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Ensaios-->Árvore de costado de Luís Paulo Veloso Lucas -- 16/07/2001 - 21:14 (Pedro Wilson Carrano Albuquerque) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
ANTEPASSADOS DE LUÍS VELOSO LUCAS(1)

O POLÍTICO
1- Luís Paulo Veloso Lucas (ou Luiz Paulo Vellozo Lucas). N. em Vila Velha (ES) em 13-DEZ-1956. Engenheiro e funcionário do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social. Foi Diretor do Departamento da Indústria e do Comércio do Ministério da Economia, Fazenda e Planejamento, Secretário do Planejamento e da Agricultura do Estado do Espírito Santo, Secretário de Planejamento do Município de Vitória (ES), Primeiro Suplente do PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira) nas eleições de 1994 para Deputado Federal pelo Espírito Santo e Secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda. Eleito Prefeito Municipal de Vitória (ES), no primeiro turno, em 3-OUT-1996, tomou posse no cargo em 1-JAN-1997. Reeleito Prefeito de Vitória em 2000. C. em primeiras núpcias com Rute Erhlich e, em segundas núpcias, no Rio de Janeiro (RJ), com Sandra Maranhão Carijó, filha de Artur Carrano de Moura Carij[o e de Vera Maria de Sabóia Maranhão (2).

OS PAIS
2- Laércio de Almeida Lucas. N. em Iconha (ES) em 12-SET-1932. Dentista. C. em Vila Velha (ES) c. Maria José dos Santos Veloso, com quem teve os filhos Luís Paulo Veloso Lucas e Sérgio Veloso Lucas.
3- Maria José dos Santos Veloso. N. em Vila Velha (ES) em 3-NOV-1931. Foi, por diversas vezes, a Conselheira Presidente do Tribunal de Contas do Estado do Espírito Santo. Na primeira página de edição da “Gazeta Mercantil” de dezembro de 1999, há o seguinte artigo de Geraldo Hasse sobre Maria José, com o título “D. Mariazinha tem o poder. Ela assume pela 9ª vez TC do ES”: “A mulher mais poderosa do Espírito Santo fala gíria e palavrão, veste-se com elegância e usa penteado curto, no estilo “à la garçonne” de outrora. Maria José Velloso Lucas, de 68 anos, conhecida como Dona Mariazinha, assume na próxima segunda-feira, pela nona vez, a presidência do Tribuna lde Contas de seu estado. “Sou do tempo que o serviço público era uma glória, não o vexame de hoje”, diz. Ela é a mais velha de quatro irmãs, todas internas do tradicional colégio Sacré Coeur. Aos 21 anos, entrou para o IAPI, ramo do atual INSS. Subiu na vida mandando. Em 79, tornou-se a primeira mulher brasileira a chefiar uma Casa Civil, na gestão do governador Eurico Rezende, cargo que voltou a ocupar na gestão de Elcio Alvares, atual ministro da Defesa. Mas foi como presidente do TC que seu nome se tornou obrigatório em todas as rodas políticas do Espírito Santo”. O artigo continua na página A-8 da mesma edição do jornal (2-A).


OS AVÓS
4- Hildebrando Gomes Lucas. Dentista.
5- Orlandina de Almeida.
6- Luís Manoel Veloso. Funcionário público. N. em 25-JUN-1904 em Vila Velha (ES). Foi Delegado do Tesouro Nacional do Espírito Santo. C. em Vila Velha c. Maria Luísa Coelho dos Santos, com quem teve os filhos Maria José, Maria Teresa, Maria Clementina - esposa de Artur Carlos Gerhardt Santos, que foi Governador do Espírito Santo no período de 1971 a 1975 (3) e Maria Luísa dos Santos Veloso. Fal em 21-ABR-1973 em Vila Velha (ES).
7- Maria Luísa Coelho dos Santos. N. em Vila Velha (ES) em 2-ABR-1913.

OS BISAVÓS
14- Antônio Luís Pitanga dos Santos. Advogado. N. em 3-MAI-1889 no Recife (PE), onde fal. em 16-ABR-1914. Casou-se com Maria José Ferreira Coelho, com quem teve os filhos: Maria da Conceição, Maria Luísa e Antônio Luís Coelho dos Santos.
15- Maria José Ferreira Coelho. N. em Tubarão (SC) e fal. em Vitória (ES). Irmã de José Ferreira Coelho.

OS TRISAVÓS
28- João Luiz dos Santos. Contabilista formado em Londres, Inglaterra. N. em 5-ABR-1860 no Recife (PE), onde fal. em 13-ABR-1951. Na mesma cidade casou-se em primeiras núpcias c. Maria da Conceição de Sousa Pitanga e em segundas núpcias (em 29-AGO-1903) c. sua cunhada Praxades Idalina de Sousa Pitanga. Filhos (todos oriundos do primeiro casamento): Lília Pitanga dos Santos, João Luís dos Santos Júnior, Antônio Luís, Praxedes, Raul, Paulo, Maria Luísa e Maria da Conceição Pitanga dos Santos e Leopoldo Luís e Oscar Luís dos Santos.
29- Maria da Conceição de Sousa Pitanga. N. em 11-JAN-1865 no Recife (PE), onde fal. em 23-JAN-1900, em virtude de tifo.

OS TETRAVÓS
56- Antônio Luís dos Santos. Comerciante no Recife (PE), onde n. em 24-DEZ-1819, fal. em 21-OUT-1884 e casou-se c. Maria Luísa Gonçalves da Silva, com quem teve os filhos Antônio Luís dos Santos Filho, Maria Luísa, Alfredo Eutiquiniano, João Luís, Gasparina Amabilia, esposa de Joaquim Correia de Araújo, o Conde Correia de Araújo, que foi Presidente da Província de Pernambuco no período de 1896 a 1899 (4), e Amélia dos Santos (como Serva da Caridade de São Vicente de Paula, adotou o nome de Irmã Helena).
57- Maria Luísa Gonçalves da Silva. N. em 20-JAN-1833 no Recife (PE), onde fal. em 30-ABR-1900.
58- Praxedes Gomes de Sousa Pitanga.
59- Lília Coelho de Serpa Brandão.

OS PENTAVÓS
112- Benedito Luís dos Santos. N. em Portugal.
113- Ana de Santa Úrsula. N. em Portugal.
114- João Gonçalves da Silva. Comendador. Praticante do antigo Erário (Tesoureiro e Escrivão-Deputado). Foi o primeiro Inspetor da Tesouraria da Fazenda. Depois de aposentado, exerceu as funções de Fiscal do Novo Banco de Pernambuco. N. em Lisboa, Portugal, em 22-OUT-1788. C. em 7-NOV-1814 no Recife (PE), onde fal. em 25-NOV-1875. Com Teresa Júlia Pires Ferreira teve os filhos: Gervásio, Antônio, Francisco de Paula, Joaquim Pires, Maria Luísa e Emília Carolina Gonçalves da Silva.
115- Teresa Júlia Pires Ferreira. N. em Lisboa, Portugal, em 28-FEV-1795. Fal. no Recife (PE) em 30-SET-1873, tendo sido sepultada na Matriz da Boa Vista.
118- ..... Serpa Brandão.
119- Teresa de Jesus Coelho da Silva.

OS HEXAVÓS
228- Francisco de Paula Gonçalves da Silva. Proprietário. Cavalheiro Professo da Ordem de Cristo. N. em 10-JAN-1760 em Lisboa, Portugal, onde C. em 19-SET-1779, na Ermida de Nossa Senhora da Conceição (Freguesia de São Cristóvão).
229- Maria Luísa Pereira Caldas.
230- Gervásio Pires Ferreira. N. na Freguesia de São Frei Pedro Gonçalves, em Recife (PE), na madrugada de 26-JUN-1765. Estudou na Universidade de Coimbra. Participou, de forma relevante, da Revolução Pernambucana de 1817, tendo sido eleito Presidente do Erário Nacional do Governo Provisório instalado no Recife (PE). Frustrando-se o Movimento, Gervásio foi preso em 25-MAI-1817 e colocado em grilhões a bordo do navio Carrasco, para ser encarcerado em Salvador (BA), em cujos cárceres ficou até ser libertado em 1821, graças à Revolução Constitucional de Portugal. Só não foi executado - a exemplo do que ocorreu com seus companheiros Domingos José Martins (5), José Inácio Ribeiro de Abreu e Lima, chamado de Padre Roma (6), Domingos Teotônio Jorge Martins Pessoa (7), José Luís de Mendonça (8), Miguel Joaquim de Almeida Castro, ou Frei Miguelinho (9), e o Capitão José de Barros Lima (10) - devido à sua opulência econômica e às repercussões que tal fato poderia provocar em Pernambuco. Governou Pernambuco de 26-OUT-1821 a 15-SET-1822, sem reconhecer a autoridade do Príncipe Regente, Dom Pedro I. Com a Independência do Brasil, em 7-SET-1822, Gervásio renunciou ao Governo de Pernambuco, tendo sido preso e remetido para Lisboa, Portugal, onde foi recolhido à cadeia de Limoeiro. Retornando ao Brasil em 1823, graças à contra-revolução de 5-JUN-1823 ocorrida em Lisboa, foi eleito Deputado para as duas primeiras legislaturas do Império (1823 a 1827). Fal. em Recife (PE) em 9-MAR-1836. C. em Lisboa, Portugal, em 8-JUL-1792, c. Genoveva Perpétua de Jesus Caldas. Pais de: João, Teresa Júlia, Júlia Angélica, José, Domingos Caldas, Francisca de Paula, Francisco, Manoel, Emília Júlia, Antônio e Luís Pires Ferreira.
231- Genoveva Perpétua de Jesus Caldas. N. em Lisboa, Portugal, em 3-JAN-1775. Fal. no Recife (PE) em 1846.

OS HEPTAVÓS
456- João Gonçalves da Silva. N. em Portugal.
457- Ana Josefa da Silva (nome de casada). N. em Portugal.
458- Marcos Pereira Melo de Moscoso. Senhor do Morgado da Brejoeira, no Alto Minho, instituído em 1500. Fidalgo da Casa Real de Portugal.
460- Domingos Pires Ferreira. N. em 1718 na Freguesia da Vila da Ponte (orago: Santa Maria Madalena), Concelho de Monte Alegre, Distrito de Vila Real, Portugal. C. 5-FEV-1748 no Recife (PE), onde fal. antes de 1792. Veio para o Brasil, ainda menino, em 1725, passando a ser, alguns anos depois, um comerciante de respeito e um dos homens de maior influência de Pernambuco. Domingos e sua esposa Joana Maria de Deus Correia Pinto tiveram 14 filhos, mencionados a seguir: Antônio, Leandra, Caetana Maria, Domingos, Manoel, José, Ana Maria de Deus, João de Deus (11), Maria do Sacramento, Joaquim (12), Catarina Rita do Nascimento, Gervásio, Ana e João Pires Ferreira.
461- Joana Maria de Deus Correia Pinto. N. no Recife (PE), onde C. em 5-FEV-1748 e fal. antes de 1792.
462- José Pereira de Sousa Caldas. N. na Freguesia de Badim (orago: São Julião), Concelho de Monção, Distrito de Viana do Castelo, Portugal. Rico negociante de Lisboa. Cavalheiro Professo da Ordem de Cristo e Fidalgo da Casa Real de Portugal.
463- Teresa Joaquina de Jesus. N. na Freguesia de São Cristóvão, Concelho e Distrito de Lisboa, Portugal.

OS OCTAVÓS
920- Domingos Pires do Penedo. Lavrador de suas próprias terras. N. na Freguesia de Vila da Ponte (orago: Santa Maria Madalena), Concelho de Monte Alegre, Distrito de Vila Real, Portugal.
921- Domingas Gonçalves Ferreira. N. na Freguesia do Outeiro (orago: São Tomé), Concelho de Monte Alegre, Distrito de Vila Real, Portugal. Irmã de Manoel Alves Ferreira.
922- Antônio Correia Pinto. N. na Freguesia de Azurara (orago: Santa Maria), Concelho da Vila do Conde, Distrito do Porto, Portugal. Fal. no Recife (PE).
923- Leandra da Costa Lima. N. e fal. no Recife (PE).

Notas Explicativas:

1- Há duas linhagens que usam o apelido Veloso: uma originária da Galiza, que, no tempo de D. Fernando I, passou a Portugal na pessoa de Antônio Veloso, por desgostos que tivera com o rei castelhano D. Henrique II; a segunda, oriunda da Freguesia de Velosa, do Concelho de Celorico da Beira, Portugal. Quanto a Lucas, ele, originalmente, não foi apelido, mas patronímico, usado no mundo cristão em homenagem ao apóstolo Lucas. Alguns colocam a origem deste último sobrenome na Espanha ou na Inglaterra, onde existiam famílias com o mesmo nome, e outros em Portugal, onde o apelido foi utilizado pela primeira vez, segundo a documentação consultada, por João Rodrigues Lucas, pessoa principal da Vila de Alcácer do Sal.

