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Ensaios-->Os Sofimentos da Paixão de Wherter Segundo G.H -- 08/09/2002 - 16:39 (Rodrigo Nogueira da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
APRESENTAÇÃO

O que incorre na maneira vivenciar a realidade? Interessante é o estado do SER a priori a participação da ideologia do mundo. O idealismo puro, pela magnitude do afastamento dos fatos concretos, físicos e sociais, na descoberta de um “eu” outrora inexistente, mas que é real e imanente. E esta verdade emerge a luz que reflete sentimentos jamais vividos e situações embaraçosas que consternam o ser num questionamento infinito de sua existência - Os Sofrimentos do Jovem Wherter (Goethe) e A Paixão Segundo G.H (Clarice Linspector). Estas obras serão neste trabalho comentadas, abordando-se a temática existencialista que em ambas se observa. O que também nos levará a construir uma analogia entre os textos, discorrendo um pouco sobre seus autores, épocas, pensamentos e personagens.

* * *

1 - OS SOFRIMENTOS DO JOVEM WHERTER

Esta obra de autoria de Johann Wolfgang Von Goethe, escritor e cientista alemão do século XVIII, é lançada na Alemanha no ano de 1774, alavancando o início de um movimento responsável por uma nova maneira de pensar a arte e o lugar do artista no mundo - Sturn und Drang. Trata-se, todavia, de um movimento pré-romântico que abre alas para a instaurar-se na Europa o Romantismo, que desencadeia no espaço literário uma maior valorização pela originalidade criativa do artista, repulsando,portanto, as regras neoclassicistas, propondo-se a um maior questionamento do “eu” em narrativas tematizadas pelo subjetivismo, melancolismo, existencialismo e sentimentalismos doentios.
E nesse sentido, “Os sofrimentos de Wherter” traz a história de um jovem (Werther), que muda-se para uma cidade diferente da qual foi criado e, longe da família, passa a escrever cartas para seu amigo Wilhelm. As primeiras retratam a vida do local, o que Werther está lendo, com que se preocupa, banalidades. Mas não demora muito para envolver-se numa paixão alucinante por Charlotte (Lotte) que o toma por completo. Desde a primeira dança, numa festa, Werther sabe que Lotte está noiva de um outro rapaz de nome Albert. Como amigo, passa a visitar Lotte com grande freqüência, conquistando a amizade dela e de sua família. Mas enquanto o tempo passa, vê o amor crescer a ponto de pedir transferência em seu emprego burocrático, para que não a veja mais. Contudo, também não suporta viver longe dela, e na primeira oportunidade pede demissão e decide voltar ao vilarejo onde mora Lotte. Percebe-se então um forte impasse: Werther não consegue viver, perto ou longe de Lotte. Dividido em três partes, nas duas primeiras, à exceção de breves comentários do editor, sob forma de notas de rodapé ou um parágrafo introdutório, o conteúdo é exclusivamente as cartas destinadas a wilhelm. Na terceira parte, 'do editor ao leitor', intercalam-se as cartas e narrativas acerca dos conturbados dias de werther, cada vez mais próximo de um fim trágico. Vendo então a impossibilidade total de materializar seu amor por Lotte, Werther adota o fim clássico dos românticos, suicida-se.
Este livro teve tanta influência no espírito europeu da época, que provocou uma verdadeira onda de suicídios em toda a europa. Isto deu-se face a esplêndida narrativa Goetheana, que abusa de uma verossimilhança fenomênica, capaz de fazer com que seus leitores identificassem-se com as desventuras do Jovem Wherter.

1.2 - ANÁLISE

Absorvendo o pensamento pré-romântico da época, “Os Sofrimentos do Jovem Wherter” é uma obra que revela a negação de um homem em relação à sociedade e ao mundo despido dos valores emocionais, bem como um descontentamento com a realidade socio-cultural em torno de si construida. Como podemos ver no trecho a seguir, Wherter demonstra uma repulsa para com a moral burguesa nos relacionamentos com classes desfavorecidas:
“Bem sei que não somos e não podemos ser todos iguais; mas considero que aquele que julga necessário, para se fazer respeitar, distanciar-se do que chamamos povo, é tão digno de lástima como um covarde que se esconde do inimigo, com medo de ser vencido” (p.16).

