em Hong Kong 6,5 milhões de habitantes tem um PIB de  US$  171 bilhões enquanto na Tanzânia 32 milhões de habitantes tem um PIB de US$  6,9 bilhões . A diferença de renda entre suiços e moçambicanos é de 500 para 1 . Cerca de 1,3 bilhão de pessoas sobrevive com apenas US$ 1 por dia .

Além disso a população pobre continua crescendo em taxas mais elevadas . Cerca de 98% do crescimento mundial total da população até 2050 ocorrerá nos países em desenvolvimento .

Embora tenha ocorrido um aumento intenso da população no século XX , pelos dados atuais a bomba relógio demográfica já foi desmontada . Graças aos meios de comunicação , á educação e ao avanço dos métodos de controle da natalidade em 1999 as mulheres apresentam uma das mais baixas taxas de fertilidade da história da humanidade. No Brasil a taxa de fertilidade que era de 5,4 filhos em 1970 caiu para 2,2 atualmente .  A taxa de crescimento da população mundial caiu de 2,4% em 1969 para 1,3% em 2000 .

Mesmo assim a população mundial deverá crescer dos atuais (2001) 6.134 bilhões para 9,1bilhões em 2050 , 7,9 bilhões nos países em desenvolvimento e 1,2 bilhão nos países ricos . A estabilização da população mundial em 10 bilhões de pessoas deve ocorrer  em 2200 .

O PIB mundial cresceu acompanhando a população , mas a distribuição é bastante desigual .

 Fontes : FMI e Angus Maddison.

Dos 7 bilhões de habitantes , 1 bilhão vive nos 34 países  considerados avançados pelo FMI. O restante ainda habita o heterogêneo mundo emergente, que reúne 150 países, entre eles o Brasil

[

Fontes : FMI e Angus Maddison

BOMBA DEMOGRÁFICA SENDO DESMONTADA

Os dados de 2010 indicam que a bomba demográfica está sendo desmontada e a população mundial em 2050 deverá ser de 7,9 bilhões e não de 9,1 bilhões . O motivo segundo o pesquisador inglês Fred Pearce “ Em todo o mundo , as mulheres estão tendo menos filhos . Se a queda da taxa de fecundidade se mantiver , será difícil a humanidade ultrapassar os 8 bilhões de pessoas . O mais provável é que ela aumente até atingir esse patamar e depois pare de crescer”.

Há quatro décadas , na média mundial , cada mulher tinha entre cinco e seis filhos . Hoje , tem 2,6 . Em mais de sessenta países, que juntos possuem quase metade da população mundial , as taxas de fecundidade estão abaixo de 2,1 filhos por mulher . No Japão , em 2010 , mais da metade das mulheres com 30 anos está solteira e na Coréia do Sul são 40% . As mulheres não estão dispostas a sacrificar a carreira em prol de uma família numerosa . ( Veja, 7.7.2010, p. 96-100) .

Fonte : Departamento da ONU da Economia e Assuntos Sociais , in F S P 12.10.1999 , p. 1-8

Nos países desenvolvidos o crescimento populacional estagnou e em alguns até já há crescimento negativo . Cerca de 97% do crescimento populacional ocorre nos países subdesenvolvidos. A taxa de natalidade dos países ricos de 1950 para 1999 caiu de 3 para 1 e 2 filhos e a dos  países pobres de 7 para 2 e 3 filhos .

Alguns países subdsenvolvidos continuam apresentando taxas espetaculares de fecundidade como Afeganistão, 7,5% , Níger 7,4% , Guiné Bissau 7,0% , Timor Leste 6,9% , Burundi e Libéria 6,8% , República Democrática do Congo , Mali e Uganda 6,7% e Serra Leoa , 6,5% . A maioria destes países são áreas de conflito onde houve grande perda de população  e onde ainda a taxa de mortalidade é elevada .

O resultado desta realidade é que em  2050 a população dos países desenvolvidos deve ser a mesma de hoje ,  1,2 bilhões enquanto a dos países pobres deve subir de 4,8 para 7,9 bilhões 

Os países miseráveis da África vão liderar o crescimento populacional entre 2004 e 2050 , com crescimento médio de 119% . Na América Latina haverá aumento de 42% ( 24% no Brasil ) e na Ásia 39% . Em contrapartida a Europa diminuirá a população em 8% e o Japão em 41% . Entre os países desenvolvidos a única exceção serão os EUA que deverão crescer 43% até  2050 , alcançando 420 milhões de habitantes , contra 293 milhões atualmente , graças à imigração hispânica e a maior taxa de fertilidade destes imigrantes  , que deverão chegar a 15% da população total em 2010 .

Alemanha e Japão terão queda populacional de 14% Espanha 21% , Itália e Hungria de 25% , Rússia de 28% e a Geórgia 40% . Na Rússia existe um problema específico relacionado à péssima qualidade de seu sistema de saúde e ao elevado grau de alcoolismo entre os homens . Há 40% mais mortes do que nascimentos na Rússia , enquanto na Alemanha a proporção é de 10% .

China, Paquistão ,  e Indonésia continuaram a crescer muito. A Índia concentra 20% do crescimento populacional mundial e deverá ser o país mais populoso em 2050 , superando a China e chegando a 1,6 bilhão de pessoas .

A Nigéria deve triplicar sua população até 2050 chegando a 307  milhões . Sua capital Lagos deverá ter em 2015 25 milhões de habitantes . Bangladesh deverá até 2050 dobrar sua população , chegando a 280 milhões  de habitantes , em um território do tamanho do Ceará . A capital Daca deverá ter em 2015 19 milhões de habitantes .  Cerca de dois terços das cidades com mais de 1 milhão de habitantes estão nos países subdesenvolvidos .

Fonte : Population Reference Bureau , in FSP 18.08.04 , p. A-12.

Os efeitos desta mudança brutal de população dos países subdesenvolvidos em relação aos países desenvolvidos ainda não podem ser previstos. Atualmente o aumento da pressão migratória nos países europeus e nos EUA já é um indício dos graves problemas que se avizinham .

A expectativa de vida deve continuar a crescer , passando nos países desenvolvidos de 75 para 82 anos e nos pobres de 63 para 75 anos.

A população idosa deve passar de 606 milhões em 2000 para 2 bilhões em 2050 . Passando de 20 para 33% da população nos países ricos e de 8 para 20% nos países pobres . Ou seja o número de idosos até 2050 irá triplicar , enquanto a população total aumentará apenas em 50% . Pela primeira vez na história o número de velhos será maior do que o número de crianças e a razão de oito adultos da ativa para cada idoso em 2011 passará para quatro adultos .

Esta realidade traz consequências inéditas na história da humanidade  pois a velhice sempre foi vista como um fardo e os velhos tratados com preconceitos e estão se tornando a maioria . A idade de aposentadoria terá que ser ampliada pois os sistemas de previdência não conseguirão manter recursos para custear uma população idosa cada vez maior  com uma base de contribuição diminuindo cada vez mais . Ou os idosos terão que continuar contribuindo mesmo após aposentados como está ocorrendo no Brasil com a criação da  contribuição dos inativos.

O Japão atualmente tem uma idade média da população  de 41 anos e a Itália de 40 anos , enquanto Iêmen , Nigéria e Uganda 16 anos.

Na Bélgica , apenas 2,8% dos homens entre 65 e 69 anos tem alguma ocupação rentável , segundo dados de 1999 . Os demais estão sendo sustentados ao menos em parte por algum tipo de salvaguarda pública . Na Itália em 1996 as pensões já consumiam 15% do PIB .

POPULAÇÃO E CO2

A cada dia que passa , o mundo tem que sustentar 213.000 pessoas a mais . Cada ser humano adulto produz , em média , 4,3 toneladas de gás carbônico por ano , sem fazer nada de mais . Por isso o documento final do Painel Intergovernamental sobre mudanças climáticas da ONU diz com clareza que “ o crescimento do produto per capita e o da população foram os principais determinantes do aumento das emissões globais durante as três últimas décadas do século XX . “ Outro relatório do Fundo de População da ONU afirma que “ os gases de efeito estufa não estariam se acumulando de modo tão perigoso se o número de habitantes da Terra não aumentasse tão rapidamente , mas permanecesse em 300 milhões de pessoas , a população mundial de 1.000 anos atrás”.

Segundo o OPT , o máximo que o planeta comporta sem risco de exaustão são 5,1 bilhões de pessoas , mas a ONU calcula a estabilização da população mundial apenas em 2050 com 9 bilhões de pessoas . ( Veja, 16.12.2009, p. 132-141).

