Usina de Letras
Usina de Letras
153 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62211 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10450)

Cronicas (22535)

Discursos (3238)

Ensaios - (10356)

Erótico (13568)

Frases (50604)

Humor (20029)

Infantil (5429)

Infanto Juvenil (4764)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140797)

Redação (3303)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6185)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Ensaios-->Árvore de costado de Franklin de Albuquerque -- 30/11/2002 - 14:08 (Pedro Wilson Carrano Albuquerque) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
ÁRVORE DE COSTADO DE FRANKLIN DE ALBUQUERQUE (1)
(sogro de Otacília Carrano e de Odívia Carrano)

FRANKLIN DE ALBUQUERQUE

1- Franklin de Albuquerque (ou Franklin Sezinando de Albuquerque ou, ainda, Franklin Sizenando de Albuquerque). N. a 16-JUL-1868 em Madre de Deus do Angu, atual Angustura, Município de Além Paraíba, Minas Gerais (2). Alfaiate, aprendeu o ofício com o francês Capdeville Baptista (3), casado com sua irmã Maria de Albuquerque. No exercício da profissão, residiu em Angustura, Volta Grande, Itamarati de Minas, Cataguases, Astolfo Dutra, Leopoldina e Recreio, localidades da Zona da Mata Mineira em que nasceram seus filhos. Jovem ainda, teve atuação decisiva na defesa de Antônio da Silva Jardim (4), quando o líder republicano esteve no Arraial da Mãe de Deus de Angustura (MG) em 14-MAR-1889, ajudando o propagandista da República a escapar com vida de tentativa de assassinato por parte de escravos libertos, envenenados por boatos, espalhados por monarquistas, de que ele pretendia o retorno à escravidão (5). Foi contratado para prestar o serviço de iluminação pública no Distrito de Angustura, Município de Além Paraíba (MG), no período de 1893 a 1896. Era um homem de muitos amigos. A 'Gazeta de Leopoldina', em sua edição de 18-FEV-1915, registra a passagem pela cidade de Leopoldina 'do Sr. Franklin de Albuquerque e excelentíssima esposa'. As edições de 23-FEV-1908, 18-OUT-1908 e 27-DEZ-1908 do jornal 'Cataguases' também contêm notícias sobre Franklin (6). Nas eleições realizadas no Município de Leopoldina (MG) em 1-NOV-1918, foi candidato a Juiz de Paz do Distrito de Recreio, tendo sido eleito para o cargo o Dr. Cristiano Teixeira Guimarães, conforme ata da apuração assinada por várias autoridades, inclusive pelo Dr. Carlos Coimbra da Luz, então Promotor de Justiça de Leopoldina (MG). Franklin esteve presente à reunião fundadora do Município de Recreio (MG), realizada em 1º-JAN-1939, tendo assinado a respectiva ata. Fal. a 04-MAI-1947 em Miraí (MG), às 3 horas da madrugada, tendo sido sepultado em Recreio, Minas Gerais (7). Casou-se três vezes: em primeiras núpcias (8), às cinco horas da tarde do dia 14-FEV-1891 em Angustura (MG), c. Maria Cândida de Faria (v. CAPÍTULO XVII do livro 'Encontro com os Ancestrais'); em segundas núpcias (9), a 17-JUN-1911, em Leopoldina (MG), c. Arminda dos Santos Couto (n. em torno de 1889 em Portugal, tendo falecido às seis horas da manhã do dia 27-JUN-1919, em Recreio, Minas Gerais, onde foi sepultada (10); fª de Antônio Francisco do Couto e de Maria dos Santos); e em terceiras núpcias (11), às 11 horas do dia 15-OUT-1923, em Campo Limpo, atual Distrito de Ribeiro Junqueira, Município de Leopoldina (MG), c. Palmira Lacerda Sena (n. a 12-OUT-1891, no Município de Leopoldina, Minas Gerais, fal. a 24-MAI-1940 em Recreio, Minas Gerais (12), fª de Andrelino Pinheiro de Sena e de Albertina Olívia de Lacerda). Filhos: do primeiro casamento: Leônidas Albuquerque (esposo de Otacília Carrano, de que trata o § 49 do Capítulo VII do livro 'Encontro com os Ancestrais'), Franklin Albuquerque Filho, Jarbas, Odilon e Wilson Albuquerque (esposo de Odívia Carrano, citada no § 66 do Capítulo VII do livro 'Encontro com os Ancestrais') e Vergília de Albuquerque; do segundo matrimônio: Jofre e Daher Albuquerque; do terceiro casamento: Franklin, Vicente de Paula e Maria Auxiliadora Albuquerque(13).

OS PAIS:
2- José Antônio de Albuquerque. N. em 15-NOV-1824 na Rua do Arco, na Freguesia de Viseu Oriental (orago: Nossa Senhora da Assunção), Concelho e Distrito de Viseu, Portugal, tendo sido batizado na Igreja da Misericórdia, na mesma localidade, em 24-NOV-1824 (14). Talvez se trate do mesmo José de Albuquerque, nascido em Viseu, que chegou ao Brasil em DEZ-1850, na Galera Flor do Porto, c. 25 anos de idade, e trabalhava, em 1852, como caixeiro de uma taberna na Rua dos Ferradores, nº 260, no Rio de Janeiro (RJ); ele era claro e tinha, então, estatura ordinária, cabelos pretos, olhos pardos, nariz fino, boca regular, rosto comprido e pouca barba (15). C. por volta de 1858 c. Patrocínia Maria da Conceição, não tendo o autor encontrado o registro do matrimônio em Angustura (MG) e nas redondezas deste Distrito. Quando sua filha Maria de Albuquerque nasceu, em 22-FEV-1860, em Angustura, José Antônio já estava residindo nesta localidade, onde se estabeleceu como comerciante e permaneceu até o seu falecimento. Era muito bem conceituado, constando sua assinatura de muitas páginas dos livros do Cartório local, como testemunha de nascimentos, casamentos e óbitos. Chegou a auxiliar o genro Joaquim Manoel Pereira (casado c. Emília Patrocínia Albuquerque) em suas funções de Tabelião do Cartório de Paz e Registro Civil de Angustura. Os Almanaques Administrativos, Mercantis e Industriais do Rio de Janeiro (Almanaques Laemmert) de 1864 e 1865 e o Almanaque Civil e Administrativo da Província de Minas, de 1864, o incluem na relação de proprietários e negociantes de Angustura. Em 10-SET-1870 foi designado pelo Juiz Municipal de Órfãos de Leopoldina (MG) responsável pela tutela dos órfãos herdeiros do finado Padre Vicente Ferreira Monteiro de Castro, tendo conseguido ser dispensado de tal encargo sob a alegação de que os filhos e o estabelecimento comercial de que cuidava não lhe davam tempo para o exercício das funções que lhe estavam sendo atribuídas (16). O autor recebeu de antiga moradora de Angustura (Wanda Faria Cerqueira, trineta, como o autor, de Francisco de Faria Salgado) cópia das páginas de um caderno onde estão registradas as compras de José Antônio de Albuquerque em casa comercial da localidade, no período de maio de 1887 a janeiro de 1888 (17). Em 1890, era eleitor de Angustura, conforme registrado em livro próprio guardado no Cartório de Paz e do Registro Civil do Distrito (18). Um seu retrato dessa época revela um homem forte, com uma barca branca de cerca de quatro centímetros e olhar cheio de energia. No registro de seu óbito feito no Cartório de Paz e Registro Civil de Angustura consta que era português naturalizado brasileiro, mas a Divisão de Nacionalidade e Naturalização do Ministério da Justiça, em documento emitido em 1-FEV-1990, informou ao autor que nas buscas procedidas nos setores competentes da Secretaria de Estado não foi localizado processo ou registro relativos à sua naturalização, que deve ter ocorrido perante câmara de vereadores ou juiz de paz da localidade onde residia, como permitia o Decreto nº 808-A, de 23-JUN-1855, ou diante de presidente de província, como admitia o Decreto nº 1950, de 12-JUL-1871, ou, o que é mais provável, na forma prevista no Decreto nº 58-a, de 14-DEZ-1889 (v. seu texto na Nota Explicativa nº 36 do Capítulo VII do livro 'Encontro com os Ancestrais'). De seu casamento originaram-se 16 filhos: Maria de Albuquerque, Emília Patrocínia de Albuquerque, José Afonso de Albuquerque, Afra de Albuquerque, Galdino Antônio de Albuquerque, Franklin de Albuquerque, Laurinda Cândida de Albuquerque, Guilhermina Patrocínia de Albuquerque, Sérgio Américo de Albuquerque, Laura, Alípio e Leonisa de Albuquerque, Antônio José de Albuquerque, Militino Antônio de Albuquerque, Georgina e Manoel de Albuquerque. Fal. às 10 horas e 10 minutos do dia 01-MAR-1897, com 73 anos de idade, em sua residência no Distrito de Angustura, Município de Além Paraíba (MG), em cujo cemitério foi sepultado (19).
2- Patrocínia Maria da Conceição. N. em torno de 1844, provavelmente em Angustura, Município de Além Paraíba (MG). O autor não conseguiu, contudo, localizar o registro de seu batismo na referida localidade ou em sua redondeza (20). Após o falecimento do marido, mudou-se de Angustura para Recreio (MG), onde fal. às 4 horas da madrugada do dia 09-FEV-1917 (21).

OS AVÓS:
4- José Antônio de Albuquerque. N. entre 1785 e 1805 na Rua dos Loureiros, em Viseu Oriental, Viseu, Portugal, onde residia (na Rua do Arco) em novembro de 1824 (14). No Arquivo Nacional do Rio de Janeiro é mencionado o casamento de um José Antônio de Albuquerque, no Rio de Janeiro, em 1832, não tendo sido possível saber se este cidadão era o homônimo de que trata este item.
5- Tomásia Inocência de Albuquerque (nome de casada). N. em Viseu Oriental, Viseu, Portugal (14).
6- Pe. Vicente Ferreira Monteiro de Castro. Bat. a 26-ABR-1802 em Congonhas do Campo, atual Congonhas (MG), onde nasceu (22). Irmão de Manoel José Monteiro de Castro, o 1º Barão de Leopoldina (23). Em 24-MAI-1825 foi ordenado sacerdote por Dom Frei José da Santíssima Trindade, Bispo de Mariana, conforme registrado no livro 'Arquidiocese de Mariana. Subsídios para a sua História' (pág. 204 do Vol. I), do Cônego Raimundo Trindade. É citado, também, nas seguintes publicações: 'A Família Monteiro de Barros' (pág. 705), de Frederico de Barros Brotero (24); Almanaques Laemmert de 1863, 1864 e 1865 (25); 'Genealogia Paulistana' (pág. 202 do Vol. 2), de Luís Gonzaga da Silva Leme (26); 'Anuário Genealógico Latino' - pág. 256 do Vol. 1 (27); 'Genealogia da Zona do Carmo' (pág. 330), do Cônego Raimundo Trindade (28); 'Velhos Troncos Mineiros' (pág. 71), do Cônego Raimundo Trindade (28); 'Além Paraíba na História da Capitania de Minas Gerais', de Egberto Matos (pág. 210), e 'Madre Dios - 100 Anos' (pág. 19), de João Batista Vieira Vidal e Tales Ribeiro de Magalhães (29). Chegou ao Município de Leopoldina (MG) em 1829, conforme atestado da Câmara Municipal local, de 12-JUN-1856 (30). Em 1831, contudo, encontrava-se na residência de José Joaquim Monteiro de Barros, de acordo com mapa da população de Congonhas de Campo guardado no Arquivo Público Mineiro. No Arquivo Nacional (Coleção Eclesiástica, Caixa 939, Pacote 131, Documento nº 84) está arquivado processo iniciado com pedido, dirigido ao Imperador D. Pedro II, de promoção do Pe. Vicente a Cônego da Catedral e da Capela Imperial (30). Possuía propriedades, inclusive fazenda de café, no Distrito de Angustura. Com Cândida Maria da Conceição teve os filhos: Elisa Maria da Conceição, Patrocínia Maria da Conceição, José Joaquim de Castro, Antônio José de Castro (ou Antônio José Ferreira de Castro), Maria do Carmo e Castro, Vicente Ferreira de Castro, Francisco Ferreira de Castro, Domiciano Ferreira de Castro, Margarida Eufrásia de Castro (avó paterna do Dr. Milton Campos, ex-Governador do Estado de Minas Gerais) e Francisca Monteiro de Castro (31). Há a possibilidade de um outro herdeiro, José Joaquim Ferreira de Castro, nascido de Joana Angélica, ser o filho mais velho do sacerdote (32). Fal., deixando testamento (33), em 06-MAI-1863, em Angustura, Município de Além Paraíba, Minas Gerais (34). Seu inventário, aberto em 1863, encontra-se arquivado no Fórum de Leopoldina (MG), tendo havido uma sobrepartilha em 1868 na mesma localidade e outra em 1916 em Além Paraíba (MG), não tendo esta última sido concluída em virtude da morte do inventariante e a falta de interessado em dar andamento ao processo (35).
7- Cândida Maria da Conceição (ou Cândida Maria de Jesus). N. por volta de 1814, possivelmente na região em que se encontram, hoje, Além Paraíba e Mar de Espanha. Consta que seria índia Puri ou descendente de membros dessa tribo que habitavam a região de Além Paraíba (MG) e Leopoldina, Minas Gerais (36), havendo, também, a possibilidade de existência de sangue africano em suas veias. Segundo o testamento do Pe. Vicente Ferreira Monteiro de Castro, Cândida gerou dois filhos, além dos citados no item 6, tendo cuidado carinhosamente do sacerdote em suas enfermidades. Fal. a 02-FEV-1860 em Angustura, Além Paraíba (MG), com 46 anos de idade.

