Do mundo eterna guarida !...
Ai... Minha Mãe... Minha Mãe...
Que expressão extremosa
Desabafam dolorosa
Velhos como eu também
Mas tanta gente porém
Sequer o tom lhe conhece
Ou por ela transparece
Seu verdadeiro sentido
No conceito presumido
Que uma Mãe passa e esquece...
Ai... Minha Mãe... Aparece
Na noite que trago em mim
Pra que reviva o festim
Da memória que fenece
Porque minh alma padece
Em saudoso desalento
O enxovalho do vento
Qu insensível tudo leva
Pró nada preso na treva
Onde não há pensamento...
Ai... Minha Mãe... Toma assento
No trono definitivo
Desta mágoa em que vivo
Adormecido no tempo
A fingir contentamento
E de novo em teu regaço
Deixa que extinga o cansaço
No consolo da ternura
De retorno à sepultura
De teu ventre no espaço
Ai... Minha Mãe... Num abraço
Envolve todos os filhos
E suaviza os cadilhos
Às Mães todas neste laço
Que me ligou passo a passo
Às coisas belas da vida
Enquanto foste a saída
Que tão pouco avaliei
Mas que agora creio e sei
Do mundo eterna guarida!...
Torre da Guia