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Ensaios-->Sobre os efeitos da vaidade no tempo e no conhecimento -- 11/08/2002 - 00:17 (Rodrigo Contrera) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Por Rodrigo Contrera

Todo conhecimento que busca mascarar vaidades não vale absolutamente nada, pois se mascara desejos inconfessáveis deixa de ser conhecimento para tornar-se efeméride.

Não é fácil distinguir, dentre tudo o que se lê, se ouve e se vê, aquilo que parece sustentar-se enquanto conhecimento daquilo que é mera efeméride. A filosofia oriental, por exemplo, considera que grande parte da filosofia ocidental é mera especulação vã disfarçada sob o véu da objetividade e que afasta os seres humanos da vida. A filosofia ocidental não consegue encarar a oriental sem disfarçar olhares de empáfia.

O tempo é um dos principais meios usados para depurar o conhecimento verdadeiro daquele que se limita a pretensões. A análise teórica contribui para a tarefa de depuração. Apesar disso, a construção de teorias não está imune à ação da vaidade. Deriva-se que a melhor forma de distinguir conhecimento de vaidade consiste em analisar diretamente o maior número possível de documentos originais. Só o estudioso inescrupuloso deixa de reparar no patente valor que todo e qualquer documento original exala quando analisado com carinho.

Não é necessário, para quem estuda cavaquinho (por exemplo), ouvir composições originais dos precursores do choro, como Henrique Alves de Mesquita ou Joaquim Antônio da Silva Callado Jr. Para estudar, basta dominar os fundamentos teóricos e práticos do assunto e praticar, pura e simplesmente. Mas todo e qualquer que queira ir além não irá conseguir nada de verdadeiramente valioso se não assumir a humilde tarefa de se debruçar na tradição. E nesta ele irá buscar (e encontrar) apenas o que tem verdadeiro valor. É então que o verdadeiro conhecimento se impõe. Olhar para trás torna-se então um eterno futuro; olhar para a frente um contínuo demonstrar de vaidades inconfessáveis. Vez ou outra surgem promessas, vez ou outra as promessas mostram-se vãs, por vezes surgem luzes, a maioria das quais passam despercebidas.

Cabe aos conhecedores distinguir e incentivar os verdadeiros precursores: aqueles que por viverem seus dias como poucos sentem nas veias a tradição que sem o querer deu-lhes razão para viver.

Mas o verdadeiro sábio não se ilude. Vive e morre ciente de que tudo e nada no fundo dá na mesma.

© Rodrigo Contrera, 2002.
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