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Ensaios-->19. O DESVARIO -- 27/08/2003 - 08:14 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Anteontem (24.6.90), presenciamos junto aos humanos cenas de verdadeiro desespero, como se algo de muito lamentável estivesse ocorrendo. Entretanto, o que de mais sério pudemos observar é que a representação futebolística da Pátria tinha sido derrotada em campos estrangeiros, impedindo-se de prosseguir na competição.

Era de se ver o sufocamento mental e o verdadeiro desvario de que se apossavam as pessoas. Não eram poucos os que pensavam até em atentar contra a vida, sem sequer estarem pressionados por qualquer espírito obsessor. Antes, não fossem os socorristas de nosso plano e muitos estariam lamentando aqueles instantes de irreflexão e de agonia.

Que absoluta troca de valores! Como se poderia esperar que, por motivo tão fútil, a vida humana, sagrada conquista junto à Divindade, pudesse ser ameaçada?! Sabemos que, por balelas, muitos se arrostam para a criminalidade. Mas existe aí o componente da vingança, da desafronta, do revide, em suma, algum ingrediente indisciplinante que se intromete na mente da pessoa, desequilibrando-a a ponto de tomar atitudes agressivas até o limite da inconseqüência. Mas não há como admitir-se a mesma reação diante de fato tão sem importância, como disputa no campo esportivo.

Ficamos sabendo até que jovem no Haiti se despencou da sacada da moradia, vindo a falecer, por ensandecimento final provocado pela derrota da seleção. Não conhecemos os fundamentos de tal desequilíbrio, mas estarrece-nos que alguém possa obter desse insucesso futebolístico a muleta psíquica para a prática do suicídio. A história toda está mal contada, e contada pelos veículos de comunicação de massa mais interessados em que o povo se comova pela glória da vitória, indiferente às conseqüências da derrota, totalmente admissível, tendo-se em vista que, de vinte e quatro equipes, só uma poderá alçar vitoriosa o troféu de campeã.

Que péssima formação moral! Que profundas incompreensões religiosas! Como se obter de tal povo desenvolvimento com os próprios e intransferíveis deveres morais, se se deixa tão beatamente envolver pela quimera da disputa desportiva?! Sem sabedoria, não há ascender na escala das vitórias veneráveis do bem. Como conseguir que se torne sábia esta população tão profundamente apegada à matéria, sem qualquer consideração pelos ensinamentos de Jesus?!

Vamos rogar a Deus que ilumine os espíritos superiores, para que enviem os fluidos revitalizantes por sobre toda esta multidão de alienados, para, quem sabe, se compenetrarem dos verdadeiros valores da vida. Vamos orar, com muita fé, para que os espíritos guardiães prodigalizem aos protegidos os pensamentos de pureza, de virtude e de amor, capazes de fazê-los sentir ou mesmo pressentir a verdade da condição humana, de molde a provocar-lhes reações de desconforto diante das manifestações pueris e que enverguem definitivamente a camisa do time campeão da disciplina moral, do apego à virtude, do evangelho e da vida eterna.

Que cada um de nós saiba inspirar no irmão desajustado as idéias sublimes da verdadeira causa do encarne atual, para que possam predominar em seus espíritos as sacratíssimas intenções de melhoramento, ao invés de se viciarem em acolher tão-só a vibração advinda da euforia falsa de se verem acima dos demais, na orgulhosa manifestação de supremacia em campo tão mesquinho. Que cada um de nós saiba colocar em seus devidos lugares os intentos de se superestimarem as qualidades desse povo, como se tudo na vida pudesse resumir-se a alguns minutos de felicidade ou em largo período de insatisfação causada por punhado de atletas que, muitas vezes, nem interessados se encontravam pelo destino da equipe dentro da competição.

Ajamos com inteligência, irmãos, para conseguir o progresso possível na presente existência carnal e não nos deixemos envolver pela falácia provocada pela vibração conjunta de inúmeros corações desequilibrados por forças escusas que se escondem nas trevas da malignidade. Vamos acordar, irmãos, para o bem e para o amor, a fim de realizar o nosso destino, que sempre será o de nos reunirmos em torno de Jesus, na presença do Senhor.

Otávio (pela equipe).



Comentário

Como sempre, deixamos os irmãozinhos correrem a pena por sobre a folha, na intenção de que, diante do texto, se vejam a si mesmos retratados. É fácil fazer com que sintam a sua ansiedade, diante do desejo expresso de se verem os encarnados modificados. No entanto, quase todos, durante a última encarnação, principalmente os que se encarnaram no sexo masculino, permaneciam em êxtase diante das mesmas competições esportivas que agora profligam com tanta veemência.

É preciso, queridos discípulos, ter muita paciência, muita calma. Dia virá, como lhes ocorre agora, que nossos irmãos aqui estarão da mesma forma, tendo a censurar as atitudes dos encarnados que teimam em não ver a real condição de suas vidas.

Vejam bem: não estamos dizendo que não estejam com a razão. É bem verdade que o futebol tem trazido muitos e lastimáveis desastres morais. Mas, por outro lado, se o homem se limitasse a tão-só combater no campo esportivo, quanto mérito conseguiriam para progredir rumo à casa do Senhor! Não se deixem envolver, pois, por emoções de momento que, embora sejam o reflexo da miserabilidade moral e intelectual dos mortais, podem ser modificadas lentamente, de sorte a conseguir — de modo individual — ir-se capacitando o ser encarnado a perceber os valores a que deve dar importância para sua salvação.

Eis que até o nosso leitor principal, conhecedor de todos os nossos textos e de todas as nossas idéias nesse campo, se deixa embalar pelas emoções das partidas, sem, contudo, sacrificar o modo de vida em função do enaltecimento indevido das competições. Sabe aproveitar serenamente as lições que os jogos esportivos propiciam, sem o envolvimento pernicioso do facciosismo e do fanatismo.

Espelhemo-nos em seu exemplo e façamos do espetáculo esportivo tão-só o entretenimento necessário para que as energias se refaçam entre as tarefas a que todos somos diariamente chamados, quer no campo do trabalho, quer no âmbito do estudo.

E a nós, irmãozinhos, o dever sagrado de alertar os irmãos, sem que tenhamos o atropelo natural da ansiedade. Façamo-nos os porta-vozes da virtude, mas hasteemos primeiro o estandarte do amor, da compreensão e do perdão.

Manuel.

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