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Ensaios-->24. O AMOR É ETERNO -- 02/03/2004 - 07:44 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Paulo, em sua epístola primeira aos coríntios, afirma-nos que a maior virtude é o amor. Seguindo a linha de pensamento de Jesus deixada impressa nas almas dos apóstolos, analisa esse sentimento e o coloca acima de todas as coisas. Ouçamos o pregador:

O amor jamais acaba; mas, havendo profecias, desaparecerão; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, passará... (I Co., 13:8.)

Esse ensinamento, pois, expresso de modo tão claro, suficiente seria para fazer de cada ser humano entidade dotada de superior entendimento da vida e da existência, porque, para quem ama, nada falta. Ouçamos mais:

Quando, porém, vier o que é perfeito, então o que é em parte será aniquilado. (I Co., 13:10.)

É tão completo o pensamento do apóstolo que seríamos nós até tentados a eliminar a nossa escrita, resumindo-a a conselho oportuno: ler e seguir ao pé da letra a palavra do santo, mesmo porque, segundo ela:

... em parte conhecemos, e em parte profetizamos. (I Co., 13:9.)

Alteramos a ordem das citações propositalmente.

Diz ele que, em parte “conhece”, isto é, tem conhecimento, aprendeu e, portanto, ficou sabendo. Aprendeu de quem? Aprendeu de seus maiores, aprendeu de seus amigos, aprendeu com suas leituras, aprendeu com sua experiência e, principalmente, aprendeu com a palavra do Senhor. E “profetizava”, ou seja, recebia as mensagens dos amigos da espiritualidade e as divulgava entre os que confraternizavam a nova crença que surgia, o cristianismo. E pregava, mais adiante, que todos fizessem o mesmo, estando reunidos em suas igrejas.

Mas ali a palavra é vedada às mulheres. Mas como? O amor não é a perfeição que se aguarda? Por que essa limitação a apenas se dar poder de profetizar para os homens em seus cultos? Que preconceitos estariam ainda firmados no pensamento do santo homem? Que prescrição é essa à sua própria igreja, no sentido de inibir a quem quer que seja a possibilidade de se comunicar com os espíritos para trazer a palavra deles aos companheiros? Ouçamo-lo ainda uma vez:

Como em todas as igrejas, conservem-se as mulheres caladas, porque não lhes é permitido falar; mas estejam submissas como também a lei determina. Se, porém, querem aprender alguma cousa, interroguem, em casa, a seus próprios maridos; porque para a mulher é vergonhoso falar na igreja. (I Co., 14:33-35.)

Eis que se desvanece a tentação que tínhamos de efetuar a recomendação tão-só do texto sagrado do inspirado apóstolo. Ele também se deixou penetrar das restrições preconceituosas dos judeus às suas mulheres, o que, para eles, de resto, persiste até hoje, pelo menos nas sinagogas da ortodoxia mais rigorosa.

O que fez Paulo, ao obstar a iniciativa da “profecia” às mulheres nas igrejas, está em total discordância com o ensino de Jesus, a quem seguia mas de quem nem tudo aprendeu. Ou teria Jesus estabelecido algum princípio semelhante? Pelo menos, em tudo que ficou registrado relativo a seus ensinamentos, nada traduz qualquer idéia preconceituosa. Aliás, o tratamento que o divino mestre dispensou às almas femininas que o rodearam em nada as distinguiu dos seres humanos encarnados com o aparato masculino.

Diríamos ainda mais: se qualquer trecho contivesse ou contiver algo que demonstre sentimento inferior a respeito das mulheres, tê-lo-íamos à conta de mistificação de algum evangelista ou de seu inspirador ou, o que seria mais plausível, acréscimo inoportuno de algum copista intransigente.

Eis, portanto, que não podemos esperar perfeição dos atos dos apóstolos, de seus escritos, de seus ensinos. Também quando estivermos a perlustrar as páginas de sublime inspiração que nos houveram por bem deixar para nossa orientação e conforto, ainda aí precisamos aplicar os conhecimentos espíritas da Codificação, ou ficaremos propensos a manter certas atitudes de afastamento de pessoas de nosso convívio, por mera catalogação preconceituosa.

Vamos orientar o proceder pelas palavras iniciais do amor, vamos aceitar o padrão vibratório dos seres femininos, vamos lembrar-nos de que ora encarnamos homens ora mulheres, vamos aceitar pacificamente que todos tenhamos os mesmos direitos diante de Deus e façamos por tornar-nos perfeitos, acima da fé, acima da ciência, acima das leis dos homens, sejam escritas, sejam as que se inscrevem nos usos e costumes. Ajamos por amor, com amor e para o amor, sem restrições de quaisquer espécies. Saibamos usufruir a sabedoria impressa nos dizeres do sábio convertido da estrada de Damasco, mas utilizando a nossa capacidade de discernimento iluminada pelas diretrizes evangélicas consignadas no kardecismo, onde a ciência e a consciência se fundem para permitir aos homens a sabedoria dos anjos.

Vamos trilhar os nossos caminhos desanuviados do peso das tradições hebraicas, que tão profundamente se arraigaram nas igrejas que se fundamentaram na palavra, sem interrogarem de sua verdade. Abramos a mente para esta e saibamos, corajosamente, refutar o que de impuro tiver ficado retido nos conceitos dos apóstolos. Saibamos discernir, com segurança, o que nos servirá para a nossa redenção e deixemos de lado tudo o que possa significar concordância e assentimento com hábitos antigos e totalmente desvinculados de nossa realidade mais profunda de seres criados à imagem e semelhança de Deus.

Se amigos nossos não concordarem com esta atitude, por julgarem-na desabrida e distante dos princípios filosóficos decalcados na lei do perdão, da obediência e da fé, iremos ter de lamentar muito essa postura de intransigência, pois o nosso ponto de vista está fundamentado na lei maior do amor. Se “fora da caridade não existe salvação” foi o lema que substituiu o da igreja, quando se pensava que fora dela é que não haveria salvação, está aí a exemplificação mais eficaz de que o espiritismo veio para inovar em relação aos hábitos religiosos, no que concerne à atitude das pessoas umas para com as outras.

Por outro lado, Jesus nos ensinou a orar e a nos ligar ao Pai, e isto ele não determinou que se fizesse em nenhum templo, que se constituía para ele mais em local de estudo e de pregação, mas sim no fundo de nosso quarto, estando a sós com Deus. E nos ensinou mais, a enaltecer ao Senhor e a pedir-lhe o perdão às nossas faltas, na justa medida que perdoássemos os nossos devedores. Quis ainda que rogássemos para não cairmos em tentação e que ficássemos livres do mal. Mais não quis o Cordeiro de Deus.

Fiquemos, pois, amigos, cientes de que Paulo nos ensinou o caminho do amor e isso ele o fez há muitos séculos atrás. Se a humanidade tivesse ouvido essa voz e tivesse bem compreendido o que dizia, poderia até ter permitido a repartição dos sexos nos templos, mas jamais iria resvalar para os caminhos dos vícios, dos crimes e das guerras. Relevemos, pois, o que o apóstolo possa ter apresentado de impreciso e salvemos as suas santas palavras de profecia.

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