Wherter mostra-se uma criatura aturdida pelos padrões sociais, e que não consegue compartilhar com a idelogia “comum” do mundo um entedimento da realidade. A narrativa é um palco de dúvidas que incorrem da observação do “eu” a partir de uma consciência reflexiva. O pensar na existencia infere questionamentos profundos, aquém das formas concretas e significantes do mundo:
“A vida humana não passa de um sonho. A muita gente ocorreu esta impressão que também me acompnha por toda parte. Quando vejo os limites que aprisionam as faculdade de ação e pesquisa do homem, e como toda atividade visa apenas a satisfazer nossas necessidades, que por sua vez não tem outro objetivo senão prolongar nossa mísera existência; quando verifico que toda a tranquilidade em relação a certos pontos não passa de uma resignação sonhadora, como um prisioneiro que enfeitasse de figuras multicoloridas e luminosas perspectivas as paredes de sua prisão. . .tudo isso, Wilhelm, me faz emudecer. Concentro-me e encontro um mundo em mim mesmo! Mas, também aí, é um mundo mais que pressentimentos e desejos obscuros do que de imagens nítidas e forças vivas. Tudo flutua vagamente nos meus sentidos, e assim, sorrindo e sonhando, prossigo na minha viagem pelo mundo.” (p.18)

Vemos aqui a pura manifestação da vanguarda romântica, o descontentamento com o mundo exterior e a consequente procura por um mundo próprio onde o “eu” interior habita. Mundo sem modelos, sem regras - mundo original, natural:

“Muito se pode dizer a favor de regras da arte, bem como a favor de leis da sociedade.(...)Apesar disso, diga-se o que se disser, toda regra destrói o verdadeiro sentimento e o verdadeira expressão da natureza. (p.20)

Por tratar-se de uma narrativa em primeira pessoa, toda a interpretação da história perpassa a ótica do personagem-narrador, que constrói um enredo totalmente subjetivo, envolto por um desalento irresolúvel. O conflito da história intensifica-se com o surgimento de Lotte, personagem esta que vem corroborar as inquietações de Wherter para com o mundo e sua existência. E no experimentar de um sentimento que se denomina amor, Wherter encanta-se de tal forma por Lotte, que não mais poderia viver sem ela. O sentido do “ser” passa a ser o amor, que existe de forma inexplicável, construindo uma base de sustento em relação ao mundo e a sociedade. Wherter enxerga em Lotte a única razão de sua vida, sua chama de vida que jamais poderia distanciar-se.
“.(...) Instalei-me lá, a meia hora da casa de Lotte, desfrutando, no mais íntimo de mim mesmo, toda a felicidade que é possível ao homem desfrutar ”(p.31)
“Wilhelm, que seria do nosso coração em um mundo inteiro sem amor? O mesmo que uma lanterna mágica apagada! Assim que se põe lá uma lâmpada, imagens de todas as cores surgem na tela branca...E mesmo se fosse apenas isso - fantasmas -, ainda assim continuará fazendo a nossa felicidade, sempre que nos postarmos diante deles , como crianças extasiadas com aquelas aparições maravilhosas.”(p.41)

Contudo, esse sustento e/ou felicidade de Wherter era instável. Há um elemento no enredo que se coloca como obstáculo entre Wherter e Lotte - é Albert, o noivo de Lotte, com o qual ela havia prometido a sua mãe casar-se (ver p. 59). E por tratar-se de uma promessa feita no leito de morte de sua mãe, Lotte jamais haveria de descumpri-la, ainda que manifestasse por Wherter um sentimento amoroso, como ele mesmo afirma:
“(...)Li em seus olhos negros um verdadeiro interesse por mim e pela minha sorte.(...)Eu sinto que ela me ama! Ela me ama! (p.40)
Contudo, as circunstâncias eram hostis, Wherter encontrava-se num impasse, para o qual a única solução seria a quebra da trina do enredo - Wherter, Lotte e Albert não mais poderiam ocupar o mesmo espaço e compartilhar os mesmos sentimentos. Para Wherter não haveria amor tão verdadeiro quanto o dele, e acredita que Albert ocupa um lugar que não lhe é justo.
”As vezes não entendo que possa outro amá-la, que ouse amá-la, quando eu, somente eu, a amava, de um amor tão ardente, tão completo!”(p.77)
“(...)Ela seria mais feliz comigo do que com ele! Oh! Ele não é o homem capaz de satisfazer todos os desejos do seu coração!” (p.75)

O amor de Wherter toma um patamar exageramente intenso. E um precipício vai ao seu encontro em cada gesto de indiferença de Lotte. O mundo e a existência perdem o sentido na impossibilidade de materialização de um desejo. E a morte surge como o único remédio capaz de cessar o sofrimento de um coração frustrado.
“Quero morrer! Não é de desespero; é a convicção de que suportei o quanto pude e de que eu me sacrificarei por você. Sim, Lotte, por que esconder? É preciso que um de nós desapareça, e sou eu quem deve desaparecer.”(p.102)

E num ato suicida Wherter dissipa sua existência de um mundo que não lhe pertencia e que não lhe acomodava. Era um mundo diminuído e consumido pela realidade, que era sinônimo de mágoas, decepções, tristezas e monotonias.

