Usina de Letras
Usina de Letras
190 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62272 )

Cartas ( 21334)

Contos (13267)

Cordel (10451)

Cronicas (22539)

Discursos (3239)

Ensaios - (10381)

Erótico (13573)

Frases (50664)

Humor (20039)

Infantil (5452)

Infanto Juvenil (4778)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140816)

Redação (3309)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1961)

Textos Religiosos/Sermões (6206)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Ensaios-->CAMUS X BUKOSWIKI - UMA VISÃO PSICANALÍTICA. -- 26/09/2003 - 18:01 (carlos guilherme kappel) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


CAMUS X BUKOWISKI
UMA VISÃO PSICANALÍTICA



.O leitor menos atento, ou mais desprevenido, os situariam em universos diferentes. É nossa proposta neste ensaio demonstrar o contrário. Camus não conheceu Bukowiski. Já o ultimo era fã de carteirinha do primeiro, tanto que raro é um livro seu que não o cita. Explica-se: Bukowiski só veio ao publico tempos depois da morte de Camus em um acidente de automóvel entre Lyon e Paris em 1956. Por esta época Bukowiski deveria estar ainda distribuindo cartas em L.A. Camus seria do o porta bandeira da elite intelectual desta nossa efêmera vida. Bukowiski seria dos alcoólatras e perdedores da mesma. Poderiam os dois ter algo em comum? Acredito que sim e me proponho dar fé. Faço âncora da Psicologia para esta empreitada. Sabemos a importância da primeira infância em nossas vidas. Pois bem na primeira infância dos dois grandes escritores permeia a solidão e a precária situação financeira. Por um lado Camus mesmo assumindo que embora pobre, era rico de sol e das praias de Argel, enquanto Bukoswisky vivia excluído.
do convívio com amiguinhos pela imensa neurose dos pais.
Diria mais: Bem ou mal, mais cedo ou mais tarde ambos se excluíram da sociedade: Camus por vontade própria, Bukoswisky pela própria existência maltratada. O pai de Camus não se pressentificou na sua primeira infância, posto que morreu cedo. O discurso psicanalítico (não necessariamente verdadeiro), sustenta que o menino Camus, edipianamente ligado à mãe, sofre a ausência do pai com imensa CULPA, vez que é a concretização do seu imaginário.Sim é culpado pela morte ou ausência do pai. É MAU! Torna-se mister afastar-se dos outros, ou talvez nada sentir para que a memória não traga este conflito à tona. Já o de Bukoswisky no palco de seu drama, seria aparentemente o oposto.
Bukoswiski não precisou da ausência física do pai já que sua presença era uma NÃO PRESENÇA em termos de apoio e afeto. Daí sua revolta contra qualquer autoridade, as regras sociais etc. Só que sua revolta primária é dirigida contra o pai castrador. No seu caso, sua mãe omissa explica toda ambivalência afetiva em relação às mulheres. E conseqüentemente a tumultuada vida amorosa que levou. Se estivesse vivo daria gostosas gargalhadas ao lado da cervejinha gelada ou quente ao ver sua vida por esta ótica. É que para ele a nível consciente posso supor que interpretava esta revolta contra a mesmice, a vulgaridade da sociedade, a mediocridade do homem-massa. Não é a toa que ambos desde criança já possuíam alimento para se sentirem diferentes dos demais, ao longo da jornada da vida. Mais tarde, já adultos veremos que ambos
possuem enorme amor pela humanidade. De FORMA diferente, não no CONTEUDO. Ambos eram rigorosamente humanistas. Acredito também que faziam corte com a morte. Camus abusando do cigarro mesmo tuberculoso, abusando da vida com seus excessos. Luta quixotesca contra nossa condição humana. De Bukowiski seria redundância falar, vez que nunca abandonou o álcool e foi até os limites críticos de abusar ou desprezar a vida. Outra luta quixotesca.Coincidentemente não é à toa que seus personagens permeiam a mesma indiferença ou são levados pelo caudal da vida, se lixando para a própria. Por exemplo, o personagem Mersault de Camus começa o seu livro “O Extrangeiro” afirmando sua indiferença pela morte da mãe. Indiferença apenas como fenômeno. Pois toda o desenrolar deste livro e talvez da vida do autor foram inseridos na fenomenologia do filósofo Husserl. Significa que a vida é um instante de fenômeno que traz na bagagem o absurdo. O fator aqui e agora fala mais alto.
-Henry Chinasky o personagem preferido de Bukoswiski, ou melhor, dizendo seu alter-ego também dá lugar a luta contra o absurdo de nossas vidas.Ambos são também existencialistas. Camus pela sua filosofia. Bukoswiski prioriza a práxis, o que não que dizer ausência de bagagem filosófica.Ao fim e ao cabo os dois semeiam no leitor um sentimento que os torna diferente depois da sua leitura. Sentimento de amor à vida e ao próximo, que ambos perpassam em seus livros sem que o leitor conscientemente se de conta, ou talvez até eles mesmos tivessem. Ou sucintamente: É no avesso dos dois é que se vê o direito da vida.
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui