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Ensaios-->Milton Campos e seus ancestrais -- 24/06/2000 - 22:20 (Pedro Wilson Carrano Albuquerque) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
MILTON CAMPOS E SEUS ANCESTRAIS (1)

O POLÍTICO

1- Milton Soares Campos. N. em 16-AGO-1900 em Ponte Nova, Minas Gerais (2). Fez seus estudos primários em Ponte Nova (MG) e Viçosa (MG) e o curso secundário em Belo Horizonte (MG). Depois de fazer o curso preparatório no Ginásio Leopoldinense, em Leopoldina (MG), ingressou em 1918 na Faculdade de Direito de Belo Horizonte. C. em 1926 c. Dea Rezende Dantas, filha de José Dantas e de Lídia de Rezende Costa, descendente dos inconfidentes com o nome de José de Rezende Costa (pai e filho),. Deste casamento originaram-se os filhos: Lídia, Maria Regina, José Luís, Antônio Francisco, João Cláudio e Maria Vitória Dantas Campos. Foi Advogado-Geral de Minas Gerais em 1932, Deputado Estadual e Membro da Constituinte Estadual Mineira (1934). Advogado da Caixa Econômica Federal, foi exonerado deste cargo em 1944 por haver assinado o 'Manifesto dos Mineiros'. Primeiro Diretor-Presidente do Banco Nacional S. A. (na época com a denominação de Banco Nacional de Minas Gerais S. A.), foi, ainda, Conselheiro Fiscal da Instituição em 1945. Membro da Assembléia Nacional Constituinte (1946), Deputado Federal (1946/1947; 1955/1959); Senador (1959/1964; 1965/1972), Governador de Minas Gerais (19-MAR-1947/31-JAN-1951) e Ministro da Justiça (15-ABR-1964/11-OUT-1965). Foi candidato, em 1955 e em 1960, a Vice-Presidente da República, ao lado, respectivamente, de Juarez Távora e Jânio Quadros. O Presidente Jânio, ao estimular as campanhas a favor da chapa 'Jan-Jan' (Jânio-Jango) e incentivar, discretamente, a candidatura do gaúcho Fernando Ferrari à Vice-Presidência, evitou que o País, com a sua renúncia, tivesse na Presidência da República um dos mais sérios e competentes políticos de nossa História. Como Governador de Minas Gerais, Milton Campos considerou a educação como setor prioritário, estabelecendo a gratuidade do ensino secundário oficial e impulsionando a construção de escolas primárias (entre 1946 e 1950, o número de escolas aumentou de 6.661 para 12.056 e o número de matrículas de 578.920 para 823.105); preparou um plano de eletrificação do Estado, início da criação da Centrais elétricas de Minas Gerais (CEMIG); criou a Secretaria de Saúde e Assistência, desmembrada da de Educação, a Escola de Saúde Pública, o Departamento Estadual da Criança e o Hospital de Neuropsiquiatria Infantil, passando de 31 para 93 o número de unidades sanitárias em seu mandato. Ao transferir o Governo de Minas Gerais para Juscelino Kubitschek - conta Murilo Badaró em seu livro 'José Maria Alkmim - Uma Biografia' -, o novo Governador o acompanhou até o automóvel que o conduziria à sua residência, ficando impressionado com o fato de estarem ao lado do governante cujo mandato expirava apenas uns poucos auxiliares. Como Ministro da Justiça no Governo Castelo Branco, lutou para manter os direitos e garantias estabelecidos no artigo 141 da Constituição de 1946, o que lhe rendeu alguns atritos com o Ministro da Guerra, General Artur da Costa e Silva. Posteriormente, largou o Governo, reassumindo sua cadeira no Senado, por discordar de reformas contidas no Ato Institucional nº 2, que fez cessar a vigência da Constituição de 1946 em muitas de suas disposições fundamentais, além de extinguir os partidos políticos existentes e estabelecer eleições indiretas para a Presidência da República e Governos Estaduais. O Presidente Ernesto Geisel, que na época era Chefe do Gabinete Militar da Presidência da República, em depoimento prestado a Maria Celina d Araújo e Celso Castro, descreve Milton Campos, seu colega de Ministério, como 'um homem da lei' e 'um homem de primeira ordem'. Milton foi, também, Professor de Direito Constitucional da Universidade Católica de Minas Gerais. Recusou três convites para ser Ministro do Supremo Tribunal Federal: a primeira vez em 1965, alegando que, tendo concordado, como Ministro da Justiça, com o aumento do número de membros daquela Corte, sua nomeação poderia dar a impressão de que tivera interesse pessoal ao aprovar aquela medida; a segunda vez no 2º semestre de 1966, preferindo atender convocação de seu partido (UDN) para candidatar-se à reeleição para o Senado; a terceira vez em 1969, por estar a apenas um ano da idade que lhe daria direito à aposentadoria. A propósito de Milton Campos, assim se pronunciou o poeta Carlos Drummond de Andrade: 'Não sei de maior elogio a Milton Campos do que este: ele foi o homem que a gente gostaria de ser'. Vale registrar, também, o seguinte depoimento do Senador Nelson Carneiro 'Milton Campos foi o melhor de todos nós. Porque foi humilde quando poderia ser vaidoso. Porque foi compreensivo quando poderia ser arrogante. Porque foi simples quando poderia ser fátuo. Porque foi forte quando outros fraquejavam. Porque foi constante num mundo cheio de indecisões. Porque havendo conhecido o poder, não se embriagou de suas tentações, nem dele se tornou escravo. Porque havendo conhecido o ostracismo, não palmilhou os atalhos da transigência, nem dele guardou ressentimento'. Escreveu 'Compromisso Democrático', 'Eleições Diretas', 'Testemunhos e Ensinamentos', 'Sobre a Questão de Limites Minas - São Paulo' e outras obras. Fal. em Belo Horizonte (MG) em 16-JAN-1972 (3).

PAIS:

2- Francisco de Castro Rodrigues Campos. N. em 24-JUL-1872 em Angustura, Além Paraíba (MG). C. em 2-OUT-1899 em Ponte Nova, Minas Gerais (4), c. Regina Soares Martins, com quem teve os filhos: Maria José, Áurea, Francisca Campos e Milton e Fábio Soares Campos. Foi Promotor de Justiça em Leopoldina (MG). Nomeado Juiz Municipal de Ponte Nova (MG) em 6-JUL-1898, e Juiz de Direito de Viçosa (MG) em 4-JUN-1902. Foi, também, Diretor da Secretaria de Finanças (1912), Diretor da Imprensa Oficial (1913), Procurador-Geral do Estado. Em 1917, foi promovido a Desembargador pelo Presidente Delfim Moreira. Durante 8 anos foi Presidente do Tribunal de Apelação do Estado de Minas Gerais, tendo sido eleito para o posto, pela oitava vez, no dia anterior ao de sua morte. Participou da Comissão que elaborou o anteprojeto da Constituição Mineira de 1935. Sua bondade, tão decantada por quem o conheceu, é revelada em seu último ato no Tribunal que presidia, no dia de seu falecimento: ajudou uma mulher humilde, em difícil situação, no encaminhamento de seu problema na referida Corte. Fal. em 10-JAN-1939 em Belo Horizonte (MG), tendo seu necrológio sido publicado no Diário Oficial de Minas Gerais de 22-JAN-1939.
3- Regina Soares Martins. N. por volta de 1882 em Ponte Nova (MG). É mencionada no livro 'Genealogias da Zona do Carmo', do Cônego Raimundo Trindade (pág. 75). Faleceu antes de 10-JAN-1939, pois seu esposo já se encontrava, nesta data, em estado de viuvez.

AVÓS:

4- Faustino José Rodrigues Campos. N. em 4-JAN-1824 (conforme inscrição em seu jazigo perpétuo no Cemitério de Angustura, Além Paraíba, Minas Gerais), em Prados (MG). Foi Administrador das propriedades do Coronel Francisco de Assis Manso da Costa Reis, abastado fazendeiro, cujo testamento foi publicado em jornais da época, entre os quais o 'Jornal do Comércio' e o 'Diário de São Paulo'. É mencionado no livro 'A Família Monteiro de Barros', de Frederico Barros Brotero (pág. 472), como destinatário de dois contos de réis no testamento de Francisco de Assis Manso da Costa Reis. Os Almanaques Laemmert de 1864 e 1865 citam Faustino José como Administrador da Fazenda da Conceição, em Angustura (MG). C. por volta de 1871 em Angustura, Além Paraíba (MG) c. Margarida Eufrásia de Castro, com quem teve os filhos: Virgílio, Álvaro, Maria, José, Alice e Francisco de Castro Rodrigues Campos (5). Fal. em 26-AGO-1886 na Fazenda da Barra, em Angustura, Minas Gerais (6).
5- Margarida Eufrásia de Castro (aparece, também, com o nome de Margarida Cândida de Castro). N. em torno de 1856 em Angustura, Além Paraíba, Minas Gerais (7). C. em primeiras núpcias c. Faustino José Rodrigues Campos e em segundas núpcias c. Manoel de Barcelos Machado Carvalhal, passando a chamar-se, após os casamentos, Margarida Cândida de Castro Campos e Margarida de Castro Barcelos, respectivamente. O autor encontrou, em Angustura, caderno com as compras de Margarida no período de 28-DEZ-1887 a 8-JUN-1888 em estabelecimento comercial local (8). Fal. após 1916, ano em que, segundo sobrepartilha dos bens do Padre Vicente Ferreira Monteiro de Castro arquivada no Fórum de Além Paraíba, residia no Rio de Janeiro (RJ).
6- Manoel Olímpio Soares. Foi um forte e ardente auxiliar de João Pinheiro na propaganda republicana em Minas, particularmente na Zona da Mata. Instalado o novo regime, confiou-lhe o Governo do Estado a chefia política e administrativa de Ponte Nova (MG), onde foi Presidente da Câmara Municipal durante 25 anos. Casou-se duas vezes: a primeira c. Francisca Eduarda Martins (filha do Dr. Francisco Martins Ferreira da Silva e de Maria Regina Alves da Conceição) e a segunda com Francisca Inácia Martins. Filhos: Maria Regina Martins Soares (do 1º casamento) e Adolfo, Celuta, Regina, Alfeu, Francisco, Luísa, Afonso, Luís, Maria Inácia, Otávio, Prudente e Sebastião Martins Soares (do 2º casamento).
7- Francisca Inácia Martins.