OS BISAVÓS:
8- Pedro Antônio de Albuquerque. N. na Freguesia de Granjal (orago: Nossa Senhora das Candeias), Concelho de Sernancelhe, Distrito de Viseu, Portugal.
9- Angélica Maria de Albuquerque (nome de casada). N. na Freguesia de Santos Evos (orago: Santo Isidoro), Concelho e Distrito de Viseu, Portugal.
12- Domiciano Ferreira de Sá e Castro. N. a 22-FEV-1762 em Sumidouro, hoje Padre Viegas (MG), tendo sido batizado na Capela de São Jorge do Mainard. Foi-lhe concedida, em 27-JAN-1818, sesmaria na Paragem da 2ª Divisão, por onde corre o Ribeirão do Ramos e deságua o Rio da Casca, no Termo de Mariana (terras situadas para o lado de Viçosa, MG). Talvez não tenha tomado posse da aludida propriedade, pois nenhuma referência foi encontrada no Registro Paroquial de Santa Rita do Turvo (arquivado no Arquivo Público Mineiro). Conforme Frederico de Barros Brotero, em 'A Família Monteiro de Barros', dedicou-se, na maior parte de sua existência, à mineração, não só em sua terra natal, onde se interessava pelas minas de ouro, como também na Província do Rio Grande do Sul, onde supunha encontrar ricas minas de cobre. Foi infeliz em seus projetos, pois perdeu quase tudo que possuía, deixando, quando de sua morte, poucos bens para sua numerosa família. C. a 23-JAN-1799 em Congonhas (MG) c. Maria do Carmo Monteiro de Barros, com quem teve os filhos: Francisco Ferreira dos Santos, Padre Vicente Ferreira Monteiro de Castro, Mateus Herculano Monteiro de Castro, Manoel José Monteiro de Castro (o 1º Barão de Leopoldina), Jacinto Manoel Monteiro de Castro, Lucas Antônio Monteiro de Castro (Visconde de Congonhas do Campo), Coronel José Joaquim Monteiro de Castro, Maria da Conceição Monteiro de Castro, Ana Helena Monteiro de Castro, Margarida Eufrásia Monteiro de Castro, Joana Monteiro de Castro e Domiciano Antônio Monteiro de Castro. Fal. em 1823, em Congonhas (MG), encontrando-se seu inventário no Fundo Cartorial da Comarca de Ouro Preto (MG).
13- Maria do Carmo Monteiro de Barros. N. em torno de 1780 em Ouro Preto (MG). Em 20-JAN-1856 declarou possuir a Fazenda do Desengano por compra que fez a Francisco Pinheiro de Lacerda em 28-ABR-1838, na Freguesia de São Sebastião da Vila de Leopoldina (MG), com terras cultivadas e matas virgens, confrontando-se a propriedade com as de Romão Pinheiro, Bernardo José da Fonseca, Alberto Cordeiro e João Gualberto Ferreira Brito (conforme o Registro Paroquial de Leopoldina, à disposição dos interessados no Arquivo Público Mineiro). No livro 'Leopoldina de Outrora', de Luís Eugênio Botelho, está registrado que os terrenos ocupados pela Estação da Estrada de Ferro de Leopoldina, na Praça General Osório, e pelo triângulo da linha férrea, em Leopoldina, foram doados à Estrada de Ferro Leopoldina por Dona Maria do Carmo, então proprietária da Fazenda do Desengano, para a construção da Estação do ramal 'Leopoldina - Vista Alegre', em articulação com a linha do Centro (Porto Novo - Ubá). Fal. em Leopoldina (MG) após 20-JAN-1856.

OS TRISAVÓS:
24- Dr. Francisco Ferreira de Sá (ou Francisco Ferreira dos Santos). Bat. em 13-DEZ-1717 em S. Paulo (SP), onde nasceu. Graduado em Cânones pela Universidade de Coimbra. Advogado no Fórum Eclesiástico de Mariana (MG), onde C. em torno de 1755 c. Helena Maria Negreiros de Castro. Pais de: Domiciano Ferreira de Sá e Castro, Serafim Ferreira de Jesus e Castro, Vicente Ferreira Monteiro de Castro, João Nepomuceno Ferreira, Joana, Maria, Florentina e Ana Ferreira. Fal. em Padre Viegas (MG).
25- Helena Maria Negreiros de Castro. N. em 1736, aproximadamente, em Padre Viegas (MG), onde faleceu.
26- Manoel José Monteiro de Barros. N. a 06-DEZ-1716 no lugar de Pinote, na Freguesia de Marinhas (orago: São Miguel), Concelho de Esposende, Distrito de Braga, Portugal, tendo sido batizado em 22-DEZ-1716 na mesma localidade. Emigrou para o Brasil tentado pela mineração, área que, na época, encontrava-se no auge de sua prosperidade. Consta que teria vindo a convite de um tio padre que residia em Congonhas do Campo e tinha a alcunha de Padre Broa, proveniente do hábito de fabricar broas de milho e distribuí-las gratuitamente aos pobres e indigentes que acorriam famintos à sua residência. Em 5-AGO-1761 obteve uma sesmaria em Galés de Cima, na Comarca do Rio das Mortes (MG), com rica lavra. Nomeado Guarda-Mor das Minas de Vila Rica, é citado algumas vezes nos 'Autos de Devassa da Inconfidência Mineira'. Depois de ter acumulado regular fortuna na mineração, resolveu tomar estado, casando-se a 16-AGO-1766, em Vila Rica, atual Ouro Preto (MG), c. Margarida Eufrásia da Cunha Matos, com quem teve os seguintes filhos: Dr. Lucas Antônio Monteiro de Barros (Visconde de Congonhas do Campo), João Gualberto Monteiro de Barros, Mateus Herculano Monteiro da Cunha Matos, Romualdo José Monteiro de Barros (Barão de Paraopeba), José Joaquim, Marcos Antônio, Manoel José, Maria do Carmo e Ana Monteiro de Barros. Faleceu por volta de 1789 em Ouro Preto (MG), com testamento (publicado no livro 'A Família Monteiro de Barros', de Frederico Brotero).
27- Margarida Eufrásia da Cunha Matos. N. em torno de 1741 em Ouro Preto (MG), onde faleceu após 18-JUN-1789.

OS TETRAVÓS:
48- Agostinho Dias dos Santos. Mestre-de-Campo (37). N. em Matosinhos, Distrito do Porto, Portugal. C. em S. Paulo (SP) em torno de 1712 c. Maria Ferreira de Sá, com quem teve os filhos João e Francisco Ferreira dos Santos. Foi-lhe concedida sesmaria no Ribeirão do Bacalhau em 18-OUT-1745. Fal. em Mariana (MG).
49- Maria Ferreira de Sá. N. em S. Paulo (SP).
50- Antônio Álvares de Castro. N. no Beco do Tibau, Freguesia de São Paulo, Concelho e Distrito de Lisboa, Portugal, onde foi bat. em 1693 e exerceu o comércio. Resolvendo vir para o Brasil, teve a infelicidade de ser capturado por um corsário argelino, que o levou como escravo para Argel. Resgatado, retornou a Lisboa. Algum tempo depois, embarcou para o Rio de Janeiro (RJ), estabelecendo-se em Minas Gerais. C. a 12-AGO-1728 na Capela de Santa Quitéria, Filial de Nossa Senhora do Ribeirão do Carmo (depois Sé de Mariana), Minas Gerais. Residiu com a esposa em Ouro Preto (MG) ainda na primeira metade do Século XVIII. Fal. em 21-JAN-1757 em Guarapiranga, atual Piranga (MG). Filhos com Joana Batista de Negreiros: Padre Manuel Inácio de Castro, Antônio José de Castro, Helena, Clara Maria, Joana Perpétua, Maria Clara, Margarida Feliciana, Ana e Teresa de Castro.
51- Joana Batista de Negreiros. Bat. a 18-JUN-1709 na Freguesia de Nossa Senhora do Desterro, em Salvador (BA), onde nasceu. Ainda jovem foi enviada a Minas Gerais, para a casa de um tio. Fal. a 14-SET-1779 em Sumidouro, atual Padre Viegas (MG).
52- João Vieira Repincho. N. por volta de 1686 na Freguesia de Marinhas, Concelho de Esposende, Distrito de Braga, Portugal. C. a 30-NOV-1714 em Carapeços, Barcelos, Braga, Portugal c. Mariana Monteiro de Barros. Filhos conhecidos: João Caetano e Manuel José Monteiro de Barros.
53- Mariana Monteiro de Barros. N. em torno de 1691 na Freguesia de Carapeços, Concelho de Barcelos, Distrito de Braga, Portugal.
54- Alexandre da Cunha Matos. N. em Simão de Arões, Concelho de Fafe, Distrito de Braga, Portugal, onde foi bat. em 10-JAN-1694. Veio de Portugal, passando a residir em Minas Gerais, por volta de 1730, tendo exercido o cargo de Guarda-Mor das Minas do Distrito de Vila Rica de Ouro Preto, nomeado pelo Governador Gomes Freire de Andrade em provisão de 27-JAN-1744. C. em torno de 1737 c. Antônia de Negreiros. Pais de: Pe. Marçal da Cunha Matos; Frei Alexandre; Inácia de Negreiros da Cunha Matos; Margarida Eufrásia da Cunha Matos; Delfina de Negreiros da Cunha Matos e Ana Petronilha de Negreiros da Cunha Matos. Fal. em Ouro Preto (MG) em 1766.
55- Antônia de Negreiros. N. em torno de 1715 na Freguesia de N. Sª do Desterro, Salvador, Bahia. Fal. em Ouro Preto (MG) em 01-MAI-1780. Em 1766, residia em um lugar chamado Passa Dez, na Freguesia de Nossa Senhora do Pilar, Vila de Ouro Preto (MG).

OS PENTAVÓS:
98- Francisco Ferreira de Sá. Mestre-de-Campo. N. no Porto, Portugal. C. em S. Paulo (SP) c. Páscoa Barbosa Rebelo. Seu inventário, de 12-JAN-1732, está guardado no Arquivo da Cúria de Mariana.
99- Páscoa Barbosa Rebelo. N. em Cotia (SP).
100- Miguel Álvares de Castro. Nascido na Freguesia de São Tomé da Parada, Termo de Monte Alegre, Comarca de Chaves, Arcebispado de Braga, Portugal, onde foi batizado a 4-JUN-1651. Retirou-se, ainda jovem, para Lisboa, onde casou-se, na Igreja de São Paulo, c. Antônia Lobo. Residiu no Beco do Tibau, Freguesia de São Paulo, em Lisboa, onde ocorreu o seu falecimento.
101- Antônia Lobo. N. na Freguesia de Cercal (orago: S. Vicente), Concelho de Cadaval, Distrito de Lisboa, Portugal, onde foi bat. a 16-JUN-1663. Fal. em Lisboa, Portugal. Enviuvando-se, exerceu, no Terreiro, em Lisboa, o emprego de 'medideira do pão'.
102- Antônio de Carvalho Tavares. N. na Freguesia de S. Sebastião, na Ilha de S. Miguel, Açores, Portugal, onde foi batizado. Ajudante de Sargento-Mor da ordenança do Regimento do Coronel Sebastião de Araújo Góes, com dez anos de serviço, em 14-DEZ-1688. C. a 28-FEV-1688 em Salvador (BA), c. Margarida Teresa de Negreiros. Pais de: Lourenço de Barros Lobo, Antônia de Negreiros e Joana Batista de Negreiros. Faleceu em Salvador (BA) 36.
103- Margarida Teresa de Negreiros. N. e bat. na Freguesia do Socorro, Salvador (BA).
104- João Vieira. N. em Portugal.
105- Madalena de Araújo. N. em Esposende, Distrito de Braga, Portugal.
106- Manoel Monteiro de Barros. N. em Portugal.
107- Inês Pereira. N. por volta de 1651 na Freguesia de Carapeços (orago: São Tiago), Concelho de Barcelos, Distrito de Braga, Portugal, onde fal. em 1735.
108- Miguel Fernandes da Torga. N. em Portugal. C. em Simão de Arões, Concelho de Fafe, Distrito de Braga, Portugal.
109- Luzia Fernandes. N. em Portugal.
110- Antônio Carvalho Tavares. Vide nº 102.
111- Margarida Teresa de Negreiros. Vide nº 103.

OS HEXAVÓS:
198- Francisco Barbosa Rebelo. N. em Viana, Portugal. Fal. a 31-JUL-1685 em São Paulo (SP). C., em primeiras núpcias, c. Catarina Moniz (fª de Pedro de Sousa Moniz e de Catarina Vieira) e, em segundas núpcias, c. Francisca da Silva. Filhos: Maria Barbosa (do 1º casamento) e Capitão-Mor Jacinto Barbosa Lopes, Catarina Barbosa, Frei Urbano Barbosa, Faustino Barbosa e Páscoa Barbosa Rebelo (do 2º casamento).
199- Francisca da Silva. N. e fal. em S. Paulo (SP).
200- Tomé Álvares de Castro. N. em S. Tomé da Parada, Portugal. C. c. Ana Gonçalves, com quem teve, entre outros, os seguinte filhos: Luísa Álvares e Miguel Álvares de Castro.
201- Ana Gonçalves. N. na Freguesia de Vilaça (orago: Santa Cecília), Concelho e Distrito de Braga, Portugal.
202- Domingos Lobo. N. em Portugal.
203- Domingas João. N. em Portugal.
204- Cap. Pedro de Matos do Quental (38), conforme registro de casamento de Antônio de Carvalho Tavares, transcrito na página 915 da edição de 1951 do livro 'A Família Monteiro de Barros', de Frederico de Barros Brotero. Nasceu por volta de 1637 e casou em torno de 1662 em São Sebastião, Ponta Delgada, Ilha de São Miguel, Portugal. Provavelmente, Antero Quental pertencia à sua família. Para Silva Leme, Antônio era filho de João da Silva Vieira (n. na Freguesia da Sé, Ilha da Madeira, Portugal; passou à Bahia em tenra idade; recebeu a patente de alferes em 29-OUT-1657, subindo à condição de capitão da guarda do Governador de Pernambuco, Francisco Barreto, em 16-SET-1659; casou a 11-SET-1662 na Bahia; Irmão da Santa Casa da Misericórdia de Salvador, Bahia, em 11-ABR-1672, tendo sido escrivão da Instituição em 1676).
205- Bárbara Gracês (38).
206- Lourenço Lobo de Barros. Sargento-Mor do Regimento do Coronel Pedro Camelo Pereira de Aragão em 24-OUT-1680. Filhos conhecidos: Arcângela de Negreiros e Margarida Teresa de Negreiros. Fal. na Bahia.
207- Maria de Negreiros de Barros. N. na Bahia. Fal. a 24-ABR-1732 em Todos os Santos, Pitinga, Bahia.
214- Domingos Pereira.
215- Inês Dias.
220- Cap. Pedro de Matos do Quental. V. nº 204.
221- Violante Carvalho Pinheiro (ou Bárbara Gracês ?). V. nº 205.
222- Lourenço Lobo de Barros. V. nº 206.
222- Maria de Negreiros de Barros. V. nº 207.

OS HEPTAVÓS:
396- Tomé Rebelo Carneiro. N. e fal. em Viana, Portugal.
397- Catarina Barbosa. N. em Viana, Portugal.
398- Gonçalo Lopes. N. na Freguesia de Sardoura (orago: Santa Maria), Concelho de Castelo de Paiva, Distrito de Aveiro, Portugal. Vindo para o Brasil, C. a 03-JUN-1640 em S. Paulo (SP) c. Catarina da Silva, com quem teve as filhas Francisca da Silva, Joana Lopes, Maria e Felícia da Silva. Viveu de forma opulenta em São Paulo, tendo residido na Rua Santo Antônio. Tinha fazenda no Bairro da Cotia, com terras na paragem chamada Iratá, onde possuía roças e criação de porcos. Era capitalista em São Paulo, tendo financiado várias entradas ao sertão, dentre elas a última de Fernão Dias Paes. Em 1658 era Procurador do Conselho da Câmara de São Paulo. Fal. por volta de 1689, quando fez seu testamento.
399- Catarina da Silva. N. por volta de 1625 em S. Paulo (SP), onde faleceu em 1694, com testamento. Seu inventário, aberto em 5-JUL-1694, está transcrito no Vol. XXIII da publicação 'Inventários e Testamentos', editada pelo Arquivo do Estado de São Paulo. Deixou pedido para ser sepultada na Capela de São Francisco e dote de dois mil cruzados para cada uma das quatro filhas. Fez, ainda, várias doações para parentes e amigos de São Paulo e da Freguesia da Cotia. Entre os bens de raiz que constaram do inventário estão uma morada de casas na Rua de Santo Antônio, em São Paulo (SP), e uma fazenda lançada pelo valor de 6.636$700.
412- Antônio Moniz. N. em Lisboa, Portugal. Fal. na Bahia.
413- Inês de Barros Lobo. Bat. em 08-SET-1590, em Salvador, Bahia, onde nasceu.
414- Capitão Manoel Cardoso de Negreiros. N. em Lisboa, Portugal. C. na Bahia c. Margarida de Barros Lobo. Pais de: Manoel e Lourenço de Negreiros, Inês e Maria de Barros. Fal. na Bahia.
415- Margarida de Barros Lobo. N. na Bahia.
444- Antônio Moniz. V. nº 412.
445- Inês de Barros. Lobo. V. nº 413.
446- Cap. Manoel Cardoso de Negreiros. V. nº 414.
444- Margarida de Barros Lobo. V. nº 415.

OS OCTAVÓS:
796- Pedro Lopes. N. em Portugal. Vivia com sua esposa no lugar de Cacavelos, Freguesia de Sardoura, Concelho de Castelo de Paiva, Distrito de Aveiro, Portugal, onde fal. em 14-JAN-1652 e deve ter casado por volta de 1610. Filhos com Francisca Gonçalves: Manoel e Francisco Lopes, Domingos Gonçalves Montalegre, Pedro e Gonçalo Lopes.
797- Francisca Gonçalves. N. em Portugal. Fal. em 14-OUT-1638 na Freguesia de Sardoura, Castelo de Paiva, Aveiro, Portugal.
798- Cosme da Silva. C. em S. Paulo (SP). Viveu em São Paulo, onde exerceu, por diversas vezes, o cargo de Procurador do Conselho da Câmara. Do casamento c. Isabel Gonçalves originaram-se as filhas Catarina, Maria, Joana, Francisca e Ângela da Silva.
799- Isabel Gonçalves.
826- Manoel de Paredes da Costa. N. em torno de 1556 em Lisboa, Portugal. Era barqueiro em Viana, Portugal, de lá passando para a Bahia nos princípios de nossa colonização. Foi condenado a penas espirituais no Processo de Inquisição de Lisboa nº 11.071, auto-de-fé de 31-JUL-1593 (39). C. a 20-JAN-1583 na Sé, Salvador, Bahia, c. Paula de Barros Lobo, de quem estava enamorado, após tê-la raptado. Fal. a 12-JAN-1619 em Salvador, na Bahia, com sepultura no Convento de São Francisco. Era, provavelmente, tio do homônimo que viveu no Rio de Janeiro (RJ), citado no livro 'Vínculos do Fogo', de Alberto Dines. Com a esposa Paula teve os filhos Vicente, Gaspar de Barros Lobo, Catarina Lobo, Vitória de Barros, Maria de Barros, Agostinho de Paredes de Barros, Inês de Barros Lobo, Ana Lobo, Antônio de Barros Lobo, Felícia, Antônia e Francisco Lobo.
827- Paula de Barros Lobo. N. por volta de 1564 na Bahia. Após a morte do esposo Manoel de Paredes da Costa, casou-se c. Manoel Antunes de Almeida.
830- Manoel Pinheiro de Carvalho. N. em Portugal. Foi Fidalgo da Casa Real. Veio para o Brasil acompanhado de seus irmãos Rui de Carvalho Pinheiro e Nicolau Pinheiro de Carvalho, estabelecendo-se na Bahia, onde C. c. Maria de Barros Lobo, com quem teve os filhos: Nicolau Carvalho Pinheiro, Margarida de Barros, Felícia Lobo, Manoel Pinheiro de Carvalho, Maria de Barros Lobo, Francisco Carvalho Pinheiro, André Pinheiro de Carvalho, Brites de Barros e Antônio Pinheiro. Faleceu em Salvador (BA).
831- Maria de Barros Lobo. N. em Salvador (BA), onde fal. em 6-MAI-1680.
890- Manoel de Paredes da Costa. V. nº 826.
891- Paula de Barros Lobo. V. nº 827.
894- Manoel Pinheiro de Carvalho. V. nº 830.
895- Maria de Barros Lobo. V. nº 831.

OS NONOS AVÓS:
1652- Agostinho de Paredes. De origem judaica, foi alfaiate em Lisboa, Portugal. No Brasil, foi comerciante, tendo sido lavrador em Passé, onde passou a residir.
1653- Violante da Costa.
1654- Gaspar de Barros de Magalhães. Fidalgo, viveu no Brasil no Recôncavo da Bahia, em lugar chamado São Paulo. Foi muito rico e afazendado. Com Catarina Lobo Barbosa de Almeida teve os filhos: Jerônimo de Barros, Baltazar Lobo de Sousa, Gaspar de Barros de Magalhães, Felícia Lobo, Mícia Lobo de Mendonça, Vitória de Barros e Paula de Barros Lobo.
1655- Catarina Lobo Barbosa de Almeida. Uma das três irmãs órfãs que a Rainha Catarina mandou para a Bahia para casarem com pessoas importantes do lugar. N. em 1541 em Setúbal, Portugal.
1662- Manoel de Paredes da Costa. Vide nº 826.
1663- Paula de Barros Lobo. Vide nº 827.
1780- Agostinho de Paredes. V. nº 1652.
1781- Violante da Costa. V. nº 1653.
1782- Gaspar de Barros de Magalhães. V. nº 1654.
1783- Catarina Lobo Barbosa de Almeida. V. nº 1655.
1790- Manoel de Paredes da Costa. V. nº 826.
1791- Paula de Barros Lobo. V. nº 827.

OS DÉCIMOS AVÓS:
3310- Henrique Lobo. N. em Portugal.
3311- Isabel Berredo.
3324- Agostinho de Paredes. Vide nº 1652.
3325- Violante da Costa. Vide nº 1653.
3326- Gaspar de Barros de Magalhães. Vide nº 1654.
3327- Catarina Lobo Barbosa de Almeida. Vide nº 1655.
3566- Henrique Lobo. V. nº 3310.
3567- Isabel Berredo. V. nº 3311.
3580- Agostinho de Paredes. V. nº 1652.
3581- Violante da Costa. V. nº 1653.
3582- Gaspar de Barros de Magalhães. V. nº 1654.
3583- Catarina Lobo Barbosa de Almeida. V. nº 1655.

OS DÉCIMOS PRIMEIROS AVÓS:
6654- Henrique Lobo. Vide nº 3310.
6655- Isabel Berredo. Vide nº 3311.
7166- Henrique Lobo. V. nº 3310.
7167- Isabel Berredo. V. nº 3311.

Notas Explicativas:

1- A origem da Família Albuquerque encontra-se na Vila de Albuquerque, localizada na província espanhola de Badajoz, junto à fronteira portuguesa. Um neto de D. Diniz, Rei de Portugal, chamado João Afonso, quarto Senhor de Albuquerque, foi o primeiro a usar o sobrenome. Quanto à etimologia de Albuquerque, há duas explicações: segundo os 'Comentários de Afonso de Albuquerque', viria das palavras latinas 'albus' (branco) e 'quercus' (carvalho), significando, assim, carvalho branco (esta posição é acompanhada por Antenor Nascentes e Mário Wanderley); Frederico Sommer, por seu lado, entende que Albuquerque teria origem na partícula árabe 'al', que corresponde ao artigo 'o', no italiano antigo 'bô', que significa 'casa grande', e no alemão antigo 'quirk', que quer dizer 'casa fortificada'. Quanto aos Albuquerques tratados neste Capítulo, é interessante notar que até a geração dos filhos de José Antônio de Albuquerque, todos os membros da Família utilizavam o apelido 'Albuquerque' precedido da preposição 'de', o que, aliás, seria o mais correto, haja vista o fato de 'Albuquerque' ter-se originado de nome de solar e o ensinamento de Jenny Dreyfus, no artigo 'Índice Heráldico em Relação a Alguns Nomes de Famílias que Passaram para o Brasil', publicado na 'Revista do Instituto Heráldico-Genealógico' nº 9: 'Os nomes de origem geográfica são sempre precedidos das partículas 'da', 'do' e 'de', o que vem provar que nem sempre este último é sinal de nobreza. Neste caso é apenas a indicação de pátria, procedência, solar, etc. Assim temos: João Antônio de Braga; Domingos do Porto; Pires do Rio; Antônio da França, e muitos outros'. É de se supor que a queda do 'de' tenha sua origem na simpatia dos Albuquerques pelo sistema de governo republicano, haja vista o ocorrido na visita de Silva Jardim a Angustura, comentada na Nota Explicativa nº 5 deste Capítulo, e o próprio prenome de Franklin de Albuquerque, certamente inspirado no negociador da independência dos Estados Unidos da América e da nova república americana, Benjamim Franklin. A propósito, o segundo volume do livro 'História da Vida Privada no Brasil', na capítulo intitulado 'Vida Privada e Ordem Privada no Império', escrito por Luís Felipe de Alencastro, contém a seguinte afirmação: 'A propaganda republicana do final do Império traz os novos nomes americanos - Jefferson, Franklin, Washington - e relança os clássicos da república romana (de 509 a 29 a.C.) - Múcio, Mário, Cornélia, Caio'.

