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Artigos-->JOELMA -- 10/07/2011 - 03:06 (Joel Ribeiro do Prado) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Eu fui das primeiras pessoas a ver que o Joelma estava pegando fogo. Naquele momento, muita gente ainda adentrava o prédio e eu tive vontade de correr até a entrada para avisar, mas preso pelo trânsito, na ilha da Avenida Nove de Julho, não consegui atravessar e de lá presenciei a evolução da tragédia. Eu jamais esquecerei o que vi. Pessoas que se equilibravam em espaços reentrantes externos em diversos andares à espera de salvamento. Gente desesperada no terraço, correndo de um lado para o outro, tentando fugir das labaredas. De repente, alguém se atirou e acabou indo de encontro a outra pessoa que já estava descendo pela escada magirus, morrendo ambos. Uma mulher jogou-se com uma criança. Mas a cena mais rara foi a de um rapaz que ia descendo lá do alto, onde a magirus não alcançava, por fora do prédio. Ele se agarrava ao piso da sacada, balançava o corpo e deixava cair no andar de baixo. A cada andar vencido ao encontro da magirus que não chegava até ele, a vibração popular era como aquela que acontece quando o Brasil marca um gol na Copa do Mundo. E ele se salvou assim, mas tendo que ainda dar um passo no espaço para tocar com um dos pés a escada. Foi a coisa mais emocionante que vi até hoje.



Num dado momento, eu preferi ficar onde não via aquelas imagens mais dramáticas de gente que se atirava ou que estava prestes a ser devorada pelo fogo. Fui ficar na Rua João Adolfo e, lá preso ao chão, fiquei orando por aquelas criaturas em desespero. Voltando para o meu apartamento, na Rua Japurá, muito próxima do Joelma, ouvi apelos no rádio para que se levassem pomadas e lençóis para serem colocados nas vítimas de queimaduras, que eram transportadas para o heliporto da Câmara Municipal. Peguei em casa todas as pomadas que tinha, alguns lençóis e cobertores, fiz uma coleta nos apartamentos vizinhos e levei o que consegui para a Câmara Municipal. Pouco depois, assistindo à televisão, ouvi a relação de nomes das pessoas desaparecidas que estavam sendo procuradas pelos parentes, e entre os nomes estava a de um amigo e ex-colega das Abril, o Wagner De Luca, que eu nem sabia que estava trabalhando no Citibank. Eu não queria acreditar que se tratava daquele meu amigo, que junto comigo escapara, com uma perna quebrada, de um acidente de carro grave, na Rua Afonso Celso, quando um ônibus arremessou o meu Henry Jr. contra o muro do Colégio Arquidiocesano - o que sobrou do carro eu doei para a Casa André Luiz. Lembrando que ele, com o dinheiro que recebera ao sair da Abril, comprara para dois irmãos uma charutaria na Sopa Paulista da Avenida Ipiranga, fui até lá e, infelizmente, tive a confirmação de se tratava mesmo dele. Solidário com os dois irmãos do Wagner, acabei os acompanhando ao IML, onde estavam alguns corpos para identificação. Foi um espetáculo dantesco o que vi. Algumas das vítimas, com a aparência de negros bonecos de cera, estavam numa postura de defesa, como que tentando proteger a cabeça das chamas. O fogo reduzira em muito o tamanho daquela pessoas. Apenas uma delas parecia apenas estar adormecida sobre uma maca e com um pequeno cartão de identificação preso por um fio a um dos pés. Era aquela moça que, em algumas fotos do incêndio, se vê deitada sobre o parapeito do terraço. Ela, que morrera sufocada, parecia apenas dormir. O Wagner De Luca, que iria se casar na semana seguinte, morreu e, ao que parece, morreu no elevador do prédio, pois, um ano depois, encontrando-me com outro ex-colega da A, no Largo São Francisco - o Antônio Vasques - contou-me ele que na hora do incêndio estava conversando ao telefone com o Wagner sobre a possibilidade de se empregar também no Citibank. Foi quando o Wagner disse que estava um cheiro de queimado ali e que ele iria ver do que se tratava. De volta ao telefone, apressado, O Wagner disse ao Vasques que precisava sair correndo, pois havia um incêndio ali.



Isto é tudo o que vi e o que sei. Tristemente, inesquecível...



e-mail do autor: joelprado@columbiamarcas.com.br

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:: COMENTÁRIOS ::



Eu, neste dia fatídico estava voltando de Campinas onde fui fazer minha matrícula na PUC de Campinas, estava com minha prima Anibia que aproveitou para vir comigo p/ SP para fazer compras, quando entramos nas lojas não sabíamos o que estava acontecendo, mas sentíamos um forte cheiro de carne queimada, os vendedores e vendedoras todos chorando. Foi quando um deles nos contou da tragédia. Saimos de lá do centro e fomos direto p/ casa de minha mãe no Ipiranga. Muito triste este episódio de Sampa



[ Enviado em 10/4/2011 por Julia Poggetti Fernandes Gil - gibajuba@yahoo.com.br ]





gostria de saber sobre um critão que pasa pelo fogo e nãõ se queima neste dia do asidenti do joelma



[ Enviado em 29/7/2010 por paulo jose - pvp.paulo@hotmail.com ]





Eu ouvi essa historia aquele rapaz que deçeu la de cima 16andar ele ñ desceu sosinho ele foi acompanhado pelos anjos do senhor porque naquele momento jesus estava ao seu lado .jesus e tremendo



[ Enviado em 13/4/2010 por darleny - darlenyoabreu@hotmail.com ]



Olá Joel, seu relato sobre o incendio do Joelma, me encheu de lágrimas pelas vidas que se foram. Na época, eu trabalhava na Abril Cultural da Rua Augusta, setor administrativo. Quando logo pela manhã, ouvi pelo rádio a triste noticia e via pelas avenidas a grande movimentação dos carros de bombeiros e viaturas policiais. Fui até lá, e presenciei aquele pavoroso incendio, as pessoas no último andar aguardando por socorro e o desespero de alguns se atirando. Até hoje, rezo por todos que se foram.



[ Enviado em 10/1/2010 por Hamilton Domingues - hamiltondomingues@bol.com.br ]



Nossa você contou esta história, eu tambem lembrei como se fosse hoje, eu trabalhava na Rua bôa Vista, e tinha uns amigos nossos que trabalhavam na rua joão adolfo numa corretora de algodão, e pediram para ir para o nosso escritório, pois o calor era terrivel ali, que tristeza, eu lembro que fomos ver de longe não dava para acreditar, até hoje eu lembra não dar para esquecer...são lembraças infelismente tristes que a gente lembra,é uma trista história.. Elza...



[ Enviado em 2/10/2009 por Elza Nogueira - Elzacn@ig.com.br ]





Joel. Como o Saidenber, também fui testemunha do incêndio do Andraus. Por minha vez, trabalhava como redator numa "house agency" que ficava em cima da Clipper (Lgo Sta. Cecília) e de lá até a São João era um pulo. Um dia antes eu estive no 11º andar do Andraus e protocolei um domento que lá tive que deixar. Durante alguns anos esse protocolo ficou em minha carteira como um amuleto. Na verdade eu deveria ter ido no dia seguinte, mas, para minha sorte, antecipei minha ida. Terríveis lembranças.



[ Enviado em 4/8/2009 por PAULO FÁBIO ROBERTO - fabbito@uol.com.br ]





Joel, tem um relato feito por mim neste site intitulado 01/02/1974-edificio joelma e, declaro a voçê que gostaria de ter tido no momento que estava escrevendo este acontecimento, metade do seu dom em descrever nos detalhes este triste dia, marcado para sempre por esta tragédia, vista por nos dois em pontos geograficos diferentes . Seu texto esta excelente. Parabens, Carlos Dias



[ Enviado em 2/8/2009 por Carlos Dias - larame35@terra.com.br ]





Testemunhei o incêndio do Andraus, pois na ocasião- 24 de fevereiro de 1972- trabalhava na Vieira de Carvalho, atrás dele. Foi tb um horror inimaginável.



[ Enviado em 1/8/2009 por Luiz Simões - saidenberg@ajato.com.br ]





Horripilante relato, Prado, essa lembrança a gente nunca mais vai esquecer. Apesar do tema, vc. deu um toque de sobriedade ao desfilar as tristes ocorrêncis, com bastante respeito. Gostei do texto, parabéns. Laruccia



[ Enviado em 31/7/2009 por Modesto Laruccia - modesto.laruccia@terra.com.br ]





O fogo, o ar, a água e a terra. Quatro elementos vitais e que fazem chorar. Dura experiência e belo relato. Vi de uma janela (onde trabalhava), o do Andraus, nem aguentei olhar muito tempo. Abraço, Suely



[ Enviado em 31/7/2009 por suely aparecida schraner - cgestorveleiros@gmail.com ]





Impressionante relato,o melhor que já li sobre a tragedia do Joelma.



