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Contos-->O JACARÉ QUE MAMAVA -- 21/11/2002 - 23:40 (Sardemberg Guabyroba) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O puto véio já tinha feito tudo quanto era sacanagem. Era uma figuraça facilmente rotúlável. Um giletão. Um cornào. Um filhão da putona. Um fudedorzão. Enfim, tudo que se possa pensar sobre sexo, o maluco já havia feito. Aliás, tudo não: quase tudo. A tal da esporrada na boca da mulher ele ainda não havia realizado. Procurou putas nos seus redutos, mas não encontrou nenhuma que topasse aquilo. Procurou gente de toda espécie pra poder dizer que um dia havia ejaculado no orifício bucal de um ser humano, mas nada. Talvez houvesse um pouco de azar naquelas negativas, pois, afinal, estamos cansados de ver filmes de sacanagem com as mulheres lambuzando-se prazerosamente nos espermatozóides nati-mortos de atores que, inclusive, recebem para fazer aquilo. Tá certo que ele não era nenhum Adônis, nenhum Hércules, muito menos um Luciano Zafir (pra ser contemporâneo), mas também não chegava a ser um Frankstein ou um Boris Casoy (pra ser contemporâneo). Além do mais, as mulheres que um dia foram comidas por ele, reconheciam a imensidão do seu pau. Talvez até por isso mesmo temiam uma varetada que arrebentasse seus esôfagos ou suas traquéias.

Desesperado por não conseguir nem nada nem ninguém que lhe permitisse uma gozada na boca, nosso anti-herói decidiu partir para a violência. Decidiu que iria esporrar na boca de alguém, mesmo que esse alguém não quisesse a tal nojeira (em outras palavras, iria praticar um estupro bucal). Então, naquela manhã de 24 de fevereiro, decidiu ir ao zoológico. Sabia que a vastidão e o pouco policiamento nos pátios internos do zoo poderiam lhe render um momento esperto e em algum cantão auricularmente camuflado pelo berro das araras, das arapongas e dos orangotangos. Poderia, então, raptar um moça para que, por alguns instantes sugasse sua genitália até que o sêmen jorrasse por entre os dentes da vítima.

O nosso símbolo da escrotidão sexual, além de depravado, era pão-duro. Tanto que, antes de pagar para entrar no zoo, ainda tentou passar por aquela barra que permite que crianças com até um metro e vinte não paguem o ingresso. Nada feito e ainda levou um esporro do guarda (vejam só: ele que queria dar um esporro, alcabou levando um na entrada (um na entrada? Ha! Ha!)). Diante de tal fato, puxou as notas amarrotadas que tinha no bolso esquerdo da calça e pagou.

Lá dentro, caminhou, caminhou, caminhou, sempre com um olho nos animais e outro nas mulheres faceiras que passavam perto dele. Depois de uma hora e meia nesse lenga-lenga, depois de ver urubu-rei pra caralho e de ver uma porrada de antílopes agitadíssimos, finalmente, avistou uma presa em potencial. Uma menina que aparentava ter seus vinte aninhos e que estava sozinha admirando as jibóias entrelaçarem-se no recinto reservado a elas. Ele não bobeou e chegou junto, num primeiro momento, como um galanteador normal:

-A senhorita está sozinha?

-Sim

-Incomoda-se se eu acompanhá-la?

-Por que você me acompanharia?

-É que eu também estou sozinho e... pra dizer a verdade, achei você muito atraente e gostaria de flertar com você.

-Poxa, você é bem diretinho, hein?

-Você não viu nada,quer dizer, não é bem assim. O fato é que simpatizei muito com você e resolvi abrir meu feche eclair, digo, o meu coração.

-Você parece ser um bom amante.

-Obrigado.

Foram caminhando juntos, o sol já bem na horizontal, faltando mais ou menos meia hora para fechar o zoológico. Ele aflito para poder dar o bote. Ela crente que estava nas mãos do último romântico. Quando chegaram perto da lagoa e os últimos raios de sol se esconderam nas montanhas, ele, percebendo que não havia ninguém por perto, agarrou-a violentamente.

-Vem cá sua puta! Eu quero mesmo é que você chupe o meu pau até eu gozar!!

Ela ameaçou gritar, mas ele tapou sua boca e botou a pica pra fora. O dilema naquele momento era como fazê-la chupar sem que subitamente sacasse o peru da boca e começasse a gritar. Resolveu ameaçar.

-Olha, se você gritar eu te entupo com aquelas folhas de comigo-ninguém-pode que estão ali e você vai morrer envenenada!

A moça tremeu bunda e resolveu ficar calada. Então, ele, vendo-se dono da situação, encostou-a na cerca que delimitava a área restrita da lagoa, deu uma sacodidela no pau roxo e falou:

-Agora, chupa!

A mulher ajoelhou-se e já ia começar o ritual. De repente, um jacaré que estava do outro lado da cerca, quando viu aquilo que balançava (Ivete Sangalo e jacarés gostam daquilo que balança), pulou de uma moita, e sapecou o pinto do nosso tarado frustrado. O jacaré abocanhou, numa tacada só, os ovos e a lingüiça do nosso protagonista. A mulher aproveitou a situação e se pôs a correr, gritando por socorro. O jacaré, com os gritos da moça, se pôs a correr, com a genitália do cabra na boca. O cabra, completamente desesperado, começou a estrebuchar na cerca, provavelmente pelo excesso de sangue que perdia.

Quando os guardas chegaram para prendê-lo, já era tarde. O cara já havia dado (sente o cacófato: havia dado)o útimo suspiro. Lá na beira da lagoa, o jacaré refestelava-se com o peru e os ovos do tarado, porém achando estranho o fato de sair um líquido branco pelo buraquinho existente na extremidade daquela massaroca de carne, no momento em que se preparava para pôr aquela refeição na bocarra e estraçalhá-la entre as dezenas de dentes afiados lá existentes.

Mesmo que já não percebesse mais, ele acabou realizando o último dos sonhos às custas de um jacaré.

Eu já tinha ouvido falar de jacaré que no seco anda. Porém, esse da nossa história deve ser uma fêmea bahiana. Ou não?

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