2- Teor de certidão de batismo emitida em 29-SET-1988 pela Paróquia de Mãe de Deus de Angustura: 'Certifico que revendo os assentamentos de batizados desta Paróquia, à fls. 57 do Livro 03, se encontra o Termo que, para aqui, se transcreve em forma equivalente ou textual: Aos 9 dias do mês de agosto do ano de 1868, batizei solenemente a Franklin, nascido aos 16 dias do mês de julho de 1868, filho legítimo de José Antônio de Albuquerque e de Patrocínia Maria da Conceição. Foram padrinhos: José Rodrigues Pessoa e Maria Antônia do Carmo'. Consta da certidão, ainda, o nome do sacerdote que assinou o registro do batismo: Padre Henrique de Sousa Borges Accioli.

3- Capdeville Baptista, algumas vezes citado como Baptista Capdeville, n. em Toulouse, na França, em torno de 1858. Alfaiate, chegou a hospedar em Leopoldina (MG) o estudante Milton Soares Campos, que posteriormente viria a ser Governador do Estado de Minas Gerais. Como curiosidade, segue o teor de certidão de escritura de venda de uma escrava por Capdeville, datada de 6-DEZ-1989, obtida pelo autor em Angustura (MG): 'Jáiro de Sousa Barbosa, Tabelião Interino do Distrito de Angustura, Município e Comarca de Além Paraíba, Estado de Minas Gerais, etc... Certifico que à fl. nº 1 e verso, do Livro nº 13 especial de escrituras envolvendo escravos, deste Cartório a meu cargo, acha-se lavrada a do seguinte teor: Saibam quantos este público instrumento virem, que no ano de Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, de mil oitocentos e oitenta e três, aos três dias do mês de setembro, nesta Freguesia da Madre Dios de Angu, Termo e Comarca de Leopoldina, Minas Gerais, em meu Cartório, perante mim compareceu como Outorgante Vendedor Capdeville Baptista e como Outorgado Comprador Antônio Feliciano da Silva, todos residentes nesta Freguesia e reconhecidos pelos próprios, por mim e pelas testemunhas abaixo assinadas, do que dou fé, perante as quais pelo Outorgante foi dito que é senhor e possuidor da escrava de nome Joana, preta de doze anos mais ou menos, crioula, solteira, de serviço da lavoura, matriculada na União Piauí a quatorze de julho de mil oitocentos e oitenta e dois, sob o nº setecentos e vinte e nove da Matrícula Geral e quatro da relação, e averbada às folhas 141 do livro dez das averbações dos escravos em 22 de janeiro de mil oitocentos e oitenta e um, na Coletoria da Cidade de Leopoldina pelo Coletor Martins de Barros e Escrivão Faria, pelo mesmo vendedor, cuja escrava vende e como de fato vendido tem de hoje para sempre ao Outorgado pelo preço de quatrocentos e cinqüenta mil réis, dinheiro já recebido em moeda corrente do que dá ao Outorgado Comprador plena e geral quitação, e lhe transfere com a Cláusula Constituti toda posse, domínio e ação que na referida escrava tinha e se obriga a todo tempo a fazer boa e firme a presente venda. E pelo Outorgado foi dito que acatava a presente escritura na forma em que se acha lavrada. A mim apresentou o talão que pagou a quantia de vinte e cinco mil e quinhentos réis de novos e velhos direitos. Coletoria Municipal de São José de Além Paraíba, 16 de julho de 1883. O Coletor Ag. Melo, Substituto. O Escrivão Cordovil. Assim contratadas as partes me pediram este instrumento que lhes fiz, li, aceitam e assinam com as testemunhas, e por dizer o Outorgado comprador que não sabia assinar, assina a seu rogo João Francisco dos Santos, perante mim Joaquim Manoel Pereira, Escrivão que o escrevi e assino. Capdeville Baptista, João Francisco dos Santos, Luís Zeferino Filho, Francisco Manoel Pereira e Joaquim Manoel Pereira. Era o que continha a folha e livro já mencionados, aos quais bem e fielmente respeitei. Eu, Jáiro de Sousa Barbosa, Tabelião Interino a datilografei e assino'.

4- Antônio da Silva Jardim n. em Capivari, atual Silva Jardim (RJ) em 18-AGO-1860 e faleceu tragado pelas lavas do Vesúvio, na Itália, em 1º-JUL-1891. Fº de Gabriel da Silva Jardim e de Filomena Leopoldina de Mendonça. Foi casado c. Ana Benvinda de Andrada, neta de um irmão de José Bonifácio de Andrada e Silva, o Patriarca de nossa Independência: o Conselheiro Martim Francisco Ribeiro de Andrada, cuja descendência é citada no Tomo II, Fascículo nº 1, do 'Brasil Genealógico', revista do Colégio Brasileiro de Genealogia. Jornalista e político brasileiro, foi um dos mais destacados propagandistas da campanha republicana no Brasil. Discordando de Quintino Bocaiúva (nascido Quintino Antônio Ferreira de Sousa), que entendia que o Império deveria cair por si mesmo, Silva Jardim entendia que a queda do Império deveria dar-se por intermédio de revolta de toda a população. Escreveu: 'Idéias de Moço', 'O General Osório', 'Campanhas de um Propagandista' e outros trabalhos.

5- Esta participação de Franklin de Albuquerque na defesa da vida de Silva Jardim sempre foi comentada no âmbito da família do autor. A publicação 'Madre Dios - 100 Anos', de João Batista Vieira Vidal e Tales Ribeiro de Magalhães, mostra, em suas páginas, o convite e o cardápio do banquete oferecido a Silva Jardim pelo Partido Republicano de Angustura no dia 14-MAR-1889 e o seguinte comentário: 'Em 14 de março de 1889 o líder republicano Antônio da Silva Jardim visitou o Arraial da Mãe de Deus de Angustura a convite do Dr. Joaquim José Alves Santos, Barão de São Geraldo e fundador do Partido Republicano Mineiro, desembarcando na estação ferroviária de Pantanal, hoje Fernando Lobo, e seguindo a cavalo pela estrada de 13 quilômetros que liga aquela estação a Angustura, com grande acompanhamento. Consta que os monarquistas espalharam um boato de que Silva Jardim viria acabar com a Abolição, tornando o negro outra vez escravo. Estes, revoltados, esperaram-no armados de foices e facões, dispostos a defender a sua liberdade a qualquer preço. Ao saber desse boato, o líder, corajoso, desceu do palanque e foi discursar no meio dos negros, levando depois seis deles para tomarem parte no banquete que lhe foi oferecido'. José Leão, no livro 'Silva Jardim - Apontamentos para a Biografia do Ilustre Propagandista', assim comenta o acontecido: 'A 13 de março achava-se de volta a São Luís, em casa do Dr. Monteiro Manso. Destinava-se a Angustura (antiga Madre de Deus do Angu), onde o esperava um temeroso conflito. Apesar de prevenido, para ali se dirigiu escoltado por um grupo abnegado de correligionários a cavalo. O carro que lhe era destinado é atacado. Entram a galope na vila. Os pretos cercam o hotel. Silva Jardim procura parlamentar. Manda chamar o capataz:
- Rapaz, o que quer você ?
- Nada, senhor. Mas dizem que este discurso é para nos escravizar outra vez, e que vosmecê quer matar a Princesa.
- Deixe-se disso... O melhor é sossegarem e irem depois ao seu trabalho.
- Vosmecê pode fazer a conferência, mas não há de fincar a bandeira da República aqui no largo.
- Rapaz, ninguém costuma fincar bandeira e nem matar a sua princesa. A República é para o bem de todos. Pode ir embora'.
Silva Jardim, em seu 'Memórias e Viagens', assim narra o ocorrido: 'A conferência realizava-se em um salão. Um grande número de senhoras estava presente. Admirei nesse dia o heroísmo das mulheres mineiras. Os pretos estavam do lado de fora, deitados na relva, recostados, a ouvir. Eu falava numa tribuna alta, próximo a uma janela, de modo a acompanhá-los com o olhar.
- Veja ! diz-me um amigo, puxando-me o paletó.
Olho: um preto dispunha-se a armar a sua espingarda. Se o tiro viesse, apanhava-me diretamente o tronco. Voltei-me rapidamente.
- Se vir que ele desarma, tome-me pelo paletó e atire-me ao chão, disse.
De fato, ele preparava-se a apontar-me a arma. Continuei a falar, dizendo frases decoradas, quase inconscientes, para não alarmar todo o auditório e produzir um conflito horrível, mas fitei com toda a força possível de meu olhar o assassino. Naquele momento falava só para ele. Tinha-o bem em face. O infeliz subjugado fitava-me também, não conseguia despregar o seu olhar do meu, e a arma tremia-lhe na mão. Um companheiro, atrás dele, estimulava-o, mas a certeza de que era visto dominava-o. E ali ficou , uma hora ainda, com a arma ao lado, estupidificado, temendo já talvez o castigo. Assim era, porque no dia seguinte, pela manhã, veio pedir-me perdão'.
O historiador Oiliam José, em seu 'A Propaganda Republicana em Minas', assim narra o acontecido: 'Juntamente com Antônio Romualdo Monteiro Manso e outros companheiros, dirigiu-se então para Angustura, ex-Madre de Deus do Angu. Na estação de São Luís, tomaram cavalos e armas, tendo em conta ameaças recebidas. Pelo caminho, o grupo recebeu novas adesões e chegou a contar com 50 homens, alguns dos quais portando foices e cacetes. Enquanto isso, em Angustura, cerca de 300 negros insuflados prometiam liquidar Silva Jardim. Eram negros recém-libertos, afastados ainda do trabalho livre e vivendo de expedientes ou à custa de seus antigos senhores. Mediante pequenas gratificações, promoviam arruaças ou empreitavam assassinatos de tocaia. O fenômeno ocorreu em quase toda a Província e chegou a alarmar os proprietários e as autoridades, que se confessavam incapazes de se oporem às ameaças e desmandos dessas turbas desorientadas. Agindo com habilidade, o grupo republicano conseguiu obter que Silva Jardim despistasse esses negros e alcançasse a residência do Capitão Militão, também partidário da República e senhor de boas posses. Com a presença de corajosas mulheres e em recinto fechado realizou-se a conferência programada, apesar da ameaça de perturbação da ordem e de um negro, bem localizado no exterior, ter quase descarregado a espingarda chumbeira contra Silva Jardim. O baile, à noite, transcorreu sob novas ameaças. Digno de menção é o fato de o banquete haver sido preparado na Casa Pascoal, do Rio, e servido com 'menu' e auxílio de 15 garçons, custando tudo 6:000$000, quantia elevada para a época'.
É interessante mencionar que, depois do acontecimento tratado nesta Nota Explicativa, nasceu em 29-JUL-1891, em Paris, França, um filho póstumo de Silva Jardim com o nome de Franklin, que pode ter sido adotado como uma homenagem a Benjamim Franklin e, talvez, ao jovem amigo e correligionário Franklin de Albuquerque.

6- Foi deferida petição de Franklin visando à sua transferência da seção eleitoral de Cataguases, onde se achava alistado, para a localidade onde residia ('Cataguases', edição de 23-FEV-1908). Constou da relação dos eleitores do Distrito de Porto de Santo Antônio (atual Astolfo Dutra), Minas Gerais ('Cataguases', edição de 18-OUT-1908). Seu nome foi incluído na lista de jurados de Porto de Santo Antônio ('Cataguases', edição de 27-DEZ-1908).

7- Conforme registro do óbito constante do verso das folhas 90 do Livro nº 9 de Registro de Óbitos da Cidade de Recreio (MG).