[ Enviado em 31/7/2009 por Lygia - lymms7@hotmail.com ]







Manhã do dia 01.02.1974, uma 6ªfeira, estava chegando em Fortaleza e tirando minha bagagem do automovel, na Praça do Ferreira (Hotel Savanah)quando o porteiro do Hotel, me informa que estava havendo um grande incêndio em São Paulo...Era o Edificio Joelma, sendo consumido pelo fôgo, ceifando centenas de vidas...Assisti tudo pela TV...Simplesmente...PAVOROSAS IMAGENS DE PESSÔAS SE ATIRANDO DO PREDIO,ESTATELANDO-SE NO ASFALTO...Triste lembrança de uma linda Cidade... Flavio Rocha



[ Enviado em 31/7/2009 por Flavio Rocha - flaviojrocha@bol.com.br ]





O dia 1º fevereiro de 1974. Foi o dia que São Paulo chorou 10 vezes mais do que no incendio do salão de baile do Elite 28, na Florencio de Abreu.



[ Enviado em 30/7/2009 por Mario Lopomo - mlopomo@uol.com.br ]





História, realmente, triste, Joel, não é fácil. Esse incêndio do Joelma foi um capítulo dos mais tristonhos na História de São Paulo. Arrepia, até, essas histórias. É, não é fácil, pelo Amor de Deus!!!, que aflição dos irmãos e tua no IML procurando para ver se era o corpo. Já passei por isso também, se bem que por circunstâncias diferentes e, felizmente, depois, quem estava sumido apareceu. Com vocês, infelizmente, não aconteceu o mesmo.- abraços - Pedro Luiz



[ Enviado em 30/7/2009 por Pedro Luiz Boscato - plboscato@uol.com.br ]





Joel, este incêndio deixou marcas que jamais serão apagadas. Conheci um rapaz, ele morava na minha rua, simplesmente ele se atirou na hora do desespero, foi horrível para todos nós. Um abraço



[ Enviado em 30/7/2009 por margarida pedroso peramezza - peramezza@ajato.com.br ]





TAMBEM VI OS 3 INCENDIOS.(ANDRAUS, JOELMA, CAL CENTER, NA AV. PAULISTA.)



[ Enviado em 30/7/2009 por joao claudio capasso - jccapasso@hotmail.com ]





Pois é Joel, a mesma cena que voce descreve, de pessoas jogando-se do Joelma, eu vi da alça de acesso do minhocão. Toda vez que por ali passo a cena me vem a mente, é terrível! Um abraço Rossi.



[ Enviado em 30/7/2009 por antonio rossi dos santos - rossi@valoneadv.com.br ]





Presenciei o incêndio do Andraus (1972) e, já na Bahia, acompanhei o drama do Joelma (1974). Ambos foram um triste episódio, sendo o Joelma o mais drástico pelas vidas que por lá se perdeu.



[ Enviado em 30/7/2009 por nelson de assis - nel.som55@yahoo.com.br ]





Sr.Prado, não se conta a história de SP só com passagens bonitas. Acidentes como estes não podem ser esquecidos e espero para o bem geral que os prédios tenham se equipado e sejam rigorosamente fiscalizados pela PMSP e Corpo de Bombeiros, para prevenir tais tragédias. Bernardi.



[ Enviado em 30/7/2009 por Ernesto Bernardi - ernestob1144@gmail.com ]





TRABALHAVA NO CENTRO DE S.,PAULO, E INFELIZMENTE VI AO VIVO ESTE INCENDIO, POIS UM CUNHADO MEU TINHA UMA LOJA DE MATERIAIS ELÉTRICOS NA RUA ST. ANTONIO "ELBRAS" E EU ESTAVA POR LÁ, VI TAMBÉM O DO ANDRAUS.



[ Enviado em 30/7/2009 por RUBENS ROSA - RROSA49@YAHOO.COM.,BR ]







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