A gente quando trabalha
Tem a remuneração
Ganha pelo nosso esforço
Para defender o pão
Já do tempo centenário
Cada um tem seu salário
De acordo com seu patrão.
Tem o salário cebola
Nos valha nossa senhora!
A gente mal pega nele
No instante vai embora
O trabalho de um mês
Eu falo para vocês
A gente recebe e chora.
Outro modo de ganhar
É o salário cafajeste
Ele não ajuda em nada
Não sobra nada que preste
Ele só te faz sofrer
Sem ele não vai viver
Quem teve já fez o teste.
Tem o salário Brasil
Nesse nem é bom falar
Fica-se na esperança
Que um dia vai melhorar,
Mas ele sempre piora
Vai murchando nossa bola
E pedem pra acreditar.
O salário futebol
É uma adivinhação
Hoje pode está por cima
Amanhã num pode não
É caixinha de surpresa
Nunca se tem a certeza
De ganhar algum tostão.
O salário camisinha
Esse não tem condição
Quando não corta o barato
Vai tirando o tesão
Apaga a nossa tocha
Deixa todo mundo broxa
Fica o vazio na mão.
Tem o salário regime
Esse a gente emagrece
Faz o povo comer menos
E a carne desaparece
É um regime forçado
Por tá mal alimentado
A pobreza sempre cresce.
O salário mais terrível,
Mal entra já terminou
É a ejaculação precoce
Que já foi e nem chegou
Nem chega a dar prazer
Nada se pode fazer
Ao entrar já acabou.
O último que vou falar
É o salário menstruação
Que vem uma vez por mês,
Mas se falha dá aflição
Dura só uma semana
O resto do mês se dana
Esperando a nova ação.