8- Certidão de casamento religioso fornecida pela Paróquia de Mãe de Deus de Angustura em 30-AGO-1984: 'Certifico que revendo os assentamentos de casamentos desta Paróquia a fls. 74 - Verso, do Livro 03, nº de ordem 12, se encontra o termo que, para aqui, se transcreve em forma equivalente ou textual. Nomes: Franklin Sezinando de Albuquerque com D. Maria Cândida de Faria. Aos quatorze dias do mês de fevereiro de mil oitocentos e noventa e um nesta matriz de Madre Deus do Angu, compareceram em minha presença os nubentes Franklin Sezinando de Albuquerque e D. Maria Cândida de Faria, legalmente habilitados sem impedimento algum para o casamento; ele, solteiro, branco, vinte e dois anos, alfaiate, natural desta Freguesia, onde mora, filho legítimo de José Antônio de Albuquerque e de D. Patrocínia Maria da Conceição Albuquerque; ela, solteira, branca, quinze anos, com consentimento de seu pai na companhia de quem vive, filha legítima de Joaquim Faria Salgado e de D. Emerenciana Cândida Pessoa, já falecida, moradora na Freguesia de Nossa Senhora do Carmo de Cantagalo, os quais nubentes, expressando o seu mútuo consentimento, os uni em matrimônio, não lhes dando as bênçãos nupciais por ser em tempo proibido, fazendo a benção do anel e procedendo em todo este ato conforme o rito da Santa Madre Igreja Católica Romana. Foram testemunhas do ato D. Elvira Dias de Amoedo Gonçalves e seu esposo José Maria Amoedo Gonçalves, negociante, e D. Maria Capdeville Albuquerque e seu esposo Capdeville Baptista, alfaiate, nossos paroquianos. E, para constar, mandei lavrar este termo que com todos o assino: Maria Cândida de Faria, Franklin Sezinando de Albuquerque, Elvira Dias de Amoedo Gonçalves, José Maria de Amoedo Gonçalves, Capdeville Baptista. Existe este termo assim assinado no Proclama arquivado. Era ut retro. O Vigário encomendado: Monsenhor Vitorino José da Costa e Silva'. O 'tempo proibido' referido na certidão é o período da quaresma, que compreende os quarenta dias que vão da quarta-feira de cinzas até o domingo da Páscoa, destinados pelos católicos à penitência. Já certidão de casamento civil de 21-MAR-1891 tem o seguinte teor: 'Joaquim Manoel Pereira, Escrivão de Paz da Freguesia de Madre Deus de Angustura, nomeado na forma da Lei, certifico que revendo o livro número um de casamentos, a folhas cento e cinco, encontrei o termo seguinte: Aos quatorze dias do mês de fevereiro de mil oitocentos e noventa e um, nesta Freguesia de Madre Deus de Angustura, Termo de São José de Além Paraíba, Comarca do Paraíba, às cinco horas da tarde, presente em meu cartório o Cidadão Marciano Teixeira Marinho, quarto Juiz de Paz, comigo Escrivão ad-hoc João Batista Celestino Ferreira, presentes as testemunhas Capdeville Baptista, negociante, José Maria de Amoedo Gonçalves, também negociante, Dona Maria Capdeville Albuquerque, Dona Elvira Dias de Amoedo Gonçalves, residentes todos nesta Freguesia, receberam-se em matrimônio o Cidadão Franklin Sezinando de Albuquerque, natural e residente nesta Freguesia, idade de vinte e dois anos, alfaiate, filho legítimo de José Antônio de Albuquerque e de Dona Patrocínia Maria da Conceição Albuquerque, também residentes na mesma Freguesia, e Dona Maria Cândida de Faria, natural e residente nesta Freguesia, de idade de quinze anos, de serviço doméstico, filha legítima de Joaquim de Faria Salgado e de Dona Emerenciana Cândida Pessoa, já falecida nesta Freguesia, e ele residente também nesta Freguesia. Pela contraente foi apresentado consentimento do pai e tutor e por ambos declarado não serem parentes e para constar escrevo este ato que vai assinado pelo Juiz, contraentes e testemunhas. Eu, João Batista Celestino Ferreira, Escrivão ad-hoc que o escrevi. Marciano Teixeira Marinho, Franklin Sezinando de Albuquerque, Maria Cândida de Faria, Capdeville Baptista, trinta e um anos, casado, negociante nesta Freguesia, Maria Capdeville de Albuquerque, idade de vinte e nove anos, casada, residente nesta Freguesia, José Maria de Amoedo Gonçalves, idade de trinta e quatro anos, casado, residente nesta Freguesia, Elvira Dias de Amoedo Gonçalves, idade de vinte e sete anos, residente nesta Freguesia, João Batista Celestino Ferreira, Joaquim Manoel Pereira, Vítor de Andrade Ribeiro, José Afonso de Albuquerque, Galdino Antônio de Albuquerque, José Antônio de Albuquerque, Manoel Cândido Rodrigues, Franklin José Simões, Sérgio Américo de Albuquerque, Sebastião Cândido Rodrigues, Abel de Andrade, Antônio Francisco da Rocha, José Jorge Fernandes Filho, Antônio Cândido Rodrigues, Sebastião Vieira da Silva. Era tudo o que continha no dito termo que aqui fielmente copiei do próprio original o qual me reporto nesta Freguesia de Angustura aos vinte e nove de março de mil oitocentos e noventa e um. Eu, Joaquim Manoel Pereira, Escrivão de Paz o escrevi, subscrevi e assino'.

9- O casamento c. a portuguesa Arminda dos Santos Couto encontra-se registrado no Livro de Casamentos nº 5, às fls. 63, sob o nº 20, do Cartório de Paz e do Registro Civil de Leopoldina (MG).

10- O falecimento de Arminda está registrado no Termo nº 32, aberto à fls. 191 (verso) do Livro de Óbitos nº 04 do Cartório de Paz e do Registro Civil de Recreio (MG).

11- O casamento de Franklin de Albuquerque, então residente em Recreio (MG), com Palmira de Lacerda Sena encontra-se registrado no Termo nº 14 (fls. 46 verso) do Livro nº 5 de Casamentos do Cartório de Paz e do Registro Civil de Ribeiro Junqueira (MG), onde residia a noiva.

12- Os dados sobre o nascimento e o falecimento de Palmira de Lacerda Sena foram fornecidos por sua filha Maria Auxiliadora Albuquerque.

13- Os dados constantes deste Capítulo foram extraídos das seguintes fontes arquivísticas e bibliográficas: Apontamentos de Maria Auxiliadora Albuquerque; Arquivos das Paróquias de Angustura e Recreio (MG); Ata da apuração da eleição de vereadores e juízes de paz realizada no Município de Leopoldina em 1º-NOV-1918; Cartórios de Paz e do Registro Civil de Angustura, Cataguases, Leopoldina, Recreio e Ribeiro Junqueira (MG); jornais: 'Cataguases' e 'Gazeta de Leopoldina'; revistas: 'Anuário Genealógico Latino' (Vol. I); 'Biblioteca Genealógica Latina' (Vol. 2), 'Brasil Genealógico' (Tomo II, Fascículo nº 1) e 'Revista da ASBRAP' (Vol. 2); almanaques: 'Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de Janeiro' (volumes relativos aos anos de 1863 a 1865) e 'Almanaque Civil e Administrativo da Província de Minas' (1864); livros: 'A Família Monteiro de Barros', de Frederico de Barros Brotero; 'A Propaganda Republicana em Minas', de Oiliam José; 'Arquidiocese de Mariana. Subsídios para a sua História', do Cônego Raimundo Trindade; 'Catálogo Genealógico das Principais Famílias que Procederam de Albuquerques e Cavalcantes em Pernambuco e Caramurus na Bahia', do Frei Antônio de Santa Maria Jaboatão; 'Crônica da Capitania de São Jorge dos Ilhéus', de João da Silva Campos; 'Dicionário Etimológico de Nomes e Sobrenomes', do Professor Rosário Farâni Mansur Guérios; 'Genealogia da Zona do Carmo', do Cônego Raimundo Trindade; 'Genealogia Paulistana', de Luís Gonzaga da Silva Leme; 'História da Vida Privada no Brasil' (Vol. II), organizado por Luís Felipe de Alencastro; 'História e Fatos de Ilhéus', de Carlos Pereira Filho; 'Introdução e Notas ao Catálogo Genealógico das Principais Famílias, de Frei Jaboatão', de Pedro Calmon; 'Leopoldina de Outrora', de Luís Eugênio Botelho; 'Madre Dios - 100 Anos', de João Batista Vieira Vidal e Tales Ribeiro de Magalhães; 'Memórias e Viagens', de Silva Jardim; 'Os Herdeiros do Poder', de Francisco Antônio Dória; 'Os Primitivos Colonizadores Nordestinos e seus Descendentes', de Carlos Xavier Paes Barreto; 'Silva Jardim - Apontamentos para a Biografia do Ilustre Propagandista', de José Leão; 'Um Albuquerque entre Outros...', de Paulo de Albuquerque Lacerda, e 'Velhos Troncos Mineiros', do Cônego Raimundo Trindade.

14- No livro onde estão registrados os batismos realizados em Viseu Oriental em 1824, guardado no Arquivo Distrital de Viseu, Portugal (Caixa 4, nº 18, fls. 154 verso), foi encontrado o seguinte registro: 'Cidade. Rua do Arco. José, fº de José Antônio de Albuquerque e de Tomásia Inocência, a 24 de novembro de 1824. Aos vinte e quatro dias do mês de novembro do ano de mil oitocentos e vinte e quatro, batizei solenemente a José, nascido aos quinze dias do citado mês e ano, filho legítimo de Antônio José de Albuquerque, natural da Rua dos Loureiros, e de Tomásia Inocência, natural do lugar da Esculca (?), moradores na Rua do Arco desta Freguesia da Sé, recebidos na Igreja da Misericórdia desta cidade. Neto paterno de Pedro Antônio de Albuquerque, natural do lugar (?), Freguesia do Granjal, Bispado de Lamego, e de sua mulher Angélica Maria, natural do lugar, Freguesia de Santos Evos, digo do lugar de Dornelas, da Freguesia de Santos Evos, e materno de Jerônimo José, natural do lugar de Santiago, e de sua mulher Inocência Leonor, natural do lugar de Travassos, debaixo desta Freguesia. Foram padrinhos: Joaquim Manoel de Loureiro, viúvo, natural desta cidade e morador defronte do Arco das Freiras; em vez de madrinha tocaram com o pano de Nossa Senhora do Altar Mor. Fiz este termo no dia, mês e ano supra. Cura da Sé Manoel Ribeiro Machado'. É bom notar que o nome do pai de José Antônio foi registrado em um lugar do assentamento como José Antônio de Albuquerque e em outro como Antônio José de Albuquerque.

15- Os dados sobre a chegada de José de Albuquerque ao Brasil e seu trabalho em uma taberna no Rio de Janeiro foram extraídos de documento encontrado no Arquivo Nacional (Coleção 381, v. 2, fls. 124), não podendo o autor afirmar com certeza se a pessoa ali referida era o José Antônio de Albuquerque referido no tópico 4 da árvore de costado de Franklin de Albuquerque, apesar de também ser oriunda de Viseu.

