Palavra, estou perplexo, querido amigo. Já não sei como hei-de escrever nem como ensaiar.

Cada vez que clico um título depara-se-me logo obra prima... Primos amorosos... Primas amorosas... Tão primorosos que a beleza da escrita nunca dantes me tinha proporcionado, assim... Assim uma espécie de 'mar nunca dantes navegado'.

Estamos tramados, Chefe... Temos de ir para a escolinha outra vez... Levar uns bolos e umas canadas na pinha...

Repare Chefe que uma professora brasileira mete no bolso da saia... Da saia?! Perdão... Da cuequinha, mete, escrevia eu, um lente coimbrão. Ena Chefe... Que rasgar de rua aguarelada é uma só linha destes escritores.

Estou em pânico... Não há ABC que nos salve, Torre...

Bem... O Chefe, segundo dizem, está senil de todo, enlouqueceu, demenciou de amor... A causa é linda mas o efeito é muito chato...

Oh... Chefe... Deixe pra lá. O senhor no manicómio até vai dar num maluco engraçado. Vai encontrar lá muitos que também têm a mania que são escritores e bons... É uma pena, Chefe...

A Milene vai emagrecer a rir, vai ficar elegantíssima de tanto riso. Vai concerteza até baixar de estatura quando souber que o senhor no manicómio vai enfiar aquelas camisinhas para colocarem os doentes muito quietinhos...

Bem Chefe, não vai mal... Há enfermeiras de tarar e plenas de teoria toda rebuscada na prática. Vão recuperá-lo, amigo...

De resto, conte sempre com as minhas visitas. Aponto o que se passar aqui na Usina e depois levo-lhe notícias da Milene.

Como sou um amigo que nunca a tratei mal, é provável que ela me conceda as senhas dos e-mails e possa mexericar umas coisinhas... Daquelas, Chefe, que curam um demente e ressuscitam um morto.

Não tema Chefe... Agora, no manicómio, COME-SE bem...