BISAVÓS:

8- Francisco José da Silva.
9- Maria Custódia.
10- Pe. Vicente Ferreira Monteiro de Castro. Bat. a 26-ABR-1802 em Congonhas do Campo, atual Congonhas (MG), onde nasceu (9). Irmão de Manoel José Monteiro de Castro, o 1º Barão de Leopoldina (10). Em 24-MAI-1825 foi ordenado sacerdote por Dom Frei José da Santíssima Trindade, Bispo de Mariana, conforme registrado no livro 'Arquidiocese de Mariana. Subsídios para a sua História' (pág. 204 do Vol. I), do Cônego Raimundo Trindade. É citado, também, nas seguintes publicações: 'A Família Monteiro de Barros' (pág. 705), de Frederico de Barros Brotero (11); Almanaques Laemmert de 1863, 1864 e 1865 (12); 'Genealogia Paulistana' (pág. 202 do Vol. 2), de Luís Gonzaga da Silva Leme (13); 'Anuário Genealógico Latino' - pág. 256 do Vol. 1 (14); 'Genealogia da Zona do Carmo' (pág. 330), do Cônego Raimundo Trindade (15); 'Velhos Troncos Mineiros' (pág. 71), do Cônego Raimundo Trindade (15); 'Além Paraíba na História da Capitania de Minas Gerais', de Egberto Matos (pág. 210), e 'Madre Dios - 100 Anos' (pág. 16), de João Batista Vieira Vidal e Tales Ribeiro de Magalhães (14). Chegou ao Município de Leopoldina (MG) em 1829, conforme atestado da Câmara Municipal local, de 12-JUN-1856 (15). Em 1831, contudo, encontrava-se na residência de José Joaquim Monteiro de Barros, de acordo com mapa da população de Congonhas de Campo guardado no Arquivo Público Mineiro. No Arquivo Nacional (Coleção Eclesiástica, Caixa 939, Pacote 131, Documento nº 84) está arquivado processo iniciado com pedido, dirigido ao Imperador D. Pedro II, de promoção do Pe. Vicente a Cônego da Catedral e da Capela Imperial (17). Possuía propriedades, inclusive fazenda de café, no Distrito de Angustura. Com Cândida Maria da Conceição teve os filhos: Elisa Maria da Conceição, Patrocínia Maria da Conceição, José Joaquim de Castro, Antônio José de Castro (ou Antônio José Ferreira de Castro), Maria do Carmo e Castro, Vicente Ferreira de Castro, Francisco Ferreira de Castro, Domiciano Ferreira de Castro, Margarida Eufrásia de Castro (avó paterna do Dr. Milton Campos, ex-Governador do Estado de Minas Gerais) e Francisca Monteiro de Castro (18). Há a possibilidade de um outro herdeiro, José Joaquim Ferreira de Castro, nascido de Joana Angélica, ser o filho mais velho do sacerdote (19). Fal., deixando testamento (20), em 06-MAI-1863, em Angustura, Município de Além Paraíba, Minas Gerais (21). Seu inventário, aberto em 1863, encontra-se arquivado no Fórum de Leopoldina (MG), tendo havido uma sobrepartilha em 1868 na mesma localidade e outra em 1916 em Além Paraíba (MG), não tendo esta última sido concluída em virtude da morte do inventariante e a falta de interessado em dar andamento ao processo (22).
11- Cândida Maria da Conceição (ou Cândida Maria de Jesus). N. por volta de 1814, possivelmente na região em que se encontram, hoje, Além Paraíba e Mar de Espanha. Consta que seria índia Puri ou descendente de membros dessa tribo que habitavam a região de Além Paraíba e Leopoldina, em Minas Gerais (23), havendo, também, a possibilidade de existência de sangue africano em suas veias. Segundo o testamento do Pe. Vicente Ferreira Monteiro de Castro, Cândida gerou dois filhos, além dos citados no item 6, tendo cuidado carinhosamente do sacerdote em suas enfermidades. Fal. a 02-FEV-1860 em Angustura, Além Paraíba (MG), com 46 anos de idade.
12- Francisco Luís Soares.
13- Maria das Neves.
14- Luís Gomes da Silva. C. em 25-ABR-1845 c. Maria Inácia da Conceição. Pais de: Maria Luísa Martins, Ana Leonarda da Conceição, Francisca Inácia Martins e Luís Gomes da Silva.
15- Maria Inácia da Conceição.

TRISAVÓS:

20- Domiciano Ferreira de Sá e Castro. N. a 22-FEV-1762 em Sumidouro, hoje Padre Viegas (MG), tendo sido batizado na Capela de São Jorge do Mainard. Foi-lhe concedida, em 27-JAN-1818, sesmaria na Paragem da 2ª Divisão, por onde corre o Ribeirão do Ramos e deságua o Rio da Casca, no Termo de Mariana (terras situadas para o lado de Viçosa, MG). Talvez não tenha tomado posse da aludida propriedade, pois nenhuma referência foi encontrada no Registro Paroquial de Santa Rita do Turvo (arquivado no Arquivo Público Mineiro). Conforme Frederico de Barros Brotero, em 'A Família Monteiro de Barros', dedicou-se, na maior parte de sua existência, à mineração, não só em sua terra natal, onde se interessava pelas minas de ouro, como também na Província do Rio Grande do Sul, onde supunha encontrar ricas minas de cobre. Foi infeliz em seus projetos, pois perdeu quase tudo que possuía, deixando, quando de sua morte, poucos bens para sua numerosa família. C. a 23-JAN-1799 em Congonhas (MG) c. Maria do Carmo Monteiro de Barros, com quem teve os filhos: Francisco Ferreira dos Santos, Padre Vicente Ferreira Monteiro de Castro, Mateus Herculano Monteiro de Castro, Manoel José Monteiro de Castro (o 1º Barão de Leopoldina), Jacinto Manoel Monteiro de Castro, Lucas Antônio Monteiro de Castro (Visconde de Congonhas do Campo), Coronel José Joaquim Monteiro de Castro, Maria da Conceição Monteiro de Castro, Ana Helena Monteiro de Castro, Margarida Eufrásia Monteiro de Castro, Joana Monteiro de Castro e Domiciano Antônio Monteiro de Castro. Fal. em 1823, em Congonhas (MG), encontrando-se seu inventário no Fundo Cartorial da Comarca de Ouro Preto (MG).
21- Maria do Carmo Monteiro de Barros. N. em torno de 1780 em Ouro Preto (MG). Em 20-JAN-1856 declarou possuir a Fazenda do Desengano por compra que fez a Francisco Pinheiro de Lacerda em 28-ABR-1838, na Freguesia de São Sebastião da Vila de Leopoldina (MG), com terras cultivadas e matas virgens, confrontando-se a propriedade com as de Romão Pinheiro, Bernardo José da Fonseca, Alberto Cordeiro e João Gualberto Ferreira Brito (conforme o Registro Paroquial de Leopoldina, à disposição dos interessados no Arquivo Público Mineiro). No livro 'Leopoldina de Outrora', de Luís Eugênio Botelho, está registrado que os terrenos ocupados pela Estação da Estrada de Ferro de Leopoldina, na Praça General Osório, e pelo triângulo da linha férrea, em Leopoldina, foram doados à Estrada de Ferro Leopoldina por Dona Maria do Carmo, então proprietária da Fazenda do Desengano, para a construção da Estação do ramal 'Leopoldina - Vista Alegre', em articulação com a linha do Centro (Porto Novo - Ubá). Fal. em Leopoldina (MG) após 20-JAN-1856.
28- Alferes Joaquim Gomes da Silva. Deve ser o mesmo Joaquim Gomes da Silva a quem foi concedida, em 9-FEV-1816, uma sesmaria no Rio Preto, Ribeirão da Boa Esperança, Termo de Barbacena (MG).
29- Maria Clara de Sousa.
30- Tenente Manoel José Martins da Silva. N. em Santa Maria de Sequeira, Concelho e Arcebispado de Braga, Portugal. C. na Freguesia do Senhor Bom Jesus do Monte do Furquim (MG) c. Ana Leonarda da Conceição, com quem teve os filhos: Dr. Francisco Martins Ferreira da Silva, Antônio Estêvão Ferreira da Silva, Tenente João Paula Ferreira da Silva, Dr. Leonardo José Teixeira da Silva, Capitão Joaquim José Ferreira da Silva, Joaquina Rosa de São José, Ana Josefa da Conceição e Maria Inácia da Conceição. É, provavelmente, o Manoel José Martins da Silva que recebeu, em 19-OUT-1801, uma sesmaria às margens do Ribeirão do Brumado, Termo de Mariana (MG).
31- Ana Leonarda da Conceição.

