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Artigos-->Contando histórias num abrigo de senhoras - (9) -- 29/07/2011 - 21:07 (Alzira Chagas Carpigiani) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


 



 



Relatório de 29 de julho de 2011 – Abrigo Pentecostes (das 10 às 11h)



Senhoras:



Maria Silvestre



Pérola



Dolores



Valdete



Zezé



Joana



Maria Rosa



Hermínia



Ermerinda



Ascensão



Enfermeira: Val



Cozinheira: Delfina



Histórias: A Cigarra e a Formiga; Festa no Céu; O Velho, o Menino e o Burro; Maria-vai-com-as-outras; O Isqueiro; O Patinho Feio eOs Músicos de Bremen.



Depois de passar duas semanas sem contar histórias no abrigo, eu achei melhor telefonar antes de sair de casa, avisando que ia, e ao chegar lá, encontrei todas as senhoras me esperando. Foi um reencontro agradável, apesar de ter ficado triste quando soube do estado de saúde de Dona Maria Rosa, ela está com pneumonia. O rosto abatido, a respiração difícil e uma dificuldade maior ainda para andar não tiraram dela a disposição para ouvir histórias. Lamentavelmente, São Paulo é uma cidade bastante ingrata para muitos de seus moradores, nesta época seca do ano.  



A minha base de inspiração para contar a Cigarra e a Formiga foi a antiga e sempre boa Coleção Disquinho. Essa história, que fez parte da minha infância, repercute até hoje nas minhas memórias. Algo que tem sido positivo para mim, poderá ser também para outra pessoa – por que não?



Já a aventura de exercitar a voz nas canções só pode ser classificada como uma aventura mesmo. “De início, disse eu, vou logo avisando que não sou cantora, mas a canção da personagem é tão bonita, que eu quero apresentá-la a vocês.”



“Um, dois, três, sacos de farinha, quatro, cinco, seis, sacos de feijão, trabalhando dona Formiguinha vai enchendo aos poucos seu porão.”   



E também:



“Sou feliz Cigarra cantadeira, canto a vida, canto a luz, pois quem canta, canta a vida inteira, torna os sonhos mais azuis. De que vale um tesouro junto às cores do arrebol? Quem quiser que junte todo o ouro, eu prefiro a luz do Sol.”



De repente, uma história intrusa no meio das outras de tradição oral: Maria-vai-com-as-outras, da Sylvia Orthof. Fazer o que, se associo essa história com a fábula O Velho, o Menino e o Burro? Foi bem interessante contá-la. Como acessório usei bolinhas de algodão branco e para diferenciar a Maria das demais “ovelhas”, uma das bolinhas ganhou um lacinho vermelho.



A reação da plateia foi ótima. Elas riram e comentaram o divertido final da história. Disseram: “Ah, se na vida tudo fosse fácil assim de ser resolvido.” Pois é, não é. A resolução de boa parte dos nossos problemas quase sempre exige de nós uma cruel dose de sofrimento. E por falar em sofrimento, Andersen fez parte da contação de hoje com duas histórias: O Isqueiro e o Patinho Feio.



Observei que em algum lugar do passado, algumas das minhas ouvintes já tiveram contato com Andersen, mas isso pareceu-me envolto num emaranhado tão caótico que não tive como confirmar. A memória é confusa... quando pergunto se elas gostariam de ouvir novamente alguma história já contada por mim, percebo que elas titubeiam. Dizem “ah, conte aquelas que você preferir”. Então, hoje, decidi que vou reintroduzir no “cardápio”, histórias já contadas. Espero com isso promover no nosso grupo uma reativação (ou um resgate) da memória.



Os Músicos de Bremenextrapolaram o horário das 11 horas e isso os prejudicou. Por quê? Por causa do cheiro do almoço (preparado pela Delfina), que começou a invadir o nosso espaço. Aí, a atenção de algumas das senhoras, que já estavam visivelmente com fome, ficou prejudicada. Confesso que a atividade culinária daquela moça afetou também a minha performance a partir de então. Contar histórias com estômago nervoso eu não recomendo!



Acho que por hoje é só. A semana que vem tem mais. Até lá, pessoal!



 



“Amarrei meu burro lá no poste da esquina, o meu burro voou, foi lá pras estrelas. Desce, meu burro! Eu não desço, não. Desce, meu burro! Eu não desço, não, porque eu sou burro, mas não sou bobo, não!” (Essa é a letrinha de uma música que fiz para os meus filhos quando eles eram bem pequenos... Há quanto tempo? Mais ou menos há uns quinze anos).

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