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Artigos-->os vilões que nos fazem rir! -- 15/02/2002 - 11:53 (Clóvis Luz da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
De uns tempos para cá a televisão brasileira, especialmente a Globo com suas novelas, inventou um novo tipo de personagem: o vilão que nos faz rir. Antes de analisar as motivações, vejamos como os tais se caracterizam.



Personagens como Odete Roitman, na novela Vale Tudo, vivido por Beatriz Seggal, a gêmea malvada Raquel, interpretada por Glória Pires em Mulheres de Areia ou mesmo a personagem de Cláudia Arraia em Torre de Babel, Ângela, por sua extrema maldade causavam tamanho ódio nos telespectadores, que muitos desses, ao verem os artistas na “vida real”, hostilizavam-nos a ponto de lançar-lhes insultos, quando não objetos, servindo-se desse instrumento radical e mal educado para externar seu desejo de ver a justiça que a muitos deixa impunes na vida real ao menos na ficção funcionar.



Quem sabe para livrar os artistas de telespectadores ingênuos e indignados, insuflados pela mistura explosiva e perigosa desses dois ingredientes, os autores resolveram não diminuir a maldade dos vilões, mas conferir a eles também uma certa ingenuidade ou não intencionalidade nas ações, tirando delas o dolo evidente pela maquiagem do humor e do gracejo de trejeitos, falas, caras e bocas, pelos quais se tornou possível que a perversidade de uma cena na qual o vilão esteja a engendrar um golpe, quiçá um assassinato, seja amenizada pelo tom jocoso da situação criada exatamente para esse fim.

Viúva Porcina e Sinhozinho Malta, personagens de Regina e Lima Duarte em Roque Santeiro;



Perpétua, de Joana Fomm em Tieta, Altiva, vivida por Eva Vilma em A Indomada, e atualmente a “santarrona” Imaculada, personagem de Elizabeth Savalla em A Padroeira, são exemplos perfeitos de como os vilões antigos foram inteiramente substituídos pelos novos, os quais, mesmo fazendo maldades, planejando seqüestros, roubos e assassinatos, agora também nos fazem sorrir, levando-nos a aceitá-los sem nenhuma ressalva na consciência, nenhuma análise reflexiva sobre a maldade humana, parecendo mesmo que o mal dos homens não passa de uma simples obra de ficção, inexistindo na vida real, composta de telespectadores ávidos e prontos a consumir tudo aquilo que a Televisão lhes queira ensinar, tal fato sendo já talvez um fruto dessa relativização da maldade e da idiotização de pessoas que nem isso conseguem perceber.

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