Eu comparo essa usina
Com o tempo do faroeste
Sem ordem nem disciplina
Com pouca coisa que preste
Uma terra de ninguém
Pior que a terra do além
De maioria inerte.
O povo vem fazer teste
Traz consigo o bagaço
A raspa da mandioca
O farelo da lã de aço
Vejo tanta picuinha
Gente fazendo chacrinha
E cometendo erro crasso.
Sem falar no seu inchaço
Imperando na trapaça
Essa usina de letras
Somente o delírio grassa
Cheia de mito e complexo
Do sem nível e sem nexo
Onde pérfido ganha taça.
Tá tudo perdendo a graça
Na máfia do visual
Texto perde a importância
No brilho do bacanal
Letras correm sem parar
Ninguém escolhe o lugar
Nesse distúrbio infernal.
Nessa loucura geral
De falas sem consistência
Sem dono sem documento
Sem patrão e sem gerência
Tudo corre a revelia
A usina boa de um dia
Né nem sombra da aparência.
Sem prestigio nem decência
Comparo com o mundo cão
Parece uma coisa doida
Que tá rolando no chão
De gente a bazofiar
Sem ter nada pra mostrar
Só quer chamar atenção.
E os que têm distinção
Estão sendo humilhados
Se calam ou vão embora
No site prejudicados
Tá vencendo o terrorismo
Liberdade em despotismo
Só dos ruins depravados.
Comparo esses bichados
Com essa nova usina
Que perdeu a identidade
Caindo na triste sina
Perdeu a literatura
Desvirtuo-se a cultura
Em nome da fedentina.