EUROPA

Dados divulgados pelo Instituto de Política Familiar , sediado na Espanha, divulgados em novembro de 2007 mostram que pela primeira vez na história o número de europeus com mais de 65 anos ultrapassou o de menores de 14 anos .A  queda na taxa de fecundidade e o aumento da expectativa de vida foram os responsáveis por este desequilíbrio já constatado . ( Veja, 24.10.2007 , p. 114) .

O Japão já apresenta um percentual de 28% de idosos em relação à população total .Esta proporção já é grande na maioria dos países europeus . Itália 26,5% , Alemanha 25% , Suécia 24% , Grécia e Áustria 23,5% , Bulgária , Letônia , Bélgica e Portugal, 23% .

Preocupado com esta questão , os governos europeus decidiram pagar para que os casais tenham filhos .

Em 1946 a Europa tinha 22% da população mundial e a África 8% . Em 2000 ambas tem 13% e em 2050 a África terá três vezes mais que a população da Europa .

Certos países da Europa terão significativa redução da população até 2050 : Ucrânia – 33% , Bielo-Rússia – 28% , Rússia – 24% , Polônia – 20,5% , Bósnia – 20% e República Checa – 13,5% . ( Vekja, 24.10.2007, p.116) .

Segundo estudo divulgado em agosto de 2008, feito pelo Eurostat , o escritório de estatísticas da U.E.  o número de mortes nos 27 países da União Européia passará o de nascimentos em 2015 , e a partir daí , a imigração passará a ser o único fator de crescimento populacional do bloco . A Alemanha por exemplo terá 12 milhões  a menos de pessoas que em 2008 , perdendo a posição de maior população do bloco para o Reino Unido . 

A percentagem de 17,1% de idosos em 2008 passará a 30% em 2060 . A população com mais de 80 anos passará de 22 milhões ( 4,4%), para 61 milhões ( 12,1%) . Pelas projeções do Eurostat , a população total da U.E. continuará crescendo de 495 milhões em 2008 para 521 milhões em 2035. A partir daí , sofrerá um declínio , chegando a 506 milhões em 2060 . ( F S P , 27.08.2009, p. A-21) .

Dados da Eurostat indicam que até 2061 pouco mais de 25% dos habitantes da Europa será imigrante ou descendente de estrangeiros. Em Luxemburgo, a proporção poderá chegar a 65%, em Chipre 55%, na Áustria e Espanha 40%, Alemanha e Irlanda 35%. O desafio é assimilar esse enorme contingente de estrangeiros com suas peculiaridades culturais . ( Veja, 22.08.2012, p. 120-121).

O Escritório Nacional de Estatísticas Britânico divulgou em julho de 2012 os resultados do Censo 2011 para Inglaterra e País de Gales, com crescimento recorde de 7,1% na população dos países na última década. Com o acréscimo de 3,7 milhões de habitantes os países contam agora com 56,1 milhão de moradores. Mais da metade desse aumento é resultado da imigração para o Reino Unido, e dois terços dos que chegam vêm de nações fora da União Européia .

Com a economia em crise , aumenta o discurso anti-imigração do governo David Cameron e o ministro da Imigração , Damian Green, culpou a administração anterior por “deixar que a imigração saísse de controle”.

Na Espanha está acontecendo o contrário e cresce o número de cidadãos que deixam o país para fugir da crise e do alto desemprego . Segundo o governo , desde 2011 a Espanha registra mais cidadãos saindo do que chegando . No primeiro semestre de 2012 , 40.625 espanhóis imigraram e , 44,2% a mais do que no mesmo período em 2011. ( F S P , 18.07.2012, p. A-12) .

CHINA

O controle da natalidade na China , com a política de obrigar o casal a ter apenas um filho , gerou situações inusitadas pela preferência das famílias em ter um  menino , tornando-se comuns , sobretudo nas áreas rurais o infanticídio de meninas  ou então seu abandono em orfanatos onde eram deixadas à míngua para morrer de inanição. Relatório da ONG americana Human Rights Watch , com base em dados do próprio governo chinês mostra que em 1989 , em média, 50% das crianças morreram no primeiro ano de internação em orfanatos . Nestes orfanatos a maioria das crianças não é de órfãos , mas de meninas que em geral os pais não tiveram coragem de matar .