TETRAVÓS:


40- Dr. Francisco Ferreira de Sá (ou Francisco Ferreira dos Santos). Bat. em 13-DEZ-1717 em S. Paulo (SP), onde nasceu. Graduado em Cânones pela Universidade de Coimbra. Advogado no Fórum Eclesiástico de Mariana (MG), onde C. em torno de 1755 c. Helena Maria Negreiros de Castro. Pais de: Domiciano Ferreira de Sá e Castro, Serafim Ferreira de Jesus e Castro, Vicente Ferreira Monteiro de Castro, João Nepomuceno Ferreira, Joana, Maria, Florentina e Ana Ferreira. Fal. em Padre Viegas (MG).
41- Helena Maria Negreiros de Castro. N. em 1736, aproximadamente, em Padre Viegas (MG), onde faleceu.
42- Manoel José Monteiro de Barros. N. a 06-DEZ-1716 no lugar de Pinote, na Freguesia de Marinhas (orago: São Miguel), Concelho de Esposende, Distrito de Braga, Portugal, tendo sido batizado em 22-DEZ-1716 na mesma localidade. Emigrou para o Brasil tentado pela mineração, área que, na época, encontrava-se no auge de sua prosperidade. Consta que teria vindo a convite de um tio padre que residia em Congonhas do Campo e tinha a alcunha de Padre Broa, proveniente do hábito de fabricar broas de milho e distribuí-las gratuitamente aos pobres e indigentes que acorriam famintos à sua residência. Em 5-AGO-1761 obteve uma sesmaria em Galés de Cima, na Comarca do Rio das Mortes (MG), com rica lavra. Nomeado Guarda-Mor das Minas de Vila Rica, é citado algumas vezes nos 'Autos de Devassa da Inconfidência Mineira'. Depois de ter acumulado regular fortuna na mineração, resolveu tomar estado, casando-se a 16-AGO-1766, em Vila Rica, atual Ouro Preto (MG), c. Margarida Eufrásia da Cunha Matos, com quem teve os seguintes filhos: Dr. Lucas Antônio Monteiro de Barros (Visconde de Congonhas do Campo), João Gualberto Monteiro de Barros, Mateus Herculano Monteiro da Cunha Matos, Romualdo José Monteiro de Barros (Barão de Paraopeba), José Joaquim, Marcos Antônio, Manoel José, Maria do Carmo e Ana Monteiro de Barros. Faleceu por volta de 1789 em Ouro Preto (MG), com testamento (publicado no livro 'A Família Monteiro de Barros', de Frederico Brotero).
43- Margarida Eufrásia da Cunha Matos. N. em torno de 1741 em Ouro Preto (MG), onde faleceu após 18-JUN-1789.
60- Custódio da Silva
61- Maria Martins da Silva.
62- Alferes Leonardo José Teixeira. Foi trucidado por salteadores da Serra da Mantiqueira, quando viajava com suas tropas ao Rio de Janeiro (RJ). Com Maria Genoveva da Conceição teve os filhas: Ana Leonarda da Conceição e Maria Joaquina de Sousa.
63- Maria Genoveva da Conceição. N. em Furquim (MG).

PENTAVÓS (OU QUINTOS AVÓS):

80- Agostinho Dias dos Santos. Mestre-de-Campo (24). N. em Matosinhos, Distrito do Porto, Portugal. C. em S. Paulo (SP) em torno de 1712 c. Maria Ferreira de Sá, com quem teve os filhos João e Francisco Ferreira dos Santos. Foi-lhe concedida sesmaria no Ribeirão do Bacalhau em 18-OUT-1745. Fal. em Mariana (MG).
81- Maria Ferreira de Sá. N. em S. Paulo (SP).
82- Antônio Álvares de Castro. N. no Beco do Tibau, Freguesia de São Paulo, Concelho e Distrito de Lisboa, Portugal, onde foi bat. em 1693 e exerceu o comércio. Resolvendo vir para o Brasil, teve a infelicidade de ser capturado por um corsário argelino, que o levou como escravo para Argel. Resgatado, retornou a Lisboa. Algum tempo depois, embarcou para o Rio de Janeiro (RJ), estabelecendo-se em Minas Gerais. C. a 12-AGO-1728 na Capela de Santa Quitéria, Filial de Nossa Senhora do Ribeirão do Carmo (depois Sé de Mariana), Minas Gerais. Residiu com a esposa em Ouro Preto (MG) ainda na primeira metade do Século XVIII. Fal. em 21-JAN-1757 em Guarapiranga, atual Piranga (MG). Filhos com Joana Batista de Negreiros: Padre Manuel Inácio de Castro, Antônio José de Castro, Helena, Clara Maria, Joana Perpétua, Maria Clara, Margarida Feliciana, Ana e Teresa de Castro.
83- Joana Batista de Negreiros. Bat. a 18-JUN-1709 na Freguesia de Nossa Senhora do Desterro, em Salvador (BA), onde nasceu. Ainda jovem foi enviada a Minas Gerais, para a casa de um tio. Fal. a 14-SET-1779 em Sumidouro, atual Padre Viegas (MG).
84- João Vieira Repincho. N. por volta de 1686 na Freguesia de Marinhas, Concelho de Esposende, Distrito de Braga, Portugal. C. a 30-NOV-1714 em Carapeços, Barcelos, Braga, Portugal c. Mariana Monteiro de Barros. Filhos conhecidos: João Caetano e Manuel José Monteiro de Barros.
85- Mariana Monteiro de Barros. N. em torno de 1691 na Freguesia de Carapeços, Concelho de Barcelos, Distrito de Braga, Portugal.
86- Alexandre da Cunha Matos. N. em Simão de Arões, Concelho de Fafe, Distrito de Braga, Portugal, onde foi bat. em 10-JAN-1694. Veio de Portugal, passando a residir em Minas Gerais, por volta de 1730, tendo exercido o cargo de Guarda-Mor das Minas do Distrito de Vila Rica de Ouro Preto, nomeado pelo Governador Gomes Freire de Andrade em provisão de 27-JAN-1744. C. em torno de 1737 c. Antônia de Negreiros. Pais de: Pe. Marçal da Cunha Matos; Frei Alexandre; Inácia de Negreiros da Cunha Matos; Margarida Eufrásia da Cunha Matos; Delfina de Negreiros da Cunha Matos e Ana Petronilha de Negreiros da Cunha Matos. Fal. em Ouro Preto (MG) em 1766.
87- Antônia de Negreiros. N. em torno de 1715 na Freguesia de N. Sª do Desterro, Salvador, Bahia. Fal. em Ouro Preto (MG) em 01-MAI-1780. Em 1766, residia em um lugar chamado Passa Dez, na Freguesia de Nossa Senhora do Pilar, Vila de Ouro Preto (MG).
120- Antônio da Silva.
121- Mariana da Costa.
126- Capitão Antônio Ferreira Velho. C. na Ilha Terceira, Portugal, com Maria da Conceição e Sousa. Pais de: Padre José Ferreira de Sousa, Professor Manoel Ferreira Velho, Padre João Ferreira de Sousa, Padre Joaquim José Ferreira de Sousa, Capitão Antônio Ferreira de Sousa e Maria Genoveva da Conceição.
127- Maria da Conceição e Sousa.

HEXAVÓS (OU SEXTOS AVÓS):

162- Francisco Ferreira de Sá. Mestre-de-Campo. N. no Porto, Portugal. C. em S. Paulo (SP) c. Páscoa Barbosa Rebelo. Seu inventário, de 12-JAN-1732, está guardado no Arquivo da Cúria de Mariana.
163- Páscoa Barbosa Rebelo. N. em Cotia (SP).
164- Miguel Álvares de Castro. Nascido na Freguesia de São Tomé da Parada, Termo de Monte Alegre, Comarca de Chaves, Arcebispado de Braga, Portugal, onde foi batizado a 4-JUN-1651. Retirou-se, ainda jovem, para Lisboa, onde casou-se, na Igreja de São Paulo, c. Antônia Lobo. Residiu no Beco do Tibau, Freguesia de São Paulo, em Lisboa, onde ocorreu o seu falecimento.
165- Antônia Lobo. N. na Freguesia de Cercal (orago: S. Vicente), Concelho de Cadaval, Distrito de Lisboa, Portugal, onde foi bat. a 16-JUN-1663. Fal. em Lisboa, Portugal. Enviuvando-se, exerceu, no Terreiro, em Lisboa, o emprego de 'medideira do pão'.
166- Antônio de Carvalho Tavares. N. na Freguesia de S. Sebastião, na Ilha de S. Miguel, Açores, Portugal, onde foi batizado. Ajudante de Sargento-Mor da ordenança do Regimento do Coronel Sebastião de Araújo Góes, com dez anos de serviço, em 14-DEZ-1688. C. a 28-FEV-1688 em Salvador (BA), c. Margarida Teresa de Negreiros. Pais de: Lourenço de Barros Lobo, Antônia de Negreiros e Joana Batista de Negreiros. Faleceu em Salvador, Bahia.
167- Margarida Teresa de Negreiros. N. e bat. na Freguesia do Socorro, Salvador (BA).
168- João Vieira. N. em Portugal.
169- Madalena de Araújo. N. em Esposende, Distrito de Braga, Portugal.
170- Manoel Monteiro de Barros. N. em Portugal.
171- Inês Pereira. N. na Freguesia de Carapeços (orago: São Tiago), Concelho de Barcelos, Distrito de Braga, Portugal, por volta de 1651. Fal. em Santiago de Carapeços, Barcelos, Braga, Portugal, em 1735.
172- Miguel Fernandes da Torga. N. em Portugal. C. em Simão de Arões, Concelho de Fafe, Distrito de Braga, Portugal.
173- Luzia Fernandes. N. em Portugal.
174- Antônio Carvalho Tavares. Vide nº 166.
175- Margarida Teresa de Negreiros. Vide nº 167.
252- João Ferreira Velho. N. de Santa Bárbara das Nove Ribeiras, Ilha Terceira, Portugal.
253- Maria da Conceição. N. em Santa Bárbara das Nove Ribeiras, Ilha Terceira, Portugal.
254- Manoel Gonçalves Tristão. N. em Santa Bárbara das Nove Ribeiras, Ilha Terceira, Portugal.
255- Bárbara da Conceição. N. em Santa Bárbara das Nove Ribeiras, Ilha Terceira, Portugal.

