OUVIR E ENTENDER MÚSICA – PARTE VINTE E UM
(FORMAS FUNDAMENTAIS – artifícios contrapontísticos)
por Coelho De Moraes, baseado na obra de Aaron Copland
Mão adianta somente teorizar. É necessário ouvir muita música. De preferência, sempre uma música diferente. Nunca repetir.
A fuga exige um audição atenta.
Na sua textura – de acordo com textos anteriores – as formas fugatas são polifônicas ou contrapontísticas.
Ouvir polifonicamente é ouvir várias vozes, ou naipes, ou grupos instrumentais ao mesmo tempo. É uma questão de prática.
Artifícios contrapontísticos que aparecem na textura polifônica. São eles a imitação, o cânon, a inversão, a aumento e a diminuição. Mais raros são o caranguejo e o caranguejo invertido.
Vamos lá.
Imitação: Uma voz imita o que a outra faz. A melodia é a mesma. Não precisa começar na mesma nota que a outra começou. Nem mesmo no mesmo tom, dando a idéia de uma música mais complexa do que realmente é. É usada acidentalmente no decurso de uma peça.
Cânon: Forma mais elaborada de imitação. Ela é levada do início até o fim. O Cânon já uma forma, enquanto a imitação é um artifício, na verdade. Exemplo de cânon: Sonata para Violino de César Franck.
Inversão: É como se virasse a melodia de cabeça para baixo, na escrita da pauta e sua execução, é claro. É difícil de se ouvir, em relação à melodia original. Nem sempre as melodias fazem muito sentido ao serem invertidas, mas podem compor muito bem a organização harmônica.
Aumento: Há um tema original. Duplica-se, então o tempo desse tempo, dobrando, por exemplo, cada uma das notas. Ele estica, permanecendo o mesmo tema.
Diminuição: É o oposto do de cima. Um tema que dure quatro compassos, na diminuição, pode durar não mais do que um.
Caranguejo: Tomar a melodia ou tema original e Lê-lo de trás para frente, numa outra voz. E o caranguejo invertido corresponde à inversão dita acima, porém, em relação ao tema do caranguejo.
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