Mais uma noite do Oscar na vida das pessoas de todo o mundo (puá!) , aquela festa chata, cansativa e impregnada por um humor americano (humor de 1°Mundo será assim?) que ninguém suporta, mas todos ficam em frente à televisão segurando seus olhos para não fecharem, afinal de contas, assistir à premiação do cinema americano "Dá Status".
Já repararam que a entrega daquelas "estatuetas douradas mal esculpidas" é sempre num domingo e exibida pela mesma emissora de TV?
De fato, eu estou despeitado porque o filme Central do Brasil não foi escolhido como o melhor filme estrangeiro no Oscar, em 1999. E por quê? Simples resposta, ou , parafraseando o velho Holmes e seu blazer inglês:
-"Elementar, caro Leitor: Nós somos brasileiros e latinos!"
Não sou daqueles brasileiros de bandeira na mão e corneta na boca, comendo banana, tocando samba e dizendo que o "amarelo" ou o "Yellow" Ronaldinho, é o melhor jogador do mundo - mesmo porque não é.
Longe de mim, sou apenas justo e imparcial, pois o filme do Salles e da Fernanda era realmente bom. E por ser real não ganhou, mas ainda, A Vida é Bela - Para quem? Talvez para o fabricante ou artesão das "estatuazinhas" do Oscar que todo ano tem emprego garantido.
Toda essa injustiça com o cinema brasileiro pode ser bom, quem sabe se a partir disso nós não formamos sindicatos e passamos a boicotar os filmes americanos exibidos aqui? Podemos fazer passeata, carreata , fechar o Vale do Anhangabaú , impedir o trànsito na Avenida Paulista e terminar o protesto na Praça da Sé . Não são assim os nossos protestos em São Paulo?
A Vida é Bela, como diria Mussolini, o DUCE , como disse o" afetado Roberto sei lá do que". Só sei que ele levou o "bonequinho dourado" para a Itália. Que pena que o diretor do filme não foi o Roberto Baggio, teria chutado o prêmio para fora como na Copa de 94!
Mas será que os filmes americanos são ótimos? Produção em série: o presidente invencível, sem estagiária que dê jeito, e uma repórter moldada numa Lois Lane enfadonha (namorada do Super-Homem), a qual se vê numa investigação que mudará os rumos do capitalismo. Sem falar naquele valentão irritadiço de barba sempre por fazer, bebendo uma lata de cerveja Budweiser. E quando o finado comunismo russo estava entre nós o vilão era sempre um soviético.
Quanto dinheiro e rolos de filme não são gastos! Para eles, "A Vida é Bela!"
Mas o campeão de "estatuazinhas" é o Steven Spielberg, onde dinossauros imbecis, lagartos gigantes e naves espaciais viram pano de fundo para efeitos e explosões que cansam o ouvido e a vista de quem assiste.
P.S. : Fiquei sabendo que o Spielberg vai para Varginha, nas Minas Gerais, copiar o modelo do ET , o qual alguns lunáticos dizem que passa por lá nas férias espaciais. O "genial" (?) quer lançar um novo filme. Espero que não seja um ET retardado como o da bicicleta: "My House... My House... My House...", com aquele dedo torto e pontiagudo. Sai prá lá!
Quando leio o caderno de Variedades dos jornais, quase sempre coloridos, espanto-me ao ver anúncios de cinema vangloriando-se por possuírem em suas salas o tal som estéreo . Para ouvir barulho vou até o centro da cidade ao meio-dia.
Assistir a esses filmes americanos e bobos como eles nos cinemas só se for bem acompanhado para não prestar muita atenção no conteúdo da película exibida, aproveitando a ocasião para corrigir mentalmente os erros gramaticais grotescos das legendas, o Besteirol faz mal a Saúde.
Parabéns ao nosso Central do Brasil e à quele garotinho , o Josué do filme ( conheci uma pessoa que o imitava direitinho ). A Vida é Bela! Afinal de contas, quem é que queria ganhar aquela "estatuazinha" dourada e mal acabada?
The End!
* Crónica que integra o próximo livro do jornalista, escritor e poeta, João Ribeiro Neto, intitulado "A Vida é Bela - Para Quem? "