2- Os dados constantes deste Capítulo foram extraídos de apontamentos do autor e de Luís Paulo Veloso Lucas, bem como dos livros 'A Mística do Parentesco', de Edgardo Pires Ferreira; 'Armorial Lusitano - Genealogia e Heráldica', de Afonso Eduardo Martins Züquete; 'Biografia de Gervásio Pires Ferreira', de Antônio Joaquim de Melo; 'Dicionário Biográfico de Pernambucanos Célebres', de Francisco Augusto Pereira da Costa; 'Dicionário de História do Brasil', de Antônio da Rocha Almeida; 'Encontro com os Ancestrais', de Pedro Wilson Carrano Albuquerque; 'Governos da República', publicado pelo Serviço de Documentação do Gabinete Civil da Presidência da República; 'História de Pernambuco', de Flávio Guerra, e 'História do Estado do Espírito Santo', de José Teixeira de Oliveira.

2.A- Na página A-8 de edição da “Gazeta Mercantil” de dezembro de 1999, o Jornalista Geraldo Hasse colocou o seguinte artigo, com o título “Aviso aos políticos: dona Mariazinha está voltando. Conhecida pelo rigor na fiscalização das contas públicas, a mulher mais poderosa do Espírito Santo retorna à presidência do TC capixaba”:
“Na segunda-feira, 3 de janeiro, a mulher mais poderosa do Espírito Santo assume pela nona vez a Presidência do Tribunal de Contas (TC) do estado. Maria José Velloso Lucas, mais conhecida por Dona Mariazinha Lucas, tem 68 anos, fala gíria e palavrão, veste-se com elegância e usa um penteado curto, no estilo “à la homme” de outrora. Mas não se veja nela um coronel de saias. Dona Mariazinha é vaidosa e elegante. Usa brincos enormes, retoca a sobrancelha e o batom marca sempre o filtro dos cigarros Chanceller, aspirados com voracidade, enquanto fala com desenvoltura. “Sou do tempo em que ser do serviço público era uma glória, não o vexame de hoje”, diz ela, que, para variar, fecha mais um ano envolvida em polêmica.
Nas últimas sessões do TC, o plenário apertou o cerco em torno do ex-secretário de Educação Robson Neves, ex-petista atualmente abrigado no PPS, sigla pela qual conquistou um novo mandato de deputado estadual. Intimado pelo TC a devolver aos cofres públicos mais de R$ 300 mil por contratos considerados irregulares, Neves acusa d. Mariazinha de comandar uma “perseguição política” contra ele. Sem se dar ao trabalho de responder, ela insinua que o tribunal ainda vai questionar outras despesas ordenadas pelo ex-secretário, que mandou construir dezenas de ginásios esportivos no interior do estado. “Ele que trate de se defender, em vez de perder tempo me atacando”.
Desdenho pela defesa
D. Mariazinha argumenta que todo administrador público tem quatro oportunidades para se defender, tanto por escrito quanto oralmente. Só que a maioria desdenha a possibilidade de defesa, perde os prazos e depois adota a tática de tentar o convencimento pessoal dos conselheiros. Em último caso, se o caso vira um processo aberto pelo Ministério Público, o réu opta por ganhar tempo na justiça mediante o emprego dos recursos oferecidos pelo Código de Processo Civil. “Depois que o caso sai do Tribunal de Contas, a gente perde o contato com ele”, explica o funcionário encarregado de organizar a pauta das sessões plenárias. Há cinco anos no TC, ele não se lembra de um político capixaba que tenha sido alvo de uma condenação exemplar pela Justiça.
Fila de funcionário público, d. Mariazinha é a mais velha de quatro irmãs, todas internas no Sacré Coeur, a escola mais tradicional de Vitória. Como não recordar? “Me lembro até hoje das três regras da disciplina do internato: ordem, delicadeza e comportamento”. Aos 21 anos entrou para o serviço federal, trabalhando no IAPI, ramo atual do INSS. Subiu na vida mandando. Em 1975, foi nomeada chefe da Casa Civil do governador Elcio Álvares, atual ministro da Defesa. Ficou no posto quatro anos, durante os quais foi interlocutora do general Golbery do Couto e Silva, cérebro que fundou o Serviço Nacional de Informações e chefiou a Casa Civil do governo do general Ernesto Geisel. “Golbery foi uma das pessoas mais impressionantes que passaram pela minha vida”, diz. Como era ele? “Discreto, de poucas palavras”.
Nomeada conselheira em 1979, pelo governador Eurico Rezende, ela foi a primeira mulher brasileira a chefiar uma Casa Civil – cargo ocupado tradicionalmente por “Barbados”, ainda mais no Espírito Santo – e é a única mulher a presidir um tribunal de contas do País. Sem nunca ter recebido um voto popular, seu poder é imenso. Como presidente do TC, quase não aparece, mas seu nome nunca é pronunciado em vão nas rodas políticas do Espírito Santo. Não só porque chegou ao topo dos sonhos de suas companheiras de época, as primeiras feministas brasileiras, mas porque é a mãe do prefeito de Vitória, Luiz Paulo Velloso Lucas (PSDB), candidato potencial a governador.
Sua sala é um entra e sai de estrelas da política local. São funcionários que pedem favores ou fazem sugestões, cidadãos que oferem denúncias ou políticos que precisam de ajuda para contornar problemas.. D. Mariazinha se delicia com o exercício do poder, mas não se considerar tão poderosa assim. “O TC não é poder, mas órgão em regimes especial, como o Ministério Público”, diz. “Cargo não é nada se a pessoa não tem compostura dentro dele. E tem mais: cargos de chefia são destruidores”.
Depois de tantos anos de poder, ela capricha na postura despojada, sobretudo quando comanda as reuniões plenárias do Tribunal de Contas. Jamais se altera, mesmo quando precisa apartar um bate-boca de conselheiros. Sentada na cadeira presidencial, ela aperta a campainha e avisa, com sua voz grave: “Se Vossas Senhorias não se comportarem, vou suspender a sessão”.
Pautas políticas
As sessões são acompanhadas por poucos funcionários e raros curiosos. A maioria dos processos trata de admissões e aposentadorias de funcionários públicos. Mas sempre há alguns casos políticos na pauta. O ex-presidente da empresa estadual de água e esgoto recorre a um parecer que o condenou a devolver R$ 2 milhões aos cofres públicos. Um ex-secretário estadual dos Transportes é condenado a devolver quase R$ 200 mil por gastos injustificados de publicidade. Um ex-prefeito de Vargem Alta é obrigado a devolver 786 sacos de cimento.
No final da sessão, os conselheiros voltam para suas salas, como se não tivessem nada em comum. São quase todos ex-políticos que ocuparam prefeituras ou exerceram mandatos parlamentares. Estão aqui por serviços prestados a algum mandatário do passado. Não podem ser removidos dos seus cargos. Uma vez nomeado, o conselheiro fica no cargo até completar 70 anos, quando é obrigado a se aposentar. O salário básico é de R$ 6 mil, igual ao de um desembargador, com quem se equipara em direitos e deveres.
O TC tem um respeitável corpo técnico, formado por três centenas de profissionais concursados que seguem as normas ditadas pela legislação disponível e não precisam se intimidar com ameaças ou pressões, pois são protegidos pelo estatuto da estabilidade. Teoricamente, o tribunal é um lugar onde os conselheiros, bem assessorados, podem agir como magistrados, sem prestar atenção à importância dos nomes existentes por trás das contas.
Na realidade, porém, o que se observa é que a maioria dos conselheiros permanece fiel às suas origens políticas, votando de acordo com os interesses que representam. No TC capixaba, a maioria dos conselheiros segue a liderança de Valci Ferreira, ex-prefeito de Itapemirim e ex-presidente da Assembléia Legislativa, citado com um dos homens mais poderosos do estado, ao lado do polêmico deputado José Carlos Gratz, que se diz ex-banqueiro do jogo do bicho e toca o parlamento capixaba no grito. Restam dois independentes e d. Mariazinha, que só vota em caso de empate.
Encarregado de fiscalizar o uso do dinheiro público, o TC gasta R$ 34 milhões por ano para examinar as contas de 330 instituições públicas do Espírito Santo. É um trabalho que não aparece e não é reconhecido. Uma pesquisa informal mostrou que 60% da população não sabem para que serve o Tribunal de Contas. D. Mariazinha não compreende porque a imprensa não acompanha as sonolentas sessões de terça e quinta à tarde, quando é lavada boa parte da roupa suja da administração das finanças públicas.
Só que o Tribunal de Contas, que tem o direito de fazer inspeções e auditorias, não executa nada. A incumbência constitucional de transformar pareceres, votos e decisões em denúncias e processos criminais é do Ministério Público, que mantém um promotor em toda sessão plenária – ele senta à direita da cadeira presidencial. “Aqui, comprovamos freqüentemente a malversação do dinheiro público, mas os processos acabam em nada”, diz d. Mariazinha. “É uma frustração. O problema do Brasil é a impunidade. Não há vontade de coibir a corrupção porque a cúpula está comprometida”.
Nos primeiros dois anos no tribunal, d. Mariazinha diz que se sentia mal. “Eu não me conformava de julgar as pessoas”. Depois de algum tempo, deixou-se convencer de que ali não se julgavam pessoas, mas contas. Ao assumir a presidência pela segunda vez, em meados da década de 90, achou que devia trabalhar pela transparência do órgão, volta e meia ameaçado de extinção por reformas privatizantes, como aconteceu na Argentina .A conselheiros, auditores e técnicos costuma dizer que o TC só tem futuro caso se torne realmente útil e provar que exerce sua função melhor do que o faria uma empresa particular de auditoria. Ela considera o risco de extinção real, pois “ninguém gosta de ser fiscalizado, em nenhum dos três poderes”.
TC itinerante
Em 1994, organizou o primeiro concurso da história do tribunal, antes coalhado de apaniguados políticos. Nos últimos quatro anos, todo mês de março sai pelo interior para fazer palestras técnicas sobre prestação de contas públicas. É o TC itinerante, um programa criado para orientar os administradores públicos do interior. A presidente do TC acha que assim enriquece a cidadania e previne o pior problema das contas públicas – os erros formais, praticados por falta de informação, por incompetência ou ignorância. “Nosso esforço por dar transparência ao trabalho do Tribunal de Contas está começando a dar resultado. Hoje os prefeitos nos procuram para buscar orientação”, diz ela, salientando que os políticos picaretas, fraudadores de contas, são uma minoria esperta e bem assessorada. Na sua opinião, é muito difícil pega-los, pois geralmente não deixam rabo. “Propina, por exemplo, a gente não pega porque ninguém dá recibo”.
Como parte de um programa de qualidae total, a informatização está levando o TC a ter um contato “on line” com a população. Uma inspeção em andamento nas contas da prefeitura de Vila Velha foi desencadeada por uma denúncia popular. D. Mariazinha, porém, lembra que o TC está vacinado contra denúncias feitas em anos eleitorais. “A maioria é fofoca sem fundamento”.
No ano 2000, o pessoal do TC vai ter o direito de freqüentar a Escola de Contas, em convênio com a Assembléia Legislativa e a Universidade Federal do Espírito Santo. O objetivo é aumentar a produtividade. O tempo médio de execução de um processo foi reduzido de 360 para 240 dias. A reposta a uma consulta técnica leva em média 45 dias para sair do TC. A meta é reduzir para 30 dias. “O serviço público melhora quando se investe no funcionário”, diz ela. Um dos seus objetivos é criar um sistema de acompanhamento e controle de licitações antes que elas ocorram. D. Mariazinha está convencida de que a Lei de Responsabilidade Fiscal, em vias de ser aprovada no Congresso, deve “vai gerar aos TCs uma sobrecarga de trabalho maior do que a exigida pela recente criação do Fundo Federal deEducação”.
Com as melhorias, o TC capixaba fica mais apto para coibir o crime organizado, que possui uma reconhecida habilidade em infiltrar-se nas estruturas de governo para tomar conta do dinheiro público. O tribunal, porém, não recebeu nenhuma solicitação da CPI do Narcotráfico, que esteve recentemente em Vitória. Constrangida pelas denúncias de que representantes dos três poderes do Espírito Santo têm envolvimento com o crime organizado, d. Mariazinha não se furta de comentar que não acredita no envolvimento pessoal do ex-governador e senador Elcio Álvares com o crime organizado.
No entanto ,em sua opinião, não seria necessário fazer esse barulho todo se houvesse um entrelaçamento de atividades e informações entre órgãos como o Ministério Público, a Secretaria da Receita Federal, os Tribunais de Contas dos Estados, a Polícia Federal e a Imprensa. “A gente melhorar o panorama da corrupção assim: pega dois goelas-largas desses aí e bota na cadeia”.
Muita gente acredita que todo esse empenho de d. Mariazinha seja para pavimentar o caminho político do filho prefeito, candidato à reeleição em Vitória. Ela se orgulha do sucesso do garoto – “ele tem a cabeça no lugar e não vai me decepcionar”, afirma – mas, na realidade, pensa no próprio futuro político. Ela sairá do TC dentro de dois anos, quando atinir a idade limite. “Sou proibida pela Constituição de atuar politicamente, mas quando me aposentar, se estiver inteira, vou pensar em alguma coisa para eu mesma”.

3- Artur Carlos Gerhardt Santos n. no Estado do Espírito Santo em 6-OUT-1928, tendo contraído matrimônio c. Maria Clementina dos Santos Veloso em Vila Velha (ES). Engenheiro e Político. Por sua profícua atuação como Secretário no Governo anterior, quando teve a oportunidade de comandar as iniciativas governamentais, foi eleito pela Assembléia Legislativa, em 3-OUT-1970, Governador do Espírito Santo, cargo que exerceu no período de 15-MAR-1971 a 15-MAR-1975, dando especial atenção, em seu Governo, à industrialização do Estado, à Educação e à Saúde.

4- Joaquim Correia de Araújo. Advogado, formou-se no Recife em 1864. Foi Professor da Faculdade de Direito do Recife, Deputado Federal e Conselheiro do Império. Presidiu a Província de Pernambuco no período de 7-ABR-1796 a 4-ABR-1899, tendo sucedido Alexandre José Barbosa Lima. Cuidou, em seu Governo, de desenvolver o Estado de Pernambuco, amparando a indústria açucareira, que vinha enfrentando enorme crise com a abolição da escravatura e a concorrência do açúcar estrangeiro. Obteve da Santa Sé o título de Conde Correia de Araújo. Casou-se em primeiras núpcias c. sua sobrinha Ana Correia de Araújo e em segundas núpcias, em 8-SET-1901, no Recife (PE), c. Gasparina Amabilia dos Santos, viúva de Pedro Correia de Araújo (irmão de sua primeira esposa), que foi Diplomata em Paris, França.

5- Domingos José Martins n. no Espírito Santo em 1784. Negociante, teve estabelecimento em Salvador (BA) e negócios com algodão no Ceará. Foi um dos chefes do movimento revolucionário que irrompeu no Recife (PE) em 1817 contra o Governador e Capitão-General Caetano Pinto de Miranda Montenegro, integrando a Junta de Governo que foi instalada após a deposição do Governador. Domingos Martins foi preso pelo Capitão de Milícias de Penedo, Antônio José dos Santos, no momento em que, com 300 homens, atravessava o Rio Merepe, tendo sido enviado a Salvador, na Bahia, com outros companheiros, para ali ser executado por fuzilamento, no Largo da Pólvora, em 12-JUN-1817.

6- José Inácio Ribeiro e Abreu e Lima, o Padre Roma, n. no Recife (PE) em 1768. Fº do Capitão Francisco Inácio Ribeiro de Abreu e Lima e de Rosa Maria de Abreu Grades. Abraçou a vida religiosa em 1784, no Convento de Goiana (PE), adotando o nome religioso de Frei José de Santa Rosa. Visando à aquisição de maior sabedoria, seguiu para Portugal, onde formou-se em Teologia na Universidade de Coimbra. Esteve em Roma, onde recebeu ordens sacras do Cardeal Barnabé Chiaramonti, futuro Papa Pio VII. Voltando ao Brasil, falava com tanto entusiasmo sobre a Cidade Eterna, que passou a ser conhecido como Padre Roma. Mais tarde, já dispensado da profissão religiosa, uniu-se à conspiração que trabalhava pela independência, tendo sido um dos mais ardentes defensores desta idéia. Dirigindo-se à Bahia para defender o movimento revolucionário, ali foi preso, ao desembarcar na Barra do Itapoã, tendo, antes, lançado ao mar todos os documentos que portava para salvar seus companheiros. Levado a tribunal militar presidido pelo Conde de Arcos, não abriu a boca para fornecer o nome dos outros conspiradores. Condenado à morte, mostrou grande coragem na hora extrema, na tarde de 29-MAR-1817, apontando o seu coração ao pelotão de fuzilamento.

7- Domingos Teotônio Jorge Martins Pessoa n. no último quartel do século passado. General das Armas do Governo Provisório da Revolução Pernambucana de 1817, composto de cinco representantes de classes: Domingos Teotônio (militar), Padre João Ribeiro (eclesiástica), Domingos José Martins (comercial), Dr. José Luís Mendonça (judicatura) e Manoel Correia de Araújo (agricultura). Com o fracasso do movimento, é preso e arrastado ao Recife, onde comparece perante Comissão Militar, que, sumariamente, o condenou à morte em sentença de 8-JUL-1817. Em 10-JUL-1817, acompanhado de um sacerdote, subiu o patíbulo para ser enforcado, após ter solicitado que cuidassem do filho de tenra idade de quem estava sendo separado, ensinando-lhe o caminho da virtude e da honra.

8- José Luís de Mendonça n. em Porto Calvo (AL) em 1765. Diplomado em Leis em Coimbra, Portugal, chegou a ser um dos advogados de maior renome da Capitania de Pernambuco. Era Desembargador da Relação ao irromper o Movimento Revolucionário de 1817 contra o Governador Caetano Pinto de Miranda Montenegro. Integrou a Junta que substituiu Caetano no Governo. Submetido a julgamento pela Comissão Militar, foi enviado para Salvador, Bahia, onde foi executado, por arcabuzes, no Largo da Pólvora, em 12-JUN-1817.

9- O carmelita Miguel Joaquim de Almeida Castro, conhecido como Padre Miguelinho, n. em Natal (RN) em 1768. Seus primeiros estudos foram feitos com os carmelitas do Recife. Em Lisboa, Portugal, obteve sua secularização, vindo, posteriormente, para o Brasil com fama de teólogo, filósofo, grande orador e hábil político. Lecionou Retórica no Seminário de Olinda (PE). Envolveu-se na Revolução Pernambucana de 1817, também chamada de 'Revolução dos Padres' por trazer no seu bojo cinqüenta padres seculares e cinco frades e, também, por ter sido gerada no primeiro Seminário de Pernambuco, inaugurado pelo Bispo da Capitania, D. José Joaquim da Cunha de Azeredo Coutinho. Integrou, como Secretário, a Junta Governativa que substituiu o Governador e Capitão-General Caetano Pinto de Miranda
Montenegro. Quando as forças revolucionárias, pressionadas, se retiraram para o Engenho Paulista, o Padre Miguelinho seguiu-as até Olinda, dali retornando ao Recife, disposto a sacrificar-se pela causa. Para que seus companheiros não fossem prejudicados, queimou todos os documentos em seu poder e permaneceu silencioso ante o Tribunal Militar que o julgou. Executado no Largo da Pólvora, na capital baiana, em 12-JUN-1817, marchou para a morte cantando o 'Miserere', ao lado de José Luís de Mendonça.

10- O Capitão José de Barros Lima n. no Recife (PE) em 1764. Era conhecido como o 'Leão Coroado', por seu destemor. Acusado de conspirador pelo Comandante de seu Regimento, o Brigadeiro Manoel Joaquim Barbosa de Castro, sacou sua espada e matou o oficial, o que provocou o rompimento prematuro da Revolução Pernambucana de 1817. Capturado pelas tropas do Brigadeiro Francisco de Lima e Silva (um dos membros da Regência Trina que governou o Brasil), foi condenado à morte depois de ser interrogado pela Comissão Militar encarregada de julgar os revolucionários. Foi enforcado em 10-JUL-1817, após ter subido os degraus do patíbulo com admirável sangue frio.

11- João de Deus Pires Ferreira n. em 1759 na Freguesia de São Frei Pedro Gonçalves, no Recife (PE), onde faleceu. Recebeu o grau de Bacharel em Leis na Universidade de Coimbra (formatura em 28-MAI-1789). Participou da Revolução Pernambucana de 1817. C. no Recife (PE) c. Angélica Joaquina Rosa.

12- Joaquim Pires Ferreira n. em 1761 no Recife (PE). Foi comerciante no Recife e Tesoureiro do Erário de Pernambuco. Participou, como os irmãos João de Deus e Gervásio, da Revolução Pernambucana de 1817. Casou-se no Recife c. Joana Francisca Pereira de Bastos.

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