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Artigos-->HINO A OSÓRIO -- 05/09/2011 - 17:34 (LUIZ CARLOS LESSA VINHOLES) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


HINO A OSÓRIO – UMA HISTÓRIA ESQUECIDA_edn1" name="_ednref1" title="">[1]



 



L. C. Vinholes



Quando, na passagem das décadas de 1940/1950 folheava, na Biblioteca Pública de Pelotas, os jornais Jornal do Commércio e Correio Mercantil, edições de 19 de agosto de 1877 a 9 de junho de 1878, e garimpava informações relativas à Orquestra dos Ocarinistas Pelotenses, não imaginava que nos apontamentos que fazia incluía subsídio que permitiria acrescentar modesta informação à biografia de um dos mais destacados militares rio-grandenses, o Marechal Manuel Luis Osório.



 



A referida orquestra fora criada pelo maestro-compositor João Pinto Bandeira (1845-1831) nos moldes da similar Ocarinistas Portugueses que visitara Pelotas (1876) e que, com repertório por ele criado, se apresentou em cidades do Rio Grande do Sul e em terras uruguaias e argentinas. A história dos Ocarinistas Pelotenses foi efêmera, com estréia em 20 de janeiro de 1878 e término de suas atividades em 7 de junho do mesmo ano.



 



Divulguei a pesquisa na entrevista ao jornalista Clayr Lobo Rochefort e nos artigos “Há 100 anos ocarinistas portugueses visitaram esta cidade e aqui deixaram a marca de sua influência” e “Os músicos do clã dos Bandeiras”, publicados no Diário Popular (29/05/1977, 07/07/1978 e 10/02/2002). Neles cito a primeira audição de uma das peças do repertório dos ocarinistas composta por Pinto Bandeira: o hino dedicado ao Marquês do Herval. A imprensa da época registra o fato: “A passagem por Pelotas na última semana de janeiro de 1878 dos rio-grandenses Marquês do Herval (Osório) e Gaspar Silveira Martins, Ministros da Guerra e da Fazenda do Gabinete empossado em 5 daquele mesmo mês, mereceu dos Ocarinistas Pelotenses a maior atenção e a mais significativa acolhida. Organizaram um concerto realizado no histórico Theatro 7 de Abril que foi assistido pelos dois homens de Governo e durante o qual foi apresentado, em primeira audição mundial, o Hino da Vitória, de autoria do pelotense João Pinto Bandeira e por este dedicado ao Marquês. De conformidade como Jornal do Commércio, a partitura da referida “música foi entregue ao Exmo. Sr. ministro da guerra, que agradeceu a delicada oferta e atenção”. Esta obra foi, posteriormente, também conhecida por Hino a Osório”. A data do histórico concerto foi 30 de janeiro daquele ano.



 



Em 2007, dei conhecimento de minha pesquisa ao coronel Cláudio Moreira Bento, Presidente da Academia Militar de História Militar Terrestre do Brasil (AHIMTB) e ao general Arnaldo Serafim, Delegado da Delegacia Marechal José Pessoa da AHIMTB, em Brasília; e conheci a História do General Osório, considerada a enciclopédia sobre a personalidade, vida e feitos do ilustre rio-grandense. O primeiro volume (1894) é de autoria do seu filho Fernando Luis Osório que para o segundo (1915) teve a parceria de Joaquim Luis Osório, neto do biografado. O general Serafim emprestou-me os dois exemplares da obra e nela verifiquei que das mais de 1.550 páginas nada consta referente ao mencionado hino, ao evento no Theatro 7 de Abril, nem à presença de Osório na ocasião.



 



Note-se que duas passagens do citado segundo volume - primeira edição pela tipografia do Diário Popular -, permitem corroborar com a informação relativa à sua presença no sul do país em janeiro de 1878. A primeira, à página 724, referente à carta datada de 14 de novembro de 1877, véspera da partida do Recife, dirigida ao redator do A Província “desculpando-se de, por enfermo, não poder pessoalmente agradecer a cada uma das distinctas corporações que saudaram-no, bem como visitar os illustres redactores da imprensa, que exaltaram seus meritos e grande número de amigos que honraram-no com obséquios - offerecendo seus préstimos na cidade de Pelotas onde residia”. A segunda, constante do rodapé da página 725, transcreve texto do cronista Carlos de Laet, publicado no Microcosmo, folhetim semanal do Jornal do Commércio, do Rio de Janeiro, de 12 de outubro de 1879, informando: “Ao subir os liberaes, muito naturalmente foi lembrado o nome do Márquez do Herval, como um dos mais consideráveis elementos de prestígio que pudessem entrar na organização do Gabinete. Osório estava então no Rio Grande. ...”. O Conselho de Ministros do gabinete formado pelo estadista conselheiro João Luis Vieira Cansasão (1910-1906), Visconde de Sinimbú, fora empossado em 5 de janeiro de 1878.



 



Agora que se festeja o bicentenário do nascimento de Manuel Luis Osório e que fica conhecida sua presença no evento em Pelotas em sua homenagem na última semana de janeiro de 1878, resta-me, com esperança, retomar a busca da partitura do hino de João Pinto Bandeira.



 



 



 




 






_ednref1" name="_edn1" title="">[1]Nota do autor: artigo de 01.03.2008, publicado em 08.05.2008 no jornal Diário Popular, de Pelotas (RS). Seção: Editorial-Artigo, p.6.



 



  




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