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Ensaios-->A droga é realmente culpada? -- 10/01/2003 - 10:49 (Lorde Kalidus) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Não é de hoje que somos bombardeados por uma infinidade de campanhas onde, direta ou indiretamente, a bandeira é sempre a mesma: a frase “diga não às drogas”. Entra ano, sai ano, o governo investe partes de seu orçamento em propaganda para conscientizar não só o imbecil que já se droga como várias toupeiras em potencial que deverão experimentar algum tipo de tóxico antes dos 15 anos. Obviamente os avisos não vão funcionar, e tanto o moleque de periferia quanto o trouxa que vem da classe média irão em busca do pseudo prazer proporcionado pela droga, começando com uma cervejinha aqui, um whiskizinho acolá, sempre defendendo a tese do “eu posso parar quando quiser”, sendo incapazes de admitir até pra si mesmos que mergulharam de cabeça na areia movediça. E que vão afundar cada vez mais.
Entramos na fase crítica, como é o caso do que os noticiários têm mostrado hoje em dia, embora isso com certeza já acontecesse há muito tempo; os bananas que caem de quatro pela droga começam a matar a avó, o pai, a mãe, e sabe-se Deus quem mais. A imprensa, em especial a sensacionalista, cai de pau, xinga, condena e, junto ao povo, pede ao governo que tome providências contra “as drogas que corrompem os jovens e destroem a família e a sociedade”.
Mas, diante disso tudo, há perguntas que devem ser feitas; a droga é realmente nociva e já foi mostrado ao povo o mal que ela faz. Então por que ela ainda é tão usada tanto por pobres quanto por ricos? Até que ponto a droga e o traficante são culpados pela destruição do viciado e da família? Após um tempo de observação e reflexão sobre o assunto, pude concluir que a parcela de culpa das drogas é muito pequena.
Desde criança o ser humano, em sua maioria, aprende a colocar a culpa de seus erros nos outros e, no caso da droga, não é diferente. É verdade que o tóxico leva à morte e à delinqüência e que estes são levados ao povo através de traficantes que só pensam em seus próprios lucros, mas há algo que quase nunca é levado em conta, a menos que se tenha muita consciência e coragem para se ver algo que, embora doloroso, é verdadeiro; a droga não vai atrás do viciado, é o viciado que sai em busca da droga.
Embora muitas vezes (pra não dizer na maioria) sejam amigos até próximos que ofereçam a droga, existe uma coisa chamada independência moral, cuja função é dar ao indivíduo a capacidade de escolher aquilo que é melhor para si. Um traficante não obriga ninguém a se drogar, todos os que os procuram o fazem de livre e espontânea vontade. O grande problema, portanto, não é a droga em si, mas sim quem a procura. Entretanto, como alguém tem que ser responsabilizado e não somos criados pra ver o problema dentro de nós mesmos e visualizar nossas próprias falhas, culpa-se o traficante e a droga, que só existem porque um exército de fracos os financia. A polícia muitas vezes aceita suborno pra fazer vista grossa e não prender quem vende drogas, mas por que não fariam isso? Por que ter dor de cabeça prendendo traficantes sendo que o próprio povo tem necessidade deles, embora muitas vezes não admita?
O governo promove ações contra traficantes e faz promessas de acabar com o tráfico, pois precisam ganhar votos pra proteger seus empregos. Mas, com certeza, também têm a visão de que apenas no dia em que o ser humano se entregar a Deus e desistir de destruir Suas obras, o mal da droga será realmente extirpado da sociedade. O verdadeiro remédio não é destruir o tóxico, mas ter consciência de que a verdadeira doença é o próprio homem, que pode optar por um caminho digno e não o faz.

Kalidus, 05 de janeiro de 2003




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