16- Em 10-SET-1870, José Antônio de Albuquerque dirigiu-se ao Juiz de Órfãos de Leopoldina (MG) com o seguinte pleito: 'Diz José Antônio de Albuquerque que tendo sido intimado pelo Escrivão desse Juízo, por ordem de V. Sa., para tomar conta da tutela dos menores herdeiros do finado Sr. Padre Vicente Ferreira Monteiro de Castro, vem respeitosamente pedir a V. Sa. para o dispensar de tal encargo porque os seus afazeres e o pesado número de familiares que tem não permite bem desempenhar este encargo'. Foi rápido o despacho do Juiz, Dr. Alfredo Leite Ribeiro: 'Prove o alegado em 48 horas, sob pena de vir debaixo de vara assinar o termo da tutela e de ser-lhe cominada a pena de desobediência às ordens legais, juntando-se este aos autos. Leopoldina, 10 de setembro de 1870'. Em 12-SET-1870, José Antônio retorna ao Juízo com a prova requerida: 'José Antônio de Albuquerque, morador no Distrito do Angu, tendo sido intimado por ordem de V. Sa. para aceitar a tutela dos Órfãos herdeiros do finado Padre Vicente Ferreira Monteiro de Castro, vem por esta requerer a V. Sa. haja de escusá-lo de semelhante ônus, pois, sobre ser o Suplicante chefe de numerosa família, tem a seu cargo a criação e educação de seis filhos vivos, todos eles de tenra idade, como prova o atestado junto, e além desta escusa legal, o Suplicante é negociante e com esta profissão quase que nenhuma prática tem de lavoura e, portanto, não está no caso de bem administrar os bens dos Órfãos, que são bens agrícolas, acrescendo a tudo isso a circunstância de morar o Suplicante duas léguas distantes da lavoura pertencente aos Órfãos e, portanto, como homem de poucos recursos pecuniários, é quase que impossível velar sobre sua numerosa família e ao mesmo tempo administrar bens que estão situado a grande distância. O que o Suplicante leva dito, sobre ser fundado em pública notoriedade e no documento que o Suplicante oferece, está o Suplicante pronto a jurar se mister for e para isso espera confiando no espírito de justiça de V. Sa. haja de eximi-lo do ônus, podendo, no entanto, V. Sa. nomear outras pessoas que pela sua posição social e proximidade da residência poderão perfeitamente exercer o cargo de tutor desses Órfãos e neste caso está, por exemplo, o Padre Francisco Ferreira Monteiro de Barros, homem assaz abonado e que não tem a escusa legal que tem o Suplicante'. Teor do documento anexo à petição: 'Atesto que o Sr. José Antônio de Albuquerque é pessoa muito de meu conhecimento, residente nesta Paróquia, casado com a Sra. D. Patrocínia Maria da Conceição, tendo sete filhos legítimos ainda menores abaixo mencionados: Maria, nascida a 22 de fevereiro de 1860 e batizada a 25 de março do mesmo ano; Emília, nascida a 8 de abril de 1862 e batizada a 5 de maio do mesmo ano; José, nascido a 7 de junho de 1863 e batizado em 19 de julho do mesmo ano; Afra, nascida a 3 de maio de 1865 e batizada a 22 de junho do mesmo ano, já falecida; Galdino, nascido a 19 de março de 1867 e batizado a 27 de abril do mesmo ano; Franklin, nascido em 16 de julho de 1868 e batizado a 9 de agosto do mesmo ano; Laurinda, nascida a 16 de agosto de 1869 e batizada a 19 de setembro do mesmo ano; são alimentadas e educadas com todo o desvelo pelo seu próprio pai. O referido é verdade que afirmo 'in fide Parochi'. Freguesia da Madre de Deus do Angu, 11 de setembro de 1870. O Vigário Henrique de Sousa Borges Accioli'. Em face das razões alegadas, o Juiz acatou o pleito de José Antônio, após este jurar junto aos Santos Evangelhos de que tudo o que foi dito em sua petição era verdade, nomeando para tutor dos órfãos o Padre Francisco Ferreira Monteiro de Barros.

17- É interessante notar que as compras a prazo eram pagas sem pressa, considerada a estabilidade da moeda na época. Por este documento, pode-se ver, também, alguns dos produtos consumido pela família de José Antônio de Albuquerque, como segue (em réis):

Data Histórico Deve Haver
1887
Abril
25 1 garrafa de aguardente 1.500
Maio
6 1 garrafa de aguardente 1.500
3 pares de chinelos de liga 6.000
2 pares de meias de lã 3.000
9 1 garrafa de vinagre 500
200 gramas de pimenta do reino 500
12 1 saco de sal 5.000
20 700 gramas de pós de sapatos 700
2 quilos de zarcão 1.200
Junho
3 Dinheiro para saldo 19.900
4 1 quilo de zarcão 600
2 maços de tampas de ferro 480
16 1 garrafão de aguardente 1.200
1 garrafa de vinagre 400
2 quilos de bacalhau 1.200
2 dúzias de colheres de ferro 1.600
17 250 gramas de pós de sapatos 160
19 1 pavieiro (?) de feltro 6.000
22 2 quilos de bacalhau 1.200
Julho
12 7,5 quilos de cimento 3.000
21 2 quilos amêndoas com casca 3.400
25 2 cobertores encarnados 21.000
Agosto
4 2 peças de tiras bordadas 1.200
6 3 dúzias botões madrepérola 600
7 2 peças de tiras bordadas 1.800
16 1 camisa peito de linho 5.000
Setembro
21 1 mala de carne seca de 1ª 38.000
10 metros de chita 5.600
1 lata de biscoitos 1.800
1 caçarola de ferro batido 900
Outubro
10 Dinheiro por conta 32.840
Novembro
30 1/2 k de pregos 250
1888
Janeiro
9 Dinheiro por conta 40.000
12 Dinheiro para saldo 22.550.

18- No livro com registro dos eleitores de Angustura é informado o nome do pai de José Antônio de Albuquerque, igual ao do filho.

19- A morte de José Antônio está registrada às fls. 135 verso do Livro nº 03-C do Cartório de Paz e do Registro Civil de Angustura, conforme certidão de 5-DEZ-1989 em poder do autor. O declarante foi o genro Joaquim Manoel Pereira e a causa da morte foi declarada pelo Dr. Antônio Luís Monteiro da Silveira. Na ocasião, deixou 13 filhos vivos: Maria, Emília, José, Galdino, Franklin, Laurinda, Guilhermina, Sérgio, Laura, Alípio, Antônio, Militino e Georgina.

20- Sabe-se que Patrocínia e os outros nove filhos do Padre Vicente Ferreira Monteiro de Castro e de Dona Cândida Maria da Conceição nasceram em Angustura, mas ali o autor não descobriu o batismo de um só deles, nem nas localidades vizinhas. Também os matrimônios das duas filhas mais velhas, ocorridos anteriormente à morte do sacerdote, não foram encontrados nos registros paroquiais da região. Pressupõe-se que o pai preferiu não registrar esses eventos nos livros guardados nas paróquias que o conheciam, evitando, assim, comentários inconvenientes. Foram descobertos na Paróquia de Mãe de Deus de Angustura assentos relativos a casamentos, celebrados após o falecimento do Pe. Vicente, de alguns dos citados filhos, estando consignado, nesses assentamentos, apenas o nome da mãe desses noivos.

21- O assentamento relativo à morte da viúva Patrocínia, com 72 anos de idade, encontra-se no Livro de Registro de Óbitos nº 04 (Termo nº 3, Fls. 127) do Cartório de Paz e do Registro Civil de Recreio (MG). A causa da morte foi atestada pelo Dr. Francisco Batista de Paula.

22- A informação sobre o batismo do Pe. Vicente foi extraída do processo 'De Genere et De Moribus' do sacerdote, arquivado no Arquivo Eclesiástico da Arquidiocese de Mariana (MG).

23- Manoel José Monteiro de Castro n. em 3-ABR-1805 em Congonhas (MG) e fal. em 27-NOV-1868 em Leopoldina (MG). Recebeu o título de Barão de Leopoldina (o 1º) em 6-SET-1862. filho do Capitão Domiciano Ferreira de Sá e Castro e de Maria do Carmo Monteiro de Barros. Casou-se c. sua prima Clara de Sá e Castro.

24- Frederico Brotero publicou as seguintes informações sobre o Pe. Vicente Ferreira Monteiro de Castro: 'Nasceu em Congonhas do Campo. Habilitou-se, 'de genere et moribus', em Mariana, no ano de 1823. Ordenado, na mesma localidade, a 24 de maio de 1825 (Cônego Raimundo Trindade, 'Genealogia da Zona do Carmo', pág. 330). Poucas notícias a seu respeito. No 'Almanaque Laemmert', ano de 1863, encontramos na descrição do município mineiro de Leopoldina e na freguesia de São José da Paraíba, o seguinte: Arcipreste e Vigário da Vara - Padre Vicente Ferreira Monteiro de Castro. No mesmo Almanaque, ano seguinte de 1864, deparamos com outras referências. No município de Leopoldina, freguesia de Madre de Deus (hoje, Angustura), na lista dos proprietários no arraial: Herdeiros do Padre Vicente Ferreira Monteiro de Castro e na lista dos fazendeiros e lavradores de café, os aludidos herdeiros. De acordo com estes dados, poderemos resumir: O Padre Vicente foi distinguido com as honras de Arcipreste, ocupou o lugar de Vigário de São José da Paraíba e dedicou-se também à lavoura em importante fazenda de café no distrito da Madre de Deus. Faleceu por volta de 1863-1864'.

25- No 'Almanaque Laemmert' de 1863 encontramos, na descrição do Município de Leopoldina e na Freguesia de São José do Paraíba, o seguinte: 'Arcipreste e Vigário da Vara - Padre Vicente Ferreira Monteiro de Castro'. Nos Almanaque de 1864 e 1865 deparamos, no mesmo Município, Freguesia de Madre de Deus, entre os proprietários no arraial e os fazendeiros e lavradores de café: 'Herdeiros do Padre Vicente Ferreira Monteiro de Castro'.

26- Silva Leme, em seu 'Genealogia Paulistana', no Título Lemes', cita a ascendência do Dr. Luís Porto Moretzsohn de Castro, baseado, entre outras fontes, no processo 'De Genere et De Moribus' do Padre Vicente Ferreira Monteiro de Castro.

27- O 'Anuário Genealógico Latino', ao registrar a descendência do Dr. Francisco Ferreira dos Santos, no Título Ferreira (de Minas Gerais), cita o Padre Vicente, com o nome grafado como Vicente Ferreira de Sá e Castro.

28- Os livros 'Genealogias da Zona do Carmo' e 'Velhos Troncos Mineiros' mencionam o Padre Vicente Ferreira Monteiro de Castro entre os descendentes do Capitão Antônio Alves Castro, no Título 'Negreiros'.

29- Na publicação 'Madre Dios - 100 Anos' consta que as almas dos habitantes de Angustura na época em que o povoado passou à categoria de curato (1818) eram assistidas pelo Vigário de Além Paraíba, Pe. Miguel Antônio de Paiva. Daí e até 1840, vários padres teriam dado assistência a Madre Dios do Rio Angu, todos de São José de Além Paraíba. Continua o autor da referida obra: 'Foi, então, nomeado pela Diocese de Leopoldina para Vigário do Curato, o Monsenhor Vicente Ferreira Monteiro de Castro. O Curato passou a Freguesia em 9 de junho de 1857 e, quase um mês depois, em 6 de julho de 1857, a Paróquia. Sucede o Monsenhor Castro, em 1865, Frei Paulino, que tomou a iniciativa para a construção da Igreja Matriz em 1870'.

30- Teor dos documentos sobre o Pe. Vicente constantes da Coleção Eclesiástica do Arquivo Nacional:

a) Atestado da Câmara Municipal da Vila de Leopoldina, assinado por seu Presidente e vários vereadores, em 12-JUN-1856: 'A Câmara Municipal da Vila Leopoldina, em Sessão Ordinária, na forma da Lei, Atesta que o Revdo. Vicente Ferreira Monteiro de Castro tem residido efetivamente neste Município desde o ano de 1829 até o presente, sempre com ótima conduta civil e eclesiástica, exercendo seu nobre Ministério como Cura do Distrito da Madre de Deus desde 1835 e como digno Vigário da Vara da Comarca de São José do Paraíba desde dezembro de 1844, com um procedimento constantemente exemplar e sempre digno dos maiores elogios, pela zelosa dedicação, honradez e solicitude com que tem cabalmente preenchido todos os seus deveres.
E por ser verdade se expede o presente.
Sala de Sessões da Câmara Municipal da Vila Leopoldina, 12 de Junho de 1856.
O Presidente Francisco José de Freitas Silva
João Gualberto Ferreira Brito
Romão Pinheiro Correia de Lacerda
José Garcia de Matos
Joaquim Antônio de Almeida Silva'.

b) Requerimento do Padre Vicente Ferreira Monteiro de Castro dirigido ao Reverendíssimo Senhor Bispo:
'Exmo. Revmo. Sr.
Diz o Pe. Vicente Ferreira Monteiro de Castro que ele precisa que V. Exa. Revma. lhe faça a Graça em atestar em como o Suplicante tem prestado serviços à Igreja já como Cura do Distrito de Madre de Deus e como Vigário da Vara da Comarca de São José d Além Paraíba desde 1845 até o presente, cumprindo seus deveres com estima do povo e da Câmara Municipal do lugar, como mostra o documento junto, por isso julgando que S. Exa. Revma. não duvidará honrar-lhe com o seu atestado portanto.
S. Exa. Rema. Se Digne atestar, se assim houver por bem'.

c) Atestado do Reverendíssimo Senhor Bispo sobre o requerimento do Padre Vicente Ferreira Monteiro de Castro: 'Atestamos à vista dos documentos juntos e pelo conhecimento certo que temos do M. R. Impe., que ele é um sacerdote digno deste nome , de instrução não vulgar, ótimos costumes, e como tal muito considerado e estimado no lugar. Exerce as funções de Pároco e de Vigário da Vara nesta Diocese há onze anos, em que tem prestado valiosos serviços. Palácio da Conceição, 11 de setembro de 1856.
Bispo Conde Capelão-Mor'.

