A Eternidade
(Texto original em Francês)
O som dos frissons
Palavras nas ondas
Do outono
Vibram na beira
Da desrazão :
Nada surpreende-me...
Teu sorriso porém
Roça-me e permanece
Suspenso e tona
No éter sulfúreo
Desse céu descorado :
Nada surpreende-me...
Eis a renovação
Complexo, sem sexo
Perplexa, a hora toca
No meu claustro
Incerto mas puro :
Nada surpreende-me...
Uma mão invisível
Unge minhas dores secretas
E pousa uma rosa perfumada
Desabrochada, cheia de espinhos mil
Meu coração fere-se, mas jubila :
Morrer, renascer, é a Eternidade...
© Jean-Pierre Barakat
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