Segundo a mesma organização , existe uma ação deliberada do governo chinês em negligenciar o tratamento às crianças em orfanatos , tenso como resultado sua morte inevitável por desnutrição em uma verdadeira política oficial de infanticídio em massa. . ( Veja, 17.01.96, p. 40-41) .

As meninas são preteridas pois só dão despesas . Na China existe a tradição de se dar um dote obrigatório por ocasião do casamento da mulher .

Para reduzir a possibilidade de abortos o uso de ultra som foi proibido no país , pois permite o conhecimento com antecedência do sexo do bebê .

Passou a ocorrer também  o tráfico de meninos que são roubados  de famílias de migrantes pobres do interior e vendidos a famílias ricas por milhares de dólares . Em consequência dessa política a tradicional relação de 106 meninos para 100 meninas ocorrida em vários países do mundo caiu para 116,9 meninos para cada 100 meninas , causando um problema adicional que é a falta de  mulheres para casamento , levando ao estupro ou o rapto para casamento á força , ou outra situação pela qual mulheres se casam com um homem e acabam servindo sexualmente a todos os seus irmãos .  

A política de filho único, vigente desde 1979  tem suas exceções . Os cidadãos chineses de minorias étnicas não precisam segui-la . Os moradores de áreas rurais e casais de filhos únicos podem ter dois filhos . Os que tem mais filhos que sua cota permite são obrigados a pagar uma taxa , calculada a partir da renda média do trabalhador chinês . 

O governo de Shangai iniciou em 24 de julho uma campanha para convencer casais da cidade a terem um segundo filho . Segundo Xie Lingli, chefe da Comissão de Planejamento Familiar da Cidade “ Nós defendemos que os casais elegíveis tenham dois filhos porque isso pode ajudar a proporção de idosos e aliviar a falta de mão de obra no futuro “. Voluntários e agentes de planejamento familiar visitarão residências para distribuir livretos de promoção da campanha e para dar aconselhamento financeiro e psicológico . ( F S P , 25.07.2009, p. A-14) .

GRÉCIA

OPERAÇÃO ESCUDO

Lançada em 2010, a “Operação Escudo”, faz parte de uma missão maior , a Xentos Zeus, que inclui a expulsão dos ilegais já no país. É realizada na zona de fronteira pela polícia grega e pela Frontex, a Agência Européia para a Gestão das Fronteiras Externas da UE.

Só em 2010 , a polícia prendeu 36 mil imigrantes sem documentos que acabavam de atravessar o rio Evros.Em 2011 o número caiu para 28.321. Mas , apenas nos sete primeiros meses de 2012, as detenções foram o dobro das de  2011.

Apesar de a fronteira com a Turquia ter cerca de 200 km de extensão, 70% dos migrantes em 2010 a atravessaram num trecho de 12,5 km , perto da cidade turca de Edirne. Nesse local , o rio Evros passa a correr em território turco e a fronteira passa a ser em terra firme. Por isso, o ponto foi escolhido pelo governo grego para construir u muro de três metros de altura que ficará pronto em outubro de 2012 para impedir a entrada no país por terra. ( F S P , 26.10.2012, Mundo 2, p. 2) .

ÍNDIA

A Índia vem apresentando problemas semelhantes ao da China .Estudo publicado pelo periódico médico britânico " Lancet" indica que até 10 milhões de fetos do sexo feminino podem ter sido abortados na Índia nos últimos 20 anos após a realização de exames pré-natais para a verificação do sexo dos bebês . Baseados em índices naturais do gênero obtidos em outros países  os pesquisadores estimaram entre 13,6 e 13,8 milhões de meninas que deveriam ter nascido na Índia em 1997 . Porém , nasceram apenas 13,1 milhões , indicando que os abortos seletivos podem ter sido responsáveis pelo nascimento de 500.000 meninas a menos . Esta realidade acontece por que na Índia as filhas são vistas como um ônus . De acordo com a tradição , a mulher "pertence " à família de seu futuro marido e o costume de pagar dote é ainda prevalecente no país e as famílias  frequentemente se endividam para comprar presentes para as famílias dos maridos de suas famílias. Portanto o acesso à ultrasonografia , permitindo avaliar o sexo do feto resulta nos abortos mencionados . A consequência já ocorrida é a redução do número de meninas por mil meninos que caiu de 945 em 1991 para 927 em 2001. ( F S P 10.01.2006 , p. A-13) .