2 - A PAIXÃO SEGUNDO G.H.

Esta obra, da literatura brasileira, de autoria de um dos nossos maiores expoentes modernistas - Clarice Lispector - é publicada em 1969 e traz todo um universo simbólico intimista e introspectivo. Narra a história de uma mulher (G.H) que se depara com um mundo estranho, a partir do momento em que sua empregada (Janair) vai embora. GH inica-se a um conhecimento de seu espaço, indo ter ao quarto da empregada, lugar que imaginava ser um amontoado de jornais e sujeiras, a procura por algo que lhe tomasse o tempo, que lhe envolvesse que a fizesse sair do ócio de sua nobreza. Queria arrumar o quarto da empregada.
“Não ter naquele dia uma empregada iria me dar o tipo de atividade que eu queria: o de arrumar. Suponho que esta seja a minha única vocação verdadeira.” (p.33)
Contudo, G.H. frustra-se, ao deparar com um ambiente diferente daquilo que imaginava. O quarto era limpo e organizado. E isto lhe impunha uma revolta e ao mesmo tempo um espanto. O quarto que era parte de sua casa, agora lhe era diferente e desconhecido.
G.H ao sentir-se envolta por aquele ambiente, inicia-se em uma viagem ao seu interior. A sensibilidade, até então inexistente naquela mulher, fruto da sociedade capitalista, soergue ao perceber a própria existência, refletida no sentido de coisas e objetos outrora ignorados. E neste sentido, a barata, que surge na história, toma um significado imensamente complexo, na medida em que, aos olhos de G.H., metamorfosea-se no âmago da existência da própria protagonista.

1.2 - Análise

Quem é G.H.? Que criatura indeterminável é esta? Ela existe? O que se pode responder a esse respeito? Bem, A Paixão segundo G.H., trata-se de uma reflexão profunda sobre o “ser”. E o personagem G.H. se constrói a partir dessa busca existencialista - o “estar no mundo” implica uma existência, e dessa forma, G.H, vai “existir” ou localizar-se neste espaço, a partir da experiência do “eu” determinada pela presença do “não-eu”. Assim, o personagem torna-se ambíguo em si próprio - “eu”, G.H., não sou aquela de quem falo, que também denomina-se G.H.. “O resto era o modo como pouco a pouco eu havia me transformado na pessoa que tem o meu nome”(p.25)
O enredo, totalmente psicológico, inicia seu conflito a partir do momento em que G.H. insere-se no espaço do quarto da empregada, e passa a refletir-se no conteúdo daquele ambiente. Simbolicamente, o quarto significaria o interior de G.H. Interior este, insólito e inaceitável. A sua existência comum, padronizada sob os moldes da civilização humana, era uma verdade absoluta, quase incontestável, o todo de si justicava as partes. G.H, como uma estrutura, era una e relutava em assumir a existência de um “eu” desconhecido. Um “eu” interior divergente:
“O quarto divergia tanto do resto do apartamento que para entrar nele era como se eu estivesse saido de minha casa e batido a porta. O quarto era o oposto da suave beleza que resultara de meu talento de arrumar, de meu talento de viver, o oposto de minha ironia serena, de minha doce e isenta ironia: era uma violentação das minhas aspas, das aspas que faziam de mim uma citação de mim. O quarto era o retrato de um estômago vazio.”(p.42)

O quarto era o espaço do “não-eu”, espaço das antíteses que confrontavam as verdades do “eu”. E essas verdades, no objetivo da inquisição metafísica clariceana, deveriam ser contestadas - contestadas ao extremo, a fim de serem solidificadas num estágio ínfimo. E dessa forma, G.H. passa a penetrar seu interior de forma mais intensa, reduzindo cada vez mais seu foco de existência a fim se encontrar/ localizar:
“Anteriormente, quando eu me localizava, eu me ampliava. Agora eu me localiava me restringindo - restringindo-me a tal ponto que, dentro do quarto, o meu único lugar era entre o pé da cama e a porta do guarda-roupa” (p.50)

Neste instante, em que percebia a barata, G.H sentia-se mais enclausurada. Mas o que era a barata? Que representava? A barata subsistia no quarto, tão-somente lá, no espaço do “não-eu”. E ela era o próprio “não-eu”. E em sua figura representava a anterioridade humana, o pré-existencial,
“Saber que elas já estavam na Terra, e iguais a hoje, antes mesmo que estivesse aparecido os primeiros dinossauros, saber que o primeiro homem surgido já as havia encontrado proliferadas e se arrastando vivas,(...)”(p.48).

