BRASIL MONARQUIA – QUESTÕES DE VESTIBULARES DEZEMBRO DE 2010 E JANEIRO DE 2011.
Compiladas por Edson Pereira Bueno Leal
1 MACKENZIE 2011INDEPENDÊNCIA
No ano de sua independência, o Brasil tinha [...] tudo para dar errado. De cada três brasileiros, dois eram escravos, negros forros, mulatos, índios ou mestiços. Era uma população pobre e carente [...]. O medo de uma rebelião dos cativos assombrava a minoria branca. O analfabetismo era geral. [...]. Os ricos eram poucos e, com raras exceções, ignorantes. O isolamento e as rivalidades entre as províncias prenunciavam uma guerra civil [...].
Laurentino Gomes, 1822
E correto afirmar que a independência do Brasil só não confirmou os temores apresentados no trecho,
a) porque ao defender a revolução popular de inspiração camponesa, inspirou legisladores como Jose Bonifacio e Joaquim Nabuco a defenderem a emancipação completa em relação a Portugal.
b) porque o povo conseguiu entender os anseios de D. Pedro e da elite brasileira, ao pegar em armas e defender ate a morte uma independência que parecia condenada em sua própria estrutura.
c) porque foi realizada a revelia da população pobre –destacadamente de origem africana e indígena – uma vez que suas simpatias pela Revolução Americana ameaçavam os poderes da elite branca.
d) porque parcelas significativas da elite brasileira se aglutinaram em torno de D. Pedro, a fim de manter as antigas bases de um Brasil colonial na estrutura do novo país que nascia em 1822.
e) porque foi inspirada pela Revolução Francesa e pelas idéias iluministas, no contexto da crise do Antigo Sistema Colonial, sendo liderada pela elite burguesa contra a tirania representada por D. Pedro.
2 MACKENZIE 2011 BRASIL MONARQUIA
Fatos e acontecimentos históricos podem ser analisados de muitas maneiras. Refletir, por exemplo, a respeito da formação da nação brasileira entre as décadas de 1830 e 1870, e tentar compreender seus aspectos econômicos, sociais, políticos e culturais. Nesse sentido, a visão conservadora a respeito da Historia do Brasil considera esse período sob a ótica da “turbulência” – ou “desordem”
– e da “calmaria” – ou “ordem”. Mesmo contestada por novos estudos, essa dicotomia tradicional, no período citado, pode ser encontrada analisando-se, respectivamente,
a) o Período Regencial e o Período pré-colonial.
b) o Período Regencial e o Segundo Reinado.
c) o Segundo Reinado e o Primeiro Reinado.
d) o Primeiro Reinado e o Período Regencial.
e) o Período pré-colonial e o Segundo Reinado.
3 UNESP 2011 GUERRA DO PARAGUAI
A Guerra do Paraguai (1864-1870) foi definida, por alguns historiadores, como um momento de apogeu do Império brasileiro. Outros preferiram considerá-la como uma demonstração de seu declínio. Tal discordância se
justifica porque o conflito sul-americano
a) estabeleceu pleno domínio militar brasileiro na região do Prata, mas provocou grave crise financeira no Brasil.
b) abriu o mercado paraguaio para as manufaturas brasileiras, mas não evitou a entrada no Paraguai de mercadorias contrabandeadas.
c) freou o crescimento econômico dos países vizinhos, mas permitiu o aumento da influencia americana na região.
d) ajudou a profissionalizar e politizar o Exercito brasileiro, mas contribuiu na difusão, entre suas lideranças, do abolicionismo.
e) fez do imperador brasileiro um líder continental, mas gerou a morte de milhares de soldados brasileiros.
4 UNICAMP 2011 RECENSEAMENTO 1872
O primeiro recenseamento geral do Império foi realizado em 1872. Nos recenseamentos parciais anteriores, não se perguntava sobre a cor da população. O censo de 1872, ao inserir essa informação, indica uma mudança, orientada por um entendimento do conceito de raça que ancorava a cor em um suporte pretensamente mais rígido. Com a crise da escravidão e do regime monárquico, que levou ao enfraquecimento dos pilares da distinção social, a cor e a raça tornavam-se necessárias.
(Adaptado de Ivana Stolze Lima, Cores, marcas e falas: sentidos da mestiçagem no Império do Brasil. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2003,
p. 109, 121.)
A partir do enunciado, podemos concluir que há um uso político na maneira de classificar a população, já que
a) o conceito de raça permitia classificar a população a partir de um critério mais objetivo do que a cor, garantindo mais exatidão nas informações, o que era necessário em um momento de transição para um novo regime.
b) no final do Império, o enfraquecimento dos pilares da distinção social era causado pelo fim da escravidão. Nesse contexto, ao perguntar sobre a
raça da população, o censo permitiria a elaboração de políticas públicas visando à inclusão social dos ex-escravos.
c) a introdução do conceito de raça no censo devia-se a uma concepção, cada vez mais difundida após 1870, que propunha a organização e o governo da sociedade a partir de critérios objetivos e científicos, o que levaria a uma maior igualdade social.
d) no final do Império, a associação entre a cor da pele e o conceito de raça criava um novo critério de exclusão social, capaz de substituir as formas de distinção que eram próprias da sociedade escravista e monárquica em crise.
5 UNICAMP 2011IMIGRAÇÃO NO SEGUNDO REINADO
Em 1869, o deputado Bento de Paula Souza discursou na Assembleia Legislativa da Província de São Paulo em defesa da imigração: “Nós queremos os americanos como paulistas novos, como paulistas adotivos, homens prestimosos, que escolham a província como sua nova pátria,
e queremos os alemães como trabalhadores, como homens produtivos, que venham aqui habitar. Tanto uns como outros, os receberemos com o mesmo entusiasmo”.
(Adaptado de Célia Maria Marinho de Azevedo, Onda negra medo branco: o negro no imaginário das elites – século XIX.
Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987, p. 145.)
a) Caracterize o contexto internacional que permitia ao deputado paulista esperar uma imigração de norteamericanos.
b) Aponte duas características da imigração para o sul do Brasil que a diferenciem da imigração para a província de São Paulo.