HEPTAVÓS (OU SÉTIMOS AVÓS):

326- Francisco Barbosa Rebelo. N. em Viana, Portugal. Fal. a 31-JUL-1685 em São Paulo (SP). C., em primeiras núpcias, c. Catarina Moniz (fª de Pedro de Sousa Moniz e de Catarina Vieira) e, em segundas núpcias, c. Francisca da Silva. Filhos: Maria Barbosa (do 1º casamento) e Capitão-Mor Jacinto Barbosa Lopes, Catarina Barbosa, Frei Urbano Barbosa, Faustino Barbosa e Páscoa Barbosa Rebelo (do 2º casamento).
327- Francisca da Silva. N. e fal. em S. Paulo (SP).
328- Tomé Álvares de Castro. N. em S. Tomé da Parada, Portugal. C. c. Ana Gonçalves, com quem teve, entre outros, os seguinte filhos: Luísa Álvares e Miguel Álvares de Castro.
329- Ana Gonçalves. N. na Freguesia de Vilaça (orago: Santa Cecília), Concelho e Distrito de Braga, Portugal.
330- Domingos Lobo. N. em Portugal.
331- Domingas João. N. em Portugal.
332- Cap. Pedro de Matos do Quental (25), conforme consta do livro 'A Família Monteiro de Barros', de Frederico de Barros Brotero (pág. 915 da edição de 1951). Nasceu por volta de 1637 e casou em torno de 1662 em São Sebastião, Ponta Delgada, Ilha de São Miguel, Portugal, com Bárbara Gracês. Para Silva Leme, Antônio de Carvalho Tavares era filho de João da Silva Vieira e de Violante Carvalho Pinheiro, o que o autor julga improvável, mesmo porque não são os nomes dos pais constantes do registro do casamento de Antônio. João da Silva Vieira nasceu na Freguesia da Sé, Ilha da Madeira, Portugal. Passou à Bahia em tenra idade. Recebeu a patente de alferes em 29-OUT-1657, subindo à condição de capitão da guarda do Governador de Pernambuco, Francisco Barreto, em 16-SET-1659. Antônio casou a 11-SET-1662 na Bahia, com Violante Carvalho Pinheiro e era Irmão da Santa Casa da Misericórdia de Salvador (BA) em 11-ABR-1672, tendo sido escrivão da Instituição em 1676.
333- Bárbara Gracês (25). Também encontrada com o nome de Bárbara Garcez. N. por volta de 1641.
334- Lourenço Lobo de Barros. Sargento-Mor do Regimento do Coronel Pedro Camelo Pereira de Aragão em 24-OUT-1680. Filhos conhecidos: Arcângela de Negreiros e Margarida Teresa de Negreiros. Fal. na Bahia.
335- Maria de Negreiros de Barros. N. na Bahia. Fal. a 24-ABR-1732 em Todos os Santos, Pitinga, Bahia.
342- Domingos Pereira.
343- Inês Dias.
348- Cap. Pedro de Matos do Quental. V. nº 332.
349- Bárbara Gracês. V. nº 333.
350- Lourenço Lobo de Barros. V. nº 334.
351- Maria de Negreiros de Barros. V. nº 335.

OITAVOS AVÓS:

652- Tomé Rebelo Carneiro. N. e fal. em Viana, Portugal.
653- Catarina Barbosa. N. em Viana, Portugal.
654- Gonçalo Lopes. N. na Freguesia de Sardoura (orago: Santa Maria), Concelho de Castelo de Paiva, Distrito de Aveiro, Portugal. Vindo para o Brasil, C. a 03-JUN-1640 em S. Paulo (SP) c. Catarina da Silva, com quem teve as filhas Francisca da Silva, Joana Lopes, Maria e Felícia da Silva. Viveu de forma opulenta em São Paulo, tendo residido na Rua Santo Antônio. Tinha fazenda no Bairro da Cotia, com terras na paragem chamada Iratá, onde possuía roças e criação de porcos. Era capitalista em São Paulo, tendo financiado várias entradas ao sertão, dentre elas a última de Fernão Dias Paes. Em 1658 era Procurador do Conselho da Câmara de São Paulo. Fal. por volta de 1689, quando fez seu testamento.
655- Catarina da Silva. N. por volta de 1625 em S. Paulo (SP), onde faleceu em 1694, com testamento. Seu inventário, aberto em 5-JUL-1694, está transcrito no Vol. XXIII da publicação 'Inventários e Testamentos', editada pelo Arquivo do Estado de São Paulo. Deixou pedido para ser sepultada na Capela de São Francisco e dote de dois mil cruzados para cada uma das quatro filhas. Fez, ainda, várias doações para parentes e amigos de São Paulo e da Freguesia da Cotia. Entre os bens de raiz que constaram do inventário estão uma morada de casas na Rua de Santo Antônio, em São Paulo (SP), e uma fazenda lançada pelo valor de 6.636$700.
668- Antônio Moniz. N. em Lisboa, Portugal. Fal. na Bahia.
669- Inês de Barros Lobo. Bat. em 08-SET-1590, em Salvador, Bahia, onde nasceu.
670- Capitão Manoel Cardoso de Negreiros. N. em Lisboa, Portugal. C. na Bahia c. Margarida de Barros Lobo. Pais de: Manoel e Lourenço de Negreiros, Inês e Maria de Barros. Fal. na Bahia.
671- Margarida de Barros Lobo. N. na Bahia.
700- Antônio Moniz. V. nº 668.
701- Inês de Barros. Lobo. V. nº 669.
702- Cap. Manoel Cardoso de Negreiros. V. nº 670.
703- Margarida de Barros Lobo. V. nº 671.

NONOS AVÓS:

1308- Pedro Lopes. N. em Portugal. Vivia com sua esposa no lugar de Cacavelos, Freguesia de Sardoura, Concelho de Castelo de Paiva, Distrito de Aveiro, Portugal, onde fal. em 14-JAN-1652 e deve ter casado por volta de 1610. Filhos com Francisca Gonçalves: Manoel e Francisco Lopes, Domingos Gonçalves Montalegre, Pedro e Gonçalo Lopes.
1309- Francisca Gonçalves. N. em Portugal. Fal. em 14-OUT-1638 na Freguesia de Sardoura, Castelo de Paiva, Aveiro, Portugal.
1310- Cosme da Silva. C. em S. Paulo (SP). Viveu em São Paulo, onde exerceu, por diversas vezes, o cargo de Procurador do Conselho da Câmara. Do casamento c. Isabel Gonçalves originaram-se as filhas Catarina, Maria, Joana, Francisca e Ângela da Silva.
1311- Isabel Gonçalves.
1338- Manoel de Paredes da Costa. N. em torno de 1556 em Lisboa, Portugal. Era barqueiro em Viana, Portugal, de lá passando para a Bahia nos princípios de nossa colonização. Foi condenado a penas espirituais no Processo de Inquisição de Lisboa nº 11.071, auto-de-fé de 31-JUL-1593 (26). C. a 20-JAN-1583 na Sé, Salvador, Bahia, c. Paula de Barros Lobo, de quem estava enamorado, após tê-la raptado. Fal. a 12-JAN-1619 em Salvador, na Bahia, com sepultura no Convento de São Francisco. Era, provavelmente, tio do homônimo que viveu no Rio de Janeiro (RJ), citado no livro 'Vínculos do Fogo', de Alberto Dines. Com a esposa Paula teve os filhos Vicente, Gaspar de Barros Lobo, Catarina Lobo, Vitória de Barros, Maria de Barros, Agostinho de Paredes de Barros, Inês de Barros Lobo, Ana Lobo, Antônio de Barros Lobo, Felícia, Antônia e Francisco Lobo.
1339- Paula de Barros Lobo. N. por volta de 1564 na Bahia. Após a morte do esposo Manoel de Paredes da Costa, casou-se c. Manoel Antunes de Almeida.
1342- Manoel Pinheiro de Carvalho. N. em Portugal. Foi Fidalgo da Casa Real. Veio para o Brasil acompanhado de seus irmãos Rui de Carvalho Pinheiro e Nicolau Pinheiro de Carvalho, estabelecendo-se na Bahia, onde C. c. Maria de Barros Lobo, com quem teve os filhos: Nicolau Carvalho Pinheiro, Margarida de Barros, Felícia Lobo, Manoel Pinheiro de Carvalho, Maria de Barros Lobo, Francisco Carvalho Pinheiro, André Pinheiro de Carvalho, Brites de Barros e Antônio Pinheiro. Faleceu em Salvador (BA).
1343- Maria de Barros Lobo. N. em Salvador (BA), onde fal. em 6-MAI-1680.
1402- Manoel de Paredes da Costa. V. nº 1338.
1403- Paula de Barros Lobo. V. nº 1339.
1406- Manoel Pinheiro de Carvalho. V. nº 1342.
1407- Maria de Barros Lobo. V. nº 1343.

DÉCIMOS AVÓS:

2676- Agostinho de Paredes. De origem judaica, foi alfaiate em Lisboa, Portugal. No Brasil, foi comerciante, tendo sido lavrador em Passé, onde passou a residir.
2677- Violante da Costa.
2678- Gaspar de Barros de Magalhães. Fidalgo, viveu no Brasil no Recôncavo da Bahia, em lugar chamado São Paulo. Foi muito rico e afazendado. Com Catarina Lobo Barbosa de Almeida teve os filhos: Jerônimo de Barros, Baltazar Lobo de Sousa, Gaspar de Barros de Magalhães, Felícia Lobo, Mícia Lobo de Mendonça, Vitória de Barros e Paula de Barros Lobo.
2679- Catarina Lobo Barbosa de Almeida. Uma das três irmãs órfãs que a Rainha Catarina mandou para a Bahia para casarem com pessoas importantes do lugar. N. em 1541 em Setúbal, Portugal.
2686- Manoel de Paredes da Costa. Vide nº 1338.
2687- Paula de Barros Lobo. Vide nº 1339.
2804- Agostinho de Paredes. V. nº 2676.
2805- Violante da Costa. V. nº 2677.
2806- Gaspar de Barros de Magalhães. V. nº 2678.
2807- Catarina Lobo Barbosa de Almeida. V. nº 2679.
2814- Manoel de Paredes da Costa. V. nº 1338.
2815- Paula de Barros Lobo. V. nº 1339.

DÉCIMOS PRIMEIROS AVÓS:

5358- Henrique Lobo. N. em Portugal.
5359- Isabel Berredo.
5372- Agostinho de Paredes. Vide nº 2676.
5373- Violante da Costa. Vide nº 2677.
5374- Gaspar de Barros de Magalhães. Vide nº 2678.
5375- Catarina Lobo Barbosa de Almeida. Vide nº 2679.
5614- Henrique Lobo. V. nº 5358.
5615- Isabel Berredo. V. nº 5359.
5628- Agostinho de Paredes. V. nº 2676.
5629- Violante da Costa. V. nº 2677.
5630- Gaspar de Barros de Magalhães. V. nº 2678.
5631- Catarina Lobo Barbosa de Almeida. V. nº 2679.

DÉCIMOS SEGUNDOS AVÓS:

10750- Henrique Lobo. Vide nº 5358.
10751- Isabel Berredo. Vide nº 5359.
11262- Henrique Lobo. V. nº 5358.
11263- Isabel Berredo. V. nº 5359.