G.H. ao experimentar a proximidade da barata (o “não-eu”), experimentava a proximidade com o ínfimo de sua exitência, de sua vida. Como podemos ver no seguinte trecho:
“(...)o que eu via era a vida me olhando. Como chamar de outro modo aquilo horrível e cru, matéria-prima e plasma seco, que ali estava, enquantio eu recuava para dentro de mim em náuseas seca, eu caindo séculos e séculos dentro de uma lama - era uma lama, e nem sequer lama já seca mas úmida e ainda viva, era uma lama onde se remexiam com lentidão insuportável as raízes de minha identidade.”(p.57)
“É que eu olhara a barata viva e nela descobria a identidade de minha vida mais profunda.”(p.57)

Para G.H., estar próximo de uma criatura asquerosa como a barata, pela qual sentia pavor e náuseas, era o preço pago para sentir o âmago de sua existência. Contudo, seu “eu” desejava não só sentir, mas também concretizar o fenômeno existêncial, absorver totalmente o seu “ser” e aglutinar os pólos que lhe orientava - “eu” e “não-eu”. E para tanto, G.H sente-se impelida a sentir, em sua boca, o gosto da barata, e por assim agir, chega ao seu gene existencial, que diferentemente do que pensava, não é “nada”; é “neutro”.
“Oh Deus, eu me sentia batizada pelo mundo. Eu botara na boca a matéria de uma barata, e enfim realizara o meu ato ínfimo”(p.178).

E a questão do “neutro”, refere-se ao fato de que a mera comprovação existencial não tiraria de G.H a condição de humana. E o “nada” torna-se incoerente na medida em que validação da existência é um “ato ínfimo” responsável pela edificação do ser humano no mundo.

* * *


CONSIDERAÇÕES FINAIS


As obras que neste trabalho são analisadas, por mais que apresentem traços de completa diferença, seja pela época, cultura e lugares distintos onde foram produzidas, apresentam entre si, na lógica interna do texto, uma sensível relação. Ambas narrativas, em primeira pessoa, apresentam a força subjetiva que inspira a criação de um espaço isolado de um ”eu” protagonista, involto num espirito de sensibilidade do mundo e uma crise existencial. Wherter e G.H. confluem a consciência reflexiva de seu próprio mundo, construindo em suas essências a oposição aos sentidos e às verdades sociais.
A obra de Goethe, como foi comentada a pouco, traz toda a influência romântica emanada pelo pensamento rousseauneano, que vê a sociedade como o âmbito corrompedor de tudo o que se lhe insere. E as leis sociais em suas formas coercitivas, tornam-se insuportáveis a um espírito romântico: “(...) toda regra destrói o verdadeiro sentimento e a verdadeira expressão da natureza.” (p.20). E por assim dizer, o sentido existencial do personagem Wherter vai ter seu o seu fulcro no sentimento de amor - amor pelo amor acima de todas as leis, inclusive a da morte.
Da mesma forma, G.H, o personagem anônimo, vai buscar em seu interior, o verdadeiro sentido existencial, no translado de seu ambiente social, burguês e falso, ela vai testar, através de uma barata, o abissal de seu existir.E a partir de então, sente a verdade, esvai-se da falsa moral de nossa civilização:
“Ah, pelo menos eu já entrara a tal ponto na natureza da barata que já não queria fazer nada por ela. Estava me libertando de minha moralidade, e isso era uma catastrofe sem fragor e sem tragédia.”(p.86).
Vê-se portanto, a intríseca relação semântica que há nestas obras de Goethe e Clarice. Onde o escopo da análise concatena-se com as possibilidades de sentidos. observáveis.em ambas. E é isto o que nos permite falar de “Os Sofrimentos de Wherter Segundo G.H.” sem ser chamado de improvável.



BIBLIOGRAFIA

.
COELHO, Nelly Novaes. A literatura feminina no Brasil conteporâneo. São Paulo: Siciliano, 1993.

GANCHO, Cândida Vilares. Como analisar narrativas. São Paulo, Ática,1991.

GOETHE, Johann Wolfgang Von. Os sofrimentos do Jovem Wherter. São Paulo, Martin Claret, 2002.

LISPECTOR, Clarice. A paixão segundo G.H. Rio de Janeiro, Rocco, 1998.


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