d) Expediente do Bispo à Presidência da Província de Minas Gerais, encaminhando o requerimento do Padre Vicente Ferreira Monteiro de Castro:
'Ilmo. e Exmo. Sr.
Tenho a honra de passar às mãos de V. Exa. O incluso requerimento do Padre Vicente Ferreira Monteiro de Castro, pedindo à S. M. O Imperador as honras de Cônego da Catedral e Capela Imperial, e a cujo respeito eu devo emitir a minha opinião à vista do Ofício de V. Exa. de 16 do mês findo. Eu formo o melhor conceito do Suplicante pelas suas luzes, serviços prestados a esta Diocese e por outras qualidades e virtudes, que o adornam, constantes do documentos juntos. É natural da Província de Minas Gerais, mas residente nesta Diocese, a cujo zelo e solicitude se deve a criação de quase todos os Curatos que formam essa parte da Província de Minas, que pertence a este Bispado do Rio. Regeu como Cura algumas Freguesias, especialmente a de Madre de Deus, que deixou quando chegou a Pároco Cabido. Rege toda a Comarca Eclesiástica desse lado do Bispado. É pois digno da honra que pede, se assim houver por bem S. M. I. - Deus Guarde a V. Exa. Palácio da Conceição 21 de Maio de 1860.
Ilmo. e Exmo. Sr. Vice Presidente da Província de Minas Gerais.
Bispo Conde Capelão-Mor'.

e) Ofício do Vice-Presidente da Província de Minas Gerais ao Ministro da Justiça:
'Palácio da Presidência da Província de Minas no Ouro Preto, 26 de maio de 1860.
Ilmo. e Exmo. Sr.
Devolvendo o incluso requerimento documentado que à S. M. O Imperador dirigiu o Padre Vicente Ferreira Monteiro de Castro solicitando honras de Cônego da Capela Imperial, tenho a honra de declarar a V. Exa., em cumprimento do Aviso de 28 de março próximo passado, que não só em vista da informação prestada em 21 do corrente mês pelo Exmo. Bispo Conde Capelão-Mor, constante da cópia junto, como pela notícia que tenho do Suplicante, julgo-o digno de obter a graça que implora.
S. M. O Imperador, porém, Resolverá como for de seu Imperial Agrado.
Deus Guarde a V. Exa.
Ilmo. e Exmo. Sr. Conselheiro Ministro e Secretário de Estado dos Negócios da Justiça
O Vice-Presidente Joaquim Delfino Ribeiro da Luz'.

f) Despacho do Ministério da Justiça:
'Despacho de S. Exa. o Sr. Ministro
Minas Gerais
Honras de Cônego da Capela Imperial
O Pe. Vicente Ferreira Monteiro de Castro pede as honras de Cônego da Capela Imperial.
O Suplicante foi Vigário da Freguesia da Madre de Deus e da Vara da Comarca de S. José do Paraíba.
O Ofício do Revmo. Bispo Conde ao Presidente de Minas transmitindo o requerimento diz que ao zelo do Suplicante e à sua solicitude se deve a criação de quase todos os Curatos da Província de Minas que pertencem à Diocese do Rio de Janeiro.
Informação:
Com o Exmo. Bispo concorda o Presidente da Província, considerando também o Suplicante digno das honras que pede.
À vista destas informações tão favoráveis parece-me que o pedido está em circunstâncias de bom deferimento.
Em 16 de junho de 1860.
Servindo de Diretor
A. J. Vitorino de Barros'.
Obs.: Há um despacho, pouco nítido, que deve ser o de concordância do Sr. Ministro da Justiça.

Obs.: O autor não tem elementos para informar se o Pe. Vicente chegou a receber, antes de sua morte, as honrarias de Cônego da Capela Imperial, o que, a seu ver, não deve ter acontecido. De qualquer jeito, esta interferência do Governo Imperial na vida interna da Igreja no Brasil já vinha recebendo críticas de muitos bispos, presos, contudo, a normas legais. Vale lembrar a resposta do Ministro Carneiro Leão à nomeação pelo Bispo de Cuiabá (MT), Dom José Antônio dos Reis, de dois cônegos honorários (extraída do livro 'Arquidiocese de Mariana', do Cônego Raimundo Trindade): 'Sua Majestade o Imperador resolveu mandar declarar a V. Exa. Revma. que semelhante autorização não se pode admitir, já porque as leis canônicas que V. Exa. citou de maneira alguma abonam tal pretensão, já porque as honras de cônego e outras semelhantes mercês, tendo efeito manifestamente temporais e talvez nada de espiritual, é visto que só aos soberanos compete conferi-las, como está prevenido na Constituição do Estado. Rio, 23 de janeiro de 1844. Honório Hermeto Carneiro Leão'.

31- A descendência do Pe. Vicente e de Cândida Maria da Conceição, citada neste Capítulo, é consignada com fundamento nos seguintes fatos:

a) a tradição, uma vez que sempre foi comentado entre os membros da família do autor o fato de que eram descendentes do sacerdote;
+
b) os registros de nascimento e casamento de seus herdeiros, encontrados no arquivo paroquial e no cartório de Angustura, informam que eles eram filhos naturais de Cândida Maria da Conceição, não consignando o nome do pai;

c) o sacerdote deixou aos herdeiros todas as suas propriedades, inclusive às duas filhas mais velhas, que, bem casadas, não necessitavam, a rigor, de qualquer apoio externo para sua manutenção;

d) após a morte do sacerdote, seus irmãos, inclusive o Barão de Leopoldina, tiveram a maior preocupação com a criação dos herdeiros ainda não casados;

e) os prenomes de dez dos onze herdeiros eram idênticos aos do religioso ou aos de seus irmãos, pais, avós e primos, como segue:
- Elisa Maria da Conceição, nascida em torno de 1840 e falecida em Angustura em 20-JUL-1909, tinha o mesmo prenome de três primas do Pe. Vicente: Elisa Monteiro de Barros, Elisa Augusta Monteiro de Barros e Maria Elisa de Sauvan Monteiro de Barros;
- Patrocínia Maria da Conceição (bisavó do autor) n. em torno de 1843 e faleceu em Recreio (MG) em 9-FEV-1917; possuía um prenome (Patrocínia) que guarda alguma relação com a palavra 'Padre', sendo de se recordar, a propósito, que José do Patrocínio, grande homem público, era filho do Padre João Carlos Monteiro, Vigário de Campos;
- José Joaquim de Castro n. em torno de 1844 e faleceu antes de 1916; tinha o mesmo prenome do irmão e do cunhado do Pe. Vicente: José Joaquim Monteiro de Castro e José Joaquim Monteiro de Barros, respectivamente;
- Antônio José de Castro (ou Antônio José Ferreira de Castro) nasceu em torno de 1849 em Angustura, onde faleceu em 14-NOV-1870. Tinha o mesmo nome de um tio-avô e o mesmo prenome de primo do Pe. Vicente (Antônio José da Fonseca Monteiro de Barros);
- Maria do Carmo de Castro n. em torno de 1850, provavelmente em Angustura, onde foi celebrado, em 25-FEV-1865, seu casamento com o português Bernardino da Costa Oliveira. Seu prenome era igual ao da mãe do Pe. Vicente (Maria do Carmo Monteiro de Barros);
- Vicente Ferreira de Castro n. em torno de 1852, em Angustura, tendo o seu falecimento, provavelmente, ocorrido em Palma (MG), onde residia em 1916; tinha o prenome do Pe. Vicente;
- Francisco Ferreira de Castro n. em torno de 1855, em Angustura, e possuía o prenome de um irmão e do avô do Pe. Vicente: Francisco Ferreira dos Santos;
- Domiciano Ferreira de Castro n. em torno de 1856, em Angustura, e faleceu antes de 1916; tinha o prenome do pai do Pe. Vicente: Domiciano Ferreira de Sá e Castro;
- Margarida Eufrásia de Castro (avó paterna do Dr. Milton Campos, ex-Governador de Minas Gerais) n. em Angustura em torno de 1857; tinha o prenome da avó e da irmã do Pe. Vicente: Margarida Eufrásia da Cunha Matos e Margarida Eufrásia Monteiro de Castro, respectivamente;
- Francisca de Paula de Castro (ou, como consta do termo de seu casamento, Francisca Monteiro de Castro) n. em Angustura em torno de 1859 e casou-se em 15-OUT-1873, na mesma localidade, com João Batista Celestino Ferreira; possuía o prenome de uma prima do Pe. Vicente: Francisca de Assis Monteiro de Barros Galvão de São Martinho, casada com o Tenente-Coronel José Maria Manso da Costa Reis;

f) apenas as duas irmãs mais velhas, Elisa e Patrocínia, as únicas casadas na ocasião do testamento do sacerdote, não utilizavam os sobrenomes 'Castro', 'Ferreira de Castro' ou 'Monteiro de Castro';

g) na época, era comum a existência de padres com prole, o que ocorreu, inclusive, com o primeiro pároco de Além Paraíba, o Pe. Miguel Antônio de Paiva (cfe. Celso Falabella de Figueiredo Castro, em 'Os Sertões de Leste - Achegas para a História da Zona da Mata');

h) Cândida Maria da Conceição residia na Fazenda do Bom Jardim, de propriedade do Pe. Vicente, no período em que dez dos herdeiros foram trazidos à luz, entre 1840 e 1859;

i) o sacerdote não aceitaria como governanta de sua casa uma pessoa que, ali residindo, tivesse 10 filhos de pai desconhecido, não fosse ele o progenitor;

j) conforme assentamento existente na Paróquia de Mãe de Deus de Angustura, foi ali batizado, em 23-MAI-1858, o menino Albertino, filho de Elisa Maria da Conceição, sendo padrinhos o provável avô Vicente Ferreira Monteiro de Castro (sem o título Padre) e a avó Cândida Maria da Conceição; a cerimônia foi dirigida pelo Pe. Vicente;

l) o Pe. Vicente não registrou nos livros da Igreja de Angustura o batismo de um só de seus herdeiros, que, segundo documentos localizados pelo autor, nasceram, com exceção do mais velho, naquele Distrito;

m) em carta de 4-OUT-1989, o Professor João Batista Vieira Vidal, ao falar sobre José Zeferino Bastos, grande benemérito de Angustura (foi, inclusive, o financiador do calçamento do Distrito) e bisneto da Elisa Maria da Conceição referida na alínea 'e', diz que aquele cidadão sempre se referia à sua condição de descendente de padre; o artigo 'Angustura: A História', publicado na edição de 11-NOV-1996 do jornal 'Além Paraíba' também menciona o fato de que o Pe. Vicente era tetravô do Dr. José Zeferino Bastos.

n) o Pe. Vicente, em seu testamento, menciona os carinhosos cuidados que Cândida Maria da Conceição, então já falecida, lhe havia dispensado em suas enfermidades e diz que ela tinha doze filhos , dez dos quais foram herdeiros do sacerdote; dois outros filhos de Cândida, talvez os mais velhos, foram excluídos do testamento, o que deixa a suposição de que era outro o seu pai.

32- José Joaquim Ferreira de Castro era, provavelmente, filho do Pe. Vicente Ferreira Monteiro de Castro e de Joana Angélica, seja pelo prenome José Joaquim, idêntico ao de irmão do sacerdote, seja pelos sobrenomes 'Ferreira' e 'Castro', seja por ter sido relacionado no testamento do Padre. Era o mais velho dos herdeiros, devendo ter nascido em Congonhas, onde administrava, quando da elaboração do citado testamento, fazenda de propriedade do Pe. Vicente. Talvez a mãe fosse uma das duas Joanas mencionadas no mapa da população de Congonhas de 1831: a primeira, que residia na casa de José Joaquim Monteiro de Barros, onde também vivia o eclesiástico Vicente Ferreira Monteiro de Castro, era preta, fiadeira e possuidora de 16 anos de idade; a segunda era branca, solteira, com 30 anos de idade e 6 filhos: Gabriel (14 anos), Antônia (9 anos), José (5 anos), Ana (7 anos), Maria (2 anos) e Domiciano (1 ano).