Notas Explicativas:

1- O sobrenome português Soares, ou Soarez em espanhol, tem sua origem no prenome Soário ou Soeiro, de etimologia ainda obscura, acompanhado do sufixo 'ez' ou 'es', utilizado, em Castela, para mostrar filiação (Soares, filho de Soário). Segundo Felgueiras Gaio, o primeiro a usar o apelido foi Gil Afonso Soares Tangil, filho de Soeiro Afonso Tangil. Já o apelido Campos vem de topônimo; os primeiros a utilizá-lo foram espanhóis dos campos de Palência, Leão e Valhadolid, tendo sido encontrado em Portugal no Século XIV, no tempo de D. Fernando I.

2- Teor de certidão de batismo de Milton Soares Campos, datada de 9-NOV-1989:
'Certifico que no Livro 09, Folhas 77 v, se encontra o termo de Batismo de:
Nome: Milton;
Nascido: 16 de agosto de 1900;
Batizado: 28 de janeiro de 1901;
Pais: Francisco Rodrigues Castro Campos e Regina Soares Martins Campos;
Padrinhos: Manoel Olímpio Soares e Francisca Soares;
Celebrou: Padre Pedro Rosa de Toledo;
Pároco: Padre João Paulo Maria de Brito'.

3- Fontes utilizadas na elaboração deste Capítulo:
Fontes arquivísticas: Arquivos das Paróquias de Mãe de Deus de Angustura (MG) e de São Sebastião, de Ponte Nova (MG); Arquivo da Secretaria de Justiça do Estado de Minas Gerais; Cartório do Registro Civil de Ponte Nova (MG) e Fórum de Além Paraíba (MG);
Fontes bibliográficas: 'A Família Monteiro de Barros', de Frederico de Barros Brotero; 'Diário Oficial de Minas Gerais' (edição de 22-JAN-1939); 'Dicionário Biográfico de Minas Gerais (Período Republicano: 1889/1991', editado sob a coordenação de Norma de Góes Monteiro; 'Dicionário Etimológico de Nomes e Sobrenomes', de Rosário Farâni Mansur Guérios; 'Ernesto Geisel', obra organizada por Maria Celina d Araújo e Celso Castro; 'Genealogia Mineira', de Artur Vieira de Rezende e Silva; 'Genealogias da Zona do Carmo', do Cônego Raimundo Trindade; 'Governos da República' (livro preparado pelo Serviço de Documentação do Gabinete Civil da Presidência da República); 'Instituições Financeiras de Minas', de Cláudio de Albuquerque Bastos; 'José Maria Alkmim - Uma Biografia', de Murilo Badaró; 'Milton Campos, Política e Letras', de Vivaldi Moreira; 'Milton Campos, Uma Vocação Liberal', de José Bento Teixeira de Sales; 'Nobiliário de Famílias de Portugal', de Manoel José da Costa Felgueiras Gaio, e 'Testemunhos e Ensinamentos', de Milton Campos.

4- Certidão de casamento de Francisco de Castro Rodrigues Campos de inteiro teor, fornecida pelo Cartório do Registro Civil de Ponte Nova (MG) em 25-JAN-1990: 'Termo de casamento civil. Às quatro horas e meia da tarde do dia dois de setembro de mil oitocentos e noventa e nove, nesta cidade de Ponte Nova, Distrito do mesmo nome, em casa da residência do Major Manoel Olímpio Soares, ali presente o primeiro Juiz de Paz Bonifácio Aniceto Machado Guimarães, comigo Oficial do Registro Civil e as testemunhas Dr. Lindolfo de Almeida Campos, morador nesta cidade, e Dr. Antônio Martins da Silva, morador e residente na Freguesia do Distrito de Piedade, receberam-se em matrimônio Dr. Francisco de Castro Rodrigues Campos, com vinte seis anos de idade, natural de Angustura, distrito da Comarca de São José do Além Paraíba, residente nesta Freguesia, filho legítimo de Faustino José Rodrigues Campos, já falecido, e de Dona Margarida de Castro Barcelos, com Dona Regina Soares Martins, com dezessete anos de idade, natural desta cidade de Ponte Nova e residente nesta Freguesia, filha legítima do Major Manoel Olímpio Soares e Dona Francisca Martins Soares, declaram eles nubentes a ele juiz, perante as testemunhas já referidas, que se acham habilitados para se receberem em matrimônio visto não haver impedimento algum para isto nos termos do decreto de quatro de janeiro de mil oitocentos e noventa; por isso pedem a ele Juiz que os receba em matrimônio com as formalidades legais; o Juiz passou a ler em voz alta as formalidades do dito decreto; concluída a leitura o Juiz perguntou a cada um dos nubentes, por sua vez, se contraía este ato de espontânea vontade, e como tanto um como o outro afirmaram que sim em voz alta, o Juiz em seguida perguntou ao nubente Dr. Francisco de Castro Rodrigues Campos se recebia Dona Regina Martins Soares como sua legítima mulher enquanto vivos forem; pela mesma maneira perguntou à nubente Dona Regina Martins Soares se recebia Dr. Francisco de Castro Rodrigues Campos como seu legítimo marido enquanto vivos forem; como ambos responderam cada um por sua vez que sim, o Juiz as houve e os declarou como legitimamente casados. Em firmeza do que lavrei este termo, o qual vai assinado pelo Juiz e nubentes e testemunhas, como Oficial do Registro Civil. Eu Carlos Teixeira da Silva, Oficial do Registro, o escrevi'.

5- Os nomes dos filhos foram extraídos da sobrepartilha do Padre Vicente Ferreira Monteiro de Castro de 1916 que se encontra no Fórum de Além Paraíba (MG). Na ocasião, Francisco de Castro Rodrigues Campos residia em Belo Horizonte (MG), seu irmão José de Castro Rodrigues Campos em São Manoel (MG) e sua mãe e os demais irmãos no Rio de Janeiro (RJ).

6- Na Paróquia de Mãe de Deus de Angustura (MG) acha-se o seguinte registro de óbito: 'Aos 26-AGO-1886 ocorreu o falecimento de Faustino José Rodrigues Campos, na Fazenda da Barra, por asfixia, casado com D. Margarida Cândida de Castro Campos, de 63 anos, fazendeiro, natural da Freguesia de Prados, Termo de São José del Rei, filho de Francisco José da Silva e de Maria Custódia'.

7- As compras de Dona Margarida, no montante de 50.320 réis, pago em 8-JUN-1888, foram as seguintes:
1887
Dezembro, 28
1 par de botas de pelica 9.000
1888
Janeiro,8
5 metros de cetineta amarela 5.000
2 metros de mariposa 2.000
14 metros de chita encarnada 7.000
6 metros de chita encarnada 3.360
6 metros de chita encarnada 3.360
6 metros de chita cretone 3.600
5 metros de chita francesa 2.500
Fevereiro,4
1 par de meias botas p/menina 9.000
Fevereiro, 19
2 maços de pregos de ripa 2.000
5 quilos de bacalhau 3.500.

8- Sabe-se que Margarida Eufrásia e os outros nove filhos do Padre Vicente Ferreira Monteiro de Castro e de Dona Cândida Maria da Conceição nasceram em Angustura, mas ali o autor não descobriu o batismo de um só deles, nem nas localidades vizinhas. Também os matrimônios das duas filhas mais velhas, ocorridos anteriormente à morte do sacerdote, não foram encontrados nos registros paroquiais da região. Pressupõe-se que o pai preferiu não registrar esses eventos nos livros guardados nas paróquias que o conheciam, evitando, assim, comentários inconvenientes. Foram descobertos na Paróquia de Mãe de Deus de Angustura assentos relativos a casamentos, celebrados após o falecimento do Pe. Vicente, de alguns dos citados filhos, estando consignado, nesses assentamentos, apenas o nome da mãe desses noivos.

9- A informação sobre o batismo do Pe. Vicente foi extraída do processo 'De Genere et De Moribus' do sacerdote, arquivado no Arquivo Eclesiástico da Arquidiocese de Mariana (MG).

10- Manoel José Monteiro de Castro n. em 3-ABR-1805 em Congonhas (MG) e fal. em 27-NOV-1868 em Leopoldina (MG). Recebeu o título de Barão de Leopoldina (o 1º) em 6-SET-1862. Filho do Capitão Domiciano Ferreira de Sá e Castro e de Maria do Carmo Monteiro de Barros. Casou-se com sua prima Clara de Sá e Castro.

11- Frederico Brotero publicou as seguintes informações sobre o Pe. Vicente Ferreira Monteiro de Castro: 'Nasceu em Congonhas do Campo. Habilitou-se, 'de genere et moribus', em Mariana, no ano de 1823. Ordenado, na mesma localidade, a 24 de maio de 1825 (Cônego Raimundo Trindade, 'Genealogia da Zona do Carmo', pág. 330). Poucas notícias a seu respeito. No 'Almanaque Laemmert', ano de 1863, encontramos na descrição do município mineiro de Leopoldina e na freguesia de São José da Paraíba, o seguinte: Arcipreste e Vigário da Vara - Padre Vicente Ferreira Monteiro de Castro. No mesmo Almanaque, ano seguinte de 1864, deparamos com outras referências. No município de Leopoldina, freguesia de Madre de Deus (hoje, Angustura), na lista dos proprietários no arraial: Herdeiros do Padre Vicente Ferreira Monteiro de Castro e na lista dos fazendeiros e lavradores de café, os aludidos herdeiros. De acordo com estes dados, poderemos resumir: O Padre Vicente foi distinguido com as honras de Arcipreste, ocupou o lugar de Vigário de São José da Paraíba e dedicou-se também à lavoura em importante fazenda de café no distrito da Madre de Deus. Faleceu por volta de 1863-1864'.

12- No 'Almanaque Laemmert' de 1863 encontramos, na descrição do Município de Leopoldina e na Freguesia de São José do Paraíba, o seguinte: 'Arcipreste e Vigário da Vara - Padre Vicente Ferreira Monteiro de Castro'. Nos Almanaque de 1864 e 1865 deparamos, no mesmo Município, Freguesia de Madre de Deus, entre os proprietários no arraial e os fazendeiros e lavradores de café: 'Herdeiros do Padre Vicente Ferreira Monteiro de Castro'.

13- Silva Leme, em seu 'Genealogia Paulistana', no Título Lemes', cita a ascendência do Dr. Luís Porto Moretzsohn de Castro, baseado, entre outras fontes, no processo 'De Genere et De Moribus' do Padre Vicente Ferreira Monteiro de Castro.

14- O 'Anuário Genealógico Latino', ao registrar a descendência do Dr. Francisco Ferreira dos Santos, no Título Ferreira (de Minas Gerais), cita o Padre Vicente, com o nome grafado como Vicente Ferreira de Sá e Castro.

15- Os livros 'Genealogias da Zona do Carmo' e 'Velhos Troncos Mineiros' mencionam o Padre Vicente Ferreira Monteiro de Castro entre os descendentes do Capitão Antônio Alves Castro, no Título 'Negreiros'.

16- Na publicação 'Madre Dios - 100 Anos' consta que as almas dos habitantes de Angustura na época em que o povoado passou à categoria de curato (1818) eram assistidas pelo Vigário de Além Paraíba, Pe. Miguel Antônio de Paiva. Daí e até 1840, vários padres teriam dado assistência a Madre Dios do Rio Angu, todos de São José de Além Paraíba. Continua o autor da referida obra: 'Foi, então, nomeado pela Diocese de Leopoldina para Vigário do Curato, o Monsenhor Vicente Ferreira Monteiro de Castro. O Curato passou a Freguesia em 9 de junho de 1857 e, quase um mês depois, em 6 de julho de 1857, a Paróquia. Sucede o Monsenhor Castro, em 1865, Frei Paulino, que tomou a iniciativa para a construção da Igreja Matriz em 1870'.

17- Teor dos documentos sobre o Pe. Vicente constantes da Coleção Eclesiástica do Arquivo Nacional:

a) Atestado da Câmara Municipal da Vila de Leopoldina, assinado por seu Presidente e vários vereadores, em 12-JUN-1856: 'A Câmara Municipal da Vila Leopoldina, em Sessão Ordinária, na forma da Lei, Atesta que o Revdo. Vicente Ferreira Monteiro de Castro tem residido efetivamente neste Município desde o ano de 1829 até o presente, sempre com ótima conduta civil e eclesiástica, exercendo seu nobre Ministério como Cura do Distrito da Madre de Deus desde 1835 e como digno Vigário da Vara da Comarca de São José do Paraíba desde dezembro de 1844, com um procedimento constantemente exemplar e sempre digno dos maiores elogios, pela zelosa dedicação, honradez e solicitude com que tem cabalmente preenchido todos os seus deveres.
E por ser verdade se expede o presente.
Sala de Sessões da Câmara Municipal da Vila Leopoldina, 12 de Junho de 1856.
O Presidente Francisco José de Freitas Silva
João Gualberto Ferreira Brito
Romão Pinheiro Correia de Lacerda
José Garcia de Matos
Joaquim Antônio de Almeida Silva'.

b) Requerimento do Padre Vicente Ferreira Monteiro de Castro dirigido ao Reverendíssimo Senhor Bispo:

'Exmo. Revmo. Sr.
Diz o Pe. Vicente Ferreira Monteiro de Castro que precisa que V. Exa. Revma. Lhe faça a Graça em atestar em como o Suplicante tem prestado serviços à Igreja como Cura do Distrito de Madre de Deus e como Vigário da Vara da Comarca de São José d Além Paraíba desde 1845 até o presente, cumprindo seus deveres com estima do povo e da Câmara Municipal do lugar, como mostra o documento junto, por isso julgado que S. Exa. Revma. Não duvidará honrar-lhe com o seu atestado portanto.
S. Exa. Rema. Se Digne atestar, se assim houver por bem'.

c) Atestado do Reverendíssimo Senhor Bispo sobre o requerimento do Padre Vicente Ferreira Monteiro de Castro: 'Atestamos à vista dos documentos juntos e pelo conhecimento certo que temos do M. R. Impe., que ele é um sacerdote digno deste nome , de instrução não vulgar, ótimos costumes, e como tal muito considerado e estimado no lugar. Exerce as funções de Pároco e de Vigário da Vara nesta Diocese há onze anos, em que tem prestado valiosos serviços. Palácio da Conceição, 11 de setembro de 1856.
Bispo Conde Capelão-Mor'.

d) Expediente do Bispo à Presidência da Província de Minas Gerais, encaminhando o requerimento do Padre Vicente Ferreira Monteiro de Castro:
'Ilmo. e Exmo. Sr.
Tenho a honra de passar às mãos de V. Exa. O incluso requerimento do Padre Vicente Ferreira Monteiro de Castro, pedindo à S. M. O Imperador as honras de Cônego da Catedral e Capela Imperial, e a cujo respeito eu devo emitir a minha opinião à vista do Ofício de V. Exa. de 16 do mês findo. Eu formo o melhor conceito do Suplicante pelas suas luzes, serviços prestados a esta Diocese e por outras qualidades e virtudes, que o adornam, constantes do documentos juntos. É natural da Província de Minas Gerais, mas residente nesta Diocese, a cujo zelo e solicitude se deve a criação de quase todos os Curatos que formam essa parte da Província de Minas, que pertence a este Bispado do Rio. Regeu como Cura algumas Freguesias, especialmente a de Madre de Deus, que ..... quando chegou o Pároco Cabido ...... . Regeu ..... Comarca Eclesiástica desse lado do Bispado. É pois digno da honra que pede, se assim houver por bem S. M. I. - Deus Guarde a V. Exa. Palácio da Conceição 21 de Maio de 1860.
Ilmo. e Exmo. Sr. Vice Presidente da Província de Minas Gerais.
Bispo Conde Capelão-Mor'.

e) Ofício do Vice-Presidente da Província de Minas Gerais ao Ministro da Justiça:
'Palácio da Presidência da Província de Minas no Ouro Preto, 26 de maio de 1860.
Ilmo. e Exmo. Sr.
Devolvendo o incluso requerimento documentado que à S. M. O Imperador dirigiu o Padre Vicente Ferreira Monteiro de Castro solicitando honras de Cônego da Capela Imperial, tenho a honra de declarar a V. Exa., em cumprimento do Aviso de 28 de março próximo passado, que não só em vista da informação prestada em 21 do corrente mês pelo Exmo. Bispo Conde Capelão-Mor, constante da cópia junto, como pela notícia que tenho do Suplicante, julgo-o digno de obter a graça que implora.
S. M. O Imperador, porém, Resolverá como for de seu Imperial Agrado.
Deus Guarde a V. Exa.
Ilmo. e Exmo. Sr. Conselheiro Ministro e Secretário de Estado dos Negócios da Justiça
O Vice-Presidente Joaquim Delfino Ribeiro da Luz'.

f) Despacho do Ministério da Justiça:
'Despacho de S. Exa. o Sr. Ministro
Minas Gerais
Honras de Cônego da Capela Imperial
O Pe. Vicente Ferreira Monteiro de Castro pede as honras de Cônego da Capela Imperial.
O Suplicante foi Vigário da Freguesia da Madre de Deus e da Vara da Comarca de S. José do Paraíba.
O Ofício do Revmo. Bispo Conde ao Presidente de Minas transmitindo o requerimento diz que ao zelo do Suplicante e à sua solicitude se deve a criação de quase todos os Curatos da Província de Minas que pertencem à Diocese do Rio de Janeiro.
Informação:
Com o Exmo. Bispo concorda o Presidente da Província, considerando também o Suplicante digno das honras que pede.
À vista destas informações tão favoráveis parece-me que o pedido está em circunstâncias de bom deferimento.
Em 16 de junho de 1860.
Servindo de Diretor
A. J. Vitorino de Barros'.
Observações:
1) Há um despacho pouco nítido, no último documento, que deve ser o de concordância do Sr. Ministro da Justiça.
2) O autor não tem elementos para informar se o Pe. Vicente chegou a receber, antes de sua morte, as honrarias de Cônego da Capela Imperial, o que, a seu ver, não deve ter acontecido. De qualquer jeito, esta interferência do Governo Imperial na vida interna da Igreja no Brasil já vinha recebendo críticas de muitos bispos, presos, contudo, a normas legais. Vale lembrar a resposta do Ministro Carneiro Leão à nomeação pelo Bispo de Cuiabá (MT), Dom José Antônio dos Reis, de dois cônegos honorários (extraída do livro 'Arquidiocese de Mariana', do Cônego Raimundo Trindade): 'Sua Majestade o Imperador resolveu mandar declarar a V. Exa. Revma. que semelhante autorização não se pode admitir, já porque as leis canônicas que V. Exa. citou de maneira alguma abonam tal pretensão, já porque as honras de cônego e outras semelhantes mercês, tendo efeito manifestamente temporais e talvez nada de espiritual, é visto que só aos soberanos compete conferi-las, como está prevenido na Constituição do Estado. Rio, 23 de janeiro de 1844. Honório Hermeto Carneiro Leão'.

18- A descendência do Pe. Vicente e de Cândida Maria da Conceição, citada neste Capítulo, é consignada com fundamento nos seguintes fatos:

a) a tradição, uma vez que sempre foi comentado entre os membros da família do autor o fato de que eram descendentes do sacerdote;
+
b) os registros de nascimento e casamento de seus herdeiros, encontrados no arquivo paroquial e no cartório de Angustura, informam que eles eram filhos naturais de Cândida Maria da Conceição, não consignando o nome do pai;

c) o sacerdote deixou aos herdeiros todas as suas propriedades, inclusive às duas filhas mais velhas, que, bem casadas, não necessitavam, a rigor, de qualquer apoio externo para sua manutenção;

d) após a morte do sacerdote, seus irmãos, inclusive o Barão de Leopoldina, tiveram a maior preocupação com a criação dos herdeiros ainda não casados;

e) os prenomes de dez dos onze herdeiros eram idênticos aos do religioso ou aos de seus irmãos, pais, avós e primos, como segue:
- Elisa Maria da Conceição, nascida em torno de 1840 e falecida em Angustura em 20-JUL-1909, tinha o mesmo prenome de três primas do Pe. Vicente: Elisa Monteiro de Barros, Elisa Augusta Monteiro de Barros e Maria Elisa de Sauvan Monteiro de Barros;
- Patrocínia Maria da Conceição (bisavó do autor) n. em torno de 1843 e faleceu em Recreio (MG) em 9-FEV-1917; possuía um prenome (Patrocínia) que guarda alguma relação com a palavra 'Padre', sendo de se recordar, a propósito, que José do Patrocínio, grande homem público, era filho do Padre João Carlos Monteiro, Vigário de Campos;
- José Joaquim de Castro n. em torno de 1844 e faleceu antes de 1916; tinha o mesmo prenome do irmão e do cunhado do Pe. Vicente: José Joaquim Monteiro de Castro e José Joaquim Monteiro de Barros, respectivamente;
- Antônio José de Castro (ou Antônio José Ferreira de Castro) nasceu em torno de 1849 em Angustura, onde faleceu em 14-NOV-1870. Tinha o mesmo nome de um tio-avô e o mesmo prenome de primo do Pe. Vicente (Antônio José da Fonseca Monteiro de Barros);
- Maria do Carmo de Castro n. em torno de 1850, provavelmente em Angustura, onde foi celebrado, em 25-FEV-1865, seu casamento com o português Bernardino da Costa Oliveira. Seu prenome era igual ao da mãe do Pe. Vicente (Maria do Carmo Monteiro de Barros);
- Vicente Ferreira de Castro n. em torno de 1852, em Angustura, tendo o seu falecimento, provavelmente, ocorrido em Palma (MG), onde residia em 1916; tinha o prenome do Pe. Vicente;
- Francisco Ferreira de Castro n. em torno de 1855, em Angustura, e possuía o prenome de um irmão e do avô do Pe. Vicente: Francisco Ferreira dos Santos;
- Domiciano Ferreira de Castro n. em torno de 1856, em Angustura, e faleceu antes de 1916; tinha o prenome do pai do Pe. Vicente: Domiciano Ferreira de Sá e Castro;
- Margarida Eufrásia de Castro (avó paterna do Dr. Milton Campos, ex-Governador de Minas Gerais) n. em Angustura em torno de 1857; tinha o prenome da avó e da irmã do Pe. Vicente: Margarida Eufrásia da Cunha Matos e Margarida Eufrásia Monteiro de Castro, respectivamente;
- Francisca de Paula de Castro (ou, como consta do termo de seu casamento, Francisca Monteiro de Castro) n. em Angustura em torno de 1859 e casou-se em 15-OUT-1873, na mesma localidade, com João Batista Celestino Ferreira; possuía o prenome de uma prima do Pe. Vicente: Francisca de Assis Monteiro de Barros Galvão de São Martinho, casada com o Tenente-Coronel José Maria Manso da Costa Reis;

f) apenas as duas irmãs mais velhas, Elisa e Patrocínia, as únicas casadas na ocasião do testamento do sacerdote, não utilizavam os sobrenomes 'Castro', 'Ferreira de Castro' ou 'Monteiro de Castro';

g) na época, era comum a existência de padres com prole, o que ocorreu, inclusive, com o primeiro pároco de Além Paraíba, o Pe. Miguel Antônio de Paiva (cfe. Celso Falabella de Figueiredo Castro, em 'Os Sertões de Leste - Achegas para a História da Zona da Mata');

h) Cândida Maria da Conceição residia na Fazenda do Bom Jardim, de propriedade do Pe. Vicente, no período em que dez dos herdeiros foram trazidos à luz, entre 1840 e 1859;

i) o sacerdote não aceitaria como governanta de sua casa uma pessoa que, ali residindo, tivesse 10 filhos de pai desconhecido, não fosse ele o progenitor;

j) conforme assentamento existente na Paróquia de Mãe de Deus de Angustura, foi ali batizado, em 23-MAI-1858, o menino Albertino, filho de Elisa Maria da Conceição, sendo padrinhos o provável avô Vicente Ferreira Monteiro de Castro (sem o título Padre) e a avó Cândida Maria da Conceição; a cerimônia foi dirigida pelo Pe. Vicente;

l) o Pe. Vicente não registrou nos livros da Igreja de Angustura o batismo de um só de seus herdeiros, que, segundo documentos localizados pelo autor, nasceram, com exceção do mais velho, naquele Distrito;

m) em carta de 4-OUT-1989, o Professor João Batista Vieira Vidal, ao falar sobre José Zeferino Bastos, grande benemérito de Angustura (foi, inclusive, o financiador do calçamento do Distrito) e bisneto da Elisa Maria da Conceição referida na alínea 'e', diz que aquele cidadão sempre se referia à sua condição de descendente de padre; o artigo 'Angustura: A História', publicado na edição de 11-NOV-1996 do jornal 'Além Paraíba' também menciona o fato de que o Pe. Vicente era tetravô do Dr. José Zeferino Bastos.

n) o Pe. Vicente, em seu testamento, menciona os carinhosos cuidados que Cândida Maria da Conceição, então já falecida, lhe havia dispensado em suas enfermidades e diz que ela tinha doze filhos , dez dos quais foram herdeiros do sacerdote; dois outros filhos de Cândida, talvez os mais velhos, foram excluídos do testamento, o que deixa a suposição de que era outro o seu pai.

19- José Joaquim Ferreira de Castro era, provavelmente, filho do Pe. Vicente Ferreira Monteiro de Castro e de Joana Angélica, seja pelo prenome José Joaquim, idêntico ao de irmão do sacerdote, seja pelos sobrenomes 'Ferreira' e 'Castro', seja por ter sido relacionado no testamento do Padre. Era o mais velho dos herdeiros, devendo ter nascido em Congonhas, onde administrava, quando da elaboração do citado testamento, fazenda de propriedade do Pe. Vicente. Talvez a mãe fosse uma das duas Joanas mencionadas no mapa da população de Congonhas de 1831: a primeira, que residia na casa de José Joaquim Monteiro de Barros, onde também vivia o eclesiástico Vicente Ferreira Monteiro de Castro, era preta, fiadeira e possuidora de 16 anos de idade; a segunda era branca, solteira, com 30 anos de idade e 6 filhos: Gabriel (14 anos), Antônia (9 anos), José (5 anos), Ana (7 anos), Maria (2 anos) e Domiciano (1 ano).

20 - Testamento do Padre Vicente Ferreira Monteiro de Castro: 'Em nome de Deus, da Virgem Maria e da Santíssima Trindade. Amem. Eu, o Padre Vicente Ferreira Monteiro de Castro, Vigário da Vara desta Comarca Eclesiástica de São José do Paraíba, nascido e batizado na Freguesia de Congonhas do Campo e filho legítimo de Domiciano Ferreira de Sá e Castro e de Dona Maria do Carmo Monteiro de Barros, achando-me no pleno exercício de todas as minhas faculdades intelectuais, e ignorando o dia e a hora em que servir-se-á o Criador de chamar-me a si, deliberei desde já ordenar a minha última vontade pela maneira que abaixo se segue: - Filho de pais religiosos e que, não contentes de renderem ao onipotente o mais fervoroso culto, punham todo o esmero em ensinar a seus filhos a doutrina Cristã, não era possível que deixasse eu de professar e venerar a Santa Religião Católica Apostólica Romana, religião cuja verdade põe-me fora de dúvida o fato de haver ela transposto os estreitos limites da acanhada civilização, que presidia à época de seu nascimento, para proclamar verdades eternas e princípios santos, cujo alcance somente agora é que vamos compreendendo e apreciando. E tão profunda foi a convicção, que da verdade e santidade dessa Religião souberam inspirar-me mais do que nunca esses chorados progenitores, que o meu coração não se contentou de abraçá-la, levou mais longe a sua ambição despertando em mim a nobre e santa pretensão de alistar-me entre os servos do Senhor e me pôr entre os Ministros de Sua Santa Religião por ele incumbidos de pregar e ensinar a sua santíssima palavra. Confirmando-me ainda com a humildade recomendada pela Religião em que nasci, eduquei-me e espero em Deus morrer, disponho que o meu funeral seja feito sem pompa, nem ostentação, fazendo-se tão somente quanto basta para salvar a decência. Caso eu faleça na Freguesia de Nossa Senhora da Madre de Deus do Angu o meu corpo será sepultado no adro da Matriz em uma das quatro sepulturas que junto ao Cruzeiro benzeu o Reverendíssimo Padre Germano; e quando suceda que eu faleça nesta ou em outra Freguesia o meu testamenteiro designará o lugar em que deve ser o meu corpo sepultado. Pela esmola de costume dir-se-ão cinqüenta missas por minha alma, cinqüenta ditas pelas almas de meus finados pais e cinqüenta ditas por intenção ou almas daqueles que me houverem encomendado missas, que por esquecimento tenha eu porventura deixado de dizer. E como em razão do escrúpulo, com que sempre me conduzi neste particular, pouco ou nenhuma razão nutro de haver incorrido em faltas deste gênero, é minha intenção que sejam estas missas aplicadas às almas do Purgatorio, caso não sejam precisas para descarregar a este respeito a minha consciência. Para as obras da Matriz de Nossa Senhora da Madre de Deus do Angu deixo a quantia de trezentos mil réis. Ao meu escravo Antônio Monjolo passará o meu testamenteiro carta de liberdade em remuneração dos bons serviços que como pagem me presta há trinta e sete anos. Em remuneração dos serviços que me prestou a finada Cândida Maria da Conceição e dos carinhosos cuidados que me prodigalizou nas minhas enfermidades, instituo meus universais herdeiros dentre os seus doze filhos os seguintes: Elisa Maria da Conceição, casada com Antônio da Silva Ferreira; José Joaquim de Castro; Patrocínia Maria da Conceição, casada com José Antônio de Albuquerque; Antônio José de Castro; Maria do Carmo e Castro, Vicente Ferreira de Castro; Domiciano Ferreira de Castro; Margarida Eufrásia de Castro; Francisco Ferreira de Castro e Francisca de Paula de Castro; ficando, outrossim, igualmente instituído meu herdeiro juntamente com estes José Joaquim Ferreira de Castro, filho de Joana Angélica, moradora no Morro de Santo Antônio das Congonhas de Campos, o qual administra a minha Fazenda mediante trezentos mil réis anuais. A cada um dos meus onze referidos herdeiros, com exceção unicamente dos herdeiros Elisa Maria da Conceição e Patrocínia Maria da Conceição, deixo a quantia de dois contos e quinhentos mil réis, que lhes será dada em bens pelo valor que no inventário a estes for dado. Nomeio meus testamenteiros em primeiro lugar a meu sobrinho o Doutor José Joaquim Ferreira Monteiro de Barros; em segundo lugar a meu irmão Jacinto Manoel Monteiro de Castro; e em terceiro e último lugar a meu primo, o Coronel Francisco de Assis Manso da Costa Reis dos quais espero merecer como derradeira graça a aceitação deste encargo. Sendo mutável a vontade do homem e podendo em conseqüência suceder que em alguma parte deseje eu alterar este meu testamento, declaro que o farei por cartas particulares ao meu testamenteiro, as quais considerar-se-ão parte integrante deste, e por esta forma tenho ordenado as minhas disposições de última vontade, que desejo serão cumpridas tão inteiras como nelas se contêm e por firmeza mandei escrever este por meu sobrinho Gabriel de Paula Almeida Magalhães, o qual vai por mim tão somente assinado. União, quatorze de setembro de mil oitocentos e sessenta e dois. Padre Vicente Ferreira Monteiro de Castro'. Assinaram como testemunhas: o Barão de Leopoldina, Frei Serafim Maria, Padre Manoel Luís Correia, Manoel Eugênio Quintiliano Góes de Lacerda e Domiciano Ferreira Monteiro de Castro.

21- Informação retirada do Inventário do Padre Vicente, arquivado no Cartório do 1º Ofício de Leopoldina (MG).

22- O inventário do Pe. Vicente Ferreira Monteiro de Castro teve início em Leopoldina (MG) em 1863, tendo havido, na mesma comarca, uma sobrepartilha em 1868 (documentação arquivada no Fórum de Leopoldina). Em 1916, iniciou-se uma segunda sobrepartilha em Além Paraíba (MG), em face de não ter sido incluída no inventário propriedade que o sacerdote possuía em Congonhas (MG). Os herdeiros foram convocados pelo Juiz através de editais publicados nas edições de 27-JUL-1916 e 3-AGO-1916 da 'Gazeta de Porto Novo'. Esta última sobrepartilha foi interrompida em função da morte do inventariante, João Batista Celestino Ferreira, em desastre na Estrada de Ferro Leopoldina.

23- O autor pede permissão ao historiador Celso Falabella de Figueiredo Castro para transcrever o seguinte texto sobre os Puris, contido em seu livro 'Os Sertões de Leste - Achegas para a História da Zona da Mata': 'Na faixa de terra do vale do Cágado e dos seus afluentes, do Pirapetinga até as cercanias de Leopoldina, habitavam os Puris, os mesmos dos rios Pomba e Muriaé que tanto combateram os Coroados na mesma região, sendo por sua vez combatidos pelos Goitacases. Os remanescentes dos Puris, que habitavam a região, eram mansos, mas de absoluta incapacidade, dado seu estado de primitivismo integral. Dormiam ao relento, não conheciam o uso da rede e viviam em estado de nudez. Degeneraram totalmente os Puris e eram considerados das tribos mais atrasadas que povoaram as Minas. Para dormir, cavavam no chão uma espécie de bacia e nela se acomodavam, tal como os animais selvagens. Nem a taba, que constituiu sempre o princípio da sociedade entre os silvícolas, era por eles conhecida; pequenos ranchos rentes ao solo - duas forquilhas fincadas no chão sobre as quais atravessavam um pau em forma de cumieira, ao qual encostavam outros paus, mal cobertos com folhas de palmito ou sapé, por onde escorria a água da chuva. Algo de funcional: teto servindo de parede ! Indolentes, incapazes para tudo, buscavam na pesca a alimentação de que necessitavam, usando um processo original: sem anzol. Amarravam na ponta da linha algumas minhocas e essa, puxada com certo jeito, trazia para fora os minguados lambaris. Em águas volumosas usavam, muito raramente, redes, tecidas com fios de tucum ou com a embira tirada da imbaúba. Não possuíam a menor idéia da agricultura. Além do mel de abelha e dos frutos nativos, o que os Puris tiravam da terra se resumia a um certo número de raízes - a caratinga, por exemplo, espécie de cará muito duro. Arrancavam-no com as unhas. Eram exímios caçadores, mas usavam a flecha como divertimento. O ritual do nascimento do filho obedecia àquele dos Coroados: a parturiente ia banhar-se no rio e o marido acocorava-se ao chão para fazer o resguardo. Alguns furavam as orelhas e os lábios; outros pintavam ou bordavam o corpo, sobretudo no peito e nos braços. Concorreu para o desaparecimento rápidos dos remanescentes Puris uma epidemia de sarampo que apareceu alguns anos depois que os índios fizeram seu estabelecimento nas imediações de Feijão Cru, provavelmente na terceira década do século XIX. Sendo um mal novo, a epidemia tomou caráter e como a febre apareceu violenta, logo atiraram-se à água fria. A mortandade foi grande. Tais eram os Puris - os índios que habitavam as margens do Cágado, do Novo, do Pirapetinga, do Aventureiro, do Angu'. Celso Falabella também descreve um relato de Manoel José Pires da Silva Pontes sobre os Puris que encontrara em uma viagem à Zona da Mata em 1833, onde é dito: 'Os índios são de estatura baixa ou mediana, tendo os homens de quatro a cinco pés, e as mulheres, pouco mais de quatro, mas todos possuem formas robustas, grossas e compactas. Peito largo, pescoço grosso e curto. O ventre das mulheres é exuberante. Têm pernas finas, braços redondos e musculosos; pés estreitos atrás e largos à frente. A pele é cor de cobre, mais escura ou mais clara, conforme a idade, ocupação e saúde. A cútis é fina, macia e luzente; cabelos compridos, grossos e inflexíveis - negros, luzidios e bastos'. Francisco de Paula Ferreira de Rezende no livro 'Minhas Recordações', cita um depoimento de um certo Camilo José Gomes, onde, entre outras informações, era informado o seguinte sobre o tratamento dado aos Puris quando faleciam: 'Os que faleciam eram enrolados ou atados com cordas e depositados com suas flechas, bodoque e demais objetos, dentro de uma grande panela de barro e assim enterrados; e de tempos em tempos voltavam os que sobreviviam àquele lugar para chorar o falecido'. O inglês John Mawe, no livro 'Viagem no Interior do Brasil', assim tratou os Puris: 'Habitam as florestas em condições miseráveis; suas moradias, algumas das quais visitei, são construídas de ramos de árvores, inclinadas de forma a suportar o colmo ou teto de folhas de palmeiras; os leitos, de capim seco. Possuindo pouco conhecimento da lavoura, dependem, para sua alimentação, dos arcos e flechas e das raízes e frutos selvagens, que eventualmente encontram na floresta'. Outro trecho do livro de John Mawe sobre os Puris: 'Tinham os característicos gerais da raça: a pele bronzeada, atarracados, rosto redondo, nariz chato, cabelo negro e liso, estatura regular, com tendência para o tipo baixo e musculoso. Desejoso de assistir a uma prova de sua perícia e precisão de pontaria, de que tanto ouvira falar, coloquei uma laranja a trinta jardas de distância, que foi atingida por todos que desfecharam seu arco contra ela'. O naturalista Maximiliano, em seu 'Viagem ao Brasil', publicado em 1820, assim se refere aos Puris: 'Eram todos baixos, não tendo mais de cinco pés e cinco polegadas de altura; em geral, homens e mulheres eram robustos e de membros musculosos. Estavam completamente nus, exceto uns poucos que usavam lenços em torno da cintura ou calções curtos, obtidos dos portugueses. Alguns traziam a cabeça toda raspada; outros tinham os cabelos naturais, grossos e negros como carvão, cortados sobre os olhos e caindo dos lados sobre o pescoço; alguns cortavam rente a barba e as sobrancelhas. Tinham, geralmente, pouca barba'. Celso Falabella de Figueiredo Castro informa que no Livro nº 1 de batizados de Além Paraíba, iniciado em 1818 pelo Padre Miguel Antônio de Paiva, consta o batismo de vários índios Puris e que no Arraial de Nossa Senhora das Mercês do Cágado, atual Mar de Espanha, foram anotados, na mesma época, vários óbitos de indígenas daquela tribo, sendo possível que Cândida Maria da Conceição tenha nascido nessa região e fosse oriunda de tribo dos Puris, como era comentado no seio da família do autor.

24- No Exército do Brasil Colonial e Imperial a hierarquia militar era a seguinte: marechal-de-exército, tenente-general, marechal-de-campo, brigadeiro, mestre-de-campo ou coronel, tenente-coronel, sargento-mor ou major, ajudante ou capitão, tenente, alferes, primeiro-cadete, segundo-cadete, primeiro-sargento, segundo-sargento, furriel, cabo-de-esquadra, anspeçada e soldado.

25- Silva Leme, tomando por base o processo 'De Genere et De Moribus' do Padre Antônio Ferreira de Sá e Castro de 25-JAN-1779, constante dos autos do Padre Vicente Ferreira Monteiro de Castro, coloca João da Silva Vieira e Violante Carvalho Pinheiro como os pais de Antônio Carvalho Tavares. Já Frederico de Barros Brotero, levando em consideração a Justificação de 'Genere' dos Padres José Inácio de Castro, João Álvares de Castro e Manuel Inácio de Castro, informa que os pais de Antônio Carvalho Tavares eram o Capitão Pedro de Matos do Quental e Bárbara Gracês.

26- Egon e Frieda Wolff, em seu 'Dicionário Biográfico VII', registram, tomando como base informações contidas nos processos de inquisição, que Manuel Paredes era cristão-velho. José Gonçalves Salvador, por seu lado, informa, em seu 'Os Cristãos-Novos, Povoamento e Conquista do Solo Brasileiro (1530-1680)', que Manoel e seu homônimo que viveu nos Estados do Espírito Santo e do Rio de Janeiro eram cristãos novos.


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