BRASIL PRIMEIRA REPÚBLICA – VESTIBULARES DEZEMBRO 2011 E JANEIRO DE 2012 . Compilados por Edson Pereira Bueno Leal
1 ENEM 2011 PRIMEIRA REPÚBLICA
Ate que ponto, a partir de posturas e interesses diversos, as oligarquias paulista e mineira dominaram a cena política nacional na Primeira Republica? A união de ambas foi um traço fundamental, mas que não conta toda a historia do período. A união foi feita com a preponderância de uma ou de outra das duas frações. Com o tempo, surgiram as discussões e um grande desacerto final.
FAUSTO, B. Historia do Brasil. São Paulo: Edusp, 2004 (adaptado).
A imagem de um bem-sucedido acordo café com leite entre São Paulo e Minas, um acordo de alternância de presidência entre os dois estados, não passa de uma idealização de um processo muito mais caótico e cheio de conflitos. Profundas divergências políticas colocavam-nos em confronto por causa de diferentes graus de envolvi mento no comercio exterior.
TOPIK, S. A presença do estado na economia política do Brasil de 1889 a 1930. Rio de Janeiro: Record, 1989 (adaptado).
Para a caracterização do processo político durante a Primeira Republica, utiliza-se com freqüência a expressão Política do Café com Leite. No entanto, os textos apresentam a seguinte ressalva a sua utilização:
a) A riqueza gerada pelo café dava a oligarquia paulista a prerrogativa de indicar os candidatos a presidência, sem necessidade de alianças.
b) As divisões políticas internas de cada estado da federação invalidavam o uso do conceito de aliança entre estados para este período.
c) As disputas políticas do período contradiziam a suposta estabilidade da aliança entre mineiros e paulistas.
d) A centralização do poder no executivo federal impedia a formação de uma aliança duradoura entre as oligarquias.
e) A diversificação da produção e a preocupação com o mercado interno unificavam os interesses das oligarquias.
2 UNICAMP 2012 PRIMEIRA REPÚBLICA ELEITORADO
A população brasileira, segundo o censo de 1920, era de 30.365.605 habitantes. O número de votantes, entretanto, era restrito, conforme a tabela abaixo:
População apta a votar, 1920
População Número
Total 30.635.605
Menos analfabetos, sobram 7.493.357
Menos as mulheres, sobram 4.470.068
Menos os estrangeiros, sobram 3.891.640
Menos os menores de 21 anos, sobram 3.218.243
(Adaptado de http://www.usp.br/revistausp/59/09-josemurilo.pdf. Acesso em 18/10/2011.)
a) Indique duas práticas políticas existentes durante a Primeira República (1889-1930).
b) Cite duas mudanças que ampliaram o eleitorado brasileiro após a Primeira República.
3 FATEC 2012 MODELO POLÍTICO PRIMEIRA REPÚBLICA
Entre as principais características do modelo político adotado no Brasil durante a Republica Velha (1889-1930), destacaram-se
a) a política do Regresso Conservador, o militarismo e o voto censitário.
b) a “política dos governadores”, o coronelismo e o “voto de cabresto”.
c) o “parlamentarismo as avessas”, o clientelismo e o voto a descoberto.
d) a “política do café com leite”, o coronelismo e o voto secreto censitário.
e) a política de valorização do café, o populismo e o voto universal.
4 ENEM 2011 REVOLTA DA VACINA
Charge capa da revista “O Malho”, de 1904. Disponível em: http://1.bp.blogspot.com A imagem representa as manifestações nas ruas da cidade do Rio de Janeiro, na primeira década do século XX, que integraram a Revolta da Vacina. Considerando o contexto político-social da época, essa revolta revela.
a) a insatisfação da população com os benefícios de uma modernização urbana autoritária.
b) a consciência da população pobre sobre a necessidade de vacinação para a erradicação das epidemias.
c) a garantia do processo democrático instaurado com a Republica, através da defesa da liberdade de expressão da população.
d) o planejamento do governo republicano na área de saúde, que abrangia a população em geral.
e) o apoio ao governo republicano pela atitude de vacinar toda a população em vez de privilegiar a elite.
5 ENEM 2011 CORONELISMO
Completamente analfabeto, ou quase, sem assistência medica, não lendo jornais, nem revistas, nas quais se limita a ver as figuras, o trabalhador rural, a não ser em casos esporádicos, tem o patrão na conta de benfeitor. No plano político, ele luta com o “coronel” e pelo “coronel”. Ai estão os votos de cabresto, que resultam, em grande parte, da nossa
organização econômica rural. LEAL, V. N. Coronelismo, enxada e voto.
São Paulo: Alfa - Omega, 1976 (adaptado)
O coronelismo, fenômeno político da Primeira Republica (1889-1930), tinha como uma de suas principais características o controle do voto, o que limitava, portanto, o exercício da cidadania. Nesse período, esta pratica estava vinculada a uma estrutura social
a) igualitária, com um nível satisfatório de distribuição da renda.
b) estagnada, com uma relativa harmonia entre as classes.
c) tradicional, com a manutenção da escravidão nos engenhos como forma produtiva típica.
d) ditatorial, perturbada por um constante clima de opressão mantido pelo exercito e policia.
e) agrária, marcada pela concentração da terra e do poder político local e regional.
6 FGV ECONOMIA 2012 SEMANA DE 1922
Leia o texto.
A Semana de 22 não foi um fato isolado e sem origens. As discussões em torno da necessidade de renovação das artes surgem em meados da década de 1910 em textos de revistas e em exposições, como a de Anita Malfatti em
1917. Em 1921 já existe, por parte de intelectuais como Oswald de Andrade e Menotti Del Picchia, a intenção de transformar as comemorações do centenário em momento de emancipação artística. (...)
(www.itaucultural.org.br)
Em geral, os artistas participantes da Semana de Arte Moderna propunham
a) que a arte, especialmente a literatura, abandonasse as preocupações com os destinos brasileiros e se voltasse para o principio da arte pela arte.
b) a rejeição ao conservadorismo presente na produção artística brasileira, defendendo novas estéticas e temáticas, como a discussão sobre as questões brasileiras.
c) que os artistas estabelecessem vínculos com correntes filosóficas, mas não com projetos políticos e ideológicos, fossem estes progressistas ou conservadores.
d) o reconhecimento da superioridade da arte européia e da importância da civilização portuguesa no notável desenvolvimento cultural brasileiro.
e) que apenas as artes plásticas, com destaque para a pintura, poderiam representar avanços revolucionários em direção a uma arte de fato inovadora.
7 UNESP 2012 1 FASE OSWALD DE ANDRADE
Com pouco dinheiro, mas fora do eixo revolucionário do mundo, ignorando o Manifesto Comunista e não querendo ser burguês, passei naturalmente a ser boêmio. (...) Continuei na burguesia, de que mais que aliado, fui índice cretino, sentimental e poético. (...) A valorização
do café foi uma operação imperialista. A poesia Pau Brasil também. Isso tinha que ruir com as cornetas da crise. Como ruiu quase toda a literatura brasileira “de vanguarda”, provinciana e suspeita, quando não extrema mente esgotada e reacionária.
(Oswald de Andrade. Prefácio a Serafim Ponte Grande, 1933.)
O texto de Oswald de Andrade
a) expõe o anseio do autor de que a literatura e as demais formas artísticas fossem controladas pelo Estado e escapassem, assim, da tutela da classe social hegemônica.
b) revela algumas das principais características do movimento modernista de 1922, como a busca da identidade nacional e a adesão a projetos político-partidários de direita.
c) indica o afastamento gradual dos participantes da Semana de Arte Moderna em relação aos componentes ideológicos de esquerda que caracterizaram o movimento.
d) explicita a preocupação dos setores políticos e sociais dominantes frente a crise econômica provocada pela alta do preço do café e sua tentativa de regulamentar o setor.
e) demonstra a defesa, pelo autor, da politização da produção literária e o abandono de parte dos princípios estéticos que guiaram sua obra na década anterior.
8 UNESP 2012 1 FASE COLUNA PRESTES
A Coluna Prestes, que percorreu cerca de 25 mil quilômetros no interior do Brasil entre 1924 e 1927, associa-se
a) ao florianismo, do qual se originou, e ao repudio as fraudes eleitorais da Primeira Republica.
b) a tentativa de implantação de um poder popular, expressa na defesa de pressupostos marxistas.
c) ao movimento tenentista, do qual foi oriunda, e a tentativa de derrubar o presidente Artur Bernardes.
d) a critica ao caráter oligárquico da Primeira Republica e ao apoio a candidatura presidencial de Getulio Vargas.
e) ao esforço de implantação de um regime militar e a primeira mobilização política de massas na historia brasileira.
9 MACKENZIE 2012 BRASIL POLÍTICA
“(...) Recordo-me de como ouvi, pela primeira vez, na minha meninice, falar desse grande seridoense (Serido& 769;, Rio Grande do Norte) [Jose& 769; Bezerra do Arau& 769;jo-Galva& 771;o]. O seu nome soava como uma nota de clarim, vibrando
nas quebradas das serras e dos vales, como defensor da honra alheia, dos limites da propriedade privada, da moc& 807;a ofendida, do pobre que apelava para a sua protec& 807;a& 771;o, inimigo da prepote& 770;ncia, defensor dos ha& 769;bitos e costumes do seu povo, transformados por uma sedimentac& 807;a& 771;o de va& 769;rios se& 769;culos em norma de vida ou co& 769;digo de lei. No seu município predominou por muito tempo o regime do Estado sou eu. O município era ele. A lei era ele. O juiz, o delegado, o padre, eram ele”. (M. R. de Melo. Patriarcas e Carreiros. Rio de Janeiro: Pongetti, 1954. p. 273.)
O trecho trata de um feno& 770;meno que, no Brasil,
a) possui profundas raízes histo& 769;ricas, tendo surgido na Repu& 769;blica Velha e se modificado ao longo do tempo, uma vez que, se antes na& 771;o se valia de me& 769;todos coercitivos, hoje e& 769; uma pra& 769;tica corrente nos meios políticos.
b) apesar de possuir raízes histo& 769;ricas, na& 771;o pode ser aplicado a& 768; realidade atual do país, uma vez que os avanc& 807;os democra& 769;ticos verificados nos u& 769;ltimos anos impossibilitam o surgimento dos chamados “corone& 769;is”.
c) esta& 769; ligado a& 768;s transformac& 807;o& 771;es urbanas do po& 769;s-Segunda Guerra Mundial, ja& 769; que tal conflito trouxe alterac& 807;o& 771;es significativas para a estrutura social e política do país, possibilitando a emerge& 770;ncia de novas camadas sociais.
d) na& 771;o tem nenhuma ligac& 807;a& 771;o com o passado, mesmo porque, falar de pra& 769;ticas coercitivas e me& 769;todos baseados no “mandonismo”, na& 771;o faz parte da realidade política brasileira, baseada na democracia desde sua fundac& 807;a& 771;o.
e) possui profundas raízes histo& 769;ricas, relacionado a uma concepc& 807;a& 771;o de governo que inclui pra& 769;ticas de “mandonismo local”, com me& 769;todos coercitivos e/ ou paternalistas em relac& 807;a& 771;o a& 768; populac& 807;a& 771;o e aos trabalhadores.