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Ensaios-->30. A ÚLTIMA EPÍSTOLA SAGRADA -- 08/03/2004 - 07:22 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Continuando as observações a respeito da presença da antiga cultura mosaica na mentalidade dos apóstolos, remetemos o amável leitor à carta de Judas, irmão de Tiago, que se insere ao final dos atos dos apóstolos, precedendo o “Apocalipse”.

Por referência incluída na própria missiva, sabemos que o santo homem produziu expressiva correspondência, tendo restado simbolicamente, como paradigma de seu pensamento, aquela em que lembra aos destinatários, que acabamos sendo todos nós, a necessidade de nos precavermos contra

... certos indivíduos [que] se introduziram com dissimulação, os quais, desde muito foram pronunciados para esta condenação, homens ímpios que transformam em libertinagem a graça de nosso Deus, e negam o nosso único Soberano e Senhor, Jesus Cristo. (Jd., 4.)

Dizer que entre os cristãos que se estabeleciam por toda parte se infiltravam elementos perniciosos para a propagação da doutrina já é advertência séria. Mas o apóstolo não se contentou em precaver os amigos a respeito dessa influenciação maléfica, citou, em seguida, inúmeros exemplos de punições que receberam os ímpios e que se acham relatadas nas antigas Escrituras, desde a época de Caim, passando por Sodoma e Gomorra, chegando a lembrar o episódio dos anjos decaídos.

Se o endereçamento da missiva tinha em mira determinada igreja ameaçada pelos malfeitores morais, é certo que hoje ela nos pode servir perfeitamente, principalmente se considerarmos a nossa visão espírita, em que os indivíduos se chegam bem perto de nós a cada momento. Então, devemos valer-nos da descrição notável desses espíritos carentes, através da caracterização de seus atos e pensamentos. Ouçamos o apóstolo:

Os tais são murmuradores, são descontentes, andando segundo as suas paixões. A sua boca vive propalando grandes arrogâncias; são aduladores dos outros, por motivos interesseiros. (Jd., 16.)

Hoje, as palavras de resguardo contra os ataques dos seres de inferior posição na escala evolutiva são disseminadas por toda parte por via mediúnica e as pessoas recebem avisos diretamente, por meio de sua consciência, que nada mais representa senão o alvitre tomado antecipadamente para enfrentamento no atual encarne. Leia-se O Livro dos Espíritos, 393. Sendo assim, vamos encaminhar a nossa dissertação para a crítica, de novo, dos castigos eternos.

O bom apóstolo, dedicadíssimo à obra do Senhor, não chegou deveras a ver com plenitude de sabedoria a necessidade do perdão, senão não diria que as penas atingem os indivíduos pela eternidade. Em sua mentalidade de disciplinador evangélico, alinhava-se entre os que julgavam oportuno pressionar os fiéis ao cumprimento de suas obrigações cármicas, ao influxo do pensamento de que nem todos conseguiriam salvar-se, restando a eles as chamas infernais e o domínio do diabo.

Essa postura moral diante da vida encerra conceito de Deus sumamente perigoso para a justa apreciação dos atributos que lhe devemos consignar. Se Deus, verdadeiramente, deixasse de amar a algumas de suas criaturas, destinando-as ao sofrimento eterno, não poderia ser considerado soberanamente bom. Prevaleceria o critério da justiça inquestionavelmente desequilibrada. Daqui o bom pastor do Cristo buscar tratamento íntimo com Deus, fazendo como os judeus tradicionais, querendo Deus só para si e os seus: “nosso Deus” (Jd., 4) e um Jesus Cristo igualmente “nosso único Soberano e Senhor” (Jd., 4). Essa apropriação está a indicar que os ensinamentos estavam sendo absolutamente seguidos e, por isso, poderia arvorar-se o sacerdote em autoridade para pregar aos rebanhos de fiéis.

Tal atitude excludente de todas as criaturas alheias ao pensamento eclesiástico adotado pelo missivista limita consideravelmente o alcance do espírito de salvação que norteava a pregação cristã. Jesus queria a salvação da humanidade. Não demorou, contudo, que seus apóstolos delimitassem a salvação àqueles que enchiam a mente com as palavras da cristianização, as quais incluíam, como temos visto, as tendências judaicas mais ortodoxas e mais próximas das teses mosaicas tradicionais. Poder-se-ia mesmo dizer que muito da boa-nova inicial era tão-só cristianismo judaico ou, o que é pior, judaísmo cristianizado.

Ainda hoje, perlustrando as várias igrejas cristãs, encontramos essa tendência em pleno vigor, principalmente nas mentes mais predispostas à fixação definitiva de dogmas e paradigmas de comportamento, sem que a razão tenha qualquer oportunidade de interferir para programação de nova visão de vida, mais próxima da realidade espiritual.

Por certo, os nossos amigos que, à época de Judas, estavam impregnados desses pensamentos de ambivalência doutrinal, agora, refletindo a respeito das conseqüências de suas pregações, terão novo roteiro para apresentar aos companheiros encarnados, quer se dediquem ao ministério mediúnico, escrevendo mensagens espirituais de advertência para o perigo de não se purificar a doutrina de Jesus, quer envidando esforços no plano carnal para elevarem seus pensamentos ao Senhor, solicitando dele as luzes que lhes possibilitarão agir em consonância com as verdadeiras diretrizes evangélicas.

Graças a Deus, temos tido oportunidade de manifestarmo-nos repetidamente em ambientes os mais diversos, influindo diretamente no ânimo das pessoas ou, indiretamente, através da infiltração que fazemos das idéias relativas à reflexão a respeito dos textos bíblicos nas falas dos pregadores. Não são poucos os que se colocam em dúvida diante da iniciativa de “desrespeitar” os escritos sagrados e são muitos os que, simplesmente, ignoram toda e qualquer idéia que possa significar afastamento de seguidores do culto, por medo de perderem a sua renda mensal. Mas se contam às centenas os que se deixam impregnar pela veracidade de nossos argumentos, de sorte que, aos poucos, as igrejas vão deslocando o seu modo de ver a vida pelo prisma mosaico, para mais facilmente admitirem a conceituação pura da palavra de Jesus.

O espiritismo mesmo, terceira revelação que é, na verdade, só veio para confirmar os ensinos de Jesus, acrescentando ao roteiro de vida dos homens a inequívoca manifestação espiritual. Quanto aos aspectos de religação com o Pai, fazemos questão de manter os princípios da fé, da esperança e da caridade, sob os auspícios do amor ao próximo por amor a Deus.

Por isso, podemos fazer nossas as palavras do apóstolo, principalmente se nos sentirmos integrados a toda a humanidade, confraternizando com todas as outras criaturas, considerando

...Deus, NOSSO Salvador, mediante Jesus Cristo, Senhor NOSSO, glória, majestade, império e soberania, antes de todas as eras, e agora, e por todos os séculos. Amém. (Jd., 25.)(1)



Explicação

Pedimos escusas por ter a mensagem praticamente parafraseado a sagrada epístola.

Entendemos que temos de diminuir as pregações em torno dos textos evangélicos, necessitando efetuar alguns comentários relativos à codificação kardequiana. Para isso, iremos necessitar de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”.

Faça o caro leitor pequenino esforço e releia a bela obra de Kardec. Ao médium, a costumeira solicitação da abertura prévia do livro e a demarcação da página da qual se extrairá o conteúdo a ser desenvolvido pelos mensageiros.

Gratos.


(1) Grifos dos mensageiros espirituais.


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