ISRAEL

IMIGRAÇÃO DE JUDEUS ETÍOPES

No dia 29 de outubro o governo de Israel deu início ao processo de imigração dos últimos 2.200 descendentes de judeus que vivem na Etiópia, os falashas mura. O governo quer transportar todos até março de 2014 em voos mensais. Eles se converteram ao cristianismo, religião predominante no páis , mas afirmam querer voltar às raízes judaicas e viajar para Israel onde o PIB per capita é oitenta vezes o da Etiópia.

 Uma das explicações religiosas sobre esses judeus PE que eles seriam fruto de um romance entre a rainha de Sabá e o rei Salomão em Jerusalém, há 2.500 anos. Outra diz que eles seriam membros da tribo perdida de Dã, que migrou para a África no século VI a.C. Nos a nos 1970, um grupo de rabinos de Israel reconheceu a origem judaica desse povo.

Como Israel não tinha relações diplomáticas com a Etiópia, agentes do Mossad montaram uma operação secreta para levarem os falashas à Israel. Milhares deles, famintos e depauperados pela seca na Etiópia , caminharam até o Sudão, de onde embarcaram até Israel.

Entre 1984 e 1985, cerca de 8.000 fugiram da Etiópia em aviões disfarçados.  Quando o primeiro-ministro Shimon Peres revelou a operação à imprensa, os países árabes pressionaram Cartum a não cooperar com Israel e a operação terminou.

Outras operações se seguiram e em 1990 Israel fechou um acordo com o ditador comunista Mengistu Haile Mariam, em meio à guerra civil na Etiópia e em 26 horas , 14.200 pessoas foram levadas em trinta aviões, um deles, um Boeing 747, transportou mais de 1.000 pessoas, quase três vezes a sua capacidade.

A maioria dos etíopes chega a  Israel sem saber ler nem escrever. São instalados nas periferias das cidades e recebem aulas de hebraico e judaísmo . Após um ano , ganham uma carteira de identidade definitiva. Entre os 150.000 etíopes do país, poucos ascenderam socialmente devido ao preconceito e à falta de qualificação profissional. ( Revista Veja, 7.11.2012, p. 128-129) .

JAPÃO

A população japonesa em 2005 deve ter sofrido uma redução de 10 mil habitantes . O Japão apresenta uma taxa de natalidade de 1,29 filho por mulher , a média européia é de 1,37 ., enquanto a taxa mínima para repor as perdas naturais de uma população é de 2,1 filhos por mulher .  ( F S P 23.12.2005 , p. A-13) . O Japão em 2007 tem 4 trabalhadores na ativa para cada aposentado . Em 2050, estima-se que a proporção será de 3 para 2 .

No Japão de 2009 , as pessoas com mais de 65 anos representam 23% da população e, em duas décadas , serão um terço . A expectativa de vida das mulheres , de 86 anos é a maior do mundo e a dos homens, de 79 anos, fica atrás apenas da Islândia e de Hong Kong. Há 37.000 japoneses com 100 anos ou mais . A proporção de idosos na população dobrou entre 1980 e 2005 , 25 anos , o que na França demorou 115 anos para ocorrer e na Alemanha 40 anos .

No Japão ,ao contrário do Ocidente , a maioria das mulheres para de trabalhar depois de ter o primeiro filho e por isso adiam a maternidade . Juntado-se a isso a estagnação econômica o resultado são casamentos tardios e com menos crianças . Nas últimas três décadas o número de japonesas solteiras entre 30 e 34 anos subiu de 7% para 325 e de homens solteiros de 14 para 47% . ( Veja, 12.08.2009, p. 134) .

PAÍSES ISLÂMICOS

Estudos recentes indicam que também nos países islâmicos  a taxa de fecundidade está diminuindo, e a um ritmo surpreendentemente mais acelerado do que no resto do mundo.

Nas décadas de 1990 a 2010 ,a  média de filhos por mulher nos países de maioria muçulmana caiu de 4,3 para 2,9. Em 2040, estará abaixo do índice de reposição . Isso já aconteceu no Irã, no Líbano e na Albânia . Na  Indonésia , o país muçulmano mais populoso do mundo a taxa de fecundidade é de 2,1 .

De 1990 em diante tiveram início programas de controle de natalidade em países islâmicos . Vários países islâmicos mantém estes programas como o Irã, Egito, Indonésia, Turquia , Paquistão e Tunísia.

Outro fator que contribuiu para a redução dos índices de natalidade foi a simples melhora das condições de vida em alguns países . Com as meninas ficando mais anos na escola  e adiando o primeiro filho, a taxa de fecundidade diminuiu .

Alguns aiatolás justificam a mudança de política dizendo que o Corão não prevê barreiras ao planejamento familiar . Em países mais pobres os índices ainda são altos como no Níger onde a média de tempo de escola dos habitantes é de apenas quatro anos e a taxa de fecundidade está em 7,1.

O efeito da diminuição da taxa de natalidade nos países islâmicos ainda vai demorar a aparecer. Há grande número de jovens em idade reprodutiva e a expectativa de vida aumentou de , em média 62 anos em 1992 para 68 anos em 2012  e chegará a 73 anos em 2030 . Por isso, em números absolutos , a população dos países islâmicos continuará crescendo até 2070, em ritmo menor, estabilizando-se apenas a partir daí . ( Veja, 4.4.2012, p. 110-112) .

SUAZILÂNDIA

Este país localizado no sul da África, castigado pela epidemia de AIDs , que atinge um quarto da população adulta de 1 milhão de habitantes . A expectativa de vida deverá baixar de 60 para 38 anos até 2005 . Diante deste quadro dramático o rei Mswati  impôs uma lei proibindo relações sexuais a todas as mulheres virgens  e menores de idade até 2006.  As mulheres nesta situação estão obrigadas a sair à rua com uma espécie de pompom azul e amarelo no cabelo e estão proibidas de usar calças compridas e cumprimentar os homens com um aperto de mão .  ( Revista Veja , 21.11.2001 , p. 62) .

1 - FATEC  DEZEMBRO 2010  DEMOGRAFIA E MEIO AMBIENTE

Foram necessários bilhões de anos, com uma complexidade e uma evolução irrepetíveis, para construir o patrimônio biológico de uma única espécie; nos próximos decênios, a intervenção do homem será responsável pelo desaparecimento de uma espécie viva a cada quarto de hora. Mas a cultura ecológica permanece à margem da política e da cultura oficial. No Maximo toma-se posição, no discurso, a favor do meio ambiente, mas quando os problemas ambientais operem-se as vantagens econômicas e a manutenção do emprego dentro da estrutura social existente, a tendência sempre e de minimizar a gravidade das conseqüências que recairão sobre as vidas futuras. O principal ponto a discutir hoje e o crescimento material sem limites nem objetivos. Para isso, e preciso rediscutir as relações de produção e trabalho, mas também o que, como, onde, quando produzir etc.

(TIEZZI, Enzo. Tempos históricos, tempos biológicos. São Paulo: Nobel, 1988. Adaptado.)

Conforme as idéias do texto, e correto afirmar que

a) o crescimento sustentável e possível conservando-se os padrões de produção, emprego e consumo atuais.

b) os ritmos biológicos e geológicos são mais rápidos que os ritmos da produção capitalista de mercadorias.

c) a sociedade superdimensiona os problemas ecológicos para poder reduzir os empregos dos trabalhadores.

d) o crescimento desenfreado tem de ser reavaliado para decidirmos novas bases para nosso modo de vida.

e) a gravidade do problema ecológico é levada a serio na pratica dos Estados e da maior parte da sociedade.

2    PUC JULHO2009

CRESCIMENTO DEMOGRÁFICO E RECURSOS NATURAIS

Uma questão fundamental para a discussão do crescimento populacional e até que ponto a natureza suporta.

Os recursos naturais para sustentar populações crescentes são eternos? Escolha a alternativa que trata corretamente desse tema:

a) Os recursos naturais são praticamente infinitos se levarmos em conta o quanto desses recursos e utilizado pelos seres humanos.

b) Os recursos naturais não são eternos, mas a população mundial ainda tem margem de crescimento, porque os recursos naturais podem ser usados de forma mais eficiente.

c) Em algumas regiões do planeta, a população pode crescer a vontade, porque ha recursos suficientes para todos, sem distinção.

d) O problema de a natureza não suportar afeta somente alguns países que chegaram a esse limite, mas ainda não e um problema mundial.

e) A natureza certamente suporta muito mais uso dos recursos, mas o problema e que não se sabe o limite, não ha como calcular.

Resposta 1 D , 2 D