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Ensaios-->29. O DOM DE EVANGELIZAR -- 07/03/2004 - 08:28 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Quando Paulo, na primeira epístola aos coríntios, nos afirma que o importante para ele são a evangelização e o proveito que ele mesmo pode usufruir dela, quer dizer-nos que tudo deve ser feito por nós em prol do nosso irmão, sem desejar nada em troca. Pela lei mosaica e pela palavra do Senhor, argumenta ele, teria direito ao sustento do corpo, mas disso abre mão. Diz mais. Diz que, por estar obrigado à pregação do evangelho, por força da determinação da revelação que lhe foi oferecida, poderia trabalhar sem envolvimento pessoal, ou seja, realizar mecanicamente a tarefa da divulgação da palavra do Senhor. Mas, antes de iniciar a sua peregrinação, compenetrou-se das verdades que teria de disseminar, para poder realizar em si o que iria solicitar dos outros. Perguntou-se ele que mérito teria diante de Deus, se não se salvasse a si mesmo. Tocou, então, pelo exemplo e não só pela palavra, o sentimento de seus leitores.

Abramos os Evangelhos:

Assim corro também eu, não sem meta; assim luto, não como desferindo golpes no ar. Mas esmurro o meu corpo, e o reduzo à escravidão, para que, tendo pregado a outros, não venha eu mesmo a ser desqualificado. (I Co., 9:26 e 27.)

Compenetrados da premente necessidade de realizar em causa própria o verdadeiro ensino, nós da Escolinha de Evangelização obrigamo-nos a perfazer todos os caminhos que indicamos aos amigos leitores. Desse modo, quando chegamos à presença do médium para registro das comunicações, não estamos realizando mero exercício escolar, mas apresentando o resultado de nossa aplicação no campo prático. Que não sirva esta observação para conduzir o amigo a ponderar que, levada ela às últimas conseqüências, se poderá inferir que sejamos perfeitos, porque tudo recomendamos e, portanto, tudo devemos dominar. Por certo, a nossa caminhada deverá realizar-se por longo e longo tempo. O que queremos dizer é que fazemos segundo a maneira do apóstolo, obtendo invariavelmente a informação de que temos sempre de aprender a proceder exatamente de acordo com nossos ensinos, para não sermos “desqualificados”.

Antes que o amigo possa deduzir que lhe iremos solicitar igual procedimento, vamos acrescentar algumas observações mais para configurar que, embora Paulo tivesse plena consciência de seus deveres, bem como conhecesse que deveria de boa vontade prestar os seus serviços ao Senhor para merecer o galardão,

Porque, sendo livre de todos, fiz-me escravo de todos, a fim de ganhar o maior número possível (I Co., 9:19),

ainda assim, não deixou de emitir conceitos errôneos a respeito da criação e da humanidade, dos direitos e dos deveres de cada um. Seria longo e cansativo realizar a exaustiva demonstração de todos os tópicos, por isso baste-nos exemplo bem característico.

Ao imaginar a configuração do mundo, incapaz de perquirir as noções elementares dos meios pelos quais Deus concebeu a criação do corpo dos seres vivos através das leis naturais, aceitou a explicação bíblica do Gênese, naquilo que ela apresenta de menos mítico, acreditando na letra da visão mosaica, descartando qualquer possibilidade de interpretação, afirmando, peremptório:

... o homem não foi feito da mulher; e, sim, a mulher do homem. (I Co., 11:8.)

Dando curso ao tema bíblico, refletia por sobre a multidão que lhe seguia os ensinamentos a necessidade da obediência cega. Além de não ter percebido com clareza a responsabilidade de que se achava investido, omitia as possíveis dúvidas a respeito da ingenuidade das crenças, fazendo com que os seus assistidos tivessem a falsa impressão de que tudo o que lhes transmitia era o resultado final e acabado da perscrutação da verdade, tendo em vista o seu desejo declarado de não vir a ser “desqualificado”, expressão que utilizou com astúcia, como argumento de autoridade.

Veja o querido leitor que não estamos imputando má-fé ou falsidade ideológica ao denodado apóstolo dos gentios. Asseveramos, pelo estudo que vimos realizando, que o bom homem, apesar de áspero em seus dizeres e de arguto em seus argumentos, tinha a convicção profunda de que estava a pregar o evangelho com o amparo sacratíssimo do plano espiritual, na crença de que procedia com integral fidelidade, à vista da determinação do Senhor.

É desse mesmo modo que procedemos nós, com a só diferença de que, esclarecidos pelas luzes da espiritualidade superior, conscientes da necessidade da perscrutação da verdade sem os ônus dos preconceitos da religião, da raça, do “status” social ou das estruturas morais condicionadas pela época e pelo nível de desenvolvimento de qualquer povo, o que significa dizer desvinculadamente da densidade corpórea, podemos, mais sinceramente, estabelecer os limites de nossa liberdade de atuação, dentro dos parâmetros evolutivos em que nos situamos.

É essa consciência da realidade de nossa condição existencial que intentamos passar ao leitor, instando para que cada qual possa desataviar-se de todas as frágeis indumentárias terrenas, para pôr-se moralmente desnudo diante de si mesmo, para poder captar da vida o que ela possa apresentar de mais efetivo em prol da grandiosidade da divina criação, para a concretização da qual devemos contribuir através de nosso aperfeiçoamento integral, fim último de todas as criaturas.

A todo momento, citamos o objetivo final de todos nós, mas nós nos servimos para isso da leitura do texto do apóstolo, obrigando-nos às considerações a respeito de seu significado mais profundo. Esperamos, com isso, despertar o caro leitor para o nosso projeto, incentivando-o a que se atreva, ele mesmo, a concretizar leituras e desenvolvimentos de raciocínios de mesma base evangélica, de sorte a progredir incessantemente no conhecimento do mistério. Se soubermos extrair das palavras sagradas o que contêm de mais puro e especial, certamente nos poremos na condição de receber do Pai missões equivalentes à que atribuiu ao servo de Tarso.

Quanto a nós, além desse contínuo alerta que indelevelmente vai inscrevendo-se nos anais da literatura mediúnica, cujos efeitos poderão somar-se aos escritos epistolares, à coda dos quais se prende, podemos oferecer também a promessa de assistência socorrista, sempre que a nós se endereçarem os nossos amigos, com o coração limpo, a exemplo do irmão Paulo.

Caso a mensagem não repercuta na mente do amigo com a segurança que gostaríamos de ter impresso em nossa notícia, pelo menos que possa estabelecer contacto com seus guias pessoais, por meio de suas vibrações na freqüência habitual, ou seja, após compungida prece de solicitação de ajuda, através da enunciação clara de seus pensamentos e de suas dúvidas. Pode parecer-lhe, muitas vezes, que o atendimento falhe ou que nem se estabeleça a vinculação entre os planos. Puro engano. Os guias sempre e sempre providenciarão o necessário atendimento, pois todos estão compenetrados, como Paulo, de que é evangelizando que conseguirão o seu galardão.

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