33- Testamento do Padre Vicente Ferreira Monteiro de Castro: 'Em nome de Deus, da Virgem Maria e da Santíssima Trindade. Amem. Eu, o Padre Vicente Ferreira Monteiro de Castro, Vigário da Vara desta Comarca Eclesiástica de São José do Paraíba, nascido e batizado na Freguesia de Congonhas do Campo e filho legítimo de Domiciano Ferreira de Sá e Castro e de Dona Maria do Carmo Monteiro de Barros, achando-me no pleno exercício de todas as minhas faculdades intelectuais, e ignorando o dia e a hora em que servir-se-á o Criador de chamar-me a si, deliberei desde já ordenar a minha última vontade pela maneira que abaixo se segue: - Filho de pais religiosos e que, não contentes de renderem ao onipotente o mais fervoroso culto, punham todo o esmero em ensinar a seus filhos a doutrina Cristã, não era possível que deixasse eu de professar e venerar a Santa Religião Católica Apostólica Romana, religião cuja verdade põe-me fora de dúvida o fato de haver ela transposto os estreitos limites da acanhada civilização, que presidia à época de seu nascimento, para proclamar verdades eternas e princípios santos, cujo alcance somente agora é que vamos compreendendo e apreciando. E tão profunda foi a convicção, que da verdade e santidade dessa Religião souberam inspirar-me mais do que nunca esses chorados progenitores, que o meu coração não se contentou de abraçá-la, levou mais longe a sua ambição despertando em mim a nobre e santa pretensão de alistar-me entre os servos do Senhor e me pôr entre os Ministros de Sua Santa Religião por ele incumbidos de pregar e ensinar a sua santíssima palavra. Confirmando-me ainda com a humildade recomendada pela Religião em que nasci, eduquei-me e espero em Deus morrer, disponho que o meu funeral seja feito sem pompa, nem ostentação, fazendo-se tão somente quanto basta para salvar a decência. Caso eu faleça na Freguesia de Nossa Senhora da Madre de Deus do Angu o meu corpo será sepultado no adro da Matriz em uma das quatro sepulturas que junto ao Cruzeiro benzeu o Reverendíssimo Padre Germano; e quando suceda que eu faleça nesta ou em outra Freguesia o meu testamenteiro designará o lugar em que deve ser o meu corpo sepultado. Pela esmola de costume dir-se-ão cinqüenta missas por minha alma, cinqüenta ditas pelas almas de meus finados pais e cinqüenta ditas por intenção ou almas daqueles que me houverem encomendado missas, que por esquecimento tenha eu porventura deixado de dizer. E como em razão do escrúpulo, com que sempre me conduzi neste particular, pouco ou nenhuma razão nutro de haver incorrido em faltas deste gênero, é minha intenção que sejam estas missas aplicadas às almas do Purgatorio, caso não sejam precisas para descarregar a este respeito a minha consciência. Para as obras da Matriz de Nossa Senhora da Madre de Deus do Angu deixo a quantia de trezentos mil réis. Ao meu escravo Antônio Monjolo passará o meu testamenteiro carta de liberdade em remuneração dos bons serviços que como pagem me presta há trinta e sete anos. Em remuneração dos serviços que me prestou a finada Cândida Maria da Conceição e dos carinhosos cuidados que me prodigalizou nas minhas enfermidades, instituo meus universais herdeiros dentre os seus doze filhos os seguintes: Elisa Maria da Conceição, casada com Antônio da Silva Ferreira; José Joaquim de Castro; Patrocínia Maria da Conceição, casada com José Antônio de Albuquerque; Antônio José de Castro; Maria do Carmo e Castro, Vicente Ferreira de Castro; Domiciano Ferreira de Castro; Margarida Eufrásia de Castro; Francisco Ferreira de Castro e Francisca de Paula de Castro; ficando, outrossim, igualmente instituído meu herdeiro juntamente com estes José Joaquim Ferreira de Castro, filho de Joana Angélica, moradora no Morro de Santo Antônio das Congonhas de Campos, o qual administra a minha Fazenda mediante trezentos mil réis anuais. A cada um dos meus onze referidos herdeiros, com exceção unicamente dos herdeiros Elisa Maria da Conceição e Patrocínia Maria da Conceição, deixo a quantia de dois contos e quinhentos mil réis, que lhes será dada em bens pelo valor que no inventário a estes for dado. Nomeio meus testamenteiros em primeiro lugar a meu sobrinho o Doutor José Joaquim Ferreira Monteiro de Barros; em segundo lugar a meu irmão Jacinto Manoel Monteiro de Castro; e em terceiro e último lugar a meu primo, o Coronel Francisco de Assis Manso da Costa Reis dos quais espero merecer como derradeira graça a aceitação deste encargo. Sendo mutável a vontade do homem e podendo em conseqüência suceder que em alguma parte deseje eu alterar este meu testamento, declaro que o farei por cartas particulares ao meu testamenteiro, as quais considerar-se-ão parte integrante deste, e por esta forma tenho ordenado as minhas disposições de última vontade, que desejo serão cumpridas tão inteiras como nelas se contêm e por firmeza mandei escrever este por meu sobrinho Gabriel de Paula Almeida Magalhães, o qual vai por mim tão somente assinado. União, quatorze de setembro de mil oitocentos e sessenta e dois. Padre Vicente Ferreira Monteiro de Castro'. Assinaram como testemunhas: o Barão de Leopoldina, Frei Serafim Maria, Padre Manoel Luís Correia, Manoel Eugênio Quintiliano Góes de Lacerda e Domiciano Ferreira Monteiro de Castro.

34- Informação retirada do Inventário do Padre Vicente, arquivado no Cartório do 1º Ofício de Leopoldina (MG).

35- O inventário do Pe. Vicente Ferreira Monteiro de Castro teve início em Leopoldina (MG) em 1863, tendo havido, na mesma comarca, uma sobrepartilha em 1868 (documentação arquivada no Fórum de Leopoldina). Em 1916, iniciou-se uma segunda sobrepartilha em Além Paraíba (MG), em face de não ter sido incluída no inventário propriedade que o sacerdote possuía em Congonhas (MG). Os herdeiros foram convocados pelo Juiz através de editais publicados nas edições de 27-JUL-1916 e 3-AGO-1916 da 'Gazeta de Porto Novo'. Esta última sobrepartilha foi interrompida em função da morte do inventariante, João Batista Celestino Ferreira, em desastre na Estrada de Ferro Leopoldina.

36- O autor pede permissão ao historiador Celso Falabella de Figueiredo Castro para transcrever o seguinte texto sobre os Puris, contido em seu livro 'Os Sertões de Leste - Achegas para a História da Zona da Mata': 'Na faixa de terra do vale do Cágado e dos seus afluentes, do Pirapetinga até as cercanias de Leopoldina, habitavam os Puris, os mesmos dos rios Pomba e Muriaé que tanto combateram os Coroados na mesma região, sendo por sua vez combatidos pelos Goitacases. Os remanescentes dos Puris, que habitavam a região, eram mansos, mas de absoluta incapacidade, dado seu estado de primitivismo integral. Dormiam ao relento, não conheciam o uso da rede e viviam em estado de nudez. Degeneraram totalmente os Puris e eram considerados das tribos mais atrasadas que povoaram as Minas. Para dormir, cavavam no chão uma espécie de bacia e nela se acomodavam, tal como os animais selvagens. Nem a taba, que constituiu sempre o princípio da sociedade entre os silvícolas, era por eles conhecida; pequenos ranchos rentes ao solo - duas forquilhas fincadas no chão sobre as quais atravessavam um pau em forma de cumieira, ao qual encostavam outros paus, mal cobertos com folhas de palmito ou sapé, por onde escorria a água da chuva. Algo de funcional: teto servindo de parede ! Indolentes, incapazes para tudo, buscavam na pesca a alimentação de que necessitavam, usando um processo original: sem anzol. Amarravam na ponta da linha algumas minhocas e essa, puxada com certo jeito, trazia para fora os minguados lambaris. Em águas volumosas usavam, muito raramente, redes, tecidas com fios de tucum ou com a embira tirada da imbaúba. Não possuíam a menor idéia da agricultura. Além do mel de abelha e dos frutos nativos, o que os Puris tiravam da terra se resumia a um certo número de raízes - a caratinga, por exemplo, espécie de cará muito duro. Arrancavam-no com as unhas. Eram exímios caçadores, mas usavam a flecha como divertimento. O ritual do nascimento do filho obedecia àquele dos Coroados: a parturiente ia banhar-se no rio e o marido acocorava-se ao chão para fazer o resguardo. Alguns furavam as orelhas e os lábios; outros pintavam ou bordavam o corpo, sobretudo no peito e nos braços. Concorreu para o desaparecimento rápidos dos remanescentes Puris uma epidemia de sarampo que apareceu alguns anos depois que os índios fizeram seu estabelecimento nas imediações de Feijão Cru, provavelmente na terceira década do século XIX. Sendo um mal novo, a epidemia tomou caráter e como a febre apareceu violenta, logo atiraram-se à água fria. A mortandade foi grande. Tais eram os Puris - os índios que habitavam as margens do Cágado, do Novo, do Pirapetinga, do Aventureiro, do Angu'. Celso Falabella também descreve um relato de Manoel José Pires da Silva Pontes sobre os Puris que encontrara em uma viagem à Zona da Mata em 1833, onde é dito: 'Os índios são de estatura baixa ou mediana, tendo os homens de quatro a cinco pés, e as mulheres, pouco mais de quatro, mas todos possuem formas robustas, grossas e compactas. Peito largo, pescoço grosso e curto. O ventre das mulheres é exuberante. Têm pernas finas, braços redondos e musculosos; pés estreitos atrás e largos à frente. A pele é cor de cobre, mais escura ou mais clara, conforme a idade, ocupação e saúde. A cútis é fina, macia e luzente; cabelos compridos, grossos e inflexíveis - negros, luzidios e bastos'. Francisco de Paula Ferreira de Rezende no livro 'Minhas Recordações', cita um depoimento de um certo Camilo José Gomes, onde, entre outras informações, era informado o seguinte sobre o tratamento dado aos Puris quando faleciam: 'Os que faleciam eram enrolados ou atados com cordas e depositados com suas flechas, bodoque e demais objetos, dentro de uma grande panela de barro e assim enterrados; e de tempos em tempos voltavam os que sobreviviam àquele lugar para chorar o falecido'. O inglês John Mawe, no livro 'Viagem no Interior do Brasil', assim tratou os Puris: 'Habitam as florestas em condições miseráveis; suas moradias, algumas das quais visitei, são construídas de ramos de árvores, inclinadas de forma a suportar o colmo ou teto de folhas de palmeiras; os leitos, de capim seco. Possuindo pouco conhecimento da lavoura, dependem, para sua alimentação, dos arcos e flechas e das raízes e frutos selvagens, que eventualmente encontram na floresta'. Outro trecho do livro de John Mawe sobre os Puris: 'Tinham os característicos gerais da raça: a pele bronzeada, atarracados, rosto redondo, nariz chato, cabelo negro e liso, estatura regular, com tendência para o tipo baixo e musculoso. Desejoso de assistir a uma prova de sua perícia e precisão de pontaria, de que tanto ouvira falar, coloquei uma laranja a trinta jardas de distância, que foi atingida por todos que desfecharam seu arco contra ela'. O naturalista Maximiliano, em seu 'Viagem ao Brasil', publicado em 1820, assim se refere aos Puris: 'Eram todos baixos, não tendo mais de cinco pés e cinco polegadas de altura; em geral, homens e mulheres eram robustos e de membros musculosos. Estavam completamente nus, exceto uns poucos que usavam lenços em torno da cintura ou calções curtos, obtidos dos portugueses. Alguns traziam a cabeça toda raspada; outros tinham os cabelos naturais, grossos e negros como carvão, cortados sobre os olhos e caindo dos lados sobre o pescoço; alguns cortavam rente a barba e as sobrancelhas. Tinham, geralmente, pouca barba'. Celso Falabella de Figueiredo Castro informa que no Livro nº 1 de batizados de Além Paraíba, iniciado em 1818 pelo Padre Miguel Antônio de Paiva, consta o batismo de vários índios Puris e que no Arraial de Nossa Senhora das Mercês do Cágado, atual Mar de Espanha, foram anotados, na mesma época, vários óbitos de indígenas daquela tribo, sendo possível que Cândida Maria da Conceição tenha nascido nessa região e fosse oriunda de tribo dos Puris, como era comentado no seio da família do autor.

37- No Exército do Brasil Colonial e Imperial a hierarquia militar era a seguinte: marechal-de-exército, tenente-general, marechal-de-campo, brigadeiro, mestre-de-campo ou coronel, tenente-coronel, sargento-mor ou major, ajudante ou capitão, tenente, alferes, primeiro-cadete, segundo-cadete, primeiro-sargento, segundo-sargento, furriel, cabo-de-esquadra, anspeçada e soldado.

38- Silva Leme, tomando por base o processo 'De Genere et De Moribus' do Padre Antônio Ferreira de Sá e Castro de 25-JAN-1779, constante dos autos do Padre Vicente Ferreira Monteiro de Castro, coloca João da Silva Vieira e Violante Carvalho Pinheiro como os pais de Antônio Carvalho Tavares. Já Frederico de Barros Brotero, levando em consideração a Justificação de 'Genere' dos Padres José Inácio de Castro, João Álvares de Castro e Manuel Inácio de Castro, informa que os pais de Antônio Carvalho Tavares eram o Capitão Pedro de Matos do Quental e Bárbara Gracês.

39- Egon e Frieda Wolff, em seu 'Dicionário Biográfico VII', registram, tomando como base informações contidas nos processos de inquisição, que Manuel Paredes era cristão-velho. José Gonçalves Salvador, por seu lado, informa, em seu 'Os Cristãos-Novos, Povoamento e Conquista do Solo Brasileiro (1530-1680)', que Manoel e seu homônimo que viveu nos Estados do Espírito Santo e do Rio de Janeiro eram cristãos novos.
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui