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Ensaios-->Reflexões sobre Deus -- 12/08/2004 - 20:30 (Lorde Kalidus) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Reflexões sobre Deus.


Um assunto tão complexo para alguns mas que eu, particularmente, posso dizer que é bem simples. Para alguns Ele é uma figura religiosa, para outros simplesmente não existe. Existem aqueles que, porém, reconhecem que nada é possível sem que Ele conceda Seu aval, posso dizer que tenho feito o máximo para caminhar entre eles, embora ainda não tenha sido digno sequer de desatar Suas sandálias.
É difícil saber por onde começar a falar sobre Deus, por isso vou fazê-lo contando minha própria experiência. Em 1997 eu tinha 22 anos e tinha uma imagem do Criador bem diferente da que tenho hoje; minha mãe havia se casado com um crente que literalmente enchia minha paciência praticamente me intimando “aceitar Jesus” de qualquer maneira ou queimar no fogo do inferno. Eu curtia rock, desde Joy Division até Iron Maiden, e não aceitava o fato de ninguém tentar mudar minha cabeça. Baseado nesses dias em que muitas brigas ocorreram, quase beirando agressões físicas, eu passei a ver Deus como uma espécie de tirano, sádico, e procurava viver minha vida do meu próprio jeito, procurando emprego, estudando, namorando, enfim, com atividades típicas de pessoas comuns. Por outro lado, justamente nessa época, também comecei a pensar em Deus de outra maneira, em dias em que eu tinha grandes problemas com emprego e estava no segundo ano do meu curso idiota de Direito.
Eu era praticante de Hapkidô que, pra quem não sabe, é uma arte marcial coreana muito semelhante ao Aikidô, praticado pelo ator Steven Segal. E também era fissurado em aprender idiomas. Por causa do tempo que passei lutando decidi aprender a língua coreana, o que me levou a uma igreja perto da minha casa, único local onde havia um curso. Depois de uns meses, quando já conhecia mais ou menos o idioma, conversei com minha professora e disse que gostaria de conhecer um pouco sobre a cozinha coreana. Foi quando ela me convidou pra almoçar na sua casa e o processo que me transformaria em cristão começou daí.
Depois do almoço com muito peixe, algas e salada à base de muita pimenta, ela nos convidou (uma ex-namorada, que estava comigo na época, foi junto) pra ir até sua igreja. Nós aceitamos e, embora não tivesse ido pra lá exatamente pra isso, acabei gostando. Meses depois terminei meu namoro e passei a freqüentar assiduamente os cultos, e comecei a me apegar de verdade a Deus. Mas ainda não o conhecia da forma correta e muitas vezes fazia ou deixava de fazer determinadas coisas porque tinha medo de desagradar a Deus e que as coisas não saíssem do jeito que eu planejava pra minha vida. Foi a partir daquele ponto que começaram a acontecer coisas que mudariam minha vida e o modo como eu via Deus; até aqueles dias eu pensava nEle de acordo com que a igreja queria, mas, depois disso, passei a vê-Lo come Ele realmente é. Isso nos leva à segunda parte da história.
O ano era 1998, eu já tinha desistido da faculdade de Direito (depois de muita briga em casa, já que minha mãe era louca pra que o filho fosse juíz ou promotor) e estava estudando pra prestar o vestibular pra Letras na Usp. Estudava da manhã até à noite, deixando de lado tudo, exceto a igreja. Às vezes saía no fim de semana, indo pros Madame Satã da vida e outras festas góticas que eu gostava de frequentar, apesar dos protestos do pessoal da igreja. Eu ainda me vestia de preto também e deixava claro pra eles que não tinha intenção de mudar, esse assunto vai ser retomado mais para frente. O fim do ano se aproximava e eu estudava cada vez mais duro, chegando a ler coisa de 3 livros por semana, desde Drummond até Machado de Assis. Finalmente fiz a prova do vestibular da Fuvest e, para o meu espanto, fui reprovado, acertando apenas 26 de 100 questões. Não conseguia esconder minha angústia e perguntava a Deus o que eu podia ter feito de errado, lutando pra não culpá-Lo por minha própria falha e pra continuar crendo com fervor em Seu nome, o que ficava cada vez mais difícil, pois essa não era a única dificuldade que eu estava enfrentando. Acabei prestando vestibular pra Unip e em 1999 comecei a faculdade de Letras, embora não onde eu queria. O ano ia passando e eu dividia meus dias entre procura de emprego, brigas com minha mãe por não ter passado na USP, além de me sentir sozinho, pois não namorava na época, dividindo meu tempo entre relacionamentos ocasionais que eu não relatava na igreja, pois sabia que não iam me entender. E os meses iam passando, os problemas continuavam e eu os driblava como podia, inclusive o preconceito da igreja contra o meu visual.
Só em 2001 as coisas começaram a mudar. Um dia, no Madame Satã, conheci minha namorada atual, Patrícia, que aceitou ficar comigo três semanas depois que nos conhecemos. Nesse mesmo ano fui aprovado num concurso público de agente penitenciário do governo de São Paulo e, um ano depois, fui chamado pra começar a trabalhar. Consegui pagar a faculdade, que quase fui obrigado a largar no terceiro ano, e consegui colocar as coisas em ordem. Patrícia e eu desenvolvemos tamanha intimidade que pedi sua ajuda sobre decidir se devia ou não sair da igreja onde estava e procurar outra, e foi o que fiz. Depois de quatro anos deixei de frequentar a igreja coreana onde estava e comecei a frequentar outra, desta vez uma igreja grande. Não demorou muito e eu me desapontei com ela, pois o pastor interrompeu um culto pra fazer propaganda de um pacote de turismo pra Disney, algo que eu achei intolerável, pois a palavra de Deus não devia ser misturada com nenhum fruto do capitalismo. Nessa mesma época, minha namorada me falou da Comunidade Zadoque, onde já estou há três anos, e onde encontrei Jesus pessoal e definitivamente. Ainda tinha dúvidas se estava fazendo a coisa certa e não pensava que uma igreja assim poderia existir, já que todos os louvores são feitos à base de black/death metal, gótico, punk, ska e por aí vai, mas logo percebi que nenhuma das igrejas em que já estive era tão cristão como aquela e comecei a entender melhor a Palavra de Deus e a pensar sobre muitas coisas de que acusam os cristãos de ter feito. Cheguei a pensar que Deus fosse realmente culpado de muitas atrocidades e que Cristo fosse um símbolo da ignorância humana, mas hoje posso compreender tudo com mais clareza.
O fato de Jesus ter vindo trazer uma espada e não a paz é o que mais me intrigava, pois sempre achei que Sua razão de ser era o amor e a compreensão entre todos. Essa parte da Bíblia com certeza faz com que os mais inexperientes pensem que o cristianismo é algo contraditório, algo sem sentido. Mas quando Jesus disse que veio trazer a espada Ele quis dizer que, para se tornar um cristão, é necessário ter muita força de espírito, pois o cristianismo se baseia em negar a si mesmo, a sua própria vontade, e entregar sua vida a Jesus em espírito de oração e deixar que Ele faça aquilo que quer da sua vida. Claro que muitos ao lerem isso devem estar pensando “mas e a vontade das pessoas, não é importante? Não vamos ser robôs se deixarmos que Jesus tome conta de tudo?”. Posso dizer que não e que o verdadeiro robô é aquele que nada conforme a maré, que age conforme o que satanás quer, pois ele é o príncipe deste mundo e de todos os sentimentos fúteis que o governam. Boa prova disso são as próprias escolhas do ser humano, que na maioria das vezes os levam à destruição. O que o homem ganhou até hoje fazendo tudo de acordo com seu próprio ponto de vista? O mundo é governado por políticos corruptos, líderes religiosos que enganam o povo, elites que tomaram posse do mundo e que cobram usos e fundos sobre serviços que deveriam pertencer a todos, e por aí vai. Agora você me pergunta, como um cristão pode estar condenando líderes religiosos que deveria apoiar?
O cristianismo é condenado por muitas pessoas devido a atrocidades como cruzadas “em nome de Cristo”, bruxas sendo queimadas na fogueira, perseguições terríveis a qualquer um que “desobedecesse a palavra de Deus”. Com minha pouca experiência na palavra de Deus, posso falar que Jesus Cristo não teve nada a ver com essas atrocidades e isso pode ser comprovado pela própria Bíblia, que já havia previsto a vinda de falsos profetas que usariam o nome de Deus em vão, como acontece até hoje. Um caso típico é o da igreja católica, que podem ser comparados aos fariseus que condenaram Jesus Cristo à morte, pois contrariam o primeiro mandamento de Deus que diz “não terás outros deuses diante de mim, nem farás para eles imagem de escultura.” Não é preciso dizer que essas igrejas são entupidas de imagens de “santos” canonizados pela igreja católica através do Papa, que, por sinal, não tem autoridade alguma pra decidir quem é Santo e quem não é.
Mas não apenas a igreja católica peca contra o Senhor, muitas igrejas evangélicas também pisam na bola, misturando religião com política ou fazendo mau uso do dízimo dado pelos fiéis ou excluíndo algumas minorias simplesmente por discordar do tipo de música que ouvem ou da forma como se vestem. É muito fácil dizer que punks ou metaleiros estão condenados ao inferno, mas por que esse tipo de pensamento não é substituído pelo de que Jesus Cristo teve muito mais atitude do que qualquer punk ou metaleiro, já que enfrentou sozinho todo o império romano e todos os fariseus? É importante que vejamos que Deus não vê aparência, que vestimentas são criações de homens e que Deus não se preocupa se você usa corpse paint ou uma roupa da Hugo Boss. É hora de pararmos de associar Deus com ações de mortais, porque Ele vai muito além disso e somos nós que precisamos dEle e não Ele de nós. O ser humano precisa começar a se conscientizar de que sua vontade não é a melhor, e sim a de Deus, e ignorar os intelectuais de fala mansa que tentam a todo o custo provar que Ele não existe ou que Jesus foi um simples mortal, pois a única coisa que estes buscam é justificar seus hábitos como algo natural. Mas será que o mundo no estado em que está pode ser considerado normal?
Tenho 29 anos, levei 7 pra compreender que o importante não era o que eu queria pra minha vida, mas sim o que Deus queria. Passei por altos e baixos, tive muitos problemas, talvez muitos deixassem de crer na metade do caminho, como eu quase fiz. Mas a partir do momento que você aceita Jesus Deus permite que o diabo faça o que quer da sua vida, não porque Ele quer te sacanear, mas pra ver se você só se converteu da boca pra fora ou se você é pau pra toda obra. Recuse teorias criadas por aqueles que pensam que Deus pode ser explicado pela ciência, pois a criação da criação não pode explicar o criador. A ciência é criação do homem e pra que o homem tivesse uma pequena idéia do que é a obra de Deus teria que ser capaz todos os grãos de areia de uma praia ou as estrelas no céu. E ainda pensar no que existe depois disso. Qual de nós pode realizar tal obra?
Deus abençoe a todos. Negue a si mesmo e